E XC L U S I V A M E N T E P A R A USO INSTITUCIONAL
ESTRATÉGIAS RIO BRAVO
A FESTA DA DEMOCRACIA AGOSTO 2014
A economia chega enfraquecida às eleições,
em relação ao trimestre anterior e levou a uma
oficialmente iniciadas com o horário eleitoral
sequência de dois trimestres seguidos de queda
gratuito em 19 de agosto. Os sinais vitais não são
no PIB, o limiar técnico da recessão. A principal
bons em uma ampla gama de indicadores. O
contribuição para esse resultado foi a queda
IBC-BR, o mais importante de todos os indicado-
superior a 5% dos investimentos. A taxa de
res antecedentes (os que antecipam o futuro
investimento ficou abaixo de 18%. A expectativa
próximo), caiu 1,5% no mês de julho e 2,15% na
de crescimento do PIB para 2014, tal como
variação anual. O resultado do PIB para o segun-
refletida no Boletim Focus, é de 0,52% na leitura
do trimestre – ou seja, o desempenho para o
de 29 de agosto, mas deve ficar sujeita ao que se
passado recém terminado – foi negativo em 0,6%
passa com os indicadores antecedentes.
E ST R AT É G IA S R IO BR AVO
A FESTA DA DEMOCRACIA O enfraquecimento na atividade econômi-
ca revelado pelo IBC-BR encontra respaldo nos números para a produção industrial em junho, que recuou 6% na comparação anual, um pouco melhor do que o esperado, mas, ainda assim, uma grande queda. Relativamente a 2008, o crescimento acumulado da produção industrial é negativo em 7,3% (se comparar junho deste ano com junho de 2008), um número que deixa evidente o fracasso de diferentes estratégias de política industrial e de incentivos com o intuito de apoiar o setor. O comportamento do varejo durante o período 2008-2014 – no qual se verifica um crescimento acumulado de 43,3% (varejo restrito) e 32% (varejo ampliado) – serve como evidência de que não houve problemas pelo lado da demanda. Os números mais recentes revelam arrefecimento: em junho, a variação anual foi de apenas 0,8%, com queda expressiva para o varejo ampliado: - 6,1%. O espaço entre o crescimento do varejo e o da indústria foi preenchido pela importação e por variação de estoques (variável que enseja muitas dúvidas), a despeito de um sensível aumento do protecionismo nesses últimos anos. A parte mais sensível e intrigante do debate
sobre os indicadores de atividade é o comportamento do mercado de trabalho. Em razão da greve, já faz três meses que não há informações consolidadas do IBGE. Os dados parciais de julho, que excluem Porto Alegre e Salvador, indicaram pequeno aumento do desemprego naquele mês. O número para criação de vagas, segundo o CAGED, para julho, também foi bastante fraco. A criação de 11.796 vagas foi acima do esperado, mas, com o ajuste sazonal, fica negativo, e o acumulado de 12 meses, de 540 mil vagas, é o mais baixo desde a crise de 2008 – e em níveis parecidos com o começo da década passada.
O pano de fundo do enfraquecimento geral dos indicadores de atividade é a queda de confiança, que captura uma atmosfera de incerteza que vem se firmando já de alguns anos. O pano de fundo do enfraquecimento geral dos indicadores de atividade é a queda de confiança, que captura uma atmosfera de incerteza que vem se firmando já de alguns anos. Na verdade, a deterioração tem sido constante desde a recuperação dos impactos
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A FESTA DA DEMOCRACIA
da crise internacional de 2008, a partir da qual se estabeleceu com mais clareza a chamada “Nova Matriz Macroeconômica”. Em relação a 2010, os níveis dos indicadores de confiança para indústria e consumo caíram, respectivamente, 15,9% e 6,7%.
Notícias mais animadores vêm dos índices de inflação, que parecem finalmente responder à política monetária e ao enfraquecimento do nível de atividade No terreno da política monetária, a novidade foi a liberação de compulsórios da qual pouco se espera no sentido de recuperar o impulso na concessão do crédito. No terreno da política fiscal, prosseguem as más notícias, com destaque para a de que o Tesouro deixou de repassar recursos à Caixa Econômica Federal para atender compromissos associados às políticas de governo, de tal sorte que a Caixa pôs-se a financiar tais deficiências. Existe vedação constitucional a que o Banco Central financie direta ou indiretamente o Tesouro, o que, todavia, não alcança a Caixa. Entretanto, trata-se de conduta a ser evitada, e cuja ocorrência nesse momento estaria a indicar dificuldades de caixa por parte do Tesouro.
