DESENVOLVIMENTO DA CADEIA PRODUTIVA DE FLORES TROPICAIS

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XXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO A integração de cadeias produtivas com a abordagem da manufatura sustentável. Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2008

DESENVOLVIMENTO DA CADEIA PRODUTIVA DE FLORES TROPICAIS Emanuelle de Sales Oliveira (UFPE) [email protected] Renata Reis Barreto (UFPE) [email protected] Abraham Benzaquen Sicsú (UFPE) [email protected] Suziane de Alcântara Santos (UFAL) [email protected] Anderson de Barros Dantas (UFAL) [email protected]

Bruscas mudanças no ambiente sócio-econômico fizeram nações e empresas redefinirem suas estratégias de inserção e posicionamento de mercado. Portanto, o desenvolvimento de regiões periféricas depende de novas formas de planejamento produtivvo. Neste sentido, o presente artigo buscou o desenvolvimento, ou seja, criação e a descrição de uma cadeia produtiva concentrada na região nordeste de flores tropicais, a partir de informações obtidas junto aqueles que fazem parte do processo produtivo. O método utilizado, para o estudo, foi pesquisa de campo, realizando entrevistas semi-estruturadas com os principais envolvidos na articulação da cadeia, formados pelas empresas de flores e funcionários da área rural. Os resultados mostraram-se interessantes, pois se trata de entender como diversas lógicas de sustentabilidade e direcionamento são estruturadas em diferentes regiões, principalmente quando tais processos tornam-se referência para outros estados como é caso de Alagoas que atualmente possui produção em grande escala frente a outras regiões mais desenvolvidas. Portanto, devido aos diversos resultados evolutivos essa cadeia conseguiu atrair olhares de outras produções do setor que buscam aperfeiçoamento e aprendizado. Palavras-chaves: cadeia produtiva, flores tropicais, processo produtivo

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1. Introdução As forças globais têm garantido para algumas empresas a possibilidade de escolha sobre qual localidade pode lhe proporcionar maiores retornos, permitindo que as mesmas se beneficiem de melhores recursos competitivos em qualquer lugar do mundo. (Porter, 1999) As abordagens sobre aglomerados estão inseridas no cenário econômico já algum tempo, e as concentrações territoriais já tinham sua importância, apesar de se apresentar restrito. Com o tempo sua teoria foi se modificando, à medida que o contexto sobre globalização foi moldando-se ao contexto da economia moderna. Estudos que retratam contextos produtivos evidenciam mudanças significativas no âmbito empresarial, já que introduziram novas formas de produção, competividade, cooperação, capacidade de inovação dentre outros complementos que alicerçam diversos sistemas de produção. Em função disso, o presente artigo buscou o desenvolvimento no sentido de criar e descrever a cadeia produtiva de flores de uma região periférica do Nordeste. De forma a observar como as empresas formadoras dessa cadeia local se desenvolvem e se articulam através dos meios de produção, comercialização e distribuição interna e externa. A ponto de entender como essa atividade movimenta sua escala produtiva. 2. Cadeias Produtivas Quanto maior for à quantidade e qualidade de conhecimento tácito entre os articuladores do aglomerado, da cadeia produtiva ou conhecimentos tecnológicos, maior poderá ser a proatividade das sinergias no cenário produtivo. Quando o enfoque está centrado nas cadeias produtivas, pode-se dizer que, a interatividade dos agentes econômicos facilita a divisão e a reciprocidade entre as dependências dos mesmos ao longo da cadeia. O surgimento de uma cadeia deu-se pela transformação, desfragmentação vertical e pelo aprimoramento técnico e social. Segundo Lastres & Cassiolato (2005), podem ser identificadas através de análise de relacionamento interindustriais expressas em matrizes insumo-produto. Prochnik & Haguenauer (2000:1) afirma que: “Cadeia produtiva é um conjunto de etapas consecutivas pelas quais passam e vão sendo transformados e transferidos os diversos insumos. Esta definição abrangente permite incorporar diversas formas de cadeias.”. Daí, o conjunto dessas cadeias compõe a estrutura produtiva nacional, tornando-se um dos elementos do sistema regional de inovação. O autor afirma, ainda, que para acontecer à inovação é necessário haver cooperação entre os elementos constituintes da cadeia produtiva, por ser um fator de tendência predominante. Lastres & Cassiolato (2005) listam algumas características especificas de cadeia produtiva: − Refere-se a conjunto de etapas consecutivas pelas quais utilizam para transformação e deslocamento dos diversos insumos em ciclos de produção, distribuição e comercialização de bens e serviços. − Atores realizam várias etapas diferentes, dividindo o trabalho entre si do processo produtivo. − Não se limita, necessariamente, a uma mesma região ou localidade. De acordo com Severino & Eid (2007), cadeia produtiva é uma sucessão de operações de transformação dissociáveis, capazes de serem desmembradas e ligadas entre si por um

