MG, for conservation of water resources

Proposta para gestão e utilização das potencialidades Turísticas e de Lazer do Parque dos Trabalhadores em Canápolis/MG, para conservação dos recursos...
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Proposta para gestão e utilização das potencialidades Turísticas e de Lazer do Parque dos Trabalhadores em Canápolis/MG, para conservação dos recursos hídricos Proposal for management and use of the potentialities Tourist and Leisure Park Workers in Canápolis / MG, for conservation of water resources José Victor Alves da Silva1 Gleice Tamires Gomes de Brito2 Resumo Este trabalho tem em foco a utilização dos espaços públicos, e a valorização de tais espaços, a proposta aqui apresentada se baseia naconservação e gestão ambiental dos recursos hídricos, utilizando da educação ambiental para revitalização e exploração das potencialidades turísticas e de lazer do Parque dos trabalhadores em Canápolis/MG. Tem como objetivo propor alternativas para atividades de turismo e lazer no parque, de maneira a valorizar o espaço e se preserve a vegetação, o solo, o curso d’água, isto através da utilização da infraestrutura que o parque possui, e criando parcerias com escolas para campanhas de Educação Ambiental aplicadas ao parque.

Palavras-chave: Educação Ambiental, Conservação, Recursos Hídricos. Abstract This work has in focus the use of public spaces , and the valuation of such spaces , the proposal presented here is based on conservation and environmental management of water resources, using environmental education for revitalization and exploitation of tourism potential and Leisure Park workers Canápolis / MG . Aims to propose alternatives to tourism and leisure activities in the park, in order to enhance the space and preserve the vegetation, soil, watercourse , that by using the infrastructure that the park has , and creating partnerships with schools for environmental education campaigns implemented to park. Key words: Environmental Education,Conservation, Water Resources

Introdução Este trabalho tem em foco a utilização dos espaços públicos, e a valorização de tais espaços, a proposta aqui apresentada se baseia na legislação dispensada as atividades turísticas; proteção e gestão ambiental dos recursos hídricos, utilizando da educação ambiental para revitalização e exploração das potencialidades turísticas e de lazer do Parque dos trabalhadores em Canápolis/MG. O município de Canápolis/MG, figura 1,possui 11.365 habitantes segundo IBGE 2015, faz parte do bioma cerrado, com variações de mata atlântica em algumas áreas especificas localizado na microrregião de Uberlândia, e na mesorregião do Triangulo Mineiro em Minas Gerais. Tendo em vista que a área de estudo está 1

Graduando em Geografia Universidade Federal de Uberlândia – FACIP. [email protected] 2 Graduando em Geografia Universidade Federal de Uberlândia – FACIP [email protected] I Simpósio Internacional de Águas, Solos e Geotecnologias - SASGEO - 2015 Eixo temático: Conservação e educação ambiental www.sasgeo.eco.br

localizada em uma cidade de pequeno porte, a proposta aqui apresentada é pautada no desenvolvimento socioambiental local, utilizando da lei No 6.513, de 20 de Dezembro de 1977, que em seu trata do turismo como atividade que possa propiciar o desenvolvimento local, “Art. 3º - Áreas Especiais de Interesse Turístico são trechos contínuos do território nacional, inclusive suas águas territoriais, a serem preservados e valorizados no sentido cultural e natural, e destinados à realização de planos e projetos de desenvolvimento turístico.”.

Figura 1: Mapa de localização do município de Canápolis

Fonte: SILVA (2015)

O município tem como base econômica a agropecuária, com destaque para a produção de abacaxi, cana de açúcar e soja, a indústria é composta por três fabricas de processamento de alimentos, em sua maioria o abacaxi. A área de estudo, figura 2, está localizada nos limites do perímetro urbano do município, figura 2, o Parque dos trabalhadores foi fundado em 12 de Dezembro de 2009 com uma área de 41.401.71 m², o parque possui infraestrutura, figura 3, composta por uma portaria, com guarita, piscinas, salão de I Simpósio Internacional de Águas, Solos e Geotecnologias - SASGEO - 2015 Eixo temático: Conservação e educação ambiental www.sasgeo.eco.br

festas e quadra de esportes, tais espaços estão abandonados e sem manutenção, a proposta deste estudo surge a partir da atual situação do parque, com o intuito de criar condições para o uso da população. Figura 2: Mapa de Localização da área de estudo

Fonte: SILVA (2015)

A utilização do parque para lazer e turismo tem ocorrido nos últimos anos de maneira pouco acessível, de forma que a população que o frequenta encontra pouca infraestrutura, segurança e saneamento, figuras 3 e 4. Figura 3: Infraestrutura do parque

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Fonte:SILVA (2015)

Figura 4: Esgoto lançado na cachoeira do parque

Fonte: SILVA (2015)