No cenário externo, as commodities continuam bastante comportadas, principalmente as agrícolas, com excelentes perspectivas de safra nos EUA. Também comportada está a curva de juros americana – a percepção de que a taxa de juros de equilíbrio é menor hoje do que no passado, e da evolução irregular da atividade americana, tem deixado as taxas, principalmente as longas, em patamares baixos. Notícias mais animadores vêm dos índices de inflação, que parecem finalmente responder à política monetária e ao enfraquecimento do nível de atividade. A variação do IPCA para julho, 0,01% no mês, foi muito abaixo da expectativa de 0,10%, mais ainda compondo um acumulado de 12 meses de exatos 6,5%, o limite de tolerância para o regime de metas. A tendência se conforma na leitura do IPCA15 referente a agosto: variação de 0,14% e 6,49 % em 12 meses. O conjunto desses indicadores parece sinalizar o fim de um ciclo, ou o esgotamento das opções de política econômica adotadas em resposta à crise de 2008 sempre descritas pelo termo “Nova Matriz Econômica”. Desde que essa sensação se estabeleceu, e já faz tempo, a Presidente Dilma Rousseff tem sido instada a se pronunciar sobre o curso da
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política econômica caso seja reeleita. A recusa em fornecer qualquer indicação cria dúvidas nos agentes sobre se haverá um retorno ao “tripé”, ou uma aposta redobrada nas atuais políticas. No campo da oposição, inclusive compreendendo a candidata Marina Silva, as manifestações têm sido muito claras no sentido da urgência em se restituir consistência às políticas macroeconômicas do País.
A economia chega fatigada a esse momento tão importante para o futuro do País, mas os mercados parecem mostrar que a esperança em um futuro melhor só fez crescer Diante dessas opções, os mercados têm feito suas escolhas, reagindo conforme se modificam as probabilidades reveladas pelas pesquisas eleitorais. No mês de agosto, o Ibovespa subiu 9,8% com destaque para a recuperação
da Petrobras, 22,3%, e Eletrobrás, 13,4%. Os juros com vencimento em Janeiro 2017 fecharam 26 pontos, e os mais longos, com vencimento em Janeiro 2023, 77 pontos, tornando ambígua a leitura do mercado quanto à evolução da política monetária num cenário de vitória da oposição. A percepção generalizada parece ser a de que a melhoria na situação fiscal retiraria a necessidade de maiores esforços por parte da política monetária. O mercado reage bem ao início da campanha eleitoral, o que é natural tendo em vista que a festa da democracia traz para o noticiário uma variedade enorme de “grandes narrativas”, invariavelmente tratando dos potenciais inexplorados, de novas possibilidades e de ambições que contagiam a nação. A economia chega fatigada a esse momento tão importante para o futuro do País, mas os mercados parecem mostrar que a esperança em um futuro melhor só fez crescer. A festa da democracia é, sobretudo, a sempre aberta possibilidade de alternância no poder.
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C
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Crédito
Na sequência de mais um mini-pacote de medidas “macroprudenciais”, também em agosto o Banco Central (BC) anunciou novas ações visando fomentar a oferta de crédito, liberando compulsórios e alterando os fatores de ponderação de risco de operações, agora com maior foco no mercado de veículos e crédito consignado. Nada, entretanto, capaz de fazer-nos crer que o crédito volte a acelerar significativamente em 2014, num ambiente de clara restrição na demanda.
