Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra

Assédio sexual/moral no local de trabalho

Marta Rodrigues, Coimbra. Janeiro 2006

Trabalho realizado no âmbito da disciplina de Fontes de Informação Sociológica Docente: Paulo Peixoto

Imagem retirada http://www.bolsademulher.com/revista/6.4582.5340/assedio_sexu

al.html Página consultada a 25 de Janeiro de 2006

Trabalho realizado por: Marta Rodrigues Nº de Estudante: 20052273

Índice

1. Introdução................................................... ...............................1 2. Desenvolvimento........................................................................2 3. Etapas de Pesquisa ....................................................................10 4. Avaliação de página de Internet................................................11 5. Ficha de Leitura.........................................................................13 6. Conclusão ..................................................................................16 7. Referências Bibliográficas ........................................................17

Anexo A- Página de Internet avaliada Anexo B- Texto de suporte da ficha de leitura

Introdução O trabalho que vou realizar fala sobre o Assédio sexual/moral no local de trabalho. Este tema torna-se um pouco delicado, na medida em que na maioria dos casos, as pessoas tendem a resignar-se, pois têm medo de vir a sofrer consequências. Penso que muitas pessoas que sofrem de assédio sexual/moral no seu local de trabalho ainda não estão alertadas para o perigo em que se pode tornar este problema, pois com o desenvolver das coisas, o problema tornar-se-á cada vez mais grave, caso a vítima não faça queixa do sucedido. Uma das razões que me levou a escolher este tema foi o facto de querer conhecer um pouco melhor o próprio tema em si. E também o desejo de alertar as pessoas que sofrem de assédio sexual/moral no seu local de trabalho que, se não agirem rapidamente e mantiverem o silêncio, podem vir a sofrer muito mais quando o problema atingir o seu ponto mais alto. Qualquer pessoa tem o direito de usufruir de um bom ambiente no seu local de trabalho, podendo assim trabalhar confortavelmente sem sentir qualquer tipo de constrangimentos.

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Desenvolvimento O que é o assédio? O assédio consiste em variadas formas psíquicas e físicas de intimidação e/ou pressão sobre alguém. Existem dois tipos de assédio: - O assédio moral; - O assédio sexual. ¾ Em que consiste o assédio moral mo local de trabalho? O assédio moral no local de trabalho consiste no facto de um trabalhador ou trabalhadora estar sujeito a situações humilhantes e constrangedoras no seu local de trabalho. Este acontecimento caracteriza-se pela degradação das condições de trabalho, onde prevalecem atitudes negativas por parte dos chefes em relação aos seus empregados. A vítima de assédio moral é exposta a diversas situações desagradáveis, sendo inferiorizada, ridicularizada e culpabilizada perante os seus colegas de trabalho. Isto faz com que a vítima perca gradualmente a sua auto-estima, tornando-se numa pessoa fragilizada, dando assim origem a problemas de saúde, tanto a nível físico como a nível psicológico. Segundo uma pesquisa feita pela OIT (Organização Internacional de Trabalho) em diversos países desenvolvidos como a Finlândia, Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos, revela que os distúrbios da saúde mental estão sobretudo relacionados com as condições de trabalho. (Assédio Moral no trabalho, 2004). Segundo Silva, Jorge (s.d), o assediador moral para atingir o seu objectivo utiliza variados instrumentos de pressão, como por exemplo: ofensas subtis, referências depreciativas relativamente aos dotes físicos, comportamentos, etc. O agressor moral opta por atribuir funções complicadas, difíceis de realizar. Jorge Silva apoiou-se na literatura de Heinz Leymman e Marie- France Hirigoyen para saber quais as motivações do assediador moral. Jorge Silva chegou então à conclusão que o assediador moral é um infeliz e uma pessoa frustrada, embora exteriormente pareça uma pessoa vitoriosa e segura de si.

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¾ O que é a humilhação? A humilhação consiste num sentimento. A pessoa em questão sente-se ofendida, menosprezada, inferiorizada, constrangida, inútil, sem valor nenhum e acima de tudo muito magoada.

