Rudih~iaPedrolo
NEFROPATIA
DIABETICA
Monografia apresentada ao Curso de P6sGradu89ao de Especializ8/faO em Analises CHnicas e Toxicol6gicas da Faculdade de Ciencias Biologicas e da Salide da Universidade Tututi do Parana, como requisito parcial para a obtencao do grau de especialista.
Orientadora: ProF Fabiane Gomes de Moraes Rega
Curitiba
2004
SUMARIO
LlSTA
DAS FIGURAS
LlSTA
DAS TABELAS
07
LlSTA
DAS ABREVIATURAS
08
.
..
RESUMO.
10
.
11
1 INTRODU mas sao maio res do que as considerados normais. E definido como tendo glicemia de jejum com nlveis ~ 100 mg/dL, mas < 126 mg/dL ou valores do teste oral de tolerancia
a
glicose
(TOTG)
apos
2h ~
140 mg/dL,
mas
< 200
mg/dL,
sendo
padronizados as seguintes valores: - Glicemia de jejum < 100 mg/dL como normal; ~ GHcemia de jejum entre 100·125
mg/dL como intolerante
parcial
a
glicemia em
jejum; - Glicemia de jejum sendo
0
(TOTG).
;;;::126
mgfdL como diagn6stico temporario de diabetes,
diagn6stico confirmatorio obtido com
0
teste oral de toterancia a glicose
20
TABELA 01 - CRITIORIOS DIAGN6STICOS 1. Sintomas de diabetes e concentrayao
DE DIABETES MELLITUS casual de glicose no plasma ~ 200 mg/dL. 10
definida como casual urna amostra colhida a qualquer hora do dia, sem considerar tempo em que a ultima refeh;:ao foi realizada. Os sintomas classicos poliuria, polidipsia e inexplicada perda de peso.
de diabetes
0
incluem
ou 2. Glicemia de jejum ~ 126 mg/dL. Jejum e definido como a nao ingestao de calorias por
no minima Bh. ou 3. Glicemia 2h ap6s administrayao de glicose ~ 200 mg/dL durante um TOTG. 0 teste deve seguir a padronizaJ;ao da OMS, usanda urna quantidade de glicose que contenha o equivalente a 75 9 de glicose anidra dissolvida em agua.
Obs: Na ausfmcia de hiperglicemia inequlvoca, estes criterios devem ser confirmados pela repetiyao de um teste diferente em um outro dia. A terceira dosagem (TOTG) nilo e recomendada para usc de retina. FONTE: AMERICAN
o
DIABETES ASSOCIATION,
teste oral de tolerancia
anidra dissolvida em sendo considerados - Glicemia
a
2004, p. 541.
glicose, vide tabela 2, faz uso de 75g de glicose
agua e e considerado como teste confirmat6rio para diabetes,
as seguintes valores: 2h ap6s adminislrac;ao
oral de glicose
'""'~'·
Destruicao tecidual fibrose
Figura 5 SumMo dos mediadores envotvidos na fisiopatologia da nefropatia diaMtica. Aumentos da glicose levam a gera~ao de especies de oxig~nio reativo (ROS) e aumento de stntese de produtos avam;:ados de glicayao (AGEs). ROS estimuta a gera~o local de ANG II, com aumento da proteinuria. mas a proteinuria, adicionalmente, aeentua a slntese tubular de angiotensina II (ANG 11).Angiotensina It tambem aumenla formacao de AGEs, sendo 0 fator central na indu.;:ao de vanas citoquinas e fatores de crescimento. Algumas dessas citoquinas estimulam direlamenle a slntese de matriz extracelular (TGF-~). bem como outros mediadores inflamat6rios (MPC-1). Como conseqOl!ncla deste processo, resultam destruiya.o tecidual e fibrose.
