Reginaldo J. Santos. Universidade Federal de Minas Gerais 22 de novembro de 2007

S´eries de Fourier e Equa¸co˜es Diferenciais Parciais Reginaldo J. Santos Departamento de Matem´atica-ICEx Universidade Federal de Minas Gerais http:/...
11 downloads 0 Views 542KB Size
S´eries de Fourier e Equa¸co˜es Diferenciais Parciais Reginaldo J. Santos Departamento de Matem´atica-ICEx Universidade Federal de Minas Gerais http://www.mat.ufmg.br/~regi 22 de novembro de 2007

Sum´ ario 1 S´ eries de Fourier 2 Exerc´ıcios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 2 Equa¸ co ˜es Diferenciais Parciais 2.1 Equa¸ca˜o do Calor em uma Barra . . . . . . 2.1.1 Extremidades a Temperaturas Fixas 2.1.2 Barra Isolada nos Extremos . . . . . 2.2 Corda El´astica Com Extremidades Presas . 2.2.1 Com Velocidade Inicial Nula . . . . . 2.2.2 Com Deslocamento Inicial Nulo . . . 2.2.3 Caso Geral . . . . . . . . . . . . . . 2.3 Equa¸ca˜o de Laplace num Retˆangulo . . . . . 2.3.1 Apenas k(y) N˜ao Nula . . . . . . . . 2.3.2 Apenas h(y) N˜ao Nula . . . . . . . . 2.3.3 Caso Geral . . . . . . . . . . . . . . Exerc´ıcios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Respostas dos Exerc´ıcios . . . . . . . . . . . . . .

1

. . . . . . . . . . . . .

. . . . . . . . . . . . .

. . . . . . . . . . . . .

. . . . . . . . . . . . .

. . . . . . . . . . . . .

. . . . . . . . . . . . .

. . . . . . . . . . . . .

. . . . . . . . . . . . .

. . . . . . . . . . . . .

. . . . . . . . . . . . .

. . . . . . . . . . . . .

. . . . . . . . . . . . .

. . . . . . . . . . . . .

. . . . . . . . . . . . .

. . . . . . . . . . . . .

. . . . . . . . . . . . .

. . . . . . . . . . . . .

25 25 25 31 35 35 38 41 43 44 46 49 52 56

2

1

1

´ SERIES DE FOURIER

S´ eries de Fourier

Os conceitos de produto escalar e norma no Rn podem ser estendidos a certos espa¸cos de fun¸co˜es.

Defini¸ c˜ ao 1. Seja CP[a, b] o conjunto das fun¸co˜es reais cont´ınuas por partes f : [a, b] → R, considerando idˆenticas duas fun¸co˜es que diferem uma da outra apenas em um n´ umero finito de pontos. (a) Definimos o produto escalar ou interno das fun¸co˜es f e g pertencentes a CP[a, b], como Z b

hf, gi =

f (t)g(t)dt.

a

(b) Para todo vetor f ∈ CP[a, b], definimos a norma de f denotada por ||f || como sendo p ||f || = hf, f i. Por exemplo, se f (t) = t, g(t) = et ∈ C 0 [0, 1], ent˜ao Z 1 1 Z 1 t t hf, gi = te dt = te − et dt = 1. 0

0

0

1 p √ R1 3 Al´em disso, ||f ||2 = hf, f i = 0 t2 dt = t3 = 1/3. Assim, ||f || = hf, f i = 3/3. 0 O produto interno satisfaz as seguintes propriedades, que s˜ao an´alogas a`s do produto escalar em Rn :

Proposi¸ c˜ ao 1.

(a) Para todos os f, g ∈ CP[a, b], hf, gi = hg, f i.