Comprometimento da renda das famílias com serviço da dívida com SFN (%) 24
Demanda por Crédito do Consumidor (%YoY - Média móvel 12m)
22 20 18 16 14
Com ajuste sazonal
Financeiro
Não Financeiro
Fonte: Boa Vista Serviços
De acordo com o Indicador de Demanda do Consumidor por Crédito¹, da Boa Vista Serviços, a procura por crédito pelo consumidor apresenta forte desaceleração ao longo de
set/13
jan/13
mai/12
jan/11
set/11
mai/10
set/09
jan/09
mai/08
jan/07
set/07
set/05
mai/06
jun/14
abr/14
fev/14
dez/13
out/13
ago/13
jun/13
abr/13
fev/13
dez/12
out/12
ago/12
jan/05
12
jun/12
14% 12% 10% 8% 6% 4% 2% 0% -2% -4%
2013 e inflexão a partir de 2014. Tal comportamento deriva da desconfiança quanto ao desempenho da economia – e risco de desemprego – juntamente ao receio pelo aumento de preços, diminuição da renda real e esgotamento da capacidade de endividamento (comprometimento de renda ), o que leva à redução da demanda por empréstimos pelos consumidores.
Fonte: Banco Central
Juntamente à cautela das familias, um efeito mais prático e desincentivador ao crédito tem sido o alto custo das operações (o que também tem ocorrido com crédito a empresas). Em julho, o juro médio total do sistema financeiro brasileiro chegou a 21,4% ao
¹ O Indicador de Demanda do Consumidor por Crédito é elaborado a partir da quantidade de consultas de CPF à base de dados da Boa Vista SCPC por empresas. Os dados são classificados como oriundos de empresas do setor financeiro e não financeiro, e são corrigidos pelos devidos tratamentos estatísticos. As séries têm como ano base a média de 2011 = 100 e passam por ajuste sazonal para avaliação da variação mensal. ² O Indicador de Comprometimento de renda, medido pelo Banco Central, é a relação entre o valor correspondente aos pagamentos esperados para o serviço da dívida com o Sistema Financeiro Nacional e a renda mensal das famílias, ajustado sazonalmente. ESTRATÉGIAS
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CRÉDITO
ano, uma alta de 0,3% em relação a junho deste ano e um aumento de 2,3% em relação a julho de 2013. Considerando somente as operações com recursos livres para pessoa física, a taxa média foi a 43,2% ao ano, a mais elevada desde 2009. Taxa de Juros Média do Sistema financeiro (% a.a.) 25 20 15 10 5
Captação
jun/14
abr/14
fev/14
dez/13
out/13
ago/13
jun/13
abr/13
fev/13
dez/12
0
Spread
Fonte: Banco Central
Ao se decompor a taxa média do sistema em custo de captação e spread, nota-se que a alta no custo do empréstimo para o tomador decorre do aumento do último componente. Em julho, o spread para pessoas físicas atingiu 19,4%, o mais elevado desde 2012. Para as empresas, o spread foi de 8,1%, contra os 7,7% em junho/14.
Esse patamar ilustra a cautela dos bancos na concessão de créditos. Embora a taxa de inadimplência média do sistema financeiro tenha se mantido entre 3% e 3,1% desde novembro do ano passado, o spread em alta indica a expectativa dos agentes de que um cenário econômico adverso pressione a inadimplência adiante. Ainda que não sejam capazes de estimular a demanda por crédito em curto prazo, algumas das medidas ora implementadas pelo BC podem representar evolução efetiva, se funcionarem na prática. Dentre elas, podemos citar a proposta de mudança na legislação para retomada mais rápida de bens financiados com alienação fiduciária e inadimplentes (tais como veículos), a concentração de todas as certidões necessárias para a aquisição de imóveis em um mesmo cartório, o repasse da parcela ao banco simultaneamente ao depósito do salário do tomador de crédito consignado e a simplificação da cobrança de créditos em atraso com a dispensa da cobrança judicial (para fins de geração de créditos tributários e para determinados valores). Tais medidas aumentam a segurança jurídica das operações, facilitando a recuperação de garantias e desburocratizando o processo de
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CRÉDITO
concessão, o que tende a melhorar as expectativas e a confiança das instituições financeiras. Assim, haveria espaço para uma redução do
spread e juros cobrados aos tomadores finais, o que pode colaborar com a retomada da demanda de crédito. No médio prazo, que seja.
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RV
Renda Variável
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Em agosto, o Rio Bravo Fundamental FIA teve uma performance de 5,9%. Desde seu início, em setembro de 2004, o fundo acumula uma rentabilidade de 503,4%, ou 247,9% do benchmark, IGP-M + 6%. O Rio Bravo Fundamental Institucional FIA teve uma performance de 5,9%. Desde seu início, em abril de 2010, o fundo acumula uma rentabilidade de 24,2%, contra -13,8% do benchmark, Ibovespa.
