UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO CURSO DE ZOOTECNIA ANA PAULA DA SILVA CARVALHO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO CURSO DE ZOOTECNIA ANA PAULA DA SILVA CARVALHO BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO EM INDÚSTRIA DE PRODUTOS PARA ALIMENT...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO CURSO DE ZOOTECNIA

ANA PAULA DA SILVA CARVALHO

BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO EM INDÚSTRIA DE PRODUTOS PARA ALIMENTAÇÃO ANIMAL

CUIABÁ 2014

ANA PAULA DA SILVA CARVALHO

BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO EM INDÚSTRIA DE PRODUTOS PARA ALIMENTAÇÃO ANIMAL

Trabalho de Conclusão do Curso de Gradação em Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso, apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Zootecnia. Orientador: Prof. Avelino Cabral

Dr.

Carlos

Eduardo

Orientador do Estágio Supervisionado: Med. Vet. Plínio Araújo Reis

CUIABÁ 2014

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho primeiramente à Deus que sempre me deu força e sabedoria para ir em frente. Em especial também aos meus pais Edivaldo e Carmem que sempre me apoiaram e me proporcionaram o melhor.

AGRADECIMENTOS

Primeiramente gostaria de agradecer a Deus pela vida, saúde, coragem, sabedoria e inteligência para a conquista deste trabalho. Gostaria de agradecer imensamente também a minha mãe Carmem e meu pai Edivaldo pela educação que me deram, pela criação sempre me ensinando a andar de maneira correta e porque não mediram esforços para que eu pudesse realizar esse sonho, sempre se “virando do avesso” para que eu tivesse o melhor nos estudos e na vida. Agradeço também a minha irmã Maria Odília pela cumplicidade, convívio, companheirismo e alegria nesses cinco anos de graduação. À madrinha Bia e a minha vó Odília pelo apoio que sempre me deram. Agradeço também aos meus tios Bernardo e Léia, aos meus primos Vicente, Nádia e Calixto pelo acolhimento quando cheguei à Cuiabá e pelo suporte que me deram durante a graduação. Agradeço às minhas grandes amigas Adjanine, Amanda, Anna Flávia, Bruna, Camila Neves, Francine, Geisa, Isabela e Morgana, Rayanne pois sempre estavam ali dispostas a me ouvir nos momentos que eu precisava, pela parceria, cumplicidade, companheirismo, pelas risadas, pelos momentos de confessionário, pelas festas, enfim vou levar vocês sempre comigo. Agradeço a Deus por ter me dado à honra de tê-las no meu caminho, como já dizia a canção “Amigo é coisa pra se guardar do lado esquerdo do peito, dentro do coração”! Agradeço aos meus amigos da pós Isis, Leni, Géssy, Cinquentinha, Arthur, Joelson, Camilla, Lilian, Mariane e a todos os outros pelos momentos de alegria e de ensinamentos que de uma forma ou de outra, vocês transmitiam. Agradeço aos meus professores Luciano Cabral, Joadil, Janaína, Marinaldo, Daniel de Paula, Nelcino, Janessa, Rosemary, Maria Fernanda, Lisiane, Heder, Vânia, Alexandra, Felipe, Ferdinando, Nicolau e Regina, porque acreditaram na fundação do Curso de Zootecnia na UFMT campus Cuiabá, por todo conhecimento transmitido, por toda a amizade, pela garra para conseguir o melhor por nós da Primeira Turma de Zootecnia. Agradeço ao meu professor orientador desse estágio Carlos Eduardo e a Carla Heloisa por me proporcionarem a realização do estágio na Empresa Suprenorte, pelo

