Trust, Trustworthiness, and Trust Propensity: A Meta-Analytic Test of Their Unique Relationships With Risk Taking and Job Performance

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Trust, Trustworthiness, and Trust Propensity: A Meta-Analytic Test of Their Unique Relationships With Risk Taking and Job Performance. Confiança, Confiabilidade e Propensão para Confiar: Teste Meta-Analítico dos Seus Relacionamentos Únicos com a Tomada de Decisão e Desempenho no Trabalho. Colquitt, Scott & LePine (2007).

Resumo: A literatura distingue confiabilidade (habilidade, benevolência e integridade da parte confiada) e propensão para confiar (disposição para confiar nos outros) da confiança (intenção de aceitar a condição de vulnerabilidade em relação à parte confiada com base nas expectativas positivas de suas ações). Embora esta distinção tenha esclarecido alguma confusão na literatura, permanece obscuro (a) que antecedentes da confiança têm as relações mais fortes com a confiança e (b) se a confiança intermedeia totalmente os efeitos da confiabilidade e da propensão para confiança nos resultados comportamentais. A metaanálise de 132 amostras resume o relacionamento entre variáveis da confiança, e tomada de risco e desempenho no trabalho (desempenho da tarefa, comportamento de cidadania, comportamento nocivo). O Modelo de Equações Estruturais deu suporte ao modelo mediador em que a confiabilidade e a propensão para confiar explicaram a variância incremental nos resultados comportamentais quando a confiança era controlada. Análises revelaram que as dimensões da confiabilidade também previram comprometimento afetivo, que tiveram relacionamentos únicos com os resultados quando controlada a confiança. Estes resultados são generalizados em diferentes tipos de medidas de confiança (ex: expectativa positiva, vontade de estar vulnerável e medidas diretas) e diferentes referenciais da confiança (ex: líderes, colegas de trabalho). Introdução A confiança se tornou um importante tópico de investigação em uma variedade de disciplinas, incluindo administração, ética, sociologia, psicologia e economia. Apesar de perspectivas multidisciplinares terem reforçado a literatura específica (Bigley & Pearce, 1998; Rousseau, Sitkin, Burt, & Camerer, 1998), também criaram confusão sobre a definição e a conceituação do construto confiança. Por exemplo, alguns estudiosos veem a confiança como uma intenção comportamental (Mayer, Davis & Schoorman, 1995; McKnight, Cummings & Chervany, 1998; Rousseau et al., 1998) ou uma ação interna, semelhante a uma escolha, um julgamento ou uma preferência (Lewis & Weigert, 1985; Riker, 1971). Outros entendem a confiança como sinônimo de confiabilidade, discutindo a confiança no contexto das características pessoais que inspiram expectativas positivas por parte de outros indivíduos (Butler & Cantrell, 1984; McKnight et al., 1998). Outros enxergam a confiança como uma faceta da personalidade que se desenvolve cedo na vida e permanece relativamente estável ao longo da vida adulta (Rotter, 1967; Webb & Worchel, 1986). Finalmente, outros tratam a confiança como um sinônimo da cooperação ou tomada de risco (Kee &Knox, 1970; Lewis & Weigert, 1985; Zand, 1972), comumente operacionalizando o construto usando escolhas cooperativas no dilema dos jogos (Deutsch, 1958, 1960). Dois autores, na década de 1990, buscaram esclarecer esta situação. Mayer et al. (1995) no seu modelo integrativo definiu a confiança como a disposição da parte que confia (trustor)