A humilhação repetitiva vai interferir de modo directo na vida do trabalhador(a), levando-o a questionar-se sobre a sua identidade e sobre a sua dignidade, dando assim origem a graves problemas na saúde física e mental. Estes problemas podem fazer inclusive com que as vítimas recorram ao suicídio.

Fases da humilhação no local de trabalho A humilhação no trabalho é caracterizada por dois fenómenos: vertical e horizontal. (Assédio moral no trabalho, 2004). Fenómeno Vertical: Caracteriza-se pelas relações autoritárias e desumanas, onde prevalece a competitividade e a manipulação do medo. São exigidas ao trabalhador competências, maior escolaridade, eficiência, etc. Fenómeno Horizontal: Este caracteriza-se pela pressão que é feita ao trabalhador, para que este produza com mais qualidade e a baixo custo, o que faz com que o trabalhador tenha medo de falhar e consequentemente perder o seu emprego.

Sintomas do assédio moral na saúde: -Choro; -Dor de cabeça; -Distúrbios de sono/digestivos; -Tentativa de suicídio; -Perda do apetite; -Depressão; -Etc. 3

As frases mais frequentes utilizadas pelo agressor: • “Você é mesmo difícil. Não consegue aprender as coisas mais simples! Até uma criança é capaz de fazer isso!!!” • “Se você não quer trabalhar, porque é que não dá o lugar a outro??!” • “Lugar de pessoas doentes é no hospital. Aqui é para trabalhar!!!” • “A empresa não precisa de incompetentes como você!!!” • “Vou ter de arranjar alguém com boa memória porque você esquece tudo!!!” (Assédio moral no trabalho, 2004).

Características do agressor: - É uma pessoa que acredita ser única e especial; - Tem inveja de outras pessoas; - Tem comportamentos/ atitudes arrogantes; - Sente uma excessiva necessidade de ser admirado. (Assédio moral Tipos de assédio, 2002).

¾ O espaço da humilhação e as atitudes do agressor moral: Nas empresas: • Começar sempre as reuniões alertando para o desemprego e ameaçando constantemente com a demissão; • Mandar o/a trabalhador(a) executar tarefas acima ou abaixo dos seus conhecimentos; • Espalhar pelos os outros colegas que o/a trabalhador(a) está com problemas nervosos; • Ignorar a presença do/da trabalhador(a); • Divulgar boatos sobre a moral do/da trabalhador(a); • Exigir que faça horários fora do seu horário de trabalho; • Ser trocado(a) de turno sem ter sido previamente avisado; • Desmoralizar publicamente o/a trabalhador(a); • Sobrecarregar o/a trabalhador(a); • Ser impedido de questionar; • Mandar calar-se; • Etc. (Assédio Moral, 2004).

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Quem são as vítimas? Normalmente o agressor tende a escolher pessoas que se encontrem fragilizadas emocionalmente, quer por motivos amorosos ou familiares. Esta pessoa, na mente do agressor tornar-se-á uma “presa” mais fácil de atacar.

O que devem fazer as pessoas que sofrem de assédio moral no seu local de trabalho? - Resistir; - Anotar todas as situações constrangedoras e humilhantes (dia, mês, hora e local); - Pedir ajuda aos colegas, basicamente aqueles que tenham testemunhado o sucedido; - Evitar falar com o agressor; - Pedir apoio a familiares, amigos e colegas, pois estes vão revelar-se extremamente importantes, ajudando assim a vítima a recuperar a autoestima perdida; - Procurar um sindicato/instituição e contar o sucedido. (Assédio Moral no trabalho, 2004).