GERDAU Nosso investimento em Gerdau completou 3,5 anos, mas, infelizmente, ainda não nos trouxe o retorno esperado. Ao final de 2010, imaginávamos que (i) o crescimento da produção de aço na China arrefeceria (talvez até começasse a decrescer) – e, portanto, a sobre-oferta do produto no mundo diminuiria; (ii) que a recuperação econômica norte-americana a partir de 2011 seria rápida e intensa – e, com isso, traria os níveis de consumo de aço para as médias históricas; e (iii) que a necessidade premente do Brasil por melhorias em infraestrutura demandaria quantidades importantes de todo tipo de aço longo. O investimento que encontramos, naquele momento, para manifestar essas convicções foi Gerdau – empresa que, segundo nossa análise, era das mais bem geridas do setor e desfrutava de posição competitiva superior à de seus concorrentes.
De lá pra cá, constatamos algumas falhas em nosso diagnóstico. Com relação ao primeiro ponto, o crescimento da produção de aço na China não só não arrefeceu como avançou fortemente entre 2011 e o presente momento, de 700 milhões de toneladas por ano para 830 Mtpa (+19%), ou metade da produção mundial. O problema para nós – e para o resto do mundo siderúrgico – é que o consumo interno de aço na China não cresceu na mesma proporção e, com isso, as exportações vêm aumentando consistentemente, em especial em 2014. Espera-se que neste ano a China exporte algo como 90 milhões de toneladas, o equivalente à produção anual dos Estados Unidos. Naturalmente, todo esse aço exportado de lá (e também, em menor grau, da Turquia e do México) tem pressionado para baixo os preços internacionais, prejudicando a rentabilidade das usinas do mundo todo, inclusive as da
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RENDA VARIÁVEL
Gerdau. Sobre o segundo ponto, de fato, a recuperação econômica norte-americana aconteceu, mas não na rapidez e intensidade que imaginávamos. Além disso, à medida que a demanda por aço nos EUA se recuperava, aumentava também a importação do material – vindo principalmente de Turquia, México e China. Quanto ao terceiro ponto, é do conhecimento da maioria que os investimentos em melhoria da infraestrutura do Brasil ficaram muito aquém do necessário. Dito isso, então, por que mantemos o investimentos em Gerdau? Primeiro, porque acreditamos que, no médio prazo, os níveis atuais de produção de aço na China se provarão insustentáveis, seja pela falta de crédito às usinas insolventes, seja por restrições
ambientais – os fechamentos de capacidade já estão acontecendo. Segundo, porque a recuperação econômica norte-americana segue firme, demandante de aço e, neste momento, o Departamento de Comércio dos EUA analisa um processo de antidumping contra o aço importado especialmente do México e da Turquia, com vistas a proteger a rentabilidade das usinas locais. E, terceiro, porque acreditamos que no Brasil dos próximos 4-5 anos o investimento em infraestrutura será inexorável, sob risco de a economia do País parar – ou retroceder – caso isso não ocorra. Por fim, vale lembrar que essa é uma posição que se beneficiaria amplamente de uma depreciação do real, algo desejável na composição de nosso portfólio.