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em se manter vulnerável às ações da parte confiada (trustee), baseado nas expectativas de que a parte confiada agirá de uma maneira particular (conforme o esperado). Já Rousseau et al. (1998) definiu a confiança como um estado psicológico que compreende as intenções de aceitar uma vulnerabilidade, baseadas nas expectativas positivas das ações da parte confiada. Estas conceituações apresentam dois componentes primários: 1. A intenção de aceitar a vulnerabilidade, que está enraizada em muitas conceituações sobre confiança (Boon & Holmes, 1991; Deutsch, 1958; Govier, 1994; Zand, 1972); 2. Expectativas positivas, também presentes em conceituações anteriores sobre confianças (Barber, 1983; Boon & Holmes, 1991; Cook & Wall, 1980; Golembiewski & McConkie, 1975; Read, 1962; Roberts & O’Reilly, 1974). Adicionalmente, Mayer et al (1995) esclareceu o que não é confiança: a) Confiança não é confiabilidade. Separando confiança de confiabilidade, a partir de três características da parte confiada (habilidade, benevolência e integridade), aparecendo como antecedentes da confiança. Isto sugere que a confiabilidade é um construto multifacetado que captura a competência e a característica da parte confiada (Butler, 1991; Butler & Cantrell, 1984; Kee & Knox, 1970); b) distinção entre confiança enquanto um estado situacional e confiança enquanto uma variável da personalidade, com a propensão para confiar, esta definida como diferença individual estável que afeta a probabilidade de que uma pessoa irá confiar (Rotler, 1967; Stack, 1978). Apesar da separação entre confiança, confiabilidade e propensão para confiar, restam cinco perguntas para serem respondidas: 1. As três facetas da confiabilidade – habilidade, benevolência e integridade – têm relação significativa com a confiança, e quão fortes são essas relações? 2. A propensão para confiar permanece importante, uma vez que a confiabilidade pode ser medida, ou seu efeito na confiança desaparece quando a confiabilidade é controlada? 3. Confiabilidade e propensão para confiar são importantes apenas porque elas ajudam a inspirar confiança, significando que a confiança media totalmente seus efeitos nas consequências relevantes? 4. Como a abordagem costumava medir a confiança altera seu relacionamento com antecedentes e consequências? 5. Relacionamentos confiáveis variam se a parte confiada é um líder ou um colega de trabalho? Dirks e Ferrin (2002) meta analisaram os resultados de 93 artigos sobre antecedentes e consequências da confiança. O que eles codificaram como confiança representa na visão de Mayer et al. (1995) um amálgama da confiança, habilidade, benevolência e integridade. A revisão de Dirks e Ferrin focou na confiança nos líderes, deixando aberta a possibilidade dos antecedentes e das consequências da confiança diferirem entre líderes e colegas de trabalho. A partir das perguntas acima, foca-se em dois resultados amplos da confiança: assumir risco e desempenho no trabalho. Para Mayer et al. (1995), a distinção entre confiança e tomada de risco reflete a distinção entre a vontade de estar vulnerável e, de fato, tornar-se vulnerável. Assumir risco, portanto, mantém-se como o mais próximo resultado comportamental (ou expressão) da confiança (Mayer et al., 1995; Ross & LaCroix, 1996). Com relação ao desempenho no trabalho, acredita-se que a confiança afeta a maneira com que a parte que confia aloca os recursos quanto interage com a parte confiada (Dirks & Ferrin, 2002; Mayer & Gavin, 2005). Se a parte que confia deseja se manter vulnerável a líderes e colegas de trabalho, ela tem liberdade para dar total atenção às tarefas no trabalho, em vez de desviar energia para Resumo feito por David Bouças ([email protected]) Disponível em: http://turismoadministracaoehospitalidade.wordpress.com

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monitorar. A confiança também permite o desenvolvimento de relações de troca mais eficazes entre a parte que confia e a parte confiada (Blau, 1964), o que encoraja melhor desempenho no trabalho. Na exploração do desempenho no trabalho, abordar-se-á desempenho da tarefa, comportamento cidadão e comportamento nocivo. Antecedentes da Confiança: Confiabilidade e Propensão para Confiar Confiabilidade As definições de confiança oferecidas por Mayer et al. (1995) e Rousseau et al. (1998) incluem a expectativa que a outra parte desempenhará uma determinada ação. Um elemento que direciona essa expectativa é a confiabilidade (antecedente da confiança). Para Lewis e Weigert (1985), a confiança se baseia em um processo cognitivo que faz distinção entre pessoas e instituições que são confiáveis, não confiáveis e desconhecidas. Assim, escolhemos em quem confiaremos a respeito de que e sob quais circunstâncias, e baseamos essa escolha no que acreditamos serem “boas razões”, constituindo evidência da confiabilidade. Para Flores e Solomon (1998), “no caso ideal, uma pessoa confia na outra porque ela é confiável, e a confiabilidade de uma pessoa inspira a confiança”. Claramente, o conceito de confiabilidade é central ao entendimento e predição dos níveis de confiança. A habilidade se tornou um dos componentes mais discutidos da confiabilidade (Barber, 1983; Butler, 1991; Butler & Cantrell, 1984; Gabarro, 1978; Kee & Knox, 1970; Mayer et al., 1995). Outra base é o caráter, um construto multifacetado que assume conceitos como honestidade, equidade, abertura, intenções e motivos de cuidar, e previsibilidade. Mayer et al. (1995) separou o caráter em dois componentes: benevolência, trata da medida com que se acredita que a parte confiada quer ser boa para a parte que confia, para além de qualquer motivo de lucro, e cujos sinônimos incluem lealdade, abertura, ser cuidadoso e apoiador (Mayer et al., 1995); integridade, trata da medida com que se acredita que a parte confiada apresente princípios éticos e morais, com sinônimos como equidade, justiça, consistência e cumprimento de promessa. Apesar da relevância da habilidade, benevolência e integridade, permanece obscuro se cada um tem impacto nos níveis de confiança. Pode ser que habilidade ou caráter sejam suficientes para gerar confiança, ou que ambos sejam necessários. Há razões teóricas para se esperar que habilidade e caráter tenham, separadamente, relacionamentos com a confiança. Primeiramente, habilidade abarca o componente “poder fazer” da confiabilidade, ao descrever se a parte confiada tem as habilidades para agir de uma maneira apropriada. Por outro lado, as variáveis do caráter abarcam o componente “vai fazer” da confiabilidade, ao descrever se a parte confiada escolherá usar as habilidades para agir conforme os interesses da parte que confia. Poder ser também que a benevolência e a integridade sejam redundantes entre si. Há razões teóricas para se esperar que benevolência e integridade tenham, separadamente, relacionamentos com a confiança. Integridade representa uma razão muito racional para confiar em alguém, no sentido que equidade ou caráter moral propicia uma previsibilidade no longo prazo que ajuda indivíduos a lidarem com a incerteza (Lind, 2001). Em contraste, a benevolência pode criar um apego emocional da parte que confia, pois cuidado e apoio fomentam um afeto positivo. Os estudiosos sugeriram que fontes da confiança de base