FONTE: WOLF, 2004, p. 791,
3,3 DESENVOLVIMENTO
CLiNICO E APRESENTAyAo
A incidemcia e a progressao indivlduos dos novos diagn6stico.
considerados pacientes
da injuria renal variam sUbstancialmente
entre os
do grupo de risco para a doenga renal cronica. Oito por cento com diabetes
Entre os pacientes
mellitus
tipo 2 tern proteinuria
com diabetes
melittus
no momento
do
tipo 2 que nao apresentam
34
proteinuria
inicialmente,
a risco em 20 anos de desenvolver
41%. Depois que ocorre a proteinuria, em
10 anos
e
desenvolverao
de 11%. Portanto, nefropatia
lun9ao renal (MCLELLAN
cerca
de metade
e 10% desses individuos e FLANDERS,
Ha urna serie de dados proteinuria,
0 risco de progressao
a hipertensao
maior for a proteinuria
renal crOniea terminal.
rapidamente
0
com diabetes
tipo 2
0
de nefropatia
tamanho
a presenc;:a
Quanta maior
0
diabetica,
no dlagnostico
de multiplos latores (IANHEZ,
rim como dado clinica, (1999) demonstram
da
como a
do rim. A proteinuria
necessaria
de evolUl;ao
nivel da hipertensao
ha controversias
da insuficiemcia 1999).
quando
da nefropatia diabetica e para a
arterial, mais
paciente evolui para uremia, desta forma, 0 aumento da creatinina
e a dado mais importante depender~
daqueles
menor sera a tempo
insuficiencia
e de
evoluira para perda progressiva
sugestivos
uremia e
atinge urn valor superior a 300 mg/24 h caracteriza quanta
diabetica
2003).
cllnicos
arterial, a
nefropatia
para doen~a rena] croniea
serica
renal e a sua pragressao
J~ em rela9ao ao uso do tamanho do
na literatura.
ausencia de altera~aa de tamanho,
Estudos 0
realizados
par lanhez
que diverge dos achados nos
estudos realizados por Viberti et al (1994). A historia natural da nefropatia diabetica (NO) e complexa renais naa sao correntemente e lente e felizmente
detectaveis
modificflvel
KCOMT e FONSECA, 2004).
e, muitas altera90es
na pratica clinica (Figura 06).
por interven~Oes
usadas
na pratica
0 curse da NO cllnica
(JAWA,
35
FIGURA 06 - HIST6RIA
I
Diabetes
I
NATURAL DA NEFROPATIA
DIABETICA
TIPO 2
I
Clinico
I
MudanIY3S funcionais
I Elevacao
Mudans;as da Pressao
arterial
I I
Microalbuminuria
I
Creatinina
I I In leia 0 Diabetes
I
Proteinuria
I Morte
I
estruturais
I
soro
Doen~
renal
I
cronica
I
Cardiovascular
I 2
I 10
I
I
20
30
(Anos) FONTE: FOLAN, 2004, p. 387.
A evolUl;M
cllnica da Nefropatia
em cinco fases sendo elas: hipertiltrac;ao
Diabetica
pode didaticamente
glomerular
e renomegalia,
ser classificada
lesOes glomerulares
precoces, Nefropatia Diabetica incipiente, Nefropatia Diabetica cHnica ou evidente e, doenC;8 renal
croniea terminal ou fase uremica, conforme demonstrado na tabela 03
(MURUSSI et ai, 2003; JAWA, KCOMT e FONSECA, 2004).
36
TABELA 03 - FASES DA NEFROPATIA
DIABETICA
Caracteristicas
Esta ios
Normoalbumlnuria
Taxa de excreC;ao (AER200mg/min em 2 au 3 amostras dentro de 6 meses au teste dipstick positivo para proteinuria); hlpertensa.o.
Nefropatia avan9ada
Proteinuria progressiva; hipertensa:o; declinio nas taxas de filtrac;a.o glomerular Uclearence de creatinina; Turela, nitrogenio e creatinina na circula9aO).
Doenc;a renal em estagio final
Uremia, sind rome nefr6ticB, necessidade terapia de substituic;ao renal (trans plante di~lise)
• AER - Taxa de excreyao
normal
de
albumina (AER
de au
de albumina
FONTE: JAWA; KCOMT; FONSECA, 2004,1003.
3.3.1 Hiperfiltra9ao Glomerular e Renomegalla
Ap6s
0
diagn6stico
de diabetes
durar;ao YariaYel, on de se observam
tem~se uma tase elinicamente
sendo que cerea de 25% a 45% dos paeientes tam GFR excedendo normalidade.