auxílio e aprendizado que me passaram no decorrer do estágio, na confecção do trabalho de conclusão de curso e pela paciência comigo. Agradeço à Empresa Suprenorte Agropecuária Ltda pela disponibilidade em me receber para realizar esse estágio, abrindo as portas para o que eu precisasse somando em meus conhecimentos e permitindo desenvolvimento de atividades para a conclusão do curso. Agradeço aos professores Daniel de Paula e Joadil pelas orientações, amizade, ensinamentos no campo profissional e pessoal, durante participação nos projetos de pesquisa. Agradeço ao NERP por toda oportunidade que me foi proporcionada. Agradeço à toda a equipe que trabalha na Fazenda Experimental, que durante esses anos sempre estavam prontos para ajudar. Agradeço à Primeira Turma de Zootecnia da UFMT Campus Cuiabá “OS COLOSTRO”, chegamos ao fim de uma etapa sem desistir, enfrentando desafios e sempre acreditando, muito obrigada por esses anos que passamos juntos. Enfim, à todos os meus familiares, amigos e colegas que de alguma forma me ajudaram durante a graduação o meu MUITO OBRIGADA!

“Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa. Por isso aprendemos sempre.” Paulo Freire

“Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota no mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota”. Madre Teresa de Calcutá

SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 1 2. OBJETIVO(S) ........................................................................................................... 2 3. REVISÃO ................................................................................................................. 3 4. RELATÓRIO DE ESTÁGIO ...................................................................................... 7 5. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS E DISCUSSÃO ................................................ 12 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 15 REFERÊNCIAS.......................................................................................................... 16 ANEXOS ....................................................................................................................19

RESUMO

Para controlar a qualidade do alimento produzido e o bom funcionamento de uma indústria de produtos para alimentação animal são necessários alguns cuidados. Esses cuidados são geridos por meio do manual de boas práticas de fabricação, que é baseado em normativas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Observam-se

nestas

normativas,

procedimentos

higiênicos,

sanitários

e

operacionais aplicados em todo o fluxo de produção, desde a obtenção dos ingredientes e matérias-primas até a distribuição do produto final, com o objetivo de garantir a qualidade, conformidade e segurança dos produtos destinados à alimentação animal. Dessa forma, o presente estágio de conclusão de curso foi realizado no estabelecimento Suprenorte Agropecuária Ltda, na cidade de Rondonópolis – MT. Objetivou-se conhecer a rotina de uma fábrica de ração animal, bem como os meios de manter-se em conformidade com os padrões estabelecidos pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. De modo geral, há empenho por parte dos gestores e dos colaboradores da empresa para atender as exigências do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Palavras-chave: operacional padrão

controle

de

qualidade,

níveis

de

garantia,

procedimento

1 1. INTRODUÇÃO Uma produção de alimentos segura é a preocupação de todos os elos da cadeia produtiva. Para isso devem ser tomados alguns cuidados especiais, com intuito de obter a qualidade e a inocuidade do alimento, o que envolve o controle de todas as etapas de produção do alimento, desde a recepção de matéria prima até o destino do produto final. Para controlar o processo produtivo de alimentos destinados aos animais, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) exige por meio da Instrução Normativa 04/2007, de 23 de fevereiro de 2007, a implantação de Boas Práticas de Fabricação na indústria. Por isso, os estabelecimentos que fabricam, importam, exportam e comercializam rações, suplementos, premix, núcleos, ingredientes e aditivos para alimentação animal, devem possuir registros no MAPA. O MAPA tem como objetivo garantir adequadas condições higiênicas sanitárias nos processos de fabricação, bem como a conformidade e inocuidade dos produtos disponibilizados no mercado. E ainda a segurança e a rastreabilidade dos produtos importados e exportados. Com toda essa preocupação, o controle de qualidade é aquele que determina as regras que são cumpridas por um departamento dentro do sistema de produção. A função deste departamento de fiscalização de qualidade dos ingredientes e matérias-primas é checar se estes estão, dentro de uma série de testes, adequados a serem utilizados na produção. A fábrica tem que ser eficiente para que se possa obter lucratividade na comercialização dos produtos. Uma empresa produtora de rações tem que possuir um eficiente controle de qualidade dos ingredientes disponíveis para elaboração e que garantam a qualidade da ração produzida. As principais normatizações que regulamentam os produtos para alimentação animal são: Decreto 6296/2007, dispõe sobre a inspeção e a fiscalização obrigatórias dos produtos destinados à alimentação animal; e as Instruções Normativas nº 04/2007 e nº 22/2009, que tratam das condições higiênico sanitárias, boas práticas de fabricação e acondicionamento de produtos para alimentação animal.