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afetiva podem suplementar as fontes de base cognitiva como habilidade ou integridade. Em suma, este estudo proporciona um primeiro resuma meta-analítico do relacionamento entre habilidade, benevolência, integridade e confiança. Os dados meta-analíticos são usados para testar as predições seguintes: Hipóteses 1a – c: Os componentes da confiabilidade (a) habilidade, (b) benevolência e (c) integridade tem, cada um, relação significativa com a confiança. Propensão para Confiar Kee e Knox (1970) argumentaram que a confiança depende não apenas de experiências passadas, mas também de fatores disposicionais como a personalidade. Rotter (1967) foi um dos primeiros a discutir a confiança como uma forma de personalidade, definindo confiança interpessoal como uma expectativa generalizada que as palavras ou promessas dos outros possam ser confiadas. Essa forma de confiança baseada na personalidade tem sido chamada de confiança disposicional (Kramer, 1999), confiança generalizada (Stack, 1978) e propensão para confiar (Mayer et al., 1995). A propensão para confiar é provavelmente o mais relevante antecedente da confiança em contextos que envolvem atores sem familiaridade (Bigley & Pearce, 1998). Uma questão ainda não respondida é se a propensão para confiar continua a impactar a confiança quando a confiabilidade é aferida [...] a propensão para confiar cria um filtro que alterar as interpretações das ações dos outros (Govier, 1994). A propensão para confiar pode afetar a confiança mesmo na presença da confiabilidade. Usa-se, portanto, dados metaanalíticos para testar o que segue: Hipótese 2: A propensão para confiar está positivamente relacionada à confiança, controlando a habilidade, benevolência e integridade. Consequências da Confiança: Tomada de Risco e Desempenho no Trabalho Confiança é o preditor mais próximo da tomada de risco e dos resultados que se relacionam a ela (Mayer et al., 1995). Outros veem a confiança como um antecedente mais próximo de uma variedade de comportamentos relacionados ao desempenho no trabalho, incluindo desempenho da tarefa, comportamento de cidadania e comportamento nocivo. Outros preveem que a confiança media os efeitos da confiabilidade e propensão para confiar nesses resultados. Nessa perspectiva, a confiabilidade e a propensão para confiar são importantes apenas porque ajudam a inspirar confiança – elas não causam qualquer efeito único ou independente sobre a tomada de risco e o desempenho no trabalho. Apesar de que essa mediação representa um consenso nos modelos sobre confiança, essa estrutura contradiz a literatura sobre trocas sociais. Blau (1964) distinguiu dois tipos de relações de troca: (a) trocas econômicas, que são contratuais por natureza e envolvem a troca de quantidades especificadas antecipadamente; (b) trocas sociais, que envolve a troca de obrigações difusas e futuras que são vagamente especificadas e ocorrem em um horizonte de tempo mais indefinido. Consistente com a norma da reciprocidade de Gouldner (1960), as partes envolvidas nas trocas sociais entendem que o favor recebido no presente cria uma expectativa de retribuição no futuro.

