Unidade: O Gerativismo de Chomsky Unidade I:

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Unidade: O Gerativismo de Chomsky A Gramática Gerativa Até os anos 50 foram as correntes estruturalistas que dominaram o cenário dos estudos linguísticos e, conforme você deve ter observado, muito valor se dava aos elementos fonológicos (sons) e aos morfológicos (construção das palavras). Lembra-se das relações sintagmáticas e paradigmáticas, bem como da dupla articulação da linguagem? Revisemos um pouco: Aprendemos que para utilizarmos a língua selecionamos elementos dentre aqueles que estão disponíveis no nosso código linguístico (eixo paradigmático) e os organizamos para formar as sentenças (eixo sintagmático).

http://images.learningresources.com/images/products/en_us/detail/prod6300_dt.jpg Acesso 16/02/10

Com relação à dupla articulação, vimos que na primeira articulação, lidamos com os menores elementos providos de significado, os morfemas, para formarmos palavras e sentenças. Já na segunda articulação, os elementos

mas realizam uma função distintiva, possibilitando a criação de um número infinito de palavras, estes são os fonemas. Nos dois casos citados, temos uma ênfase bastante grande nos processos de distinção de sons e nos de formação das palavras. Em 1957, um linguista chamado Noam Chomsky publica o livro Syntactic Structures (ou Estruturas Sintáticas), cujo objeto de estudo são as sentenças produzidas, ou possíveis de ser realizadas, pelos falantes de uma determinada língua.

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envolvidos possuem significação zero, ou seja, são desprovidos de significado,

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Chomsky teve uma formação estruturalista, mas começou a criticar a ênfase dada pelos estruturalistas para a observação e classificação dos dados. Ele acreditava ser necessária a criação de uma teoria que pudesse servir de base para a análise dos dados para, dessa forma, poder explicar não somente as frases realizadas, mas todas aquelas que pudessem ainda ser produzidas por um falante da língua. Chomsky propõe assim, uma teoria a qual ele chama de Gramática e cujo foco, conforme citado acima, é a sintaxe, ou construção de sentenças. Note que a teoria da gramática proposta por Chomsky não deve ser confundida com a gramática normativa, pois seu objetivo não é ditar regras, mas explicar “as frases realizadas e potencialmente realizáveis na língua proposta” (PETTER, 2005, p.22). Outra distinção e novidade desta teoria da gramática é a importância que ela dá à intuição do falante na determinação do que é gramatical ou agramatical numa dada sentença. Chomsky denomina esta intuição de competência linguística do falante e a estudaremos com maiores detalhes um pouco mais a frente. Surge, assim, a Gramática Gerativa de Noam Chomsky. Ela é considerada gerativa, pois, conforme observaremos, ela permite que, a partir de um número limitado de regras, o falante consiga criar um número ilimitado de sentenças. Parte ainda, do abstrato (um sistema de regras) para o concreto (as frases da língua), o que denominamos de mecanismo dedutivo. Observe o que o próprio Chomsky afirma em seu livro Estruturas Sintáticas (1957, p.13 apud PETTER, 2005, p.14): “Doravante considerarei finita em comprimento e construída a partir de um conjunto finito de elementos”. Tal definição não nos lembra do que já estudamos sobre a economia linguística?

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uma linguagem como um conjunto (finito ou infinito) de sentenças, cada uma

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Ainda com relação ao termo “gramática” proposto por Chomsky é importante ressaltar que este é usado para dois fins distintos:

Para tratar do sistema de regras que todo falante possui; Para denominar a teoria na qual o linguista irá se ancorar para caracterizar este sistema.

Conforme observaremos nos próximos itens, os estudos desenvolvidos por Chomsky e seus discípulos marcam um divisor de águas nas pesquisas linguísticas e,

mesmo

sendo

passíveis de

críticas e

reformulações,

proporcionaram uma nova visão para esses estudos. A importância da teoria de Chomsky é apontada por Lyons (1987, p.211), quando diz:

(...) a influência do gerativismo chomskiano sobre toda a teoria

aqueles que rejeitam tal ou qual aspecto do mesmo tendem a fazê-lo nos termos que o próprio Chomsky lhes tornou acessíveis.

Deve observar, ainda, um crescente rigor formal no tratamento das questões linguísticas, o que leva a utilização de uma simbologia próxima à matemática para descrever e explicar os estudos realizados. Estudaremos, a seguir, os elementos mais importantes da teoria chomskiana.