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II
Investimentos Imobiliários
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OS VÁRIOS SEGMENTOS QUE COMPÕEM O IFIX Em agosto, foi publicado no jornal “Valor Ecônomico” uma análise feita pela área de Investimentos Imobiliários da Rio Bravo a respeito da segmentação do IFIX. O IFIX é o índice criado pela BMF&Bovespa que tem como objetivo medir a rentabilidade (variação das cotas mais dividendos distribuídos) de uma determinada carteira de fundos imobiliários listados. A escolha dos fundos é feita em função da liquidez e frequência de negociação. Ele agrega atualmente 68 fundos dos 129 listados, ou 69% de todo valor de mercado dos fundos imobiliários na BMF&Bovespa. Dentro do IFIX, a maior parte dos fundos são aqueles de ativos reais ou imóveis com renda ou renda garantida. Temos também no IFIX fundos de “papéis” ou recebíveis imobiliários, fundos de fundos e fundos de incorporação. O IFIX iniciou a medição da rentabilidade dos fundos imobiliários em janeiro de 2011 e neste último mês de julho completou pouco mais de três anos e meio de existência. Nesse período, tivemos a euforia em 2011 e 2012, quando o IFIX valorizou 16,5% e 35,0%, respectivamente, e a preocupação em 2013
quando o mesmo índice perdeu 12,6%. No acumulado desses três anos, o IFIX cresceu 37,5%, bem acima de outros investimentos usuais do mercado, tais como poupança, ações (iBovespa) ou a renda fixa atrelada ao CDI. “Passada a régua” nesses três primeiros anos, iniciamos 2014 na expectativa de que o IFIX iria se recuperar, pois a taxa de juros apontava para uma desaceleração e com os preços das cotas dos fundos já bastante descontados, acreditava-se numa possível recuperação no segundo semestre. O que se viu foi um início de ano muito preocupante, com o IFIX caindo 10,4% nos primeiros 40 dias de 2014. A partir daí, o IFIX recuperou-se consistentemente e subiu 14,5%, até o final de julho. São seis meses seguidos de resultados positivos, e o acumulado do ano indica uma rentabilidade de + 2,5%. De maneira geral, no Brasil, o preço dos fundos continua sendo fortemente influenciado pelas variações das taxas de juros do mercado, ao contrário dos EUA, onde o resultado operacional dos fundos é a principal alavanca de rentabilidade. Mesmo assim, percebemos cada vez mais que temos dentro do IFIX várias “sub-categorias de IFIX” e com rentabilidades distintas.
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INVESTIMENTOS IMOBILIÁRIOS
Começamos nossa análise com os fundos da Rio Bravo. Atualmente, possuímos 13 fundos listados, dos quais nove possuem ativos reais e quatro são fundos de recebíveis ou de outros fundos. Desses 13 fundos, sete fazem parte do IFIX e tiveram um retorno positivo de 8,5% nos sete primeiros meses de 2014 contra 2,5% do IFIX. Voltando para o IFIX como um todo, podemos segmentá-lo dividindo seus fundos de várias maneiras: por gestor e/ou administrador; por categoria de ativo (imóveis, papéis, outros fundos); por tipo de imóvel (escritórios ou lajes corporativas, shoppings, galpões, multi-usos, etc); por estágio de desenvolvimento (imóveis prontos e locados, imóveis com rentabilidade garantida ou em desenvolvimento) etc. Na medida em que passarmos a ter cada vez mais fundos, teremos também esses e novos “clusters” ou segmentos sendo formados o que permitirá ao investidor ter mais opções dentro dos fundos imobiliários. Analisando seu desempenho em 2014, percebemos que esses vêm obtendo rentabilidades distintas entre si.
Na segmentação “por tipo de ativo”, os campeões de 2014 são, até o momento, os fundos de agências bancárias e de hospitais, com respectivamente 10,3% e 12,2% no ano. Aqui há de se destacar que os dois fundos com hospitais que fazem parte da carteira do IFIX sofreram quedas relevantes no passado por conta de renegociações contratuais, e esse retorno positivo ocorre em parte pela recuperação da cota. No caso das agências bancárias, temos fundos bem maiores, com contratos garantidos por um longo período, mais estáveis e que vêm tendo uma certa preferência do investidor. No “meio da tabela”, temos os fundos com galpões industriais/logísticos e ativos de educação, com retornos de 8,5% e 7,4%, respectivamente. Na “parte de baixo” da tabela, temos os fundos com shoppings/varejo, que obtiveram retorno no ano de 2,6%, os fundos com ativos diversificados, com retorno de 2,3% e os de lajes corporativas com ganho de 0,1% em 2014. Nesse caso dos fundos de escritórios, temos a forte influência de um outro sub-cluster: o dos fundos de “renda garantida”. O retorno dos fundos de escritórios performados (com
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INVESTIMENTOS IMOBILIÁRIOS
locatários) alcançou 0,4% em 2014 ao passo que aqueles fundos de lajes com “renda garantida” ainda sofrem com alguma desconfiança do investidor e apresentam retorno negativo de -1,4% em 2014. Continuando nossa análise com os fundos de escritórios performados, e excluindo-se desta categoria aqueles que mais perderam locatários, o retorno sobe para 3,1%.
cupação com vacância, liquidez, transparência do gestor e preferência por uma determinada classe de ativos estão possivelmente entre os itens que mais se destacam nessa análise. Num momento de economia instável, recomendamos um portfólio balanceado, além de uma leitura profunda dos relatórios mensais e documentos disponíveis, antes do investimento.