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¾ Assédio Sexual no local de trabalho O que é o assédio sexual? O assédio sexual é antes de tudo, um tipo de violência sexual, é uma atitude de índole sexual praticada por uma pessoa em posição superior em relação a outra pessoa. No caso do assédio sexual no local de trabalho, o/a chefe pressiona o/a trabalhador(a) para que este lhe faça alguns “favores” sexuais, ganhando assim em troca uma promoção ou um aumento salarial. Caso o/a trabalhador(a) que é vítima de assédio sexual recuse as investidas do seu chefe corre o risco de perder o seu emprego. (Assédio sexual, 2005)

Existem dois tipos de assédio sexual: -Quando ocorre uma pressão sobre a vítima para que esta lhe preste favores sexuais, apenas porque esta se encontra em posição inferior; -Quando existe uma pressão sobre a vítima para que esta se sinta mal no local em que se encontra apenas por ser do sexo que é. (Abuso sexual, s.d)

Segundo apud Saal (1990), que fez um estudo sobre as atitudes do agressor sexual., que englobou 108 estudantes universitários rapazes para verem umas cassetes e no fim lerem uma vinhetas que descreviam as diversas trocas que se davam entre homens e mulheres e quais dessas poderiam ser consideradas assédio sexual: - Um supervisor masculino pergunta à empregada questões pessoais sobre a sua vida sexual; - Um executivo e a sua secretária planeiam uma viagem de negócios e ele reserva apenas um quarto de hotel; - O chefe diz à sua secretária que ela deve dormir com ele pois está certoele paga-lhe o salário.

As situações de assédio sexual tornam-se muito difíceis de denunciar, pois a vítima é avassalada por um medo indescritível, tornando assim o assédio sexual num segredo, o que protege o agressor. (A violência sexual, 2005) 6

No Guia dos Direitos das Mulheres consta o seguinte sobre chantagem ou abuso sexual trabalho: (Botão, 1991) 229. O que deve fazer a mulher que é vitima de chantagem ou abuso sexual no local de trabalho? É importante não deixar o emprego voluntariamente para não ser prejudicada nos seus direitos. Se o fizer, perde todos os direitos não obtendo nem indemnização nem subsídio de desemprego. A pessoa que se sentir assediada deve: -manifestar claramente ao abusador o seu desagrado e recusa; -procurar partilhar com alguém o problema que a afecta, falando com familiares ou amigos da sua confiança, ou conversando com colegas para ver se já passaram pela mesma situação, já que a sensação de isolamento é muito prejudicial; -apelar à solidariedade dos/as colegas de trabalho; -encarar o problema como coisa séria que realmente é, para que o seja também para quantos a rodeiam; -recolher todo tipo de provas possível: escritos, presentes, etc., pois são provas importantes do comportamento do assediador; -procurar a existência de testemunhas dos factos; -levar a situação ao conhecimento da entidade patronal, eventualmente através de carta registada com aviso de recepção, para que possa agir disciplinarmente. A entidade patronal tem o dever de proporcionar aos trabalhadores um bom ambiente de trabalho, tanto físico como moral, isto vai também ao encontro dos seus interesses; -apresentar queixa à CITE (Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego); -dirigir-se ao Serviço de Informação Jurídica da Comissão para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres que lhe dará todas as indicações úteis; -informar o Sindicato de que está a ser alvo de assédio sexual no local de trabalho, para que a defenda nestas circunstâncias e se empenhe em evitar situações desta natureza. 230. A promoção no emprego pode estar dependente da aceitação de favores sexuais? Não deve estar. Isso é uma chantagem e uma discriminação que não pode ser silenciada. Deve ser dado conhecimento à Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego e à Inspecção-Geral do Trabalho.

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Quem são as vítimas de assédio sexual? A questão do assédio sexual não tem um sexo definido, ou seja, ambos os sexos podem sofrer de assédio sexual. Tanto o homem como a mulher podem ser vítimas de assédio sexual. Existe ainda o assédio sexual entre pessoas do mesmo sexo, ou seja, uma mulher pode assediar uma mulher, como um homem pode assediar um homem. (Pinto, 1949).

