Arte digital Lenise Marques/SC

VOLUME 3

Homenagem Comunidade Poemas à Flor da Pele O E-Book é uma ferramenta para divulgar arte e poesia dos membros que fazem parte da Comunidade Poemas à Flor da Pele. Fizemos três edições para comemorar o aniversário da Comunidade com o objetivo de divulgar novos poetas, abrir portas àqueles que engavetam seus poemas e compartilhar o espaço com poetas e escritores, já conhecidos do grande público que, também, fazem parte da comunidade. Uma enquete realizada junto aos membros da comunidade definiu os melhores poetas do ano de 2008. Os escolhidos são grandes nomes do meio cultural de nosso país e é um privilégio incluí-los nesta terceira edição. São, segundo a Poemas à flor da Pele, os melhores poetas da atualidade:

Arte digital Selo criado por Lenise Marques/SC

1. Afonso Estebanez, poeta do Rio de Janeiro; 2. Cairo Trindade, poeta, gaúcho de Copacabana, como gosta de dizer e reverenciado em primeiro lugar na enquete; 3. Ferreira Gullar, considerado um dos maiores poetas brasileiros vivo, de São Luiz do Maranhão (não conseguimos contato); 4. Théo Drummond, poeta nascido no Rio de Janeiro.

Afonso Estebanez Stael Nascido em 30/10/1943 na região agreste do município de Cantagalo-RJ, é advogado, escritor, cronista, poeta, jornalista, crítico literário e verbete da “Enciclopédia de Literatura Brasileira” e do “Dicionário de Poetas Contemporâneos”. Cursou o ensino superior nas Faculdades de Direito e de Filosofia, Ciências e Letras da UFF em Niterói (65/70). Finalista nos 1º, 2º e 3º Torneios Nacionais da Poesia Falada patrocinado pela Secretaria de Educação e Cultura do Estado do Rio de Janeiro (68/69/70). Vencedor do Primeiro Concurso Estadual de Poesia do Advogado Fluminense (87).Tem obras publicadas em livros, jornais e revistas. Venceu, em julho de 2007, o Primeiro Concurso de Literatura do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT- Rio), nas categorias de prosa e verso. Faz parte dos movimentos de inteligência literária de Poetas Del Mundo, Alma de Poeta e é membro da Academia Brasileira de Poesia .

Rumor de brisa É o arrulho do riacho sonolento são cantigas de flauta no capim é o silêncio do cântico do vento nos ouvidos secretos do jardim. É o fruto intocável do teu beijo o sorriso de estrelas de marfim são os lábios cativos do desejo sob a carne do cárcere de mim. É o aroma silvestre da fruteira é um cheiro celeste de alecrim é teu corpo banhado na ribeira da brisa perfumada de jasmim.

Artes Plásticas Silvio Zatti/SP

Uma rosa vermelha pertencida é o canteiro vestido de carmim e são pomos da árvore da vida destes vales frutíferos de mim.

Afonso Estebanez/RJ http://amagiadaexpressaoliteraria.blogspot.com/

Cairo Trindade Cairo de Assis Trindade é poeta, editor e professor de poesia. Gaúcho de Copacabana, tem quatro livros-solo: PoetAstro, 1974; Sacanageral, 1981; e Liberatura, 1990, pela Gang Edições, e Poematemagia, 2001, pela Editora Contemporânea. Participa da agenda da Tribo e tem poemas publicados em antologias, jornais, revistas e cedês . Dá recitais por todo o país e, com Denizis, forma a Dupla do Prazer. Tem uma Oficina de Literatura há quinze anos, onde ministra cursos de Criação Literária (poesia, conto, crônica, romance, textos em geral) e durante seis anos deu aulas no Sindicato dos Professores, na Fundição Progresso e até mesmo através de uma Oficina Virtual, pela internet. Prêmio Panorama da Palavra, em 2002, Júri Popular, com o poema Enigma; Prêmio D. Quixote, em 2005, de resistência ao ordinário; Troféu Expressão Cultural, em 2007; Prêmio Poesia em Vídeo, na Fliporto, em Pernambuco, com o poema Celebração do instante, sob a direção de Luiz Prôa; e Prêmio Poeta Cara do Rio, ambos em 2008.