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lingüística moderna foi tão profunda e difusa, que mesmo

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I) Inatismo versus Behaviorismo Chomsky propõe sua teoria num momento em que o pensamento dominante baseia-se no behaviorismo, concepção advinda dos estudos em psicologia segundo a qual a aprendizagem se dá por meio de estímulos e respostas, bem com por imitação e condicionamento. Naquele contexto, em relação à aprendizagem de uma língua, acreditava-se que uma criança aprenderia a partir da imitação das frases que ouvia.

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A teoria de Chomsky se contrapôs frontalmente a esse princípio. O linguista defendeu que a linguagem é independente de estímulo, ou seja, mostrou que a imitação não é suficiente para explicar a aquisição de uma língua, pois uma pessoa pode produzir e compreender frases que nunca ouviu antes. Assim, afirmou que o ser humano é dotado geneticamente de uma capacidade para a aprendizagem das línguas. Essa faculdade mental é

inata.

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própria da espécie e já nasce com o indivíduo, por isso é chamada de

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Scarpa (2001, p.206) ressalta:

Os estudos sobre processos e mecanismos de aquisição da linguagem tomaram um grande impulso a partir dos trabalhos do lingüista Noam Chomsky, no fim da década de 1950, em reação ao behaviorismo vigente na época (...).

Chomsky adota uma postura inatista na consideração do processo por meio do qual o ser humano adquire a linguagem. A linguagem, específica da espécie humana, seria adquirida como resultado do desencadear de um dispositivo inato, inscrito na mente e não apenas um conjunto de comportamentos verbais adquiridos pelo convívio em sociedade. Scarpa ainda explica (ibid., p.207):

O argumento básico de Chomsky é: num tempo bastante curto

exposta normalmente a uma fala precária, fragmentada, cheia de frases truncadas ou incompletas, é capaz de dominar um conjunto complexo de regras ou princípios básicos que constituem

a

gramática

internalizada

argumento,

constantemente

reafirmado,

do é

falante.

Esse

chamado

de

“pobreza de estímulo”. Um mecanismo ou dispositivo inato de aquisição de linguagem (em inglês, LAD, language acquisition device), que elabora hipóteses lingüísticas sobre dados lingüísticos primários (isto é, a língua a que a criança está

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(mais ou menos dos 18 aos 24 meses), a criança, que é

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exposta), gera uma gramática específica, que é a gramática da língua nativa da criança, de maneira relativamente fácil e com um certo grau de instantaneidade. Isto é, esse mecanismo inato faz “desabrochar” o que “já está lá”, através da projeção, nos dados do ambiente, de um conhecimento lingüístico prévio, sintático por natureza.

http://2.bp.blogspot.com/_YMliQpGisxA/Sv_fkRlPUUI/AAAAAAAAAn0/PVCMWDg4DBA/s400/bebesconversando.jpg Acesso 16/02/10

Kristeva observa: Portanto em vez de aceitar o postulado behaviorista de que a língua é um “sistema de hábitos”, Chomsky opta pela posição cartesiana idealista das “idéias inatas”: o carácter universal destas idéias exige do linguista uma teoria altamente abstracta que, partindo de cada língua concreta, possa encontrar o

293)

Para entender melhor a teoria inatista, leia “Inato ou adquirido” disponível no link abaixo:

http://www.nce.ufrj.br/ginape/publicacoes/trabalhos/RenatoMaterial/Inato.htm

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formalismo universal válido para todas as línguas (...). (s/d,

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II) Competência e Desempenho Chomsky define a capacidade que todo sujeito tem para aprender uma língua como competência linguística. Por outro lado, o desenvolvimento da capacidade linguística é individual, depende da história de cada um, e é denominado desempenho.

http://3.bp.blogspot.com/_lk9j1KQ_DzQ/SjB8u5shq8I/AAAAAAAAAUk/_fJ4_cofR2Q/s400/Desenho-de-duas-pessoas-conversandoamigavelmente_03.jpg Acesso 16/02/10

Para Chomsky, a tarefa do linguista é explicar a competência, ou seja, como os falantes conseguem distinguir o que é gramatical ou agramatical na língua. Uma frase é considerada gramatical quando segue a estrutura sintática de determinada língua. Assim, em português, temos:

A aula começou. 1

SN + 2SV

3

Qualquer falante

da

língua

reconhece

essa

construção

como

pertencente ao português. Essa é uma construção gramatical. Por outro lado, se considerarmos:

1

SN – Sintagma Nominal: possui como termo central um substantivo ou elemento substantivado, como um pronome. Pode, ou não, vir acompanhado de artigos, numerais e adjetivos. 2 SV – Sintagma Verbal: possui como termo central o verbo, podendo ou não vir acompanhado de complementos. 3 Det – Determinantes: nome dado aos artigos, numerais e pronomes que podem acompanhar um substantivo, ou nome (N).