0
de
(GFR),
limite superior da
A hiperfiltrar;ao glomerular esta relaeionada com nlYeis de glicemia normal
ou de hiperglicemia
moderada
e, da mesma forma as yalores
podem estar assoeiados com GFR normal au diminulda.
da GFR (ANDRADE,
BASTOS
e GOMES,
2000,
glicamieos
eleyados
Cerea de 40% dos pacientes
OM 1 tern rins com tamanho 20% maior que a normal, justifieando
al.,2003).
silenciosa
eleyar;Oes na taxa de filtrar;ao glomerular
SVENSSON,
em partes 2003;
0
aumento
MURUSSI
et
37
3.3.2 Fase de Lesao Glomerular Inicial
e
Esla fase glomerular e torna-se
pronunciado
4 a 15 anas componentes mecanismo
par urn leve espessamento
ap6s
microalbuminuria
da estrutura molecular
a diminuicao
e
de
par exercicio,
DM. Tem-se
dos glome-rulos
responsavel
pela
sulfatadas
proteinuria
alterayoes, proteinas carregadas negativamente aumentada devido
a
que
e da membrana
da microabulminuria.
de proteoglicanas
podendo
sugerida
0
basal
da
renal
se estender alteracoes
de das
basal constituem
aumento
reducao da carga negativa da membrana
resulta da
aparentemente
induzida
a diagn6stica
patogtmico primario
e secundaria
da membrana
18 a 24 meses ap6s a inicio da DM 1, a qual
ap6s 3,5 a 5 anos. A (mica evid~ncia clinica do envolvimento
ea
durante esla fase
proteinas
caracterizada
normal mente se estabelece
da filtravao
0
de
basal. Esta, par sua vez,
e ricas em acido sialico e
t
NO.
Como
resultado
destas
(como a albumina) tem sua filtrayao
reduyao da repulsao eletrostatica. Oesta forma, a microalbuminuria
tern sida apantada como preditara da ND cllnica (MOGENSEN,
2003).
3.3.3 Fase da Nefropatia Diabetica Incipiente
Esta fase e caracterizada per microalbuminuria, a qual e definida per uma taxa diaria de excreyao de albumina urinaria entre de albumina urinaria
e um prediter
daen,as
em autros
vasculares
FONSECA,2004).
20 a 200 Mg/min. Esta taxa de excrer;ae
da deteriorayc3e da funyc3e renal e esta associada a
6rgaas
(MURUSSI
et aI., 2003;
JAWA,
KCOMT
e
38
3.3.4 Fase de Nefropatia Clinica ou Evidente
o inieio
da fase clinica da nefropatia diabetica caracteriza-se
de proteinuria persistente (macroalbuminuria). diabeticos
A
(excre~ao total de protelnas ~0,5 g/dia), com AER 200 ~gfmin
maior incidencia
de macroalbuminuria
ap6s 15 a 20 anos. Nesta fase, observa-se
ate estagio
final de
macroalbuminuiricos fase, a sfndrome
pelo aparecimento
insufici{mcia renal.
Sem
ocorre em pacientes
um decllnio progressivQ
intervenc;:ao,
com DM 1 decai em aproximadamente
e
nefr6tica,
muito comum.
a GFR
e variavel
relaciona com idade, sexo, dura9ao do diabetes au grau inieial de proteinuria. glicemico
tern
impacto
macroalbuminuria,
aumento passa
na
progressao
porem nlveis press6ricos
correlacionados, inversamente
limitado
tanto
que
a medida
ap6s
e de creatinina
do clearence
na probabilidade
do paciente
diretamente
desenvolver
com
0
e nao se 0 controle
estabelecimento
elevados
de
com a redur;;:c3ona GFR. Com a progressao
a relacionar-se
0
na GFR pacientes
mllmin/mes. Nesta
em 1
A reduc;:ao na GFR
em
creatinina
da
estao fortemente correlaciona-se
da insuficiemcia renal ha urn
hipertensao
grau de intensidade
e
0
nivel de proteinuria
da lesao
glomerular
(MURUSSI et ai., 2003; JAWA, KCOMT e FONSECA, 2004).
3.3.5 Doen 300 mg/24h),
retinopatia diabetica e ausE'mcia de evidemcias clfnicas ou laboratoriais
de DM 1
presenga
de
de outra doenga
renal ou do trato renal (PARVING, 1996).
Microalbuminuria definida albumina
conforme entre
(PICCIRILLO seguir.
como preditora do desenvolvimento
consenso
20 . 200
ja estabelecido,
como
J.1g/min em pelo menos
da nefropatia diabetica,
a taxa de excregao duas de tres amostras
et aI., 2002, p. 641). Estes nlveis sao descritos
urinaria
"e de
de urina~
na tabela 02, disposta
a
40
TABELA 04 - INTERPRETA