Celebração do instante hoje é sempre melhor do que ontem, porque hoje é hoje, esta coisa mágica, única, surpreendente, que se acaba de repente. hoje é melhor do que amanhã, porque hoje é hoje e estamos vivos e plenos de tanto, até não se sabe como e quando. hoje é sempre melhor que sempre, porque o hoje foge, amanhã é um mistério e ontem é só memória, história, já era. hoje é sempre o maior presente, porque a vida é agora, esta hora de som e luz e festa, e este instante é tudo o que nos resta.

Artes Plásticas Silvio Zatti/SP

Cairo Trindade/RJ www.cairotrindade.com.

Théo Drummond Théo de Castro Drummond - Ainda hoje exerce a profissão de publicitário na Agência3, da qual foi fundador, presidente e hoje faz parte do Conselho Consultivo. Foi jornalista, começando como repórter, depois redator e finalmente colunista de jornais e revistas das décadas 50/60. Nascido em 1927, no Rio de Janeiro, desde os 9 anos dedicava grande parte do seu tempo à leitura, principalmente de poesias. Aos 15 anos, resolveu mostrar dois sonetos ao então Presidente da Academia Carioca de Letras. Dias depois recebeu a resposta de que seus sonetos tinham qualidade e sensibilidade e que deveria prosseguir escrevendo poesias. Foi o que aconteceu e acontece até hoje. Porém foi somente em 1990 que lançou seu primeiro livro de versos com o título "Tempo de Poesia". Livros de Théo Drummond – Poesias: Tempo de Poesia (1990); Palavras de Outono (1992); Vôo de Nuvens (1993); Versos Antigos (1995); Caçador de Estrelas (1997); As Pegadas de Deus (1998); Vrindavan (1999); Dedetize sua Vida (2000); Adeus a mim (2001) 100 Sonetos (2006) e Porta do Coração (2008). Prosa Palavras de Observante (2002); Os Velhos Precisam Morrer (2003); A Formiga e Eu (2004); Alfred e sua Tara (2004); Palavras de Observante II (2006) e A Paulista que Bin Laden Matou (2006).

Doença Eu sei que o meu amor não te diz nada nem te comove o tempo que ele dura. E mesmo sendo assim ele perdura e continuas sendo a minha amada. E por tanto sofrer, já nesta altura minha vida parece condenada a uma esperança tão desesperada enquanto nem me notas, fria e dura. E ante a tua tranquila indiferença que nem te faz sofrer ou te angustia dentro de mim um sonho só perdura: Tentar que esta paixão, que é como doença, seja tão forte que te contagie, nos mate a ambos por não ter mais cura. Artes Plásticas Silvio Zatti/SP

Théo Drummond/RJ http://www.poesiacaela.blogspot.com/

Arrebatamentos Volume 3 Poetas em ordem alfabética por autor (de M a Z) Capa: Arte digital de Lenise Marques Ilustrações dos Artistas plásticos Cristiane Campos, Denise Moraes, Silvio Zatti e das artistas digitais Fátima Queiroz , Karoliny Santér, Lenise Marques e Maria Goreti Rocha(capas)

Mell Glitter - Arrastão Mírian Warttusch – O morrer gostoso da vida Moses Adam, Ferraz de Vasconcelos - Torpe paixão Neneca Barbosa - Estágios da vida Osiel Ferreira - Foi assim Oswaldo Antônio Begiato - Telha Patrícia da Fonseca - Tesão Rafael Martins Lopo - Caminho Regina Lyra - À tua procura Renato Gusmão - Enigmista Rosa Negra– rosabgontijo Seu cheiro Rosane Oliveira - Mistura íntima Rose Felliciano – Confissão Sandra Almeida – Ausência de Mim Sandra Stabile – O fim de uma decepção Sigrid Spolzino - Mundo além Sirlei L. Passolongo - O jeito que me possui Sônia Maria Grillo/ES - Nós SoninhaBB - Hoje eu queria Soninha Porto - Nossa lua Sue Lynn - Amizade e amor Sueli Fajardo - Provocação Tatiana Monteiro – Minhas cicatrizes Valquíria Cordeiro - Rosa triste... Vany Campos – Poemetos (I) Verluci Almeida - Encruzilhada Violetta - Morena andarilha Virgínia Fulber Enlace Zia Marinho - O toque de nossas mãos

Arrastão Tô pirada com a vida, perdida, sem direção. Botaram-me aqui no mundo no meio de um arrastão! Se corro, eu atropelo! Se fico, passam por cima! E a vida dando risada enquanto me azucrina! Sabe lá, se é sina minha essa rota sem destino! Vou rezar pra Deus do céu me tirar desse pepino! Pois cansei de dar carona pra desgraça em minhas costas! Vou clamar pra que a vida faça em mim suas apostas! E se sorte eu tiver vou chutar o pau da barraca! Vou tratar de ser feliz e dar muita gargalhada!

