Instrumentos Financeiros. Prof. Dr. Eduardo Flores

Instrumentos Financeiros Prof. Dr. Eduardo Flores II. Contabilização de Instrumentos Financeiros Derivativos SWAP – Exemplo 1 (1) • A Cia X tem dí...
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Instrumentos Financeiros Prof. Dr. Eduardo Flores

II. Contabilização de Instrumentos Financeiros Derivativos

SWAP – Exemplo 1 (1) • A Cia X tem dívida de R$ 15.000.000 com prazo de três meses (63 dias úteis) indexada 100% ao CDI. Entretanto, os ativos dessa empresa são remunerados a uma taxa prefixada. Nesse contexto, a empresa realiza um swap, na data zero, CDI (ponta ativa) X pré(ponta passiva).

out-16

SWAP – Exemplo 1 (2) • Cotação da operação com o Banco XY: • Recebe 17,5% a.a • Paga 17% a.a Contra 100% do CDI

• A variação do CDI para o período foi de 4,2247%

out-16

SWAP – Exemplo 1 (3) • Memória de cálculo • 15.000.000 x 1,042247 = 15.633.705

• Lançamento Contábil pelo pagamento da dívida: • Débito – Despesa Financeira (DRE) 633.705 • Débito - Exigibilidades (Passivo) 15.000.000 • Crédito – Disponibilidades (Ativo) 15.633.705

out-16

SWAP – Exemplo 1 (4) • Memória de cálculo – Resultado do swap para empresa:

• Lançamento contábil pelo resultado do swap • Débito – Disponibilidades (Ativo) 16.593 • Crédito – Resultados com derivativos (DRE) 16.593

out-16

SWAP – Exemplo 1 (5) • Reconciliação da taxa com base no efeito em resultado da companhia:

• Projeção do CDI anual com base na variação trimestral:

out-16

SWAP – Exemplo 2 (1) • A empresa W realiza uma operação de SWAP pré-CDI (ponta ativa pré-fixada e ponta passiva indexada ao CDI) com duração de dois anos e valor nocional de R$ 100 milhões. Ao final de cada trimestre a empresa recebe um pagamento fixo baseado em uma taxa de 16,5% ao ano e paga CDI + 0,5% ao ano com reset. Em 1 de janeiro de X6, o CDI é de 16% ao ano.

out-16

SWAP – Exemplo 2 (2) • A Tabela 1 apresenta as diferenças entre as pontas do swap Tabela 1 - Diferenças nas pontas ativas e passivas do swap

Período

Taxa do CDI anual

Taxa Passiva (CDI + 0,5%)

Taxa ativa ao trimestre

Taxa Passiva Diferencial a ao trimestre receber/pagar

1TX6

16,00%

16,50%

3,89185% 3,89185%

0,00000%

2TX6

16,10%

16,60%

3,89185% 3,91414%

-0,02229%

3TX6

16,30%

16,80%

3,89185% 3,95867%

-0,06682%

4TX6

16,40%

16,90%

3,89185% 3,98091%

-0,08906%

1TX7

16,30%

16,80%

3,89185% 3,95867%

-0,06682%

2TX7

16,45%

16,95%

3,89185% 3,99203%

-0,10018%

3TX7

16,50%

17,00%

3,89185% 4,00314%

-0,11129%

4TX7

16,60%

17,10%

3,89185% 4,02536%

-0,13351%

out-16

SWAP – Exemplo 2 (3)

• A Tabela 2 apresenta os respectivos resultados trimestrais durante a duração do Swap Tabela 2 - Cálculo do diferencial a pagar do swap

Data

Taxa Flutuante ao ano

Diferença entre pontas

Diferencial a Receber/Pagar

Pagamentos Restantes

Código do Lançamento

-

8

-R$

22.287

7

(a)

-0,06682%

-R$

66.819

6

(b)

16,90%

-0,08906%

-R$

89.063

5

(c)

31-12-X6

16,80%

-0,06682%

-R$

66.819

4

(d)