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Det + N + V

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Aula a começou. SN + SV N + Det + V

Temos então uma sentença agramatical, já que, em nossa língua, o sintagma nominal deve seguir a ordem: Det + N ou adjunto adnominal + núcleo. Para Chomsky, mesmo que um falante da língua portuguesa não tenha o conhecimento formal das estruturas linguísticas, sendo incapaz de nominalizar os termos gramaticais como apresentado acima, ele será capaz de identificar o que é gramatical em seu idioma do que é agramatical. Vejamos nas palavras de Chomsky (apud Kristeva, p.293), em que consiste o trabalho do linguista:

O objectivo fundamental da análise linguística de uma língua L é separar as sequências gramaticais que são frases de L, das sequências agramaticais que não são frases de L, e estudar a estrutura das sequências gramaticais.

Conforme comentado anteriormente, essa é a dupla função da gramática proposta por Chomsky: primeiramente, identificar o sistema de regras que todo falante possui para, posteriormente, delimitar, pelo sistema de regras

III) Estrutura Profunda e Estrutura Superficial A teoria gerativista posteriormente também recebeu o nome de transformacional, por conta do processo já comentado, de que a partir de um número limitado de estruturas se possa criar um número ilimitado de sentenças em qualquer idioma. Assim como ocorrido com Saussure, que opta por estudar a língua em detrimento da fala, devido ao caráter individual e variável desta última, Chomsky também se decide pela ênfase nos estudos da competência

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identificados, quais são as sequências gramaticais numa dada língua.

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linguística do falante e, para tanto, ele não pode levar em consideração o desempenho individual nos usos concretos e reais da língua. Para poder estudar a competência geral, Chomsky elege o falante ideal, ou seja, ele não parte de estudos da língua real, mas de uma língua idealizada, não influenciada por aspectos sócio-histórico-culturais. Considerando que a competência é algo inato ao ser humano, Chomsky trata de uma Gramática Universal (GU). Isto significa que seus estudos aplicam-se a qualquer língua, falada por qualquer grupo. Note que, conforme nos apresenta Petter (2005, p.22) a Gramática Universal (GU) é utilizada pelos linguistas gerativistas para compreender as propriedades comuns, universais das línguas. Enquanto que, a Gramática Gerativa ou Transformacional (GT) trata da concepção chomskiana da geração de novas e infinitas sentenças a partir de um número limitado de estruturas. Na primeira versão dada a Gramática Transformacional, Chomsky institui dois tipos de regras:

As sintagmáticas, que geram as estruturas abstratas (ou profundas); As de transformação, que convertem as estruturas abstratas nas frases da língua.

Kristeva (ibid., p.297) apresenta assim o princípio da chamada gramática transformacional:

gramatical” e formula-o assim: uma transformação gramatical T opera sobre uma dada sequência ou sobre um conjunto de sequências que possuem uma dada estrutura e converte-a numa

nova

sequência

que

tem

uma

nova

estrutura

sintagmática derivada.

Isso significa que as frases da língua são reconhecidas pelos falantes por possuírem uma estrutura básica (e abstrata), denominada estrutura profunda.

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Chomsky propõe, portanto, o conceito de “transformação

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Nas construções empregadas pelos sujeitos são operadas, às vezes, determinadas modificações que constituirão a estrutura superficial das sentenças. A análise que Chomsky propôs na década de 50 é apresentada por Borges Neto (2004, p.103). Vejamos um exemplo de representação das sentenças gramaticais:

A idéia básica é que uma sentença como Pedro viu Maria, bem como qualquer que essas representações possam ser construídas, numa seqüência, uma a partir da imediatamente anterior. Suponhamos que o sistema comece dizendo que Pedro viu Maria é uma sentença. A partir disso, o sistema deverá dizer como a sentença é constituída por categorias sintáticas, expondo sua estrutura. Nossa sentença, por exemplo, é constituída por um sintagma nominal (SN) seguido de um sintagma verbal (SV); o sintagma verbal, por sua vez, é constituído por um verbo (V) seguido de um novo SN. Os SNs são constituídos por nomes próprios (N). Assim, no nível da estrutura frasal, a sentença Pedro viu Maria receberá uma representação que pode ter uma das duas formas seguintes

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(que são absolutamente equivalentes):

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(1a) (((Pedro)N)SN ((viu)V ((Maria)N)SN)SV)S (1b)