Arte digital – Fátima Queiroz/SP

Mell Glitter/SP http://mellglitter.blogspot.com/

O morrer gostoso da vida

Nos braços do poente, morre a tarde... Aves em bando morrem no horizonte; Morrem uma a uma as horas - a alma arde! Um morrer de ardores me goteja a fronte. Dias que morrem tristes, nessa ausência... Meu pensamento morre, sem sentido; Nesse morrer constante, com inocência, Morro eu por ti, e tu por mim, querido. As tuas noites vem morrer em brisas, Quando em meu seio vens morrer de amores. Mortas de ânsias, tuas mãos deslizas, Sobre meu corpo a derramar fulgores! Beijos sequiosos vem matar em mim, Toda a saudade que me mata aos poucos... E em nosso peito, os corações, enfim, Batem, morrendo aos saltos, como loucos! Toda a saudade exala neste preito, Morre a distância, louca, em teu encalço. Ternas carícias morrem em nosso leito, A paixão contida, morre num abraço.

Arte digital Karoliny Santér

Quando meu corpo fecha nesse abraço, Um gemido de amor nos lábios vem morrer... E enquanto a lua vai morrer no espaço, Vem os desejos morrer no amanhecer. Mírian Warttusch/SP http://mirianwarttusch.blogspot.com

Torpe paixão Miserável este amor, que se encerra; Das sãs promessas, finda-se esquecido; E em frio borralho, tem-se convertido, O ferrete ardente que o gado ferra. Efêmera paixão. És tu, uma perra. Louco, quem em teu seio adormecido. Pois sob a eira, repousa estendido, O ébrio que te adorou sobre esta terra. Torpe paixão, em sangue destilada. Preferível morrer, em meio às dores; À ardente chama, em neve, transformada. Ai dos sonhos que contigo eu tivera; Foram matinais neblinas. Não flores. Lindas flores ao sol da primavera.

Artes plásticas Cristiane Campos/PR

Moses Adam, Ferraz de Vasconcelos/SP [email protected]

Estágios da vida Na vida todos os estágios são importantes Cada um constrói sua verdadeira história Através das mudanças significantes Para o crescimento na grande trajetória. Na infância, juventude e maturidade Diversas e inesperadas tarefas surgem São experiências com toda vivacidade Novas esperanças no homem ressurgem. A vida terrena ainda é de sombra e luz Nossas emoções são companheiras de viagem As preciosas sementes são fonte que reluz Cada uma com utilidade na bagagem. “A porta estreita” requer esforços abundantes Para jogar fora todos os nossos conflitos E deixar crescer valores edificantes Que na nossa consciência ficarão inscritos. Arte digital Fátima Queiroz/SP

Neneca Barbosa/PB Blog: http://despertardapoesia.blogspot.com

Foi assim Foi assim como num passe de mágica que o amor cruzou o meu caminho sem me dar conta, entreguei meu coração e já não me sentia mais tão sozinho aos poucos fui me tornando um dependente desse amor que nasceu tão de repente um escravo do seu amor e do seu carinho você se tornou minha luz, meu anjinho reacendeu o meu sorriso há muito apagado devolveu-me o desejo e a minha felicidade fez de mim um ser humano novo, mudado ensinou-me o que é o verdadeiro amor encheu a minha existência de cor hoje, eu sou um homem realizado por que amo e me sinto muito amado e por tudo isso agradeço a você que chegou na minha vida de repente curando-me da dor que me fazia padecer a você, meu eterno amor, devo minha vida pra você a minha gratidão, minha querida e todo o meu amor, por todo o meu viver.

Arte digital Lenise Marques/SC

Osiel Ferreira/MT [email protected]

Telha Será que serei eu uma telha velha e vermelha Dessas que fazem o telhado leve desse rancho? Serei eu uma desgovernada e boba centelha De um Dom Quixote que se perdeu de Sancho? Serei eu uma gota de mel que se fez abelha Nas cores de um arco-íris que se fez beija-flor? Serei eu o cinza sombrio que o mar espelha, Da tempestade que procura em vão o amor? Sou, antes, o azul que diante do mar se ajoelha E com a candura entardecida, me desmancho, Depositando nele, insano, a minha imensa dor, Como um ouriço que cobiça a lã da ovelha.