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encadeamento técnico. Como também um conjunto de relações comerciais e financeiras, que estabelecem, entre todos os estados de transformação, um fluxo de troca, situado de montante à jusante, entre fornecedores e clientes. O autor continua, caracterizando como, um conjunto de ações econômicas que presidem a valorização dos meios de produção e asseguram a articulação das operações. Definição técnica acurada sobre cadeia produtiva é, a sucessão de atividades econômicas que vão tomando forma e se estruturando e transferindo diversos insumos, incluindo matériasprimas, maquinas e equipamentos, produtos intermediários até os finais, sua distribuição e comercialização. (Lastres & Cassiolato, 2005). Uma cadeia pode estruturar-se localmente ou ser mais abrangente e compor, por exemplo, de forma espacial (mundialmente), ou localmente como uma cadeia agrícola, interligada em um sistema ou subsistemas, denominados produtivos, que fazem parte de algo denominado “negócio agrícolas” - este é definido segundo Castro (2000) como o conjunto de processamento, operações de produção, armazenamento, distribuição e comercialização de insumos. O modelo abaixo representa um padrão de cadeia agrícola com seus principais elementos e fluxos, representados pelo mercado consumidor, a rede de varejistas e atacadistas, a indústria do lead time, as propriedades agrícolas e os fornecedores de insumos.

Fonte: Castro et al., 1995, adaptação de Zylbersztajn, 1994 apud Castro 2000 Figura 1 - Modelo Geral da Cadeia Produtiva

De acordo com Prochnik & Haguenauer (2000), o campo geográfico onde se localiza a aglomeração é o ponto mais importante da cadeia produtiva, para a intensificação da atividade econômica, apesar desse crescimento decorrer da busca individual por lucros. A cadeia produtiva é a divisão do trabalho e uma comunicação interdependente dos chamados, agentes econômicos. Para os autores, existem vários tipos de cadeias produtivas, entre elas as setoriais, as concorrentes e os blocos econômicos, denominados de “complexos industriais”. Em uma cadeia produtiva, além da cooperação, geralmente há, concorrência, perspectiva de crescimento, disponibilidade de insumos e preços competitivos. Um detalhe importante a ser considerado é a pratica de gestão que infere nas oportunidades possíveis de investimento de qualquer natureza. É notado que para sobreviver, as empresas, em especial as de médio e pequeno porte, precisam fazer parte de uma cadeia que possua uma interligação entre seus elos (produção de