31-3-X7

16,95%

-0,10018%

-R$

100.180

3

(e)

30-6-X7

17,00%

-0,11129%

-R$

111.293

2

(f)

30-9-X7

17,10%

-0,13351%

-R$

133.509

1

(g)

31-12-X7

NA

NA

NA

0

1-1-X6

16,50%

0,00000%

31-3-X6

16,60%

-0,02229%

30-6-X6

16,80%

30-9-X6

out-16

Para fins didáticos assumiu-se a repetição das taxas

SWAP – Exemplo 2 (4) • Na data de contratação o instrumento tem fair value igual a zero, pois o prazo da operação é casado e a diferença entre as taxas de juros ativa (pré) e passiva (CDI + 0,5%) também é nulo.

• Nos casos em que o swap não possuir essa característica na contratação, a diferença deverá ser registrada em contas de balanço (se positivo = ativo, se negativo = passivo).

out-16

SWAP – Exemplo 2 (5) • Em março de x6, os lançamentos contábeis seriam os seguintes: • Débito – Resultado com derivativos (DRE) 22.287 • Crédito – Disponibilidades (Ativo) 22.287 • (a) – Registro pelo pagamento da diferença do Swap

out-16

SWAP – Exemplo 2 (6) • É necessário nesse momento reconhecer o ajuste a valor justo do Swap. • A Companhia não adota as políticas de Hedge Accounting. • O IF deverá ser classificado como Valor Justo por Meio de Resultado (VJPR), pois trata-se de um derivativo.

out-16

SWAP – Exemplo 2 (7) • Cálculo do Fair Value em mar/x6. Fair Value - mar-x6 Diferencial a receber/pagar -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$

out-16

22.287 22.287 22.287 22.287 22.287 22.287 22.287

Períodos 1 2 3 4 5 6 7

Taxa 3,914% 3,914% 3,914% 3,914% 3,914% 3,914% 3,914% Fair Value

Para fins didáticos assumiu-se a repetição das taxas

Valor Presente -R$ 21.448 -R$ 20.640 -R$ 19.862 -R$ 19.114 -R$ 18.394 -R$ 17.701 -R$ 17.035 -R$ 134.195

SWAP – Exemplo 2 (8) • Reconhecimento do Fair Value em mar/x6: • Débito – Ajuste a Valor Justo (DRE) 134.195 • Crédito – SWAP (Passivo) 134.195 • (a.1) – Registro pelo valor justo do Swap

out-16

SWAP – Exemplo 2 (9) • A Tabela 3 mostra o valor justo do Swap até o término do contrato Tabela 3 - Cálculo do fair value do swap

Data

Taxa Flutuante ao ano

Diferença Diferencial Pagamentos entre a Restantes pontas Receber/Pagar

VPL (@CDI + 0,5%)

8

-

Código do Lançamento

NA

1-1-X6

16,50%

0,00%

31-3-X6

16,60%

-0,10%

-R$ 22.287

7

-R$ 134.195

-R$ 134.195

(a.1)

30-6-X6

16,80%

-0,30%

-R$ 66.819

6

-R$ 350.744

-R$ 216.550

(b.1)

30-9-X6

16,90%

-0,40%

-R$ 89.063

5

-R$ 396.705

-R$ 45.961

(c.1)

31-12-X6

16,80%

-0,30%

-R$ 66.819

4

-R$ 242.781

R$ 153.924

(d.1)

31-3-X7

16,95%

-0,45%

-R$ 100.180

3

-R$ 278.050

-R$ 35.269

(e.1)

30-6-X7

17,00%

-0,50%

-R$ 111.293

2

-R$ 209.900

R$ 68.150

(f.1)

30-9-X7 31-12-X7

17,10% NA

-0,60% NA

-R$ 133.509 NA

1 0

-R$ 128.343 R$ 81.557 R$ 0 -R$ 128.343

out-16

-

Variação do VPL

Para fins didáticos assumiu-se a repetição das taxas

(g.1) (AJ.1)