Artes plásticas Cristiane Campos/PR

Oswaldo Antônio Begiato/SP http://oabegiato-poesias.blogspot.com

Tesão Seu amor me incendeia Me queima, arde, ensandece Me deixa sem rumo, sem ida nem volta Paixão que arrasa, encanta e chora Ao mesmo tempo suave, cálida e amarga Em seus braços me aconchego agora E sua boca quente vem e me devora Você, feito louco, esfomeado, meu tesão Me bate, me ama, Deixa minhas roupas atiradas pelo chão

Artes Plásticas Silvio Zatti/SP

Patrícia da Fonseca/RS [email protected]

Caminho Sou um tal que leva flores de papel desenhos e riscos tortos coloridos abro a boca de manhã com olhos caídos e venho sendo chamado de bacharel eu tomo cama, durmo em uma xícara de café saio debaixo da saia e não tenho fé eu tomo água em garrafa de vinho ando em qualquer lugar, eu caminho acho que nunca terei paz no coração uso óculos escuros pra não olhar pro chão eu sou um vampiro, não creio e rezo sozinho eu quero um pouco de mim só, eu imploro carinho por tudo isso é que eu não ando sóbrio, nem altivo tento não saber que saudade eu cultivo eu ((só)bre)vivo

Artes plásticas Denise Moraes/ES

Rafael Martins Lopo/RS www.rafaellopo.livejournal.com

À tua procura

À procura, No bater das rochas; Nas asas ao vento; Nos pássaros, Arquitetando seus ninhos. Estou à tua procura, Na imagem do espelho, No tempero gostoso, No alimento alheio, No passeio carinhoso. Estou à tua procura, Na questão do amor; No infligir do tempo, Em busca dos espaços Sem mistura de cansaços.

Artes Plásticas Silvio Zatti/SP

Regina Lyra/PB Lyra, Regina. Entre_Nós. João Pessoa: E.Universitária (UFPB), 2008

Enigmista Passo lento rumo às horas lentas no desvão da madrugada divagando entre delírios luas e manhãs passo lento rumo à vida estreita na vontade larga em espreita de esperança e solidão entre a tarde e o pôr-do-sol Artes Plásticas Silvio Zatti/SP

oh! tempo enigmista, decifra lentamente o meu destino.

Renato Gusmão/PA http://www.almadepoeta.com/renatogusmao.htm

Seu cheiro

Sempre gostei do seu cheiro! Quando aproximava Sentia que cheirava a trabalho Mas perfumado com O que lidou. Perfume que lembra namoro, despedida, chegada. Saudade, abraço corrido, beijo escondido, libido, desesperado... Cheiro que traz sonho, sopro de juventude, coração acelerado Namoro na sala da casa dos meus pais. Cheiro do homem do campo que galopa a cavalo. Percorre os lugares, apressado, sem hora. Abre porteiras, recolhe gado, sente tempo, clima, vento. Olha céu, nuvens. A terra amanhã estará seca ou molhada? Quando vem, te prendo em meus braços, Beijos demorados, mãos que acariciam... Vezes sem conta, abraça-me suado, corado, Lembra saúde homem cansado. Gosto do cheiro de banho tomado logo que escurece E em seus braços acolhe-me com beijos de saudade, Com cheiro de sândalo e cabelo molhado... Atiça a fêmea que deita ao seu lado, apaixonada. Gosto do cheiro do homem elegante Que veste terno e gravata. Dança comigo e encanta meus olhos. E eu a lembrar, que no passado, Cheirava a "Lancaster".

Artes plásticas Luiza Caetano –/Portugal

Rosa Negra –rosabgontijo/PR http://www.bn.br/site/default.htm

Mistura íntima Vejo-me, refletida no mar negro dos teus olhos E na extensão deste mar, me perco sempre a sonhar Já não sei se vocé é real Ou se é meu querer a comandar meu divagar Também tu me procuras... Também sonha tentando encontrar-me Neste mesmo desejo de amar Misturado ao verde dos meus olhos, encontro você perdido Uma mistura de novos desejos Mistura de mim e ti...de você e eu Seu olhar no meu...meu corpo no seu Seu desejo mais o meu, Meu encanto e seu espanto. Minha procura e sua entrega, Meu desejar e seu não entender... Como, de repente isso foi acontecer? Te descobri, me misturei a ti Te envolvi, te despertei E gostas de estar onde te coloquei Misturado a mim e aos meus desejos A contar os minutos, que pra nós sempre são poucos Me apaixonei!