Além desses segmentos, ainda temos no IFIX oito fundos de papéis com rentabilidade positiva em 2014 de 5,5% e três fundos de fundos (“FOFs”) e que até o final de julho apresentavam desempenho negativo de - 6,2% em 2014.
ÍNDICE FII
Conclusão: apesar de estarmos falando na maioria dos casos de fundos de imóveis, percebe-se que uma série de fatores acaba influenciando de maneira relevante a preferência do investidor por um ou outro fundo ou por uma determinada classe de ativos – preo-
O índice de FII elaborado pela Rio Bravo apresenta em 2014 um retorno acumulado de 3,1%. Esse retorno compreende tanto os rendimentos pagos aos cotistas quanto a variação de preço da cota. No primeiro gráfico a seguir, é possível verificar desde o início de 2005 até agosto de 2014, o comparativo do retorno total entre CDI, Ibovespa, índice FII e IFIX. No segundo gráfico, está a variação mensal do IFIX em 2014.
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INVESTIMENTOS IMOBILIÁRIOS
RETORNO TOTAL (%) 100% 80%
ÍNDICE FII CDI IBOVESPA IFIX
82,7
60% 40% 20%
39,8 27,7 18,9 18,1
46,0
40,8 43,7
36,3
32,9
15,0
27,4 12,4 3,9
11,8
9,9
23,7 11,6
9,7
16,5
1,0
0% -20%
35,0
8,0
-12,1
-18,1
-40%
19,0
7,4 6,9
-15,5
3,1
6,9
2,8
-12,6
-41,2
-60% 2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
IFIX (%) 6%
3,8
4%
2,8
2%
0,4
1,1
1,4
abril 2014
maio 2014
1,3
1,6 0,3
0% -2% -4% -6% -8%
-6,7 janeiro 2014
fevereiro 2014
março 2014
junho 2014
julho 2014
agosto 2014
ESTRATÉGIAS
acumulado 2014
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MAP
Multi-Assets & Portfolios
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Os grandes eventos que dominaram o cenário mundial em julho, mesmo ainda fortemente presentes no exterior, deram vez ao cenário político doméstico no mês de agosto. Se a vida no Brasil oferece ingredientes dramáticos das novelas latino-americanas, com as quais crescemos e mal sabemos viver sem, desta vez não poderia ser diferente.
No dia 13 de agosto, às vésperas do início da campanha eleitoral na televisão, morreu em acidente aéreo Eduardo Campos, terceiro colocado nas intenções de votos para presidente. Assumindo em seu lugar, a forte figura de Marina Silva, até então candidata à vice na mesma chapa, tomou o País de surpresa. Em um primeiro momento, os mercados reagiram positivamente por conta das combinações de votos que diminuíam as chances de vitória da atual presidente no primeiro turno. No entanto, as pesquisas começaram a mostrar a nova candidata com força muito além do que era esperado. O apoio de importantes nomes dá credibilidade ao seu programa econômico de governo, mas Marina ainda precisa provar que tem mobilidade política uma vez eleita ou mesmo comprovar vontade e atitude para entregar resultados, revertendo o que os mercados já passavam a precificar durante o mês com a reversão dos preços de ativos por conta da
deterioração dos fundamentos pelo qual o país atravessa. O câmbio, sobrevalorizado na opinião dos candidatos de oposição, reverteu a correção que viu o real chegar próximo a R$2,30 para fechar o mês abaixo de R$2,24, uma valorização de 1,23% pelo PTAX. O Índice Ibovespa disparou, liderado pelas ações da Petrobras, e entregou rentabilidade de 9,78% no mês, enquanto o CDI, como esperado, acrescentou seu 0,86% no mesmo período. Como mencionado, continuamos vivendo em um País de baixíssimo crescimento, 0,70% projetado para 2014 de acordo com diversas instituições, economia real decadente e inflação ‘oficial’ sob controle. Em mais um mês difícil de navegar, porém, o Rio Bravo Multiestratégia bateu o CDI com valorização de 1,22%. O fundo Rio Bravo Mercados Emergentes, diretamente afetado pela variação cambial, continuou apresentando boa performance por conta da gestão de sua carteira no exterior, e compensou a
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MULTIASSETS & PORTFÓLIOS
valorização da moeda com alta de 0,53% em dólares (-0,70% em reais). Já o Rio Bravo Juros, também em contínuo movimento de performance positiva, rendeu aos seus investidores 1,88% no período, ou 204% do CDI, enquanto o Valor Institucional, mesmo com estratégia de longo prazo de valor e governança nos fundos que compõem sua carteira,
apresentou belo retorno de 7,82%. É importante que os investidores não se deixem levar por especulações, e entendam melhor o rumo não somente de uma nova campanha que agora começa, mas, também, como seria um governo Marina Silva, que até o começo do mês passado era algo impensável.