SWAP – Exemplo 2 (10) • Os lançamentos contábeis são apresentados em síntese nos razonetes abaixo:

out-16

SWAP – Exemplo 2 (11) Fair Value 450.000,00 400.000,00 350.000,00 300.000,00 250.000,00 200.000,00 150.000,00 100.000,00 50.000,00 0,00

Pagamentos Efetuados

Fair Value

160.000 140.000 120.000 100.000 80.000 60.000 40.000 20.000 0

Pagamentos Efetuados

Total 600.000 500.000 400.000 300.000

Total

200.000 100.000 0 mar/x6 jun/x6 set/x6 dez/x6mar/x7 jun/x7 set/x7

out-16

Contratos Futuros – Exemplo 3 (1) Beta deseja especular acreditando na desvalorização cambial. Para isso, em 1-12-x6 ela compra 300 contratos futuros de Dólar na BM&F com vencimento em fevereiro de x7 (prazo de 42 dias úteis; 62 dias corridos).

out-16

Contratos Futuros – Exemplo 3 (2) • Em 1-12-x6 o valor do US$ comercial é de R$ 2,50. Adicionalmente, sabe-se que: • um contrato futuro de dólar equivale a US$ 50.000 • o preço negociado no contrato futuro de dólar para fevereiro de x7 é de R$ 2,515/US$ • a Taxa Operacional Básica (TOB) é de 0,2% do valor transacionado (base no valor de ajuste do dia anterior ao da operação). Adicionalmente a corretora dá desconto de 80% da TOB; • preço de ajuste do dia anterior é de R$ 2,512/US$ • o valor do dólar PTAX 800 venda em 30-11-x6 é de R$/US$ 2,49 • a taxa da bolsa/emolumentos é de US$ 1,50 por contrato • a taxa de registro é de 5% do valor da taxa de emolumentos • a taxa de permanência é de R$ 0,015 por contrato por dia.

out-16

Contratos Futuros – Exemplo 3 (3) • Supondo que em 29-12-x6 (sexta-feira) o contrato de dólar com vencimento em fevereiro/x7 esteja sendo negociado a R$ 2,5350 e em 1-2-x7 o dólar comercial a vista esteja a R$ 2,55.

out-16

Contratos Futuros – Exemplo 3 (4) Os custos de transação são: a) TOB Ajuste do dia anterior = R$ 2,512 TOB = 0,002 X 300 X R$ 2,512 X US$ 50.000 = R$75.360 x 0,20 = 15.072 b) Taxa da Bolsa (emolumentos) 300 X US$ 1,5 x R$ 2,49 = R$1.120,50 c) Taxa de registro 1.120,50 x 5% = R$ 56,03 Σ (a, b e c) = 16.248,53 – Gastos referentes à abertura da posição em D + 1

out-16

Contratos Futuros – Exemplo 3 (5) • Lançamento contábil pela abertura de posição em 1-12-x6: • Débito – Despesas de serviços do sistema financeiro 16.248,53 • Crédito – Disponibilidades/Credores – conta liquidações pendentes 16.248,52

out-16

Contratos Futuros – Exemplo 3 (6) Em 31-12-x6 o ajuste acumulado do contrato seria de: Resultado no período: (R$ 2,535 – 2,515) x 300 x US$ 50.000 = R$ 300.000

Lançamento contábil pelo ajuste acumulado: Débito – Disponibilidades/Contratos Futuros – Ajustes 300.000 Crédito – Lucros em operações com ativos financeiros e mercadorias (resultado financeiro) 300.000

out-16

Contratos Futuros – Exemplo 3 (7) Em 1-2-x7 o contrato futuro de dólar (DOL) se encerra. Resultado do período = (2,55 – 2,535) x 300 x US$ 50.000 = R$ 225.000 Taxas referentes ao fechamento da posição: d) TOB = 0,002 x 300 x 2,55 x 50.000 = R$ 76.500 x 0,2 = R$ 15.300 e) Taxa da Bolsa (emolumentos) = 300 x US$ 1,5 x R$ 2,55 = R$ 1.147,5 f) Taxa de Registro = 1.147,5 x 0,05 = R$ 57,38 g) Taxa de Permanência = R$0,015 x 300 x 42 = R$ 189,00 Σ (d, e, f e g) = 16.693,88