Arte digital Lenise Marques/SC Rosane Oliveira/RJ http://recantodasletras.uol.com.br/autor/rosane oliveira

Confissão Se uma palavra pudesse Encurtar o oceano E viesse o vento Não levando os sonhos... Acenderia a chama Que aquece e invade a alma, Ouviria teus versos, Desafiando a eternidade. Amar-te-ia Com a mais pura e louca vontade Desenhar-te-ia em traços: Suaves toques de amor e arte. Ah! Se apenas uma palavra Fosse suficiente Para te ter à minha frente E meu amor confessar... Confessaria...

Artes plásticas Denise Moraes/ES

Rose Felliciano/PR http://simplesmente-unica.blogspot.com/

Ausência de Mim

Namoro a Lua, com olhar ausente, nesses momentos uma transeunte, passeando pela vida, despindo-me. Amores acariciam minha epiderme Meu mundo nu denuncia as renúncias. E uma válvula muda busca minúcias, como louca atenta para meus egos, fundindo-os!Ficam meus arroubos! Fico crua e choro, busco em mim, desbotada: Era vermelho carmim! Revoo como ave de rapina e tento, num afago, comedir esse tormento. Refreio desejos, como se viajassem, Quem sabe, para o infinito?Ou jazem? Calada angustio-me a devaneios loucos, que calados se fartam e se fingem poucos!

Artes plásticas Denise Moraes/ES

Sandra Almeida - Cacoal/RO http://recantodasletras.uol.com.br/autores/SandraAlmeida

O fim de uma decepção

Matei a tristeza em um dia sombrio Da traição de uma amizade falsa, Rasguei o véu da dor E desprezei tudo que me trazia má recordação, Cultivei os bons momentos, apaguei a ilusão. Matei a hipocrisia daquela pessoa que Se dizia minha amiga, mas, Só estava do meu lado na alegria, Livrei-me dos males que me causava... Livrei-me das dúvidas que deixava Confusa minha mente... Livrei-me daquela dor mesquinha Que o meu ser tragava, ela só Queria minha amizade por interesse... Organizei estratégias para me livrar dela Para tirá-la da minha vida e não conseguia... Mas Deus via todo mal que ela me fazia e me Livrou dela.

Arte digital Fátima Queiroz/SP

Sandra Stabile/BA http://almabrasileirapoesia.blogspot.com/

Mundo além Alguns hão de perguntar: Como expressas se não enxergas? Ah! Afirmo-lhes, a poesia vem do sentir Além mais, vem do ouvir Portanto crê Enquanto tu vês Eu, além, ouço, além sinto Palavras, linhas, versos Poesia, pressinto Pra ti não faz sentido? Ah! Eu além ouço, além sinto. Cá estou sem um dos meus sentidos Mas, sem oscilação, Mergulha, vem... Vem comigo, então! Num mundo sem luz Janelas d’alma em versos reluzem Eu, além, ouço além sinto Sensível essa harmonia, Tudo em sintonia Jamais, jamais se esqueçam Posso não enxergar Mas se ouço e sinto Se percebo, reconheço Então poetizo, vivo E na força por viver Eu hei de conseguir te entender!

Arte digital Lenise Marques/SC

Sigrid Spolzino/DF http://recantodasletras.uol.com.br/autores/sigreiki

O jeito que me possui

Sorri... E antes que eu veja... Seus braços me aconchegam Ah! Os meus olhos se fecham Tranca a porta... ... E me beija! Cala... Olhando em meus olhos As mãos tocam meu corpo Ah! Eu perco a fala... E sorrindo... ... Pede meu colo. Fala... Seus mais loucos desejos Sem pudores, sem medos... E de novo sorri... Desenhando meu corpo... Brincando com os dedos. Agarra... E me deita no solo... Faz de mim sua cama... Diz que seu corpo me implora ... Ah! O meu corpo explora!