2 2. OBJETIVO

Conhecer a rotina de uma indústria de produtos para alimentação animal, bem como seus meios de manter-se em conformidade com os padrões estabelecidos pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento.

3 3. REVISÃO Cada estabelecimento deve possuir um manual de procedimentos de Boas Práticas de Fabricação (BPF) que contém uma série de medidas que devem ser adotadas por indústrias de alimento a fim de garantir qualidade higiênico-sanitária e conformidade dos produtos produzidos. A legislação sanitária federal regulamenta essas medidas em caráter geral, aplicável a todo o tipo de indústria de alimentos e específico, voltadas às indústrias que processam determinadas categorias de alimentos (ANVISA, 2012). De acordo como a Instrução Normativa nº 04 (MAPA, 2007), boas práticas de fabricação são procedimentos higiênicos, sanitários e operacionais aplicados em todo o fluxo de produção, desde a obtenção dos ingredientes e matérias-primas até a distribuição do produto final, com o objetivo de garantir a qualidade, conformidade e segurança dos produtos destinados à alimentação animal. Todas as operações devem ser realizadas de acordo com o manual de procedimentos de BPF, seguindo as medidas higiênicas e deve ser claro e preciso o bastante para que todas as operações sejam executadas conforme o descrito e que o objetivo esperado de produzir alimentos de forma segura seja atingido (MAPA, 2007). Manter um controle de qualidade numa indústria de nutrição animal é muito importante tanto sob o aspecto econômico quanto para a saúde do animal e do consumidor, utilizando métodos corretos de medidas no estabelecimento de padrões para monitorar a qualidade da matéria-prima, operações e produto acabado (CHAVES, 1994). Para Ortega (1988), uma fábrica de ração pode possuir uma instalação simples, desde que seja eficiente e segura, garantindo qualidade do produto final. Um sistema adequado de controle de qualidade de ingredientes garante selecionar fornecedores de confiança com segurança e obtendo lucro (BUTOLO, 2002). O controle de qualidade inicia-se no momento da compra das matérias primas, ou seja, a empresa precisa adquirir produtos que irão permitir a elaboração de ração de alta qualidade, seja ela sanitária ou nutricional (LÁZZARI, 1992). Um dos principais problemas enfrentados pela indústria de alimentação animal no Brasil é representado pela falta de uniformidade da maioria das matérias-primas existentes em nosso mercado (SINDIRAÇÕES, 2002).

4 Existem fornecedores exclusivos pela sua competência e idoneidade e por produzirem matérias-primas com menores variações dos níveis de garantia, melhor apresentação do produto e por serem criteriosos na sua documentação (certificado de análise). Este é o primeiro fator para obter qualidade e segurança do processo de produção e produto acabado (PEREIRA, 2008). Além dos fornecedores de matéria-prima, o armazenamento é de grande importância, pois, quando feito de maneira inadequada, interfere na qualidade do produto e na garantia da segurança (PEREIRA, 2008). No armazenamento é indicado que cada produto (produto acabado ou matéria-prima) seja identificado. A identificação é feita com o objetivo de facilitar o trabalho do funcionário, evitando que o mesmo cometa algum tipo de equívoco em relação ao ingrediente que deverá ser usado na formulação (CARVALHO, 2013). De acordo com o SINDIRAÇÕES (2002), produzir rações quer dizer submeter os ingredientes a alguns processos conhecidos e para isso é necessário que se tenha controle dos pontos críticos dos processos, visando obter o máximo potencial nutricional com modificações físicas e/ou químicas nos alimentos. Para a ANFAL (2002), uma indústria de alimentação animal é tão exigente quanto uma de alimentos para consumo humano, quanto ao balanceamento dos nutrientes. O processo é estudado de forma a garantir um produto que satisfaça os consumidores. De acordo com a Instrução Normativa n°4 (MAPA, 2007) todo equipamento e utensílio utilizado nos locais de processamento das rações, que entre em contato direto ou indireto com o alimento, tem que ser confeccionado com material que não transmita nada ao alimento, nem sabor, nem odores, resistente à corrosão e capaz de suportar várias operações de limpeza e desinfecção. Devem ser desenhados, construídos e instalados de modo a permitir fácil e completa limpeza, desinfecção e lubrificação. Os edifícios e instalações devem ser projetados de maneira que seu fluxo de operações possa ser realizado nas condições higiênicas, desde a chegada da matéria-prima, durante o processo de produção até a obtenção do produto final. A empresa deve dispor de espaço adequado para produção, armazenamento de ingredientes, sacaria vazia até o acondicionamento de produtos acabados,