out-16

Contratos Futuros – Exemplo 3 (8) Lançamentos contábeis no encerramento do contrato (1-2-x7): Débito – Disponibilidades/Contratos Futuros – Ajustes 225.000 Crédito – Lucros em operações com ativos financeiros e mercadorias (resultado financeiro) 225.000 Débito – Despesas de serviços do sistema financeiro 16.693,88 Crédito – Disponibilidades/Credores – conta liquidações pendentes 16.693,88

out-16

Contratos a Termo– Exemplo 4 (1) • Considere agora a mesma operação do exemplo 3, mas com a diferença de que foi realizada em mercado de balcão não organizado, ou seja, não sofre ajustes diários e a posição somente é liquidada ao final do prazo do contrato pela diferença líquida entre o valor a termo contratado e o valor a vista na data de encerramento. Nesse tipo de mercado também não há os custos de se operar na Bolsa (TOB, emolumentos e etc.)

out-16

Contratos a Termo– Exemplo 4 (2) Na contratação do derivativo a empresa não incorre em despesas e o fair value do contrato é zero. A tabela abaixo apresenta a evolução do fair value do instrumento financeiro: Data 1-12-x6 31-12-x6 1-2-x7

Preço a Preço Futuro de Montante em Preço Vista US$ 1-2-x7 Futuro de US$ 2,50 2,52 2,55

2,515 2,535 2,550

37.725.000 38.025.000 38.250.000

Fair Value

Variação no Fair Value

296.526 525.000

296.526 228.474

Fair value 31/12 = (38.025.000 – 37.725.000) / 1,15 ^ (1/12) – Considerou-se uma taxa de desconto de 15% Fair value 1/02 = 38.250.000 – 37.725.000 = 525.000

out-16

Contratos a Termo– Exemplo 4 (3) • Lançamento contábil em 31-12-x6 • Débito – Derivativos (contrato a termo) 296.526 • Crédito – Ajuste a valor justo (DRE) 296.526

out-16

Contratos a Termo– Exemplo 4 (4) • Lançamentos contábeis no vencimento do contrato (1-2-x7): • Débito – Derivativos (contrato a termo) 228.474 • Crédito – Ajuste a valor justo (DRE) 228.474 • Débito – Disponibilidade 525.000 • Crédito – Derivativos (contrato a termo) 525.000

out-16

Opções – Exemplo 5 (1) A empreza Z compra uma opção de compra (call) de ações em 15/12/X5, com data de vencimento em 15/04/X6 e preço de exercício de $100/ação. Foram adquiridos 1.000 contratos de opções ao valor (prêmio) de $ 3/opção. Em 31/12/X5 o valor de mercado da opção é de $ 4/opção e que em 15/04/X6 o valor de mercado da opção é de $ 10/opção (valor da ação subjacente é de $ 110) e que a empresa Z decide exercer a opção.

out-16

Opções – Exemplo 5 (1) • Lançamento contábil na compra da opção – 15/12/X5 • Débito – Derivativos: opções de compra 3.000 • Crédito – Disponibilidades 3.000 • Pela aquisição dos derivativos

out-16

Opções – Exemplo 5 (2) • Lançamento contábil em 31/12/X5 • Débito – Derivativos: opções de compra 1.000 • Crédito – Ganho com derivativos 1.000 • Pelo ajuste a mercado

out-16

Opções – Exemplo 5 (3) • Lançamentos contábeis em 15/04/x6: • Débito – Derivativos: opções de compra 6.000 • Crédito – Ganho com derivativos 6.000 • Pelo ajuste a mercado

• Débito – Investimento em ações 110.000 • Crédito –Derivativos: opções de compra 10.000 • Crédito – Disponibilidades 100.000

out-16

III. Hedge Accounting

out-16

Contabilidade de Operações de Hedge Finalidade do Hedge Accounting: Todo derivativo deve ser marcado a mercado com os efeitos levados ao resultado. Todavia, isso pode não ser simétrico com o reconhecimento de ganhos e perdas no objeto de hedge. O Hedge Accounting tem a finalidade portanto de equalizar o reconhecimento de ganhos e perdas no resultado tanto do derivativo como do objeto de hedge.