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matéria-prima, industrialização e comercialização). Para isso, cada vez mais se busca ações através de economias solidárias, como o melhoramento na utilização dos recursos existentes, racionalização dos processos produtivos, organização do trabalho. Valorização do conhecimento popular articulado aos saberes acadêmicos de forma a contribuir para a democracia interna, a saúde do trabalhador, a socialização de conhecimentos, de modo a implementar um processo contínuo de formação de todos os membros do empreendimento ao planejamento estratégico, à prática da técnica da atividade e à gestão coletiva e autogestionária. As especificidades empregadas nos elos da cadeia precisam ser compreendidas por todos aqueles que a formam. É salutar saber e entender quais processos tecnológicos empregados, como se articula cada elo, como as etapas se interagem, quais são os pontos de estrangulamentos que interferem na produtividade, enfim tais fatores podem ser mais relevantes atentar-se do que o produto em si, já que a finalização do mesmo depende dessas informações. Nesse sentido, é mister a especialização dos atores nas etapas do processo produtivo. O desenvolvimento da integração dos agentes da cadeia produtiva é benéfico por facilitar a otimização de investimentos e a ampliação do mercado interno e externo, bem como, um crescimento sustentado da produção. Apesar da necessidade de competição individual, havendo agregação de valor derivada da inovação tecnológica em seus produtos e processos, é de fundamental importância que o próprio setor produtivo seja o gerador de inovações tecnológicas, na esfera de cada firma ligada a cadeia, o que resultará uma tecnologia própria, local e competitiva (Nicolsky, 2001). 2.1 Cadeia Produtiva de Flores do Nordeste Inúmeras cadeias se estruturam e de desintegram em diversas partes do mundo e no Brasil vêse em muitas vezes que o crescimento de uma atividade dá-se em detrimento de outras. Por isso, é importante salientar que no decorrer dos anos 90 a estrutura produtiva do Nordeste passou por algumas mudanças, no que tange a produção agrícola em sua diminuição e/ou estagnação do setor pecuário e de culturas tradicionais como cana-de-açúcar, cacau e algodão, estando esta última emitindo sinais de recuperação a partir do final da década de 90. (Siscú & Lima, 2003) Ao longo dos anos 90, o Nordeste sofreu algumas transformações e sua estrutura produtiva. O setor sucroalcooleiro junto com outras culturas tradicionais teve retração nos últimos anos, dando lugar a novas culturas como a fruticultura irrigada e a floricultura. Entre suas cadeias mais comuns destacam-se: construção; agroindustrial; petroquímica; pecuária, abate e laticínios; têxtil, vestuário e calçados; grãos, óleos e frutas; eletroeletrônica; química; metalmecânica; papel e gráfica (Prochnik & Haguenauer, 2000). Existem outros tipos de cadeias em expansão, mas que ainda não apresentam certa estabilidade produtiva e econômica. Inúmeros são os investimentos nessa área, que apesar de lidar com a natureza, necessita de uma tecnologia específica para produtos perecíveis como é o caso de flores e seus derivados. A tecnologia incorporada à floricultura tem em seu esboço alguns paradigmas essenciais em torno da cadeia: químico, eletrônico, mecânico e biológico. Respectivamente estes modelos fazem necessário na etapa final do processo produtivo como, por exemplo, fertilizantes e defensivos agrícolas; nas áreas de veículos e maquinário agrícola; pois a perecibilidade das flores exigem um cuidado especial quanto à transportação (refrigeração nas empresas, centros atacadistas e varejistas, aeroportos e caminhões dentre outros).

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Devido ao seu elevado êxito na atuação econômica e na utilização da mão-de-obra intensiva por área cultivada, a floricultura favorece também vários minifúndios valorizando a localização da produção, auxiliando na estabilidade das populações rurais, e melhorando a renda e qualidade de vida no campo. A figura abaixo mostra os componentes que formam uma cadeia de floricultura do Nordeste, além dos componentes expostos na figura, a cadeia também é composta pelos produtores, floristas, distribuidores, paisagistas, decoradores, empresas de insumos e de serviços, pesquisadores, associações de classe, consultores, profissionais autônomos e entidades que podem auxiliar na fomentação da cadeia. Atividades relacionadas com agricultura

Comércio de máquinas e equipamentos para uso agropecuário

Comércio Matériasprimas agrícolas

Fabricação de defensivos agrícolas

Insumos Não - Locais

Insumos Locais

Cultivo de outros produtos de lavoura permanente

Cultivo

Atacadista Hortifrutigranjeiro

Hipermercados

Fabricação de tratores e equipamentos para agricultura

Cultivo de outros produtos de lavoura temporária

Atacadista especializado em outros produtos

Supermercados

Comércio sem Atividades de predominância organizações de alimentos religiosas Fonte: Adaptado do Geo SEBRAE (2007)

Infra-estrutura e outros

Representantes especializados em outros produtos

Distribuição

Vendas e empórios

Comércio de outros produtos

Atividades de funerárias e conexas

Outras atividades de espetáculos

Figura Erro!atividades Nenhum de texto com o estilo especificado foi encontrado no documento. - Cadeia Outras Produtiva de Flores no Nordeste Comercialização serviços pessoais

3. Metodologia Foi utilizado um estudo de caso, pelo qual se concentrou no elo mais forte de uma cadeia produtiva que são os produtores e seus trabalhadores.