5 obedecendo ao fluxograma de forma a possibilitar um sistema de produção unidirecional evitando possíveis causas de contaminação cruzada (MAPA, 2007). As paredes e divisórias devem ser lisas, de fácil limpeza e higienização e não apresentar frestas e rachaduras. As janelas, portas e outras aberturas devem ser projetadas de forma a evitar o acúmulo de sujeira e serem de fácil limpeza. As janelas que se comunicam com o exterior devem ser providas de proteção contra pássaros (RIBEIRO, 2009). De acordo com a Instrução Normativa nº 4 (MAPA, 2007), indústria deve estar em local em que os vizinhos não tragam os riscos de contaminação aos produtos, deve ser de fácil localização, as vias de trânsito ao redor não pode ter alagamentos em momento de chuva, o solo deve ser compacto para evitar buraco, sem árvores frutíferas para não atrair animais. Todos os produtos de limpeza e desinfecção e lubrificação devem ser registrados pelo órgão competente, identificados e guardados em local específico, fora das áreas de processamento dos alimentos. Os lubrificantes que entram em contato direto ou indireto com os produtos destinados à alimentação animal devem ser de grau alimentício. O programa de controle das pragas deve ser eficaz e aplicado de forma contínua. Os estabelecimentos e as áreas circundantes devem sofrer inspeção periódica com vistas a manter as pragas sob controle. A empresa deve possuir programa de higienização para as instalações, equipamentos e utensílios contemplando informações dos produtos utilizados como: nome e concentração, cuidados no manuseio e preparação das soluções, métodos de higienização, procedimento operacional, frequência de desinfecção e operadores responsáveis (CARVALHO, 2013). A direção do estabelecimento deverá garantir que todos os funcionários recebam treinamento relativo à higiene pessoal e aspectos higiênico-sanitários para processamento dos produtos destinados à alimentação animal mediante um plano de integração de novos funcionários e de treinamento contínuo. Toda pessoa que trabalhe na área industrial deve usar uniforme adequado, sendo este de uso exclusivo para o serviço. Nas áreas de manipulação de alimentos, deve ser proibido todo ato que possa originar contaminação dos produtos, como comer, fumar, tossir ou outras práticas anti-higiênicas (MAPA, 2007).

6 A contaminação cruzada é uma preocupação, pois ocorre quando alguma coisa que deveria ter ido num local e tão somente nele em um procedimento, na verdade, foi em outro. Isto pode ser muito comprometedor. Os principais pontos que devem ser observados e que são críticos neste sentido são: ensilamento de macro e microelementos; vazamentos em registros, caixas e comportas; transportadores; silos pulmões (silos para armazenagem temporária de ingredientes) e reservatórios mal projetados; acerto de rotas manualmente e/ou má sinalização de rotas; tempos de esvaziamento de rotas controladas manualmente; dosagem errada; troca de embalagens e de rótulos; falta ou má identificação dos silos, de pilhas. (KLEIN, 1999).