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A confiança é um componente crítico da literatura sobre trocas sociais em relação a dois aspectos primários: 1. A ausência de qualquer contrato formal ou de um cronograma de uma retribuição específica (a ideia de reciprocidade de Gouldner, 1960) cria um ambiente de vulnerabilidade, pois há o risco que uma parte falhe com outra no cumprimento de obrigações (nesse pensamento, a confiança seria uma atitude que não se pauta nas obrigações de retribuir uma ajuda, conforme apresentadas nas condutas recíprocas). Como resultado, as relações de troca social não podem se desenvolver na ausência de confiança (Blau, 1964). Por este motivo, estudiosos usam, às vezes, níveis de confiança como indicadores da existência de relações de troca social (Aryee, Budhwar, & Chen, 2002; Konovsky & Pugh, 1994; Shore, Tetrick, Lynch, & Barksdale, 2006); 2. Muitas das facetas da confiabilidade podem ser vistas como ocorrências que ajudam a criar trocas sociais. Por exemplo, facetas da confiabilidade como demonstração de preocupação e apoio ou agir baseado em princípios podem ser vistos como ações que motivam a ação recíproca por parte do parceiro de troca. Portanto, sob a perspectiva da troca social, a confiabilidade inspira relações de troca social com níveis de confiança que agem como um indicador dessa relação. Outros construtos servem como indicadores de relações de troca social e servem de mediadores da confiabilidade. Meyer e Allen (1997) distinguem comprometimento afetivo (indica a existência de trocas sociais), que reflete o desejo de permanecer como membro de uma coletividade por conta de um apego emocional, e comprometimento de continuidade (indica a existência de trocas econômicas), que trata do apego baseado em investimentos econômicos e custos. Ou ainda, obrigação sentida, sentimento que um indivíduo deve a um parceiro de troca, um quantia máxima de energia e esforço (Eisenberger et al., 2001); cumprimento de contrato psicológico, grau com que uma parte percebe que seu parceiro de troca cumpriu as obrigações prometidas (Aselage & Eisenberger, 2003; Robinson & Rousseau, 1994; Turnley et al., 2003). À medida com que a confiabilidade prevê resultados por meio de mecanismos como os mencionados acima, o papel mediador da confiança será apenas parcial. Trocas sociais podem também suportar os efeitos diretos da propensão para confiar nos resultados. Rotter (1980) sugeriu que indivíduos com alta propensão para confiar podem agir de forma mais confiável. Ou seja, “partes que confiam fortemente” podem exibir uma tendência para agir de maneira mais cooperativa, sociável e moral em dados contextos e situações. Pesquisas apontam que alta propensão para confiar está associada ao aumento da honestidade, da vontade de ajudar, e menos às trapaças (Rotter, 1971, 1980; Stack, 1978; Webb & Worchel, 1986). Esses resultados sugerem que “partes que confiam fortemente” podem ser melhores em construir relacionamentos de troca social porque eles estão mais propensos a aderir à norma da reciprocidade (Gouldner, 1960) e mais compromissados com a proteção das relações de troca no longo prazo. Se isso acontecer, esses indivíduos podem ser capazes de construir redes sociais maiores que podem trazer informação e apoio necessários ao incremento de suas tomadas de decisões e desempenho (Burt, 1992). Hipótese 3a – c: Os relacionamentos entre (a) habilidade, (b) benevolência e (c) integridade, e tomada de risco e desempenho no trabalho são parcialmente mediados pela confiança. Hipótese 4: Os relacionamentos entre propensão para confiar, e tomada de risco e desempenho no trabalho são parcialmente mediados pela confiança.

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Hipótese 5a – c: Os relacionamentos entre (a) habilidade, (b) benevolência e (c) integridade, e tomada de risco e desempenho no trabalho é parcialmente mediado pelo compromisso afetivo. Hipótese 6: Os relacionamentos entre propensão para confiar, e tomada de risco e desempenho no trabalho são parcialmente mediados pelo compromisso afetivo. Moderadores dos Relacionamentos Confiáveis Apresenta-se um resumo meta-analítico da relação entre confiança, seus antecedentes (habilidade, integridade, benevolência, propensão para confiar), e suas consequências (tomada de risco, desempenho de tarefas, comportamento de cidadania, comportamento nocivo). Analisa-se, também, dois moderadores dos efeitos da confiança: a natureza da medida de confiança e a referência usada para confiar (em quem se confia). Com relação a como medir a confiança, têm-se três tipos: expectativas positivas (Cook & Wall, 1980; Luo, 2002; McAllister, 1995; Read, 1962; Roberts & O’Reilly, 1974); desejo de estar vulnerável (Jarvenpaa et al., 1998; Mayer & Davis, 1999; Mayer & Gavin, 2005); medidas diretas, questionar diretamente o quanto se confia em alguém (Ball et al., 1993; Brockner et al., 1997; Driscoll, 1978; Earley, 1986). O grau com que essas diferentes formas de medição afetam as relações com a confiança está obscuro. Quanto aos referenciais para confiar (em quem se confia), tem-se: o líder direto ou a liderança geral da organização (Davis et al., 2000; Kirkpatrick & Locke, 1996); colegas de trabalho (Luo, 2002; Tjosvold et al., 1991). Permanece um pergunta empírica “se os relacionamentos confiáveis variam quanto à parte identificável com referência a um líder ou a um colega de trabalho”. Método Busca de literatura Buscou-se identificar artigos relevantes usando o PsycINFO e a base de dados Web of Science, com a palavra-chave confiança, além de buscas no Google para alcançar artigos não publicados. Os artigos deveriam ter avaliado alguma variável relevante da confiança (seja confiabilidade, propensão para confiar ou a confiança em si) e envolver uma amostra com adultos em um ambiente de trabalho. Foram encontrados 249 artigos, mas na amostra final restaram 119 artigos, representando 132 amostras independentes. Procedimentos de codificação Toda codificação foi realizada com as díades formadas pelos estudos de três autores. Usou-se definições, sinônimos e exemplos do artigo conceitual de Mayer et al. (1995) e a medida de confiabilidade de Mayer e Davis (1999) para categorizar cada variável em habilidade, benevolência e integridade. A Tabela 1 resume esta informação. As variáveis foram codificadas como habilidade se elas capturam habilidades e competências da parte confiada. As variáveis específicas para avaliar habilidade foram “competência”, “expertise”, “conhecimento” e “talento” (Mayer & Davis, 1999). As variáveis foram codificadas como integridade se elas se referem à aderência da parte confiada a sólidos princípios éticos e morais. As variáveis específicas para avaliar integridade foram “manter promessas”, “credibilidade” e justiça processual” (Mayer & Davis, 1999). Justiça processual foi escolhida porque foca na consistência, supressão de viés e a ética na tomada de decisão, compatível