Arte digital Fátima Queiroz/SP Chega... Com olhar atrevido Faz cara de bandido E sussurrando bobagens ... Rouba meus sentidos.

Possui... Faz cara de bandido... Assopra em meus ouvidos... Que me ama e adora! E assim, nos amamos... ... Até que a lua vá embora. Sirlei L. Passolongo/PR Direitos Reservados a Autora http://sirleipassolongopoesias.blogspot.com/

Nós Sou o mar sedento que recebe seu rio no espelho do meu corpo sua imagem se reflete como bicho no cio saciando o desejo louco cheiros e suores se misturando delírios e tremores nos arrebatando profusão de corpos se entrelaçando pura sedução amantes profanos escravos da paixão totalmente insanos...

Sílvio Zatti Artes plásticas/SP

Sônia Maria Grillo/ES [email protected]

Hoje eu queria Hoje eu queria amar gostoso assim como chupar os dedos de melado passar a língua lentamente pelos lábios para tirar todo o lambuzado Queria deixar escorrer o vinho devagarinho pelas curvas sem estancar deixar lamber cada gota calmamente e os meus pelos todinhos arrepiar Permitiria viagem pelo meu corpo paradas obrigatórias com frenesi daria pequenos espaços de calmaria voltaria para mergulhar fundo em ti Deixaria seduzir-me por inteira viajar fundo no caminho do prazer aplacar o desejo que o corpo pede fazer da paixão um grande lazer

Arte digital Fátima Queiroz/SP

SoninhaBB/RJ

http://soninhabb.blogspot.com

Nossa lua Dois loucos perdidos na noite num banco da praça ao fundo uma lua risos, sensações beijos molhados paixão cheia de graça dois poetas perdidos em poesia num véu de luar um no outro o desejo flutua

Artes plásticas Denise Moraes/ES

bocas e corpos em amassos até que o grito corte a noite o suor brilhe e a lua satisfeita apague a luz.

Soninha Porto/RS www.soninhaporto.com

Amizade e amor Mãos trêmulas Beijos ousados Vozes sussurrantes Gritos abafados Corpos ardentes Desejos mitigados Amizade sensual Amor carnal... Mãos entrelaçadas Beijos singelos Abraços tranqüilos Vozes contentes Corpos acalmados Desejos sossegados Amizade cordial Amor fraternal... Olhos nos olhos Beijos na alma Espíritos unidos Corações alinhados Corpos transcendidos Desejos sublimados Amizade incondicional Amor essencial...

Arte digital Fátima Queiroz/SP

Sue Lynn/AM http://recantodasletras.uol.com.br/autores/suelmed

Provocação

A saliva lambuza os contornos os luares os montes e precipícios dos nossos sentidos. Como um furacão, devastamos os lençóis restauramos o caos e ressurgimos boca engolindo boca corpo envolvendo corpo espasmos anunciando orgasmos eu dentro de você.

Artes plásticas Cristiane Campos/PR

Sueli Fajardo/PR email: [email protected]

Minhas cicatrizes Quando eu penso que não vou mais ver você, Olho para dentro de mim, meu coração pulsa, Infelizmente para me ganhar tive que me perder, De onde vem esse meu sentimento de repulsa? Olho para as cicatrizes externas e sinto, O meu pensamento se reduz ao mínimo de mim, A dor é grande, não, para você eu não minto, "Eu amo você com essas cicatrizes mesmo assim"... Hoje sinto-me total e completamente impotente, Como um ser humano insensível e incapaz de amar, Sou uma simples criança, um alguém inocente, Tanto me doei e para você não pude me doar... Perdoe-me por não por ter compreendido seu amor, Inconseqüente eu sou, quando vou me encontrar? Às vezes aprendemos na vida à base de dor E mais uma vez espero minha alma cicatrizar...

Arte digital Fátima Queiroz/SP

Tatiana Monteiro/RJ http://www.prosaemverso.com.br/

Rosa triste... Às vezes me sinto linda rosa, em outras apenas espinhos, rosa rara e esplendorosa, espinho que fere o ninho... Rosa de perfume leve e suave, espinho que fura a macia pele, rosa que floresce a inteira vida, espinho que sangra e causa ferida. Rosa amada e apaixonada, espinho que tira o encanto, rosa das mais diversas cores, espinho que machuca os amores. Às vezes me sinto rosa perfeita, em outras apenas mais uma... Rosa pelos amantes eleita, apenas mais uma que um túmulo qualquer enfeita...