O assédio sexual é subdividido em três partes: 1) O assédio verbal; 2) O assédio físico; 3) O assédio visual. 1) Este tipo de assédio designa-se por verbal, pois é quando o agressor tenta por palavras assediar a vítima, como por exemplo: - Piadas insinuantes e pornográficas; - Pedidos directos/indirectos a favores sexuais; - Convite para sair. 2) Este tipo de assédio é o mais violento. O agressor tenta um contacto físico com a vítima. - Tocar propositadamente em partes íntimas da vítima; - Acariciar o rosto e o cabelo da vítima; - Uma constante proximidade da vítima.

3) Neste caso, o agressor tenta mostrar directamente ou indirectamente à vítima materiais eróticos ou pornográficos. - Revistas pornográficas; - Gestos obscenos. (Pinto, 1949).

“Numa empresa em que ocorre um caso dessa natureza, o clima entre os seus funcionários torna-se hostil e ofensivo.” (Pinto, 1949: 27).

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Notícia sobre um caso de assédio sexual. (O Templário, 2004) “Vi muitas vezes as minhas colegas a chorar” e “não tínhamos muita autorização para falar umas com as outras” foram palavras de Ana Paula Andrade para caracterizar o ambiente tenso que diz que se vivia no gabinete de António Fidalgo e pela falta de comunicação que diz que também existia entre as colegas do gabinete. Por altura da inauguração da escola de Vale do Calvo e do seminário de educação foi a data em que a testemunha diz ter tomado conhecimento dos factos, numa viagem de automóvel na qual iam Sónia Bastos e duas das queixosas, S. Antunes e A. Emídio. Numa conversa em torno da “gravata do vereador”, como referiu Ana Paula Andrade as queixosas terão começado a contar as alegadas atitudes que António Fidalgo tinha com as queixosas. “Foi um choque muito grande” disse Ana Paula Andrade, que entendia que as queixosas “estavam com muito medo.”· Depois de questionada pelo juiz e quanto aos factos que as queixosas lhe contaram, Ana Paula Andrade refere que lhe disseram que “ficavam sentadas ao colo, se fosse preciso uma tarde inteira e que ele as tentava beijar na boca.” A testemunha diz ainda que A. Emídio lhe contou que o ex-vereador caracterizava a sua barriga e quando estava grávida de “apetitosa.” Já na escola de Porto Mendo, Ana Paula Andrade refere que contou a Isabel Conceição e que as queixosas lhes pediram ajuda para irem falar com António Paiva, presidente da Câmara e que num domingo se reuniram em casa de S. Araújo, uma das queixosas para decidirem o que fazer.· Alda Carvalho, trabalha na autarquia tomarense há 30 anos e também foi ouvida na passada quarta-feira, dia 14. “Eu sempre soube que alguma coisa se passava”, diz Alda Carvalho relativamente ao conhecimento dos factos ali a serem julgados. A testemunha lembra um episódio no qual S. Araújo vai à Secção de Pessoal da Câmara de Tomar entregar um atestado médico e nesse momento diz que sentiu a queixosa “debilitada física e psicologicamente.”· A testemunha refere que entre colegas tinham o hábito e de uma forma brejeira de dizer que “o vereador tinha a mania de pôr a mão.” Alda Carvalho refere que S. Antunes, V. Joaquim e A. Emídio tiveram uma conversa com ela e que lhes disse “vão para a frente que têm o apoio de todas as mulheres que as queiram ajudar.” Alda Carvalho refere em tribunal que também ela já foi assediada noutras situações que não têm relação com António Fidalgo, mas que por ter mais experiência de vida que as queixosas foi capaz de resolver todas as situações.