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com a discussão de integridade como ações consistentes e com forte senso de justiça de Mayer et al. (1995). As variáveis foram codificadas como benevolência se elas avaliam o grau com que a parte confiada queria fazer o bem para a parte que confia. As variáveis específicas para avaliar benevolência foram “abertura”, “lealdade”, “preocupação” e “apoio percebido” (Mayer & Davis, 1999). Apoio percebido foi escolhido porque foca no cuidado, valorização, preocupação e ajuda ao indivíduo principal, compatível com a discussão de benevolência como cuidado e receptividade de Mayer et al. (1995).

As variáveis foram codificadas como propensão para confiar se elas medem a tendência geral de confiar nos outros, quais sejam: confiança interpessoal (Rotter, 1967); fé nas pessoas (Rosenberg, 1956); faceta da confiança (Costa & McCrae, 1992); e propensão para confiar (Mayer & Davis, 1999). COM RELAÇÃO À CONFIANÇA, muitos estudos usaram medidas de expectativas positivas com itens como “o quão confiante você se sente que o seu superior mantém você completamente e francamente informado sobre as coisas que podem concernir a você?”. Essas medidas avaliaram expectativas positivas com relação às ações e comportamentos da parte confiada. Mas é importante notar quais são outras medidas de expectativas positivas, em vez de expectativas relacionadas às qualidades e características da parte confiada, portanto, avaliando habilidade, integridade e benevolência em acréscimo à confiança. Essas medidas foram classificadas como medidas de confiança cognitiva (Dirks & Ferrin, 2002). Outros estudos usaram medidas de desejo de estar vulnerável, a exemplo de “eu ficaria confortável dando a um gestor a tarefa ou um problema que seja crítico para mim, mesmo se eu não pudesse monitorar as suas ações”. Ou ainda, outros estudos usaram medidas diretas, a exemplo de “o quanto você confia em seus superiores?”. As variáveis foram codificadas como tomada de risco se elas se referem a uma escolha específica que gera um comportamento manifesto do desejo de estar vulnerável (Mayer et al., 1995). Variáveis específicas incluem a decisão de delegar uma tarefa importante, a escolha de compartilhar uma informação abertamente, a decisão de não monitorar, a rejeição às salvaguardas e a escolha de ceder a uma pessoa. Quanto ao desempenho no trabalho, as variáveis de desempenho das tarefas incluíram indicadores objetivos de cumprimento das tarefas no trabalho. Comportamento de cidadania Resumo feito por David Bouças ([email protected]) Disponível em: http://turismoadministracaoehospitalidade.wordpress.com