Arte digital Lenise Marques/SC

Valquíria Cordeiro/RJ http://recantodasletras.uol.com.br/poesiasdeamor/

Poemetos ( I ) Entregarei minha voz ao vento que a espalhará pelas montanhas e o eco retumbará no tempo multiplicando razões Sou relento, sou brisa, na vertical do tempo levada pelo vento vestida de infinito. És a lágrima de minha lágrima, na lavoura da amizade plantei minha saudade na planície das idades Plantei amizades no palácio da saudade nasceu uma flor com perfume de amor.

Artes Plásticas Silvio Zatti/SP

Vany Campos www.vanycampospoesias.com/

Encruzilhada Da vida estou na encruzilhada. Fico a me perguntar: quem sou? - e vendo que o que sou é nada queria saber onde meu sonho ficou. Como encontrá-lo?... onde errei? Será que escolhi a estrada errada? De onde vim, o que sonhei, já nem sei! - De não o saber, fico sozinha e calada. Se pudesse ao menos atingir este lugar onde a gente sonha ser muito feliz enfim, na Pasárgada de Bandeira tentar chegar! E dos meus sonhos fico triste a relembrar vendo que a almejada felicidade, existe sim, - apenas não a colocamos onde deveria estar! Artes plásticas Cristiane Campos/PR

©Verluci Almeida/SP http://www.flogao.com.br/verluci/foto/016/63555608

Morena andarilha Morena andarilha cantarola Esta doce melodia Dançando nas pedras Saltitando marota pela rua Sorrindo, piscando assim Deixando tonto meu coração Deste reluzente morenar Morena andarilha Que faz de conta Que nem me nota Dando voltas na calçada Deixando tonto Morena neste chão Meu pisoteado coração Por onde perambulastes.

Artes plásticas Cristiane Campos/PR

violetta/RS http://wwwjardimazulcom.blogspot.com/ http://apontamentos.blog.terra.com.br/

Enlace Afagados por marítima brisa o tempo esvaziou-se das saudades a chispa ardente do desejo esculpiu nas rochas um destino no romper de aurora... fomos alaranjado laço no horizonte...

Artes Plásticas Luiza Caetano/Portugal virgínia fulber além mar http://recantodasletras.uol.com.br/autor/virgíniafulber

O toque de nossas mãos Levarei pra eternidade, o toque De nossas mãos, A lembrança de nosso amor O canto de nossa paixão! Mas entraremos no firmamento Anjos invejarão nosso amor, nosso Poetizar sereno em pétalas de flor Gotas de carinho molhando a relva De amor!... Esse seu olhar macio me encanta E essa lembrança far-me-á esperar Por você amor...e quando nos Encontrarmos e nossas mãos outra

Artes plásticas Sílvio Zatti/SP

Vez se tocarem, será uma chuva de flor Anjos no céu cantarão nosso amor em prosa e verso pros querubins de nosso Senhor!...

Zia Marinho/RJ http://recantodasletras.uol.com.br/autor/Zia

FICHA TÉCNICA E- Book Coletânea III – Arrebatamentos/2008/2009 Porto Alegre, RS, Brasil Copyright © Vários Autores Comunidade Poemas à Flor da Pele - Orkut Administração e coordenação - Soninha Porto/RS Biografias autorizadas pelos autores Capa: Maria Goreti Rocha/ES Diagramação e Formatação: Soninha Porto/RS Divulgação - Administração e Autores Edição Textos – Autores Formatação do e-book eletrônico – Tatiana Monteiro/RJ Ilustração - Cristiane Campos, Fátima Queiroz, Karoliny Santér, Lenise Marques, Luiza Caetano, Sílvio Zatti Revisão Geral - Basilina Pereira/DF, Bilá Bernardes/MG e Marcinha Martins/RS

DIREITOS AUTORAIS A fim de preservar os direitos autorais, bem como a divulgação dos trabalhos literários, todos os autores participantes enviaram à Administração uma autorização específica para essa finalidade, tornando-se também, responsáveis pela autoria informada. Nos termos da lei, nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma – meios eletrônicos, gravação ou arquivada em sistema de banco de dados sem a permissão expressa dos autores. Plágio é crime previsto em Lei. Direitos Autorais preservados na forma da Lei 9.610/98

Contato: [email protected]