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Etapas da pesquisa Comecei por fazer a minha pesquisa na Biblioteca da Faculdade de Economia. Procurei no catálogo da Biblioteca livros sobre o tema: assédio sexual/moral no local de trabalho. Porém não encontrei muita coisa. Apenas dois livros me foram úteis, farei a sua referência pormenorizada na parte das referências bibliográficas. No mês de Janeiro comecei também a pesquisar informação na Internet, utilizando o Google, que é o motor de busca, na minha opinião, o mais completo e mais fácil de usar. Na pesquisa do Google comecei por introduzir a palavra-chave assédio sexual/moral seleccionando apenas páginas escritas em Português e obtive 17.800 registos. Um número significativo para a realização do meu trabalho. Uma das etapas da minha pesquisa foi fazer o dowload (através do Emule) de um livro de Welington Almeida Pinto “Assédio Sexual no Ambiente de Trabalho”, que me ajudou na realização deste trabalho. Por fim, fiz uso dos dois livros que requisitei na Biblioteca da Faculdade, (Gruber et al., 1996) “Sexual Harassment in the Workplace” de Margaret S. Stockdale (1996), que serviu de apoio à minha ficha de leitura e o “Guia dos direitos das Mulheres”.

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Avaliação de uma página Web A página da Internet que escolhi para analisar foi a seguinte: http://www.assediomoral.org/site/ Na minha opinião, esta página, apesar de não ser de Portugal, penso que foca os pontos importantes deste tema. Do lado esquerdo da página encontramos vários tópicos sobre o assédio sexual. O primeiro deles é: O que é o assédio moral? Aqui é nos dada uma explicação do que é o assédio moral no local de trabalho. Onde encontramos palavras-chave como: exposição, degradação liberada das condições de trabalho, etc. Aqui fica-se com uma ideia geral do que é que acontece à vítima. O segundo tópico designa-se por: Fases da humilhação. Nesta parte ficamos a saber que a humilhação compreende dois fenómenos: o vertical e o horizontal. O fenómeno vertical caracteriza-se pelas relações autoritárias e desumanas, onde é exigido aos trabalhadores maior grau de escolaridade, competência, eficiência, criatividade, tudo em prol de uma maior produção a baixo custo. Já o fenómeno horizontal, é caracterizado pela pressão que é feita ao trabalhador para que este produza mais e a baixo custo, o que vai dar origem a um profundo medo de falhar e consequentemente de perder o emprego. No terceiro tópico fala-se das estratégias do agressor. Aqui ficamos a saber como o agressor tende a agir. Vou referir algumas das estratégias: escolher a vítima e isolá-la do resto do grupo; fragilizar, ridicularizar, inferiorizar a vítima perante os seus colegas de trabalho; destabilizar emocionalmente e profissionalmente a vítima, para que esta perca gradualmente a sua autoconfiança e o interesse pelo trabalho; impedir que a vítima se explique e se expresse; etc. Estas são algumas das estratégias adoptadas pelo agressor quando pretende assediar moralmente um trabalhador. No tópico a seguir fala-se dos espaços da humilhação e o que o agressor tende a fazer para atingir o seu objectivo. A seguir são referenciadas algumas das frases mais frequentes e mais utilizadas pelo agressor quando pretende atingir a vítima, fazendo com que ela se sinta mal e constrangida. Nos dois tópicos adiante fala-se dos danos da humilhação à saúde e os sintomas na saúde do assédio moral. Estes dois tópicos tornam-se um pouco delicados, pois aqui fica-se com uma ideia mais profunda do sofrimento da vítima, e como esta se sente. Neste site fica-se a saber o quão grave este problema é. Na minha opinião este site é bastante claro e interessante, na medida em que

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podemos ficar a conhecer este problema na sua amplitude, que inicialmente não parece nada de grave. É uma página escrita em Português brasileiro, onde não é necessário registarmo-nos e é uma página de fácil navegação. Quanto à apresentação desta página, penso que se encontra bem estruturada, o que facilita a pesquisa e navegação.