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inclui relatórios individuais e outros comportamentos dessa natureza. Comportamento nocivo inclui relatórios individuais ou de terceiros acerca de comportamentos dessa natureza (como ações disciplinares, fazer ameaças, absenteísmo). Também se codificou variáveis que indicam a existência de relações de trocas sociais para explorar mediadores não confiáveis dos efeitos da confiabilidade e da propensão para confiar. A revisão de literatura mostrou que construtos como obrigação sentida e cumprimento de contrato psicológico não foram incluídos em estudos sobre confiança com frequência suficiente, diferentemente de compromisso afetivo com boa frequência. Resultados Resumo Meta-analítico dos Antecedentes e das Consequências da Confiança Com relação aos antecedentes, habilidade, benevolência e integridade estão fortemente relacionadas aos níveis de confiança. Em contraste, propensão para confiar mostrou um relacionamento mais moderado. Quanto às consequências, confiança foi de relação moderada a forte com a tomada de risco. A confiança também teve relação moderada com todas as três dimensões de desempenho no trabalho: tarefas no trabalho, comportamento de cidadania e comportamento nocivo. Tabela 3. Os resultados sugerem que o tipo de medida de confiança tem pouca influência na magnitude dos relacionamentos confiáveis. A exceção ocorreu em medidas diretas, em que a benevolência apresentou, de alguma forma, forte relação, enquanto integridade, fraca relação. Tabela 4. Os resultados mostram como o relacionamento entre confiança, e seus antecedentes e consequências variam conforme a pessoa que serve de referência. A referência de confiança tem pequena influência na magnitude dos relacionamentos confiáveis. A exceção foi o relacionamento entre integridade e confiança, pois os líderes resultaram em correlações mais fortes que os colegas de trabalho. Teste de Hipóteses Hipóteses 1a – c preveem que habilidade, benevolência e integridade têm, separadamente, relacionamentos únicos com a confiança, controlando umas as outras. Usou-se o Modelo de Equações Estruturais para testar as hipóteses. Todos os três coeficientes foram significantes, confirmando as hipóteses, com habilidade e benevolência moderadas em importância e integridade mais fraca. Hipótese 2 previu que a propensão para confiar está positivamente relacionada à confiança, controlada pela habilidade, benevolência e integridade. Para suportar a hipótese, a propensão para confiar permaneceu um preditor significante da confiança mesmo quando formas de confiabilidade foram consideradas simultaneamente. Mas a importância das relações foi relativamente fraca. Hipóteses 3a – c preveem relacionamentos entre habilidade, benevolência e integridade, e os resultados parcialmente mediados pela confiança. Hipótese 4 fez a mesma mediação parcial da predição para a propensão para confiar [...] suporta-se a visão de que a confiança é apenas um mediador parcial dos relacionamentos entre os antecedentes e resultados da confiança. A sustentação das Hipóteses 3 e 4 podem ser vistas quando se examina os coeficientes.

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Habilidade e integridade tiveram relacionamentos significantes independentes da confiança, ilustrando que a confiança não mediou completamente seus efeitos [...] propensão para confiar e integridade também menores, únicos relacionamentos [...] propensão para confiar, benevolência e habilidade também tiveram menores, únicos relacionamentos [...] juntos, esses resultados revelam que a confiança media muito, mas não completamente, os relacionamentos entre os antecedentes da confiança e aqueles três resultados. Um padrão diferente de resultados é encontrado para comportamento de cidadania [...] habilidade e propensão para confiar apresentaram relacionamentos únicos com a cidadania, e a importância desses relacionamentos foi semelhante aos efeitos da confiança. Este resultado aponta que a confiança apenas media a fração do relacionamento entre habilidade, propensão para confiar e comportamento de cidadania. O teste de hipóteses 3 e 4 sugere que a confiança media o relacionamento entre confiança, propensão para confiar e os resultados, mas a mediação é apenas parcial, enquanto muito antecedentes possuíram relacionamentos únicos com os resultados. Hipóteses 5 e 6. Confiança não é o único construto que indica relacionamentos de troca social, uma vez que comprometimento afetivo também serve como evidência de tal relacionamento. Viu-se que habilidade, benevolência e integridade estavam, significativamente e unicamente, relacionadas ao comprometimento afetivo. Comprometimento afetivo também estava unicamente relacionado aos resultados, particularmente comportamento de cidadania e comportamento nocivo. Discussão As revisões de Mayer et al. (1995) e Rousseau et al. (1998) ajudaram a esclarecer as distinções conceituais entre confiança, confiabilidade e propensão para confiar. Mayer et al. também introduziu uma conceituação de três fatores da confiabilidade e lançou a confiança como o preditor mais próximo da tomada de risco e de outros resultados comportamentais. Um grande número de questões críticas permanece sem resposta. Essas questões centram nos efeitos da habilidade, benevolência e integridade na confiança; no papel mediador da confiança em explicar os relacionamentos entre confiabilidade, propensão para confiar e resultados comportamentais; e nos efeitos da mediação da confiança e da referência da confiança nos relacionamentos com antecedentes e consequências. A meta-análise apresentada aqui oferece um número de implicações teóricas, de medida e práticas. Implicações Teóricas Para Lewis e Weigert (1985), a confiança se baseia em “boas razões”, constituindo evidência da confiabilidade. Apesar de Mayer et al. ter definido essas boas razões em termos de habilidade, benevolência e integridade, alguns estudos fracassaram em demonstrar os efeitos significativos de todas as três dimensões quando se prevê a confiança (Jarvenpaa et al., 1998; Mayer & Gavin, 2005) e as dimensões da confiabilidade estão altamente correlacionadas. Mais que isso, algumas conceituações de confiabilidade combinam benevolência e integridade em uma única variável, sugerindo que essas duas dimensões podem ser redundantes. Nossos resultados suportam a importância de todas as três dimensões da confiabilidade, conforme todas apresentaram únicos e significantes relacionamentos com a confiança. A explicação para isso é que as dimensões da confiabilidade refletem tanto as fontes cognitivas quanto as de base afetiva da confiança. Resumo feito por David Bouças ([email protected]) Disponível em: http://turismoadministracaoehospitalidade.wordpress.com