Desta forma, a proposta para gestão do parque prima pela valorização do espaço, tendo em vista que o sistema capitalista se pauta no conceito de valor, sendo as atividades que compõem e alteram a paisagem são resultantes de um processo como ressalta SANTOS (1980, p. 162)“Cada atividade tem um lugar próprio no espaço. Essa ordem espaço-temporal não é aleatória, ela é um I Simpósio Internacional de Águas, Solos e Geotecnologias - SASGEO - 2015 Eixo temático: Conservação e educação ambiental www.sasgeo.eco.br

resultado das necessidades próprias à produção.” Assim agregar valor ao parque é tarefa necessária para que esse se torne bem publico e tenha suas características físicas, químicas e biológicas respeitadas e preservadas. A área de estudo localiza-se a jusante da captação de água para abastecimento da cidade, de maneira que está proposta também considera o cuidado com os recursos hídricos e naturais como um todo, utilizando do conceito de recurso natural utilizado por ROSS & FURLAN (2011, p. 86) que define, “Considera-se como recurso natural todo e qualquer componente da natureza que o homem pode usar em seu benefício.” Assim a preservação do curso d’água nesta proposta observa as condições de abastecimento e oferta de água potável na sociedade mundial contemporânea. No século XX a demanda de água aumentou em mais de seis vezes, superando em duas vezes o crescimento populacional no período. O consumo per capta do recurso aumenta geometricamente com a melhora da renda da sociedade. Enquanto um volume de 80 litros/dia é considerado suficiente para a manutenção de uma pessoa em bons níveis de saúde e higiene, a população de Madagascar sobrevive com um volume per capta de 5,4 litros/dia, e um cidadão norte-americano usa quantidades superiores a 500 litros/dia, sobretudo devido ao desperdício. (TEIXEIRA, 2000)

Alem da preservação dos recursos hídricos, a conservação do córrego do cerrado se justifica pela sua potencialidade turística, o estado de Minas gerais foi dividido turisticamente emregiões que deram origem a 60 circuitos turísticos, o município de Canápolis está localizado próximo à região turística águas do cerrado, figura 5, de maneira que, a criação de um espaço público de lazer e turístico que possua atrativo como a cachoeira possa estruturar e criar fluxo turístico ao município. [...] em Minas Gerais, criaram-se 60 circuitos a partir da definição de regiões turísticas que mantiveram os nomes e, em parte, as fronteiras das regiões administrativas oficiais: Região Central, Zona da Mata, Sul de Minas, Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba, Centro-Oeste de Minas, Nordeste de Minas, Norte de Minas, Vale do Jequitinhonha/Mucuri e Rio Doce. (PORTUGUEZ, 2011).

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Figura 5: Mapa de localização da Região Turística Águas do Cerrado

Fonte: SILVA (2015)

Objetivo O objetivo deste trabalho é propor alternativas para atividades de turismo e lazer no Parque dos Trabalhadores, de maneira a valorizar o espaço e se preserve a vegetação, o solo, o curso d’água (cachoeira) e fauna em geral, isto através da utilização da infraestrutura que o parque possui, e criando parcerias com escolas para campanhas de educação ambiental aplicada ao município.

Metodologia A proposta aqui apresentada se estrutura em três partes, Observação da situação do parque através de visitas à área de estudo, levantamento bibliográfico para subsidiar a proposta e formulação da proposta com base em metodologias de estudos de caráter físico do IBGE, aplicação e plano de ação tendo como ferramenta a educação ambiental I Simpósio Internacional de Águas, Solos e Geotecnologias - SASGEO - 2015 Eixo temático: Conservação e educação ambiental www.sasgeo.eco.br

Resultados Os resultados obtidos pela pesquisa foram divididos em três partes, figura 6, estas que compõema proposta completa, a primeira parte diz respeito às características físicas do parque de maneira a subsidiar as ações de recuperação das áreas degradadas, a segunda trata do plano de ação para promoção do espaço como local turístico e de lazer, e a terceira tratada educação ambiental como ferramenta promotora de conservação e valorização do espaço, assim organizados: 

Análise Geomorfológica Esta consiste na análise das características geomorfológicas do parque, de maneira que se

possam mapear áreas que necessitem de recuperação em razão da erosão causada pela inclinação das vertentes e uso e ocupação do solo nas áreas adjacentes. Delimitar a drenagem da área utilizando dos seguintes parâmetros sugeridos pelo IBGE: grau de integração, grau de continuidade, tropia, grau de controle, sinuosidade, retilinearidade,mangularidade, ângulo de junção e assimetria. A hierarquia fluvial baseada no método de ordenamento dos canais de Strahler (1952) também se torna um importante parâmetro na análise. A próxima etapa é a interpretação dos padrões e subpadrões de drenagem e do tipo de canal para a identificação da textura. Posteriormente, deverão ser analisados os tipos de modelados, as formas de relevo e os índices de dissecação. (IBGE, 2009) 