Classificação: ►

Hedge de Valor Justo



Hedge de Fluxo de Caixa



Hedge de um Investimento no Exterior

Contabilidade de Operações de Hedge ►

Um objeto de Hedge pode ser:

Um derivativo (exceto opções lançadas) Um não-derivativo (somente para Hedge de moeda) ► ► ►

Transação futura estimada (forecast future transaction) Outros Ser designado por parte de sua vida



O item objeto de Hedge pode ser: ► Um item individual ► Um grupo com características semelhantes ► Somente o risco de taxa de juros de uma carteira



Ativos classificados como Mantidos até o Vencimento não podem ser objeto de hedge. (exceto para risco de variação cambial)

Contabilidade de Operações de Hedge ►

Exemplo de Ativos ou Passivos reconhecidos ► Empréstimos de taxa de juros variáveis ► Empréstimo em moeda estrangeira ► Contas a receber em moeda estrangeira ► Estoques de matérias-primas



Exemplo de Compromissos Firmes ► Contrato de importação de uma máquina ► Contrato de exportação de ativos ou de commodities ► Contrato de longo prazo



Exemplo de Transações Futuras Estimadas ► Venda futura estimada altamente provável ► Compra futura de commodities altamente provável

Contabilidade de Operações de Hedge Exemplo Hedge de Vendas Futuras – Objeto Porção Estável

Forecast

(Exportações)



Porção Estável 40% vendas

(Tempo)

Contabilidade de Operações de Hedge ►

Documentação de Hedge: ►

Descrição do objeto



Descrição do instrumento



A natureza do ser de risco



Como efetividade será avaliada

Contabilidade de Operações de Hedge ►



Efetividade: ►

Intervalo de 80% a 125% (variação dos ajustes a mercado)



Comprovar desde a concepção e no decorrer da operação



Retrospectiva e Prospectiva

Fatores que geram Inefetividade: ►

Non-Zero Fair Value



Taxas



Prazos



Notional’s

Contabilidade de Operações de Hedge ►

Efetividade Retrospectiva – Método Cumulativo:

Date 1 January 20X3 31 March 20X3 30 June 20X3 30 Sept 20X3

Fair Value of Derivative CHF 0 CHF 100 CHF 125 CHF 150

Fair Value of Hedged Item CHF 500 CHF 410 CHF 389 CHF 370

Effectiveness 100 /90= 111% 125/111= 113% 150/130= 115%

Contabilidade de Operações de Hedge ►

Efetividade Retrospectiva – Método Não Cumulativo:

Date 1 January 20X3 31 March 20X3 30 June 20X3 30 Sept 20X3

Fair Value of Derivative CHF 0 CHF 100 CHF 125 CHF 150

Fair Value of Hedged Item CHF 500 CHF 410 CHF 389 CHF 370

Effectiveness 100 /90= 111% 25/21= 119% 25/19= 132%

Contabilidade de Operações de Hedge ►

Efetividade Prospectiva:

change in price of tyres = $0.05 + 0.9 (change in price of rubber) + 0

Δ Hedged Item (tires)

.

. .

. β = 0.9

ά Δ Hedge (rubber)

.