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(Flores & Solomon, 1998; Lewicki & Bunker, 1996; Lewis & Weigert, 1985; McAllister, 1995, 1997; Rousseau et al., 1998; Shapiro et al., 1992). Por exemplo, o cálculo cognitivo das habilidades, capacidades, valores e princípios da parte confiada (na forma de habilidade e integridade) pode ser suplementado por um reconhecimento mais afetivo da preocupação mútua inerente ao relacionamento (na forma de benevolência). É claro, a confiança requer um salto para além das expectativas que a habilidade, benevolência e integridade podem inspirar (Lewis & Weigert, 1985). A propensão para confiar pode direcionar este salto, uma vez que os resultados da pesquisa mostraram que a propensão se relacionou à confiança em uma base de ordem zero e quando a confiabilidade foi considerada simultaneamente. É importante notar, também, que a propensão estava significativamente relacionada a todas as três facetas da confiabilidade. Se a propensão para confiar pode ser vista como um antecedente das percepções de confiabilidade (habilidade, benevolência e integridade), ela pode ter efeitos significantes indiretos na confiança. Adicionalmente, examinou-se os comportamentos específicos nos quais a confiança pode ser preditor. Mais que isso, testou-se a assunção de Mayer et al. (1995) de que a confiança promove a tomada de risco – uma intenção de aceitar a vulnerabilidade, de fato, resulta em uma decisão de se tornar vulnerável (ver também Kee & Knox, 1970; Ross & LaCroix, 1996). Os resultados dessa pesquisa revelaram relacionamentos moderadamente fortes entre a confiança e a tomada de risco. Mais que isso, os resultados relevaram relacionamentos moderadamente fortes entre a confiança e as três facetas do desempenho no trabalho, uma vez que indivíduos que querem confiar em outros tendem a se engajar mais para desempenhar as tarefas, desempenhar mais comportamentos de cidadania e se comprometer menos de forma nociva. De maneira conjunta, esses resultados reforçam a visão de que a confiança é um componente vital para relacionamentos de trabalho eficazes (Lind, 2001; Tyler & Lind, 1992). Os resultados também mostraram que a confiança beneficia relacionamentos tanto com líderes quanto com colegas de trabalho [...] de maneira geral, os relacionamentos entre confiança, seus antecedentes e consequências não variaram entre líderes ou colegas de trabalho. A única exceção foi o relacionamento entre integridade e confiança, que foi, significativamente, mais forte para os líderes. Pode ser que questões como justiça, consistência, cumprimento de promessas, e assim por diante, sejam mais relevantes em relacionamentos com um óbvio diferencial de poder. Por último, explorou-se a questão “confiabilidade e propensão para confiar são importantes apenas porque inspiram a confiança?”. Mayer et al. (1995) sugeriu que a confiança media completamente os relacionamentos entre confiabilidade ou propensão para confiar, e os resultados. Os resultados dessa pesquisa sugerem que a confiabilidade e a propensão para confiar podem ser importantes mesmo à parte do seu papel de fomentadores da confiança, em dois aspectos. 1. Habilidade, benevolência, integridade e propensão para confiar apresentam relacionamentos significantes e únicos com os resultados comportamentais mesmo quando a confiança foi considerada simultaneamente. Por exemplo, a integridade teve efeitos incrementais sobre a tomada de riscos, e a benevolência teve efeitos incrementais sobre comportamentos nocivos. Habilidade teve efeitos incrementais na tomada de riscos e nos comportamentos de cidadania, e a propensão para confiar teve