Análise Pedológica Esta consiste na análise dos solos do parque de maneira a subsidiar a gestão de futuras obras e

ações para recuperação de solos degradados, identificar possíveis áreas de solo contaminado. A metodologia para esta análise é composta por levantamento de solos associado ao uso e ocupação da área, tal levantamento deve ser realizado conforme sugere manual técnico do IBGE que organiza essa atividade deste modo: observações por meio de caminhos planejadospara detectar, além das características dos solos, o máximo de variaçõesda paisagem, compreendendo particularidades fisiográficas, tais comogeologia, geomorfologia, vegetação, rede de drenagem superficial e uso atualdo solo. As observações são efetuadas a intervalos regulares (transeções porpontos) ou sempre que se perceba mudanças de classes de solos ou outrascaracterísticas importantes (transeções por linhas). (IBGE, 2007) 

Análise de vegetação

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A análise da vegetação será composta de levantamento biogeográfico, utilizando da metodologia de COSTA (2011), para cerrado, utilização de imagens e base cartográfica para a caracterização ecológica e de vegetação como sugere o IBGE. Com base na análise dos padrões de cor, textura, relevo e drenagem associada a estudos climáticos, delineiam-se os diferentes ambientes ecológicos que, por sua vez, estão relacionados com diferentes tipos de vegetação. Paralelamente procede-se à revisão bibliográfica inerente à área. Com base na interpretação preliminar dos padrões de imagem, são programadas as operações de campo, cujo objetivo principal é verificar a correlação destes padrões com a cobertura vegetal e os antropismos existentes na área, bem como dirimir as dúvidas previamente levantadas, seja através de perfis ou rotas, seja através de pontos de amostragem, em geral, previamente selecionados. Durante os deslocamentos e nos pontos de amostragem, são realizadas observações fisionômicas que visam identificar os tipos de vegetação e as áreas antrópicas, com o intuito de classificá-las de acordo com o sistema fitogeográfico. (IBGE, 2012) As ações para promoção do parque como espaço de turismo e lazer devem ser iniciadas pela própria gestão do município, de maneira a levar ao conhecimento da população a função do parque enquanto espaço de recriação, tais ações podem ser organizadas da seguinte maneira: elaboração de campanha que relacione o parque como ponto turístico do município de maneira que, fique clara e exposta à população da infraestrutura disponível no parque e da gratuidade de seu acesso e uso; caracterização do parque como espaço verde, todos os anúncios devem deixar claro que a principal função da área é oferecer lazer saudável, em um espaço saudável, assim incentivando ações coletivas da própria população para preservação do parque. As atividades de Educação Ambiental no Parque serão realizadas pelas escolas do município, a cidade de Canápolis possui uma escola estadual de Ensino Médio, e quatro escolas municipais de Ensino Fundamental, essas escolas serão responsáveis pela realização de eventos e atividades em geral para promoção do Parque e suas funções. Conclusões Diante do atual cenário hídrico brasileiro e mundial, a criação de medidas e projetos voltados para a conservação dos recursos hídricos é de fundamental importância para garantir o abastecimento das populações e a qualidade de vida das mesmas. A utilização do turismo e lazer como ferramentas de valorização da água e dos processos que garantam seu ciclo e sua qualidade para consumo aparece I Simpósio Internacional de Águas, Solos e Geotecnologias - SASGEO - 2015 Eixo temático: Conservação e educação ambiental www.sasgeo.eco.br

como alternativa viável e que atende a uma demanda social e ambiental, já que a própria comunidade será beneficiada com o espaço e com os recursos a sua disposição. As técnicas sugeridas pelo IBGE para estudos das características físicas podem subsidiar ações positivas para a preservação e conservação dos recursos hídricos, assim, auxiliando na viabilização de tais projetos. Referências BRASIL. LEI N° 6.513, de 20 de Dezembro de 1977. COSTA, R.A. Análise Biogeográfica do Parque Municipal do Goiabal. Caderno Prudentino de Geografia. Presidente Prudente, n.33, v.1 jan./jul.2011. p. 68-83 COSTA, R.A; MOURA, G.G; PORTUGUEZ, A.P. Geografia do Brasil Central: Enfoques Teóricos e Particularidades Regionais. Uberlândia: Assis Editora, 2011. IBGE. Manual Técnico da Vegetação Brasileira 2° Ed.. Rio de Janeiro: 2012. 271 p. IBGE. Manual Técnico de Geomorfologia 2° Ed. Rio de Janeiro: 2009. 175 p. IBGE. Manual Técnico de Pedologia 2° Ed. Rio de Janeiro: 2007. 316 p. FURLAN, C, ROSS, J. Geografia do Brasil, 6° ed. São Paulo: Edusp, 2011. TAIOLI, F. et al. Decifrando a Terra. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2000. SANTOS, M. Por uma Nova Geografia, 2° ed. São Paulo: Editora HUCITEC, 1980.

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