Exemplo: Cobertura do risco cambial relacionado a um contrato de importação de ativo • A entidade ALFA tem o EURO como moeda funcional. Em janeiro de 2008, a entidade ALFA fechou um contrato com um fornecedor americano para a compra de uma máquina no valor de kUSD 1000. A máquina deverá ser entregue no mês de julho de 2008 e o preço de compra será pago no momento da entrega. • A entidade ALFA quer se proteger contra o risco cambial desta importação entre janeiro e julho de 2008. Para isso, a empresa entra em uma operação de cobertura (“Hedge”), comprando kUSD 1000 a termo (Contrato a termo de compra de dólares) com vencimento em julho de 2008 e cotação a termo pré-negociada com o banco na data da contratação do derivativo (1 USD = 0,9 EUR). Portanto, em janeiro de 2008, ALFA fixou o seu preço de compra futuro da máquina no valor de kEUR900 (kUSD 1000 x 0,9).

• Todos os critérios de documentação da estratégia de cobertura requeridos pelo IAS 39.88 foram documentados pela entidade ALFA na data da contratação do derivativo. Conforme mencionado no parágrafo IAS 39.87, este tipo de cobertura cambial de compromisso firme pode ser contabilizado tanto como “Cash Flow Hedge” ou como “Fair Value Hedge”.

Exemplo: Cobertura do risco cambial relacionado a um contrato de importação de ativo • 1. Contabilizar a operação como uma “Cobertura de Valor Justo” caso o valor justo do derivativo seja de EUR 30 em março de 2008 e a taxa de câmbio seja de USD 1 = EUR 0,95 no vencimento (em julho de 2008). • 2. Contabilizar alternativamente a operação como uma “Cobertura de Fluxo de Caixa”.

Contabilização como Cobertura de Valor Justo (“Fair Value Hedge”) 1/3 Janeiro de 2008: Na data da contratação, o valor justo de derivativo é nulo. Portanto, nenhum lançamento é requerido. O derivativo pode ser reconhecido para fins de controle.

Março de 2008: No final do mês de março, a taxa de câmbio é de USD 1 = EUR 0,93, portanto, o valor justo do derivativo é de: kUSD1000 x (0,93 – 0,90) = kEUR30. 1. Contabilização do derivativo ao valor justo: D Derivativo – Ativo C Lucro com derivativos – Resultado

30

30

O valor do compromisso firme é contabilizado com contrapartida no resultado da seguinte maneira: 2. Contabilização do compromisso firme ao valor justo: D Despesa com variação cambial – Resultado 30 C Compromisso firme – Passivo

30

Contabilização como Cobertura de Valor Justo (“Fair Value Hedge”) 2/3 Julho de 2008: Na data da liquidação do derivativo em julho de 2008, a taxa de câmbio é de USD 1 = EUR 0,95. Portanto, o valor justo do derivativo é nessa data de: kUSD 1000 x (0,95 – 0,9) = kEUR 50. A variação do valor justo do derivativo no mês de julho de 2008 é de kEUR20 (kEUR 50 – kEUR 30 = kEUR 20). 3. Contabilização do derivativo ao valor justo: D Derivativo – Ativo C Lucro com derivativos – Resultado

20 20

4. Contabilização do compromisso firme ao valor justo: D Despesa com variação cambial – Resultado C Compromisso firme – Passivo

20 20

A cobertura é perfeita: Variação do Derivativo/Variação do Compromisso firme = 100% (20/20 = 100%) 5. Contabilização da liquidação do derivativo: D Disponibilidades C Derivativo – Ativo

50 50

Contabilização como Cobertura de Valor Justo (“Fair Value Hedge”) 3/3 Julho de 2008: 6. Contabilização da compra da máquina com a taxa de câmbio “spot” de julho de 2008: A máquina é registrada pelo valor de compra (kUSD 1000 x 0,95 = kEUR 950) utilizando a taxa de câmbio (“spot”) do mês de julho de 2008, ou seja, 1 USD = 0,95 EUR. D Máquina – Imobilizado C Disponibilidades

950 950

7. Contabilização do ajuste do preço de compra da máquina: D Compromisso firme – Passivo C Máquina – Imobilizado

50 50

Em resumo, o resultado dos lançamentos acima apresentados é o seguinte: D Máquina – Imobilizado C Disponibilidades

900 900

Contabilização como Cobertura de Fluxo de Caixa (“Cash Flow Hedge”) 1/4 Quais seriam os lançamentos caso a entidade ALFA opte por contabilizar a operação como uma contabilização de Cobertura de Fluxo de Caixa (“Cash Flow Hedge”) conforme autorizado pela norma IAS 39.87?