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PERFORMANCE (%)
Rio Bravo Juros FIC FIRF Crédito Privado
Rio Bravo Fundamental FIA
Rio Bravo Fundamental Institucional FIA
Rio Bravo Fundamental SMC FIA
Rio Bravo Emergentes FIM CP
Rio Bravo Multi Estratégia FIC FIM
Rio Bravo Valor Institucional FIC FIA
CDI
Ibovespa
IGP-M + 6%
SMLL
IMA - B
Dólar
Índices
Rio Bravo Crédito Privado Inflação FLIP
MultiAssets
Rio Bravo Liquidez DI FI Referenciado
Renda Variável
Rio Bravo Crédito Privado FIRF
Crédito
agosto-14
0,96
0,82
1,93
1,88
5,91
5,91
4,89
-0,70
1,22
7,82
0,86
9,78
0,21
7,57
4,82
-1,23
julho-14
0,98
0,90
1,37
0,99
1,61
1,59
0,04
1,71
0,98
-0,85
0,94
5,01
-0,09
-3,38
1,13
2,95
junho-14
0,83
0,78
0,95
0,74
1,76
1,88
1,52
-0,90
1,05
3,43
0,82
3,76
-0,25
2,75
0,06
-1,63
maio-14
0,98
0,82
2,20
2,00
-0,20
0,01
0,42
2,73
1,00
2,67
0,86
-0,75
0,40
1,06
4,27
0,13
abril-14
0,90
0,78
1,27
1,34
3,27
2,98
2,42
-0,73
0,80
1,79
0,81
2,40
1,30
-0,97
2,42
-1,19
março-14
0,76
0,73
0,28
0,68
2,70
2,66
1,66
-1,95
0,36
3,25
0,76
7,05
2,04
4,30
0,71
-3,02
fevereiro-14
0,92
0,75
2,24
2,00
-3,21
-2,95
-1,29
-0,35
0,41
-0,26
0,78
-1,14
0,85
-1,00
4,44
-3,83
janeiro-14
0,74
0,80
-0,16
-0,47
-7,41
-6,75
-5,03
N/A
-0,67
-8,82
0,84
-7,51
1,00
-8,48
-2,55
3,57
dezembro-13
0,79
0,75
0,87
0,97
-2,19
-1,79
-1,66
N/A
0,72
-1,65
0,78
-1,86
1,07
-1,73
1,31
0,76
novembro-13
0,59
0,68
-0,84
-2,30
-1,52
-1,05
0,89
N/A
0,71
-0,14
0,71
-3,27
0,78
-0,97
-3,59
5,55
outubro-13
0,80
0,76
0,42
0,85
5,06
4,35
2,34
N/A
0,85
2,13
0,80
3,66
1,43
-1,10
0,91
-1,23
setembro-13
0,76
0,67
1,13
0,88
2,55
2,54
-3,27
N/A
0,06
2,75
0,70
4,65
1,93
5,26
0,39
-6,01
Ano
7,28
6,56
10,50
9,52
3,88
4,88
4,44
0,20
5,26
8,50
6,87
18,99
5,57
0,99
16,09
-4,40
12 meses
10,48
9,63
12,25
9,92
7,80
9,05
9,58
1,09
7,76
11,83
10,10
22,55
11,18
2,32
14,86
-5,60
24 meses
18,30
17,07
N/A
8,52
14,02
11,89
N/A
N/A
14,62
5,12
18,06
7,41
22,36
-7,23
N/A
9,94
36 meses
30,60
28,00
N/A
N/A
32,69
34,33
N/A
N/A
29,06
N/A
29,74
8,48
39,70
N/A
N/A
41,10
48 meses
46,01
41,91
N/A
N/A
24,39
N/A
N/A
N/A
41,95
N/A
44,49
-5,92
59,96
N/A
N/A
27,54
60 meses
59,81
54,02
N/A
N/A
51,13
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
57,60
8,50
81,54
N/A
N/A
18,72
Desde o início
79,85
83,97
8,14
8,52
503,37
24,18
16,81
1,09
71,94
13,76
PL médio * (R$Mil)
154.665,78 37.649,83 10.097,39 27.195,96 180.269,10 79.208,51 46.474,98 11.399,51 18.714,46
9.308,36
PL Atual (R$Mil)
159.894,20 33.432,55 11.774,58 15.279,07 90.349,57 105.384,01 74.598,98 19.188,66 18.519,11
8.437,58
Data de início
14-ago-08 27-dez-07 27-fev-13 10-jun-13
Taxa de administração (a.a)
0,45%
0,35%
Taxa de performance (a.a)
-
-
0,65%
0,10%
8-set-04 2,00%