7 4. RELATÓRIO DE ESTÁGIO

O estágio curricular foi realizado na empresa Suprenorte Agropecuária Ltda, na cidade de Rondonópolis, Mato Grosso, no período de 15 de setembro de 2014 a 16 de outubro de 2014 (Figura 1).

Figura 1. Empresa Suprenorte A empresa de nutrição animal Suprenorte Agropecuária Ltda está há mais de 20 anos no mercado trabalhando com a finalidade de suprir as necessidades com dedicação para o desenvolvimento da cadeia produtiva da pecuária nacional. Além de produtos com qualidade, contam com auxílio de profissionais capacitados proporcionando assistência técnica aos clientes com intuito de obter maior ganho de peso, primando à responsabilidade social e bem-estar animal. A Suprenorte, por meio de uma extensa pesquisa em produção animal a pasto, desenvolveu produtos para atender as necessidades dos rebanhos da região. Possui uma linha de suplementos minerais, proteicos, energéticos, concentrados, núcleos para bovinos, sal mineral para equinos e ovinos (Tabela1). A empresa trabalha com os ingredientes: milho, farelo de soja, torta de algodão, sorgo, resíduo de feijão, sal branco, com as fontes de minerais fosfato bicálcico, sulfato de cálcio, flor de enxofre, silicato e os minerais cobalto, cobre, e zinco. O sal branco, milho, sorgo e resíduo de feijão são armazenados em boxes. Esses boxes são de alvenaria, concretados para facilitar limpeza (Figura 2). Esses ingredientes eram transportados através de roscas até o seu silo, depois era triturado e posteriormente era pesado indo para o misturador.

Tabela 1.