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A área definida foi o Estado de Alagoas, mas especificamente o leste alagoano que possui formações de empresas que constitui a cadeia produtiva de flores tropicais do Estado de Alagoas composta atualmente por 4 empresas: Flora Atlântica, COMFLORA, Emília Flores Tropicais e VIFLORA, formada por 29 unidades produtivas espalhadas pelo interior do Estado. Foram elaboradas questões relacionadas ao contexto produtivo vivido pelas empresas, obedecendo à base teórica. No qual a amostra da pesquisa foi específica em se tratando, das quatro gestoras/produtoras das empresas e todos os trabalhadores rurais que em sua maioria é formada por três, composta por uma unidade de cada empresa entrevistada. A forma de coletar dados primários constituiu de uma entrevista semi-estruturada composta de questões específicas as atividades e funções dos entrevistados. 4. Resultados: Caracterização da Cadeia Produtiva: Estudo de Caso A partir das informações coletadas juntamente aos produtores, foi possível desenvolver uma cadeia característica e representativa da produção de flores tropicais de Alagoas. Lojas de fertilizantes e defensivos

Lojas de embalagens (caixa, papel e plástico)

Lojas especializadas em materiais agrícolas

Fazendas (material orgânico)

FORNECEDORES

Plantação de mudas

Colheita com e/ou sem qualidade

Controle de pragas com defensivos e/ou material orgânico

Irrigação controlada

Limpeza

Planta danificada e sem valor comercial

Reciclagem papel

Preparação para embalagem

Embalagem

PROCESSO PRODUTIVO

MERCADO EXTERNO

MERCADO INTERNO Próprios produtores

Empresa Contratada

Próprios produtores

DISTRIBUIÇÃO

Supermercados Restaurantes Armazém Próprio

Feiras locais/ regionais Clínicas

Decoradores Eventos comemorativos

COMERCIALIZAÇÃO

Boutiques Clientes Eventuais

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Figura 3 - Cadeia produtiva de flores tropicais de Alagoas

A figura 3 representa uma cadeia que gera a produtividade dessas empresas. Suas funcionalidades e atividades são basicamente as mesmas, mudando pouca coisa na maneira de fazer, mas possuem essência padrão. O esboço da mesma foi possível através das respostas das entrevistadas e da cadeia produtiva do nordeste apresentada na revisão da literatura. Essa figura tenta representar de maneira clara e objetiva como a cadeia produtiva de alagoas processa seus insumos e articula sua comercialização. Para obter resultados satisfatórios está cercada por outras empresas que prestam algum produto/serviço complementar ou demandam o produto. Essa cadeia está focada nas atividades realizadas das empresas de flores e não nas empresas externas a ela. Para melhor entendimento cada parte tem as seguintes funções: 4.1 Fornecedores São diferentes empresas, em sua maioria lojas especializadas, outrora fazendas que dispõem de insumos responsavéis por garantir a adequação da plantação. Fornecem embalagens e pacotes para o processo de transportação, defensivos para controle de pragas, outras vezes material orgânico que combate de forma natural, mudas e equipamentos agrícolas. 4.2 Processo Produtivo A maioria das produtoras tem conhecimentos práticos do processo produtivo, pois elas fiscalizam e observam cada parte de sua unidade. Ao adquirir mudas dependendo do tipo de planta, ela terá um local específico com sol ou sombra; Faz-se a irrigação com hora marcada e com tempo de termino pré-determinado; Existe o controle de pragas e tentativa de usar o mínimo possível de produtos químicos; Colhem-se as plantas de boa qualidade para venda e utiliza-se a própria planta que não serve para comercialização usando-a tanto para transformála em papel quanto adubo orgânico, além de uma série de coisas tiradas da natureza; Faz-se compostagem (mistura de folhas secas com adubo de gado); Se o local for inclinado, faz uma curva para adaptar o espaço de uma para outra, observar a quantidade de adubação necessária. A colheita tem hora propícia às flores precisam ser colhidas às 5 horas da manhã até ás 10 da manhã e a tarde até escurecer, colhe-se após seis meses ou até um ano, dependendo do tipo de flor. Algumas irrigações são feitas manualmente como é o caso da Viflora; Depois tem toda uma técnica para a pós-colheita que é a hidratação da planta após o corte. Para a limpeza, as plantas são postas em tonéis com água límpida depois são preparadas para serem postas em caixas, usa-se papéis para envolvê-las conservando-a para não a danificá-las durante o transporte. A Viflora ainda não trabalha com a parte de empacotar as flores. 4.3 Distribuição A forma de transporte utilizado pela empresa Flora Atlântica é avião e caminhão baú específico para flores, que é alugado um espaço no mesmo, pois transporta flores de São Paulo para Alagoas e volta carregado de flores da empresa. Cada empresa transporta da maneira que dispõe de recursos. Como Alagoas não tem vôos internacionais direto, é necessário que as empresas enviem seus produtos através de empresa contratada que auxiliam os serviços de exportação (AVIEX) e é uma empresa que compra flores para exportar para outros países de avião, ou para outras localidades como Recife, Salvador ou São Paulo para