Janeiro de 2008: Na data da contratação, o valor justo de derivativo é nulo. Portanto, nenhum lançamento é requerido. O derivativo pode ser reconhecido para fins de controle.

Março de 2008: Em março de 2008, o derivativo é reconhecido no balanço patrimonial ao seu valor justo com contrapartida no patrimônio líquido. Portanto, o resultado do derivativo foi diferido no patrimônio líquido em obediência ao regime de competência, não afetando o resultado. 1. Contabilização do derivativo ao valor justo no patrimônio líquido: D Derivativo – Ativo

30

C Reserva separada – Patrimônio líquido

30

Contabilização como Cobertura de Fluxo de Caixa (“Cash Flow Hedge”) 2/4 Julho de 2008: 2. Contabilização do derivativo ao valor justo no patrimônio líquido: D Derivativo – Ativo C Reserva separada – Patrimônio líquido

20 20

3. Contabilização da liquidação do derivativo: D Disponibilidades C Derivativo – Ativo

50 50

4. Contabilização da compra da máquina com a taxa de câmbio “spot” de julho de 2008: A máquina é registrada pelo valor de compra (kUSD 1000 x 0,95 = kEUR 950) utilizando a taxa de câmbio (“spot”) do mês de julho de 2008, ou seja, 1 USD = 0,95 EUR. D Máquina – Imobilizado

950

C Disponibilidades

950

Contabilização como Cobertura de Fluxo de Caixa (“Cash Flow Hedge”) 3/4 Julho de 2008: Opção 1: Ajuste do preço de compra da máquina Contabilização do ajuste do preço de compra da máquina do ativo imobilizado: O resultado do derivativo registrado na reserva de avaliações patrimoniais é reciclado em conta do ativo imobilizado na data da compra da máquina. D Reserva separada – Patrimônio líquido

C Máquina – Imobilizado

50

50

Em resumo, o resultado dos lançamentos acima apresentados é o seguinte: D Máquina – Imobilizado C Disponibilidades

900 900

Contabilização como Cobertura de Fluxo de Caixa (“Cash Flow Hedge”) 4/4 Julho de 2008: Opção 2: Reciclagem do patrimônio líquido para o resultado Contabilização do derivativo ao valor justo no patrimônio líquido: D Derivativo – Ativo 50 C Reserva separada – Patrimônio líquido 50

Contabilização da liquidação do derivativo: D Disponibilidades C Derivativo – Ativo

50 50

Contabilização da compra da máquina com a taxa de câmbio “spot” de julho de 2008: D Máquina – Imobilizado 950 C Disponibilidades 950 Em resumo, o resultado dos lançamentos apresentados é o seguinte: D Máquina – Imobilizado 950 C Disponibilidades 900 C Reserva separada – Patrimônio líquido 50 Nesse caso, o valor justo do derivativo é reciclado do patrimônio líquido para o resultado conforme a máquina vai sendo depreciada no resultado. Na redação inicial da norma IAS 39, o ajuste do valor contábil era requerido no caso de uma cobertura de fluxo de caixa.

Exemplo: Cobertura do fluxo de caixa de uma projetada

venda

• ABC está protegendo o risco de mudanças nos fluxos de caixa relacionados à venda projetada de 100.000 bushels da Commodity A que serão vendidos no final do periodo 1; o valor de custo do estoque é $1 milhão, e o valor de mercado e valor de venda nas condições atuais é de $1.1 milhão • No primeiro dia do período 1, ABC entra em um derivativo Z para vender 100.000 bushels por $1.1 milhão no final do período

• No momento da realização do hedge o derivativo está a valor de mercado (fair value é igual a zero) • Todas as características da commodity e do derivativo são idênticas