8 Produtos comercializados pela Suprenorte por nome comercial,

classificação e categoria animal a que se destina. Nome comercial

Classificação

Categoria animal

Supre-engorda 40

Suplemento mineral

Bovinos em fase de terminação

Supre cria e recria 60

Suplemento mineral

Bovinos em fase de cria e recria

Supre cria e recria 80

Suplemento mineral

Bovinos em fase de cria, recria e terminação

Suprenorte leite 90

Suplemento mineral

Vacas em lactação

Supre equinos

Suplemento mineral

Equinos na fase de crescimento, reprodução, trabalho

Supre ovinos

Suplemento mineral

Ovinos nas fases de cria, recria, reprodução e engorda

Supre concentrado

Suplemento mineral

Bovinos

Supre ureia 10%

Suplemento mineral com ureia

Bovinos no período da seca

Supre ureia 15%

Suplemento mineral com ureia

Bovinos no período da seca

Supre cria e recria 60/10%

Suplemento mineral com ureia

Bovinos no período da seca

Energético

Suplemento mineral proteico

Bovinos de corte

Mistura múltipla seca

Suplemento mineral proteico

Bovinos de corte na época seca

Proteico cria e recria

Suplemento mineral proteico

Bovinos de corte nas fases de crescimento e terminação

Proteico vacada

Suplemento mineral proteico

Fêmeas bovinas no período seco

Proteico boiada

Suplemento mineral proteico

Bovinos nas fases de crescimento e terminação no período seco do ano

Supre creep

Ração

Bovinos de corte nas fases de cria e recria

Confinamento 16%

Ração

Bovinos na fase de confinamento

Supre leite 18%

Ração

Vacas de leite na fase de lactação

Supre leite 22%

Ração

Vacas de leite na fase de lactação

Supre leite 24%

Ração

Vacas de leite na fase de lactação

Supre touros

Ração

Touros

R17 ração ovinos

Ração

Ovinos

Ração tropa

Ração

Equinos

Supre núcleo

Ração

Bovinos

9 O ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, por meio da Instrução Normativa 12/2004 determina que os suplementos podem ser denominados em: suplemento mineral: quando possuir na sua composição, macro e/ou micro elemento mineral, podendo apresentar, no produto final, um valor menor que quarenta e dois por cento de equivalente proteico; suplemento mineral com ureia: quando possuir na sua composição, macro e/ou micro elemento mineral e, no mínimo, quarenta e dois por cento de equivalente proteico; suplemento mineral proteico: quando possuir na sua composição, macro e/ou micro elemento mineral, pelo menos vinte por cento de proteína bruta (PB) e fornecer, no mínimo, trinta gramas de proteína bruta (PB) por cem quilos de peso corporal; suplemento mineral proteico energético: quando possuir na sua composição, macro e/ou micro elemento mineral, pelo menos vinte por cento de proteína bruta, fornecer, no mínimo, trinta gramas de proteína bruta e cem gramas de nutrientes digestíveis totais (NDT) por cem quilos de peso corporal. (A)

(B)

Figura 2. Demonstrativo do box de sorgo (A) e de feijão e de milho (B).

A recepção de matérias-primas era feita de seguinte maneira: produtos ensacados eram retirados do caminhão por serviço manual dos funcionários, sempre respeitando as normas de BPF como não colocar os sacos na cabeça sem capacetes e usando os devidos equipamentos de proteção. Os produtos que chegavam na empresa em bags, que eram retirados do caminhão com o auxílio da empilhadeira. Produtos à granel eram descarregados na moega e transportados para os boxes por meio de roscas (Figura 3).

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Figura 3. Moega para descarregamento de produtos a granel.

A recepção de embalagens também era feita, observando se estava tudo conforme a legislação. As embalagens utilizadas são sacos de ráfia. Cada produto tem sua respectiva embalagem com o rótulo indicando a composição básica, os eventuais substitutos, os níveis de garantia do produto, as indicações de uso, o modo de usar e o modo de conservação. As embalagens ainda contêm a data de validade do produto, data de fabricação, lote, indicação de transgenia e se o produto é isento de registro no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Conforme a Instrução Normativa 42/2010, alguns produtos são isentos de registro no Ministério da Agricultura como: o produto destinado à alimentação animal classificado como suplemento para ruminante, premix, núcleo, concentrado, ração e os ingredientes, farelo de soja, farelo de trigo, farelo de algodão, farelo de glúten de milho e gérmen de trigo; os grãos e sementes in natura e fenos, que sofrerem apenas o processo de moagem e que mantenham as suas características nutricionais; os ingredientes e aditivos utilizados na alimentação humana e susceptíveis de emprego na alimentação animal. A isenção de registro de ingredientes, suplementos para ruminantes, premix, núcleos, concentrados e rações destinados à alimentação animal não exime o estabelecimento e os responsáveis técnicos do cumprimento das exigências estabelecidas em atos normativos específicos

e

demais

normas

do

Ministério

da

Agricultura,

Pecuária

e

Abastecimento - MAPA. Compete ao Responsável Técnico do estabelecimento a aprovação das fórmulas, rótulos e embalagens dos produtos isentos de registro e o preenchimento do respectivo Relatório Técnico de Produto Isento de Registro – RTPI. O suplemento mineral para equinos era um produto isento de RTPI. As embalagens de suplementos minerais já vêm com toda essa informação impressa. Cada suplemento destinado à determinada categoria animal tem uma

11 embalagem de uma cor. As embalagens para ração têm um rótulo que é colado e são armazenadas em lugar específico, separadas de acordo com o produto que cada uma vai ensacar (Figura 4).

Figura 4. Rótulo de embalagens de ração

O armazenamento de matérias-primas era feito em um galpão. Nesse galpão era armazenado bags de fosfato bicálcico, sacos de torta de algodão, sacos de silicato e filtrado de enxofre. Os sacos de filtrado de enxofre, silicato e torta de algodão ficavam em cima de pallets, os quais eram cobertos com papelão para evitar contato com a madeira (Figura 5).

Figura 5. Armazenamento de matéria-prima e produtos.