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que sejam transportados nos vôos de lá. A AVIEX faz tanto exportação de flores tropicais como de flores temperadas ficando de inteira responsabilidade deles. 4.4 Comercialização Deve se levar em consideração o mês, pois eventos como formaturas não possuem meses fixos, as ocasiões que dizem a cor mais apropriada para tal evento comemorativo. Mas se a venda for para supermercados, decoradores e boutiques pode-se dizer que esses clientes são assíduos, oscilando apenas a quantidade demandada. No caso de armazém próprio chamado de packhouse, algumas empresas dispõem de um local onde expõem seus produtos à espera de clientes eventuais, como donas de casa, por exemplo. Os produtos oferecidos variam, pois nem todas as empresas fazem buquês, mas dispõem geralmente de flores e folhagens. 5. Conclusões O objetivo desse artigo foi à elaboração e a descrição da cadeia produtiva de flores tropicais do Estado Alagoano, que teve seu foco nas empresas produtoras da região. Isso foi possível através das informações obtidas por aqueles que trabalham em prol da cadeia, que são os produtores e trabalhadores rurais. Apresentando-se com ela se estrutura e desenvolve sua teia produtiva que vem gerando lucratividade e retornos surpreendentes para a economia do Estado como também reconhecimento nacional e internacional. Todas as empresas trabalham sua cadeia basicamente de forma padrão, possuem inovações diferenciadas e personalizadas para a localidade produtiva. Cada empresa é composta por várias unidades, cada uma trabalhando em prol da empresa que sua unidade participa. Isso pode ser um entrave que, impede a propagação de cooperação e maior poder de barganha. Ressalva-se o parágrafo anterior porque, é de tamanha grandeza a qualidade percebida por clientes não-locais, mais que os clientes locais, e a valorização dada aos produtos dessas empresas, em outros estados e países. Por isso que, empecilhos que dependem da compreensão de alguns, poderiam ser evitados, já os fatores incontroláveis, a solução é criar mecanismos que minimizem as perturbações freqüentes, pois recorrer aos órgãos competentes tem sido difícil, pelos mesmos dependerem de órgãos maiores. Resultados como esses se mostram interessantes para se fazer entender, como diversas lógicas de sustentabilidade e direcionamento são estruturadas em diferentes regiões, principalmente quando tais processos tornam-se referência para outros estados como é caso de Alagoas, que atrai olhares de outras produções do setor que buscam aperfeiçoamento e aprendizado. 6. Referências Bibliográficas BRASIL. Serviço Brasileiro de Apoio às Micro . Acesso em: 10/02/2007

e

Pequenas

Empresas,

Disponível

em:

CASTRO, A. M. G. de. Análise da competitividade de cadeias produtivas. Palestra apresentada no Workshop Cadeias Produtivas e Extensão Rural na Amazônia, promovido pela SUFRAMA. Manaus, 2000. NICOLSKY, R. Inovação tecnológica industrial e desenvolvimento sustentado. Revista Parcerias Estratégicas, Brasília, nº. 13, dez. 2001. LASTRES, H. M. M. & CASSIOLATO, J. E. Glossário de arranjos e sistemas produtivos locais – GASPIL. UFRJ, 2005. PORTER, M. E. Competição: Estratégias Competitivas Essenciais. 3. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1999. PROCHNIK V. & HAGUENAUER, L. Identificação de Cadeias Produtivas e Oportunidades de Investimentos no Nordeste do Brasil. 1 ed. Fortaleza: Banco do Nordeste, 2000.

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SEVERINO, M. R. & EID, F. Integração de cadeias produtivas em empreendimentos de economia solidária: uma adaptação do conceito da empresa capitalista. XXVII Encontro Nacional de Engenharia da Produção. Foz do Iguaçu, PR, 2007. SICSÚ, A. B. & LIMA, J. P. R. Cadeias Produtivas, Cadeias do Conhecimento e Demandas Tecnológicas no Nordeste: Análise de Potencialidades e de Estrangulamentos. Análise Econômica, Porto Alegre, v. 21, n. 39, p. 211-243, 2003.

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