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Ficha de Leitura

Título da publicação: Sexual Harassment in the Workplace. Perspectives, Frontiers and Response Strategies. Autora: Margareth S. Stockdale Data de publicação: 1996 Local onde se encontra: Biblioteca da Faculdade da Universidade de Coimbra. Local de Edição: Thousands Oaks Editora: Sage publications Título do capítulo: Sexual Harassment. Types and Severity: Linking Research and Policy Cota: 396 SEX Data de Leitura: Começo a 17 de Janeiro Autores do capítulo: James E. Gruber , Michel Smith, Kaisa Kauppinen Toropainen

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Resumo Desde os finais dos anos 70,o assédio sexual, um caso social e legal, tornou-se tema de discussões consideráveis. O governo federal providenciou investigadores e analistas políticos com uma estrutura legal e de investigação para a discussão. Foram categorizados sete tipos de assédio em termos de severidade e analisa-se os alvos e impactos de cada um deles. Os MSPB (Merit Systems Protection Board) foram um dos primeiros de um grande número de esforços de investigação, muitos dos quais geraram a sua própria definição e medição de Assédio sexual, que se esforçaram por determinar o que acontece a quem e com que efeito na última década. A ausência de conceitualização e medições uniformes impediu a compreensão de toda a extensão dos tipos de assédio e, da mesma forma, o impacto das diferentes formas nos alvos. Muitos desses problemas foram recentemente endereçados pelo desenvolvimento de categorias mais rigorosas de Assédio Sexual e análises mais detalhadas de severidade. O corpo de pesquisas acumuladas desde os finais dos anos 80 sugere que deve existir uma universalidade nos tipos de Assédio, a que as mulheres estão sujeitas na severidade e impacto emocional dessas experiências. Especificamente acredita-se que a probabilidade das mulheres vivenciarem uma forma particular de Assédio Sexual é a mesma para as mulheres com ocupações diferentes, organizações e nacionalidades. Acredita-se também do mesmo modo que o grau de impacto emocional criados pelas diferentes formas de Assédio Sexual é comum ou universal para as mulheres, independentemente do tipo de trabalho ou cultura. A pesquisa literária que o autor analisou, e a sua própria análise incluída neste capítulo, sugere que não existe uma variedade de experiências de Assédio Sexual que seja única para as diferentes categorias de mulheres trabalhadoras. Não existe o Assédio Sexual dos colarinhos azuis que se distingue do assédio dos profissionais ou trabalhadores clericais da classe média-alta, nem existe “ experiência americana do Assédio Sexual” que se distingue do assédio europeu ou canadiano. Em termos de extensão de experiências, e de impacto emocional de cada tipo de experiência, existe simplesmente assédio sexual. Os diferentes tipos de experiência de assédio sexual: - Comentários sexuais (exemplo: piadas); - Postura Sexual; - Toque Sexual; - Abuso verbal; - Pressão sexual; 14

- Suborno sexual; - Ataque sexual

Diferentes tipos de assédio sexual: - Suborno sexual: um homem diz que podemos perder o nosso emprego se não tivermos uma relação com ele; -Avanço sexual: pressão para favores sexuais mas sem qualquer tipo de promessa de recompensa; -Avanço relacional: repetitivos convites para sair e para uma relação; -Pressão subtil: perguntas sobre a vida sexual; -Comentários verbais: insultos sexuais, piadas insultantes, -Assalto sexual: agarrar ou tentar agarrar a vítima utilizando a força física; -Toque sexual: tocar sugestivamente na vítima; -Material sexual: material como pornografia, cartas, imagens e objectos de natureza sexual