O local para carregamento e descarregamento era coberto, conforme é exigido pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. (Figura 6).

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Figura 6: Local para Carregamento e Descarregamento de matéria prima e produtos

A empresa era composta de vários setores: a indústria propriamente dita, setor administrativo, setor de vendas e uma sala para estudos. Durante a realização do estágio foram visitados todos estes setores.

13 5. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS E DISCUSSÃO

Todos os dias ao chegar à empresa realizava-se uma vistoria em todos os setores da fábrica (expedição, produção, armazenamento, boxes, vestiários, área externa e sala onde ficam armazenado os ingredientes para confecção de premix), para observar se havia algo para ser corrigido. Posteriormente era feita outra vistoria, anotando se alguns itens estavam em conformidade ou não. Não foram observadas constantes análises na composição dos ingredientes e matérias-primas ficando apenas na confiança nos níveis de garantia fornecido pelos fornecedores. Hoje em dia já existem aparelhos bastante avançados que são capazes de fazer essas análises de maneira rápida e precisa, é o caso do NIRS (Near Infrared Spectroscopy), é constituído de uma câmara de leitura ótica e de um software para tratamentos matemáticos que, por meio de curvas espectrais dentro da faixa do infravermelho (700-2.500 nanômetros), gera equações para estimar teores da composição bromatológica do alimento. Sem dúvida, seria um investimento que poderia ser feito que ajudaria e muito a empresa a manter a qualidade de seus produtos. O recebimento foi realizado de forma correta, sempre em local coberto, e era feito braçalmente caso fossem sacos e com auxílio de empilhadeira caso fossem bags. Quanto a entrega dos equipamentos de proteção, não havia uma frequência de entrega, sendo fornecida quando os funcionários pediam. Além disso, foi realizada a conferência das notas fiscais. Quando chegava matéria prima e a análise dos níveis de garantia, as informações eram passadas para as devidas planilhas de BPF. Ainda, avaliava-se veículo que transportava matéria-prima e embalagem, preenchendo-se as fichas de conformidade. E por fim, retirava-se uma amostra de matéria-prima do lote para posterior análise. Em seguida, era realizado o acompanhamento da qualidade no armazenamento de matéria-prima. Os bags ou sacos sempre deveriam estar sobre pallets, nunca em contato direto com o chão e também nunca em contato direto com a madeira. Para todas as atividades, foi necessário conhecer o manual de Boas Práticas de Fabricação, que visa garantir a qualidade, adequação do produto elaborado, procedimentos higiênicos, sanitários e operacionais aplicados em todo sistema de produção, desde obtenção de ingredientes e matéria-prima até a distribuição do produto final. Este documento deve retratar a empresa, ser exclusivo e intransferível.

14 A produção obedecia aos requisitos higiênico-sanitários necessários. Os ingredientes estavam dentro do padrão estabelecido e sem contaminantes. Evitavase sempre a contaminação cruzada, que pode ser levada pela movimentação do próprio pessoal, uma vez que a linha de produção deve sempre ser unidirecional. A