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efeitos incrementais no comportamento de cidadania e no comportamento nocivo; 2. Habilidade, benevolência e integridade foram preditores significativos do comprometimento afetivo e não apenas da justiça. Argumentou-se que a confiabilidade e a propensão para confiar podem ter relações independentes com os resultados, quando se controla a confiança, porque elas podem gerar uma relação de troca social (significando que existem trocas sociais na ausência de confiança). A confiança pode atuar como um indicador parcial da relação de troca social (Aryee et al., 2002; Konovsky & Pugh, 1994; Shore et al., 2006), mas outros construtos – como comprometimento afetivo – podem ter função semelhante (Mowday et al., 1982; Shore et al, 2006) (conforme exposto acima, confiança não é o único construto que indica trocas sociais, pois comprometimento afetivo também serve como evidência de tal relacionamento). Nossos resultados mostraram que o comprometimento afetivo foi um preditor significativo do comportamento de cidadania e do comportamento nocivo, quando controlado pela confiança. A partir desta perspectiva, a confiabilidade pode ter uma dupla importância – prevendo comportamentos, por meio dos mecanismos tanto da confiança como do comprometimento afetivo. Os antecedentes da confiança tiveram efeitos incrementais sobre os resultados mesmo quando os dois mediadores eram controlados. Isto aponta para a importância de considerar outros indicadores de trocas sociais como as obrigações sentidas e o cumprimento do contrato psicológico. Essa mediação da confiabilidade e propensão requer uma abordagem mais direta para operacionalizar o fenômeno das trocas sociais. Por exemplo, Shore et al. (2006) validaram uma escala que reflete múltiplas facetas dos relacionamentos de troca, incluindo a confiança dentro das relações, investimentos entre duas partes, a duração das trocas, e o foco socioemocional (em oposição ao financeiro) das trocas. Implicações de Medição Os resultados revelaram altas intercorrelações entre as dimensões habilidade, benevolência e integridade. Mayer et al. (1995) propiciou evidências conceituais para distinções entre os três fatores de confiabilidade. Mostrou-se também que relacionamentos entre confiança, e seus antecedentes e consequências não variam significativamente ao longo de medidas baseadas nas expectativas positivas ou na vontade de estar vulnerável (Mayer et al., 1995; Rousseau et al., 1998) ou de medidas diretas que, explicitamente, usam a palavra confiança. O fato da abordagem sobre medida não parecer um moderador significante sugere que pode não importar em que sentido alguém confia em outra pessoa. Mas se deve ver isso com cautela, pois: 1. Teve-se que excluir algumas medidas de confiança comumente utilizadas na nossa revisão porque elas explicitamente mediam expectativas positivas em relação à habilidade, benevolência ou integridade, em vez de ações da parte confiada; 2. Testes mais rigorosos para medir a confiança podem incluir expectativas positivas, desejo de estar vulnerável e medidas diretas em um único estudo para ver como os relacionamentos diferem uns dos outros. Limitações Pode ter havido viés nas correlações, como em qualquer meta-análise. Examinou-se apenas os efeitos principais da confiabilidade, propensão para confiar e confiança.

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Sugestões para Estudos Futuros Negligenciou-se examinar se a importância das três facetas da confiabilidade varia entre diferentes trabalhos [...] um de nossos achados trata que relacionamentos de integridadeconfiança foram significativamente mais fortes para a confiança dos líderes do que para colegas de trabalho. Parece que qualidades associadas à integridade, como cumprimento de promessas e justiça, tornam-se mais importantes nos casos em que dinâmicas de autoridade são particularmente destacadas. Lind (2001) argumentou que questões como justiça e ética são especialmente mais críticos em contextos que envolvem autoridade porque o risco de exploração é aparente. Estudos futuros podem tentar replicar efeitos de integridade enquanto identificam os mecanismos que podem explicar essas diferenças. Ou ainda, pode-se centrar em como os empregados reagem à confiança diante de múltiplas relações de autoridade. Implicações Práticas Os resultados evidenciam os benefícios práticos de fomentar a confiança no ambiente de trabalho. A relação entre confiança e desempenho no trabalho foi tão forte quanto ou mais forte que as relações com outras atitudes como satisfação no trabalho (Judge et al., 2001). A confiança também previu a tomada de risco, vital em muitos trabalhos em que os controles formais e legalísticos não protegem parceiros de troca (Hardin, 1996). A confiança também previu comportamentos nocivos, que podem se revelar bastante caros para as organizações, mesmo quando as taxas de compromisso permanecem baixas (Sackett & DeVore, 2001). Ademais, a confiança foi positivamente correlacionada ao compromisso afetivo, um preditor significativo de absenteísmo e de rotatividade no trabalho (Meyer et al., 2002). Dada a importância da confiança para os resultados organizacionais, os resultados sobre confiabilidade podem fornecer um guia para elevar a confiança nas organizações. Habilidade, benevolência e integridade fornecem três vias distintas para fomentar a confiança, uma vez que as três estão altamente correlacionadas à confiança e tiveram relações significativas e únicas com a confiança. Os resultados sobre a habilidade reforçaram a importância do recrutamento e seleção de estratégias voltadas para maximizar habilidades e estratégias de formação focadas na construção de expertise para tarefas específicas (Arthur et al., 2003; Rynes, 1991). Com relação à benevolência e à integridade, relacionamentos de colegas de trabalho poderiam se beneficiar da construção de tais conteúdos em programas de formação de times. Embora os benefícios a longo prazo de tais programas estejam abertos para debate (Salas et al., 1999), sua eficácia pode ser melhorada se eles focarem, especificamente, nos antecedentes da confiabilidade. Relacionamentos de líderes poderiam se beneficiar da incorporação da confiabilidade dirigida ao treinamento de líderes. Skarlicki e Latham (1996) demonstraram que os líderes poderiam ser treinados para agir de maneira mais justa e ética. Treinamentos voltados à melhoria das facetas da integridade poderiam ser particularmente eficazes, dada a importância da integridade em relacionamentos baseados no líder.

Referência completa Colquitt, J. A., Scott, B. A., & LePine, J. A. (2007). Trust, Trustworthiness, and Trust Propensity: A Meta-Analytic Test of Their Unique Relationships With Risk Taking and Job Performance. Journal of Applied Psychology, 92(4), 909-927.

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