S

SN

SV

SN

N

V

N

Pedro

viu

Maria

No exemplo citado acima diríamos que a estrutura profunda é constituída pelos sintagmas (SN + SV) e que a estrutura superficial é o resultado das escolhas dos elementos lexicais (Pedro + viu + Maria). Outras infinitas sentenças poderiam ser construídas utilizando-se da mesma estrutura profunda (SN + SV). Em 1965, Chomsky lança o livro Aspects of the Theory of Syntax

do gerativismo, ou da gramática transformacional. Nesta, ele apresenta um modelo que ilustra as estruturas linguísticas (profunda e superficial) e os elementos agregados a cada uma. O modelo, de acordo com o apresentado por Orlandi (2003, p.44,45) é composto pelos seguintes componentes:

Um central, referente às estruturas sintáticas; Dois interpretativos, referentes às estruturas semânticas e fonológicas.

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(Aspectos da Teoria da Sintaxe) no qual desenvolve a chamada teoria-padrão

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O componente sintático é constituído pela base, que gera as estruturas profundas, e também é responsável pelas transformações que levam à estrutura superficial (a sentença). Os dois componentes interpretativos se articulam com o componente sintático, sendo que a interpretação semântica relaciona-se com a estrutura profunda e a fonológica sobre a estrutura superficial. Veja como isso acontece de forma gráfica:

Componente Sintático (Base)

EP

-

transformações

-

ES

Componente Semântico

Componente Fonológico

(sentido)

(som)

Na sentença “Eduardo pediu a Patrícia para sair” temos uma estrutura superficial ambígua por conta da existência de duas estruturas profundas: “Eduardo pediu a Patrícia (para Eduardo) sair” e “Eduardo pediu a Patrícia (para Patrícia) sair” Repare que, mesmo que optássemos por outros termos (componentes semânticos ou fonológicos) para esta sentença, seu sentido continuaria ambíguo por conta de um problema com sua estrutura profunda (sintaxe). A divisão entre estrutura profunda e estrutura superficial da teoria de

posteriormente, sofreu algumas modificações. Como você deve ter percebido, a Gramática proposta por Chomsky vai adquirindo um caráter cada vez mais formal e científico, com a apresentação de fórmulas que, conforme dissemos pouco acima, assemelham-se a enunciados matemáticos. Chegamos assim, ao final de mais uma Unidade. Não é objetivo de nosso curso um estudo aprofundado da teoria proposta por Chomsky, entretanto, esperamos que você possa ter apreendido

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Chomsky causou e, ainda causa, grande controvérsia no meio linguístico e,

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os conceitos principais relacionados a esta linha teórica. Agora é a hora de reler o material com bastante atenção, assistir a apresentação narrada e, após, realizar as atividades avaliativas propostas. Lembre-se de que nesta Unidade, teremos uma atividade de produção textual ao invés do fórum de discussões. Leia atentamente às instruções, produza suas reflexões e envie-as conforme indicado. Caso tenha dúvidas,

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entre em contato com seu tutor.

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Referências BORGES NETO, José. “O empreendimento gerativo” In MUSSALIM, Fernanda; BENTES,

Anna

C.

(orgs.)

Introdução

à

lingüística:

fundamentos

epistemológicos. São Paulo: Cortez, 2004, v. 3. DUBOIS, Jean et al. Dicionário de Lingüística. São Paulo: Cultrix, 2004. KRISTEVA, Julia. História da linguagem. Lisboa: Edições 70, s/d. LOPES, Edward. Fundamentos da Lingüística Contemporânea. São Paulo: Cultrix, 1995. LYONS, John. Linguagem e Lingüística. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1987. ORLANDI, Eni Pulcinelli. O que é Lingüística. São Paulo: Brasiliense, 2003. (Coleção primeiros passos). PETTER, Margarida. Linguagem, língua, lingüística. In FIORIN, José Luiz. Introdução à lingüística. I Objetos teóricos. São Paulo: Contexto, 2005, p. 11-24. SCARPA, Ester M. “Aquisição da linguagem” In MUSSALIM, Fernanda; BENTES, Anna C. (orgs.) Introdução à lingüística: domínios e fronteiras. São

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Paulo: Cortez, 2001, v. 2.

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Responsável pelo Conteúdo: Profª. Sandra Regina Fonseca Moreira Revisão Textual: Profª Sandra R.F. Moreira Profª. Dra. Magali Sparano

www.cruzeirodosul.edu.br Campus Liberdade Rua Galvão Bueno, 868 01506-000 São Paulo SP Brasil Tel: (55 11) 3385-3000

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