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Conclusão Para finalizar este trabalho, gostaria de dar uma opinião pessoal sobre este tema. O tema assédio sexual/moral no local de trabalho é um tema bastante delicado e um pouco constrangedor para aqueles que já sofreram com este problema. Ao longo da realização deste trabalho fui adquirindo conhecimentos sobre este tema, que até aqui nunca pensei existirem, que me deixaram um pouco chocada. Penso que muitas pessoas não conhecem o perigo em que este problema se pode tornar, e que nem sequer fazem ideia do que as vítimas sofrem. O facto das pessoas que sofrem de assédio sexual/moral no seu local de trabalho pensarem em suicídio como forma de resolução do problema, é bastante aterrador, pois é aqui que nos apercebemos da gravidade da situação e do sofrimento das vítimas. Na minha opinião, os agressores são pessoas com distúrbios psicológicos, que necessitam de ajuda médica, para que consigam ultrapassar esta situação e assim poderem proporcionar um bom ambiente de trabalho aos seus trabalhadores. Mas não são só os agressores que precisam de ajuda médica: as vítimas de assédio sexual/moral no seu local de trabalho também necessitam de acompanhamento médico, pois ao longo do decorrer deste processo, as vítimas sofrem danos de saúde que por vezes, se não forem diagnosticados a tempo, podem vir a tornar-se em danos irreversíveis. As vítimas sofrem muito com este “fenómeno”, perdem a confiança em si, nas suas capacidades, enclausuram-se, transformando-se em pessoas frágeis, com medo de enfrentar o mundo. É este estado hostil em que a vítima se encontra, que protege o agressor, pois a vítima prefere manter o silêncio do que vir a sofrer consequentemente repreensões. A vítima deve mentalizar-se que, se fizer um esforço será capaz de enfrentar o agressor. Tudo depende da maneira como a vítima aja e enfrente a situação. Só assim, se conseguirá deter o agressor e prevenir o surgimento de novos casos de assédio. O assédio é uma forma de agressão, e nós como seres humanos temos direito a um bem-estar psicológico e físico. Por fim, a realização deste trabalho proporcionou-me um grande momento de reflexão, pois pensei muito no que será o sofrimento das pessoas que são vítimas de assédio no seu local de trabalho. Foi um trabalho de difícil realização, dadas as dificuldades que surgiram ao longo do trabalho, porém, acho que foi um trabalho interessante, na medida em que me proporcionou novos conhecimentos.

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Referências Bibliográficas - A violência sexual (2005), “A violência sexual”. Página consultada a 28 de Janeiro de 2006, disponível em: http://juventude.gov.pt/Portal/OutrosTemas/SaudeSexualidadeJuvenil/Pro blemasSexualidade/A+viol%C3%AAncia+sexual.htm#entred - Abc do corpo salutar (s.d), “Assédio sexual (Molestamento, Coação sexual)”. Página consultada a 27 de Janeiro, disponível em: http://www.abcdocorposalutar.com.br/artigo.php?codArt=97#as - Assédio moral - Tipos de assédio (2002), “Características do agressor”. Página consultada a 26 de Janeiro de 2006, disponível em: http://www.assediomoral.org/site/assedio/AMconceito.php - Assédio Moral (2004), “Assédio moral no trabalho: chega de humilhação”. Página consultada a 24 de Janeiro de 2006, disponível em: http://www.assediomoral.org/site/assedio/AMconceito.php - Assédio sexual – Wikipédia (2005), “Assédio sexual”. Página consultada a 26 de Janeiro de 2006, disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ass%C3%A9dio_sexual - Botão, Maria (1991), “Guia dos direitos das mulheres”. Comissão para a igualdade e para os direitos das mulheres, 10, 59-60. - O Templário (2004), “Histórias de assédio sexual”, 22 de Julho. Página consultada a 27 de Janeiro, disponível em: http://www.otemplario.pt/por/conteudosDetalhe.asp?idConteudo=224&Ti poConteudo=Sociedade&CatConteudo= - Pinto, Welington Almeida (1949), Assédio sexual no ambiente de trabalho. Belo Horizonte: Edições brasileiras.

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- Psicologia.com (s.d), “Até onde nos conduz o assédio moral?”. Página consultada a 26 de Janeiro de 2006, disponível em: http://www.psicologia.com.pt/artigos/textos/A0230.pdf - Stockdale, Margareth (1996), “Men’s Misperceptions of Women’s Interpersonal Behaviors and Sexual Harassment”, in Saal, Frank (org.), “Sexual harassment in the Workplace. Perspectives, Frontiers, and Response Strategies”. United States of America: Sage Publications,75-76. - Stockdale, Margareth (1996), “Sexual harassment. Types and Severity: Linking research and policy”, in Gruber, James; Smith, Michael e Toropainen, Kaisa (orgs.), “Sexual harassment in the Workplace. Perspectives, Frontiers, and Response Strategies”. United States of America: Sage Publications, 151-170.

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