empresa

seguia

os

procedimentos

operacionais

padrão

(POP),

selecionando fornecedores idôneos que entregam produto no tempo e com atendimento dos níveis de garantia adequado; tendo práticas higiênicas, como não tossir, cuspir, fumar e comer na área de produção; aferição de balanças e equipamentos, manutenção preventiva; controle de pragas e roedores; controle da qualidade de água. Observou-se que a empresa cumpre com o regulamento de boas práticas fornecido pelo MAPA, e quando algo não estava em conformidade, logo se tomava as medidas de ações corretivas para tal fato. Quanto à limpeza e higienização de instalações, equipamentos e utensílios, havia o preenchimento das planilhas para indicar a condição de pisos, portas, lixeiras, parede, teto, janelas, utensílios, detergente, papel toalha, bebedouro, calçada, prateleiras. Realizava-se o controle de pragas e roedores conforme as recomendações sendo realizada uma vez por semana, colocando iscas em armadilhas nos pontos indicados. Para espantar os pombos comprou-se uma cola específica para esse fim, que se passou sobre as telas no teto da indústria, onde os pombos ficavam. Também foram esticadas as telas, evitando que os pombos fizessem ninhos. Para o controle de formigas, aplicava todos os sábados um spray à base de fipronil nos formigueiros. Para o controle de roedores era utilizado produto em pó (Racumim) e iscas. Esses venenos eram colocados todos os sábados em armadilhas, que eram tubos de PVC fixados em pontos estratégicos na indústria. Quanto ao preenchimento de planilhas para enviar ao MAPA, esta atividade foi desafiadora, uma vez que a empresa não possuía um técnico responsável por essa etapa e o aprendizado foi obtido por meio de leitura das normativas e consulta a outros profissionais. Durante a realização do estágio foram dados alguns treinamentos pelo médico veterinário Plinio Araújo. Nesse treinamento pude acompanhar o processo de produção da empresa e entender melhor a qualidade dos produtos ali fabricados. Grandes foram as oportunidades dadas pela empresa para exercitar o conhecimento técnico. Teve-se acesso a boa parte dos documentos da empresa e a empresa permitiu que desempenhasse o que tivesse que ser feito para corrigir alguma ação para melhoria do processo de produção.

15 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com a realização desse estágio de conclusão de curso tive a oportunidade de conhecer e aprender sobre o processo de produção de alimentos destinados à alimentação animal. Essa é uma área muito importante para nossa formação e foi pouco abordada durante a graduação. A empresa na qual fiz o estágio me proporcionou grande aprendizado, uma vez que abriu as portas para que eu pudesse acompanhar todo sistema de produção, desde a chegada das matérias-primas até o produto acabado. Também pude acompanhar um pouco sobre as leis que regem esse sistema e como o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento está inserido dentro do processo.

16 REFERÊNCIAS

ANFAL Manual de boas práticas de fabricação para estabelecimentos de produtos para alimentação animal. 2002. 48p

ANVISA.

2012.

Agência

Nacional

de

Vigilância

Sanitária.

Disponível

em

http://www.anvisa.gov.br/alimento/. Acesso em 01 de dezembro de 2014.

BUTOLO, J.E. Qualidade de ingredientes na alimentação animal. Campinas: Colégio Brasileiro de Alimentação Animal, 2002. 430p.

CARVALHO, T.K.F. Boas Práticas De Fabricação De Ração Na Agropecuária Jataí Comércio Indústria & Transporte De Produtos Agropecuários Ltda. Trabalho de Conclusão de Curso. Jataí, 2013.

CHAVES, J. B. P. Controle de qualidade para indústrias de alimentos. Viçosa: Imprensa Universitária, 1994. 94p.

KLEIN, A. A. Pontos Críticos do Controle de Qualidade em Fábricas de Ração — Uma Abordagem Prática. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE NUTRIÇÃO DE AVES, 1 , 1999, Concórdia, SC. Anais. Concórdia: EMBRAPA–CNPSA, 1999, p. 1-21.

LÁZARRI, F.A. Qualidade da matéria prima de rações. Umidade, fungos e micotoxinas. In: Nutrição e alimentação de aves. VII MINI-SEMINÁRIO DO COLÉGIO BRASILEIRO DE NUTRIÇÃO ANIMAL, Campinas. Anais... p.77-82, 1992.

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. Instrução normativa nº 4, de 23 de fevereiro de 2007. Regulamento técnico sobre as condições higiênico-sanitárias e de boas práticas de fabricação para estabelecimentos fabricantes de produtos destinados à alimentação animal e o

roteiro

de

inspeção.

Disponível

em:

. Aceso em: 01 de dezembro de 2014.

17 MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. Instrução normativa nº 22/2009. Condições higiênico sanitárias, boas práticas de fabricação e acondicionamento de produtos para alimentação animal. Disponível

em:

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