6-abr-10 17-mai-12 11-dez-13 3-nov-08 16-abr-12 2,00%
10% 20% 20% 20% do que do que do que do que exceder exceder exceder exceder IMA-Geral IGPM+6% IBOVESPA 100% do IMA-B
1,50%
1,75%
0,20%
0,50%
20% do que exceder SMLL
10% do que exceder
10% do que exceder CDI
10% do que exceder
JPMorgan
IBOVESPA
EMBI Global
* Patrimônio líquido médio nos últimos 12 meses
ESTRATÉGIAS
AGO / 14
16
E ST R AT É G IA S R IO BR AVO RIO BRAVO INVESTIMENTOS
INVESTIDORES INSTITUCIONAIS
Mario Fleck Chief Executive Officer mario.fl
[email protected]
Scheila Lofrano Diretora 11-3509-6687
[email protected]
Gustavo Franco Estrategista-chefe
[email protected] Paulo Bilyk Chief Investment Officer
[email protected]
Rafael Alves Rodrigues, CFA Diretor Renda Variável
[email protected] Alexandre Fernandes e Souza Diretor Crédito
[email protected]
Daniel Pettine G. Santos 11-3509-6679
[email protected] Rafael Conrado 11-3509-6689
[email protected] Barbara Farhat 11-3509-6646
[email protected] Victor Gabriel Vieira Cabral 11- 3509-6639
[email protected]
PERSONAL ADVISORY
Luiz Borges de Medeiros Neto Diretor Private Equity
[email protected]
Diretor 11-3509-6622
[email protected]
Diretor Investimentos Imobiliários
[email protected]
Julio Ortiz Neto Diretor 11-3509-6618
[email protected]
Sílvio Junqueira Filho Responsável Infraestrutura
[email protected]
RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Diretor Multi-Assets & Portfólios
[email protected] Miguel Russo Neto Diretor de Oper
[email protected] Fabio Cardoso Editor de Conteúdo
Paulo Camargo Diretor 11-3509-6512
[email protected]
Rio Bravo Investimentos S.A. Av. Chedid Jafet, 222, Bloco B, 3.º andar 04551-065 São Paulo SP Brasil Tel. (55 11) 3509-6600 / 2107-6600 Fax (55 11) 3509-6699 / 2107-6699 www.riobravo.com.br
Recomendações ao investidor: As informações contidas neste material são de caráter exclusivamente informativo. Fundos de investimento não contam com garantia do administrador do fundo, do gestor da carteira, de qualquer mecanismo de seguro ou, ainda, do Fundo Garantidor de Crédito FGC. A rentabilidade divulgada não é líquida de impostos. A rentabilidade obtida no passado não representa garantia de rentabilidade futura. Ao investidor é recomendada a leitura cuidadosa do regulamento do fundo de investimento ao aplicar seus recursos. Para avaliação da performance dos fundos de investimento, é recomendável uma análise de períodos de, no mínimo, 12 (doze) meses. A Fundamental Investimentos Ltda. não se responsabiliza pela publicação acidental de informações incorretas, nem por decisões de investimentos tomadas com base neste material.
ESTRATÉGIAS
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