Contabilização como Cobertura de Fluxo de Caixa Venda Projetada (“Cash Flow Hedge”) 1/2 Contabilização no final do Periodo 1 D - Derivativo Z 25.000 C - OCI[1] 25.000 Representando a contabilização do ajuste a mercado do derivativo (fair value) D - Caixa C - Derivativo Z

25.000 25.000

Representando a liquidação do derivativo Z D - Caixa C – Receita de Vendas D - OCI

1.075.000 1.100.000 25.000

Contabilização da venda do estoque

Contabilização como Cobertura de Fluxo de Caixa Venda Projetada (“Cash Flow Hedge”) 2/2 D - CPV

1.000.000

C – Estoques

1.000.000

Contabilização da baixa do estoque

Contabilidade de Operações de Hedge Descontinuidade: • Critérios não satisfeitos • Efetividade fora do intervalo (80% a 125%) • Objetos de “operações orçadas” deixa de ser provável • Vencimento do instrumento de hedge • Alteração da estratégia da gerência • Reversão de todo ajuste do CFH (em OCI) para resultado

Evidenciação de Instrumentos Financeiros Evidenciação: É obrigatória a divulgação, em notas explicativas às demonstrações financeiras, de informações qualitativas e quantitativas relativas aos instrumentos financeiros derivativos, destacados, no mínimo, os seguintes aspectos: ►

política de utilização;



objetivos e estratégias de gerenciamento de riscos particularmente, a política de proteção patrimonial (hedge);



riscos associados a cada estratégia de atuação no mercado, adequação dos controles internos e parâmetros utilizados para o gerenciamento desses riscos e os resultados obtidos em relação aos objetivos propostos;



o valor justo de todos os derivativos contratados, os critérios de avaliação e mensuração, métodos e premissas significativas aplicadas na apuração do valor justo;

Evidenciação de Instrumentos Financeiros Evidenciação - continuação ►

valores registrados em contas de ativo e passivo segregados, por categoria, risco e estratégia de atuação no mercado, aqueles com o objetivo de proteção patrimonial (hedge) e aqueles com o propósito de negociação;



valores agrupados por ativo, indexador de referência, contraparte, local de negociação (bolsa ou balcão) ou de registro e faixas de vencimento, destacados os valores de referência, de custo, justo e em risco da carteira;



ganhos e perdas no período, agrupados pelas principais categorias de riscos assumidos, segregados aqueles registrados no resultado e no patrimônio líquido;



valores e efeito no resultado do período de operações que deixaram de ser qualificadas para a contabilidade de operações de proteção patrimonial (hedge), bem como aqueles montantes transferidos do patrimônio líquido em decorrência do reconhecimento contábil das perdas e dos ganhos no item objeto de hedge;

Evidenciação de Instrumentos Financeiros Evidenciação - continuação ►

principais transações e compromissos futuros objeto de proteção patrimonial (hedge)de fluxo de caixa, destacados os prazos para o impacto financeiro previsto;



valor e tipo de margens dadas em garantia;



razões pormenorizadas de eventuais mudanças na classificação dos instrumentos financeiros.

Referências •

EPSTEIN, Barry Jay; MIRZA, Abbas Ali. Wiley IFRS 2012: interpretation and application of International accounting and financial reporting standards. New Jersey: John Wiley & Sons, 2012.



ERNST & YOUNG; FUNDAÇÃO INSTITUTO DE PESQUISAS CONTABÉIS, ATUARIAIS E FINANCEIRAS. Manual de normas internacionais de contabilidade: IFRS versus normas brasileiras. 2. ed. atual. conforme pronunciamentos emitidos. São Paulo: Atlas, 2010.



IUDÍCIBUS, Sérgio de et al. Manual de contabilidade societária: aplicável a todas as sociedades . São Paulo: Atlas, 2013.



CPC 38 - http://www.cpc.org.br/mostraOrientacao.php?id=52



CPC 39 - http://www.cpc.org.br/mostraOrientacao.php?id=53



CPC 40 - http://www.cpc.org.br/mostraOrientacao.php?id=54