CAIXA GERAL DE DEPOSITOS

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Sumário

~ U LT Uf1/\L PUBLICAÇÃO TRIMESTRAL

N.ll 5 -

MAIO 1993

Corpo Directi vo J úlio Coutinho Antónoo Catde~ra AzevedO Henrique de Matos Morgado

Estudos filogenéticos da espécie ovina Alfredo Costa Teixeira

Conselho Editorial AntóniO Cabral Antón1o Fonuna A. M1guel Costa P1nt0 António P11es Cabral Isabel P1mentel Joaquim Almeida Mana Atexandnna MaChado Mana Joao Cunha

Alguns factos sobre as variações do clima Maria Solange Mendonça Leite O conhecimento como fenómeno lúdico António Cabral

Editor e Proprietarlo Escola Secundana Camilo Castelo Branco Aedacçao e Admlnlstraçao Escola Secundana Camilo Castelo Branco Praça Camilo Castelo Branco 5000 Vila Real Telelone 32203 t /24773

Da Vida e do Homem António Azevedo

Capa Manuel Joaquim Soe110 Moreno Tiragem 300 exemplares

A presença da mulher na Il íada de Homero Joana Abranches Portela

Depósito Legal N.'425 t3190 ISSN 087t-7761

Aos Colaboradores 2. 3. 4. 5.

Os originais desunados a publicaçao devem ser dactilogralados a dois espaços, em pagmas de 25 tinhas com 60 batidas. As notas, numeradas, devem ser agrupadas no 11nat do texto. As c1tações bibhográl1cas devem inclw . no mlnimo. o nome do autor, titulo e data da publ~eaçao. A revista nao se responsabi liza peta devotuçao d os ong 1na1s solicitados ou nao. Os an1gos assmadOs sao da responsabilidade dos autores.

Solicita-se permura On prie l'échange Echange wanted Sol/icitiamo intercambio

O lobo Diogo e o mosquito Valentim- conto infantil A. M. Pires Cabral

Poemas de Alberto Miranda e Joana Abranches

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ESTUDOS FILOGENÉTICOS NA ESPÉCIE OVINA Alfredo Costa Teixeira Escola Superior Agrária de Bragança Área de Zoorecnia Aparrado 172 5300 Bragarzça · Porrugal

O uso de marcadores genéticos, no sentido de conhecer as frequê ncias genéticas em "loci" polimórficos, para estabelecer a estrutura genética das populações ovinas, conheceu nos últimos anos grandes avanços. Assim, a informação obtida a través das frequências genéticas de polim orfismos bioquímicos , como as albuminas, transferrinas, hemoglobinas c potássio eritrocitário tem sido utilizada como marcadores genéticos, sendo uma via diferente da usada neste trabalho para a definição c classificação etnológica de raças ovinas. E stas técnicas, de reconhecida importância taxonómica, aprese ntam a vantagem. com relação à morfometria. de serem capazes de distinguir espécies que possam se r morfológica c até morfometricamente próximas. No entanto o uso da imunoge nética para a classificação fi logenética de elementos ou de grupos dentro de uma mesma espécie, implica o recurso a uma enorme quantidade de dados, corre ndo-se o risco de incompatibilidade ao serem usadas metodologias estatísticas no domínio da taxomania numérica. situação que a morfometria resolve. dados que os métodos de taxonomia numérica dão especial importfmcia a di fere nças morfológicas no imerior da mesma espécie. Por outro lado. as variáveis quantitativas, ao exemplo das med idas morfométricas. são mais infonnativas que as frequências de caracteres qualitativos. alelos enzim{tticos, já que proporcionam uma maior informação sobre a variabilidade residual. De q ualquer modo, c de acordo com FALCONER ( 1985). os genes reconhecíveis individualmente , 5

Estudos Filogenéricos na espécie ovina

Alfredo Costa Teixeira

como os polimórficos, são os que com maior probabilidade são afectados por efeitos de deriva 2 enética, cm resultado de amostragens efectuadas em populações pequenas, mUltas vcz~s divididas cm sub-populações bem isoladas, confundindo-se como famílias e em que os genes desses caracteres estão sujeitos a uma selecção muito pequena. Assim, em relação aos grupos sanguíneos em ovinos. será de esperar que nos rebanhos existia uma grande flutuação, devida à selecção e ao uso de um número rcstnto de reprodutores (SERRA, 1974al- o que justifica, de alguma maneira, as dificuldades de utilização destes caracteres qualitativos para a caracterização etnológica de raças ovmas. Alauns caracteres morfológicos podem, à primeira vista, parecer que não têm interesse pr~ico para 0 melhoramento ovino. Não obstante, segundo SERRA (\947b), m uitos dos caracteres morfológicos, principalmente os da cabeça, podem ter mtercsse do ponto de vista da c lassificação de uma raça ou estirpe . Infelizmente, muitos são de hereditar ie dade tão complexa que só com estudos aprofundados, ao exemplo das distâncias morfométricas, se pode obter algum conhecimento apropriado à classificação etnológtca. SERRA et al ( 1971) propuseram, para o estudo de caracteres métricos, uma série de medidas de comprimentos, larguras, alturas, perímetros c de índices que estabelecem as relacões entre as principais medidas c a expressão de parâmetros delas dcnvados, o que pe-rmite c aracterizar morfologicamente os ovinos. Algumas dessas medidas enq uanto elementos de classificação. de esrudo estático dos animais e do conbec1mcnto do tamanho c proporções de um animal , eram já recomendadas por MARTINEZ et a/ ( 1909) , em estudos zoométricos do cavalo. AzEVEDO c souTINHO ( 1988), usando a metodologia de obtenção dos caracteres métricos proposta por SERRA et al ( 1971) e utilizando o método estatístico de anál ise de componentes principais, realizaram um trabalho de caracterização zoométnca de borreaos cruzados Bordaleiro Serra da Estrela com Clmrro Mondegueiro, tendo vcnftcado ~uc a região da cabeça tinha. aos 3 meses de idade, atingido o máximo do seu d:senv~l­ vimcnto. E ste fac to reforça a suposição de que a c abeça c, logtcamente , o cramo sao pouco ou nada afectados pelos efeitos ambientai s. De facto, ALTARRIBA ~~ ai ( 1979) afirmam que 0 crânio e 0 osso metacarpo são as partes do corpo menos atec tadas p or efeitos ambientais, o que é evidenciado pela grande fix idez das distfmcias biométncas obtidas e pela escassa interacç ão gcnótipo vs. ambiente. A relação existe nte entre o comprimento e a largura mínima de ossos como os mctaca rpos e me tatarsos, foi intensamente usada para estudar a evolução de raças ovmas escoce sas c ingle sas (RYDER, 1968, 198 1) citado por (RYDER, 1983).

Estudos Filogcnéticos na espécie o vina

ções filogcnéticas entre dez raças ovinas espanholas, a partir de mediçõe s do crânio e do osso metacarpo. CALAVIA ( 1984). n um a e xtensa publicação d e métod os de o btenção c con servação de crânios, de scr ição de referências anatómicas e osteológicas do esquele to d a c abeça de grande imp01tância para a definiç ão dos método s usados no prese nte trabalho, apresenta resu ltados que são um exce lente contributo para a classificação etnológica das seguintes raças ovinas espanholas: Rasa Aragonesa, Merina. Ojalada de Soria, Churra, Talavcrana, Manchcga , Lacha, Caste lla na blanca c Castell ana negra . AGÜERRA ( \ 987) citado por AGÜERI