(b) Para todos os f1 , f2 , g ∈ CP[a, b], hf1 + f2 , gi = hf1 , gi + hf2 , gi; (c) Para todos os f, g ∈ CP[a, b] e todo escalar α, hαf, gi = α hf, gi; (d) Para todo f ∈ CP[a, b], ||f || ≥ 0 e f = 0 se, e somente se, ||f || = 0. S´eries de Fourier e Equa¸co˜es Diferenciais Parciais

22 de novembro de 2007

3 (e) Para todo vetor f ∈ CP[a, b] e para todo escalar α, ||αf || = |α| ||f ||; (f ) Para todos os vetores f, g ∈ CP[a, b], | hf, gi | ≤ ||f || ||g|| (Desigualdade de CauchySchwarz); (g) Para todos os vetores f, g ∈ CP[a, b], ||f +g|| ≤ ||f ||+||g|| (Desigualdade triangular);

(a) hf, gi =

Demonstra¸ ca ˜o. (b) hf + g, hi = (c) hαf, gi =

Rb a

Rb a

Rb a

f (t)g(t)dt =

(f (t) + g(t))h(t)dt =

αf (t)g(t)dt = α

Rb a

Rb a

Rb a

g(t)f (t)dt = hg, f i.

f (t)h(t)dt +

Rb a

g(t)h(t)dt = hf, hi + hg, hi.

f (t)g(t)dt = α hf, gi.

(d) Se f 6= ¯0, ent˜ao existe um subintervalo de [a, b], onde f 2 ´e limitada inferiormente Rb por um n´ umero maior do que zero. Assim, hf, f i = a (f (t))2 dt > 0. (e) ||αf || =

p p p hαf, αf i = α2 hf, f i = |α| hf, f i = |α| ||f ||.

(f) A norma de f + λg ´e maior ou igual a zero, para qualquer escalar λ. Assim, 0 ≤ ||f + λg||2 = hf + λg, f + λgi = ||f ||2 + 2λ hf, gi + λ2 ||g||2 = p(λ). Temos um polinˆomio do segundo grau que ´e maior ou igual a zero para todo λ. Isto implica que ∆ = 4(hf, gi)2 − 4||f ||2 ||g||2 ≤ 0. Logo, | hf, gi | ≤ ||f || ||g||. (g) Pelo item anterior temos que ||f + g||2 = = ≤ ≤ ≤

hf + g, f + gi = hf, f i + hf, gi + hg, f i + hg, gi ||f ||2 + 2 hf, gi + ||g||2 ||f ||2 + 2| hf, gi | + ||g||2 ||f ||2 + 2||f || ||g|| + ||g||2 (||f || + ||g||)2;

Tomando a raiz quadrada, segue o resultado.

22 de novembro de 2007

Reginaldo J. Santos

4

1

´ SERIES DE FOURIER

Vamos, agora, estender ao espa¸co CP[a, b] o conceito de ortogonalidade. Defini¸ c˜ ao 2. Seja CP[a, b]. Dizemos que um subconjunto n˜ao vazio X de CP[a, b] ´e ortogonal se para todo par f e g de elementos distintos de X , hf, gi = 0. Neste caso dizemos que os elementos de X s˜ao ortogonais. Exemplo 1. Seja L um n´ umero real maior que zero. Seja CP[−L, L] o conjunto das fun¸co˜es cont´ınuas por partes do intervalo [−L, L] em R com o produto interno definido por Z L

hf, gi =

f (t)g(t)dt.

−L

Vamos mostrar que o conjunto πt πt 2πt 2πt nπt nπt {1, cos , sen , cos , sen , . . . , cos , sen , . . .} L L L L L L ´e ortogonal. Como as fun¸co˜es do conjunto, exceto a primeira, s˜ao fun¸co˜es cujas primitivas s˜ao peri´odicas de per´ıodo igual a 2L/n, ent˜ao a integral de −L a L destas fun¸co˜es ´e igual a zero e portanto elas s˜ao ortogonais a` fun¸ca˜o constante 1. 

nπt mπt cos , sen L L



Z nπt mπt L π = cos sen dt = cos ns sen msds L L π −π −L Z L π = [sen(m + n)s + sen(m − n)s]ds = 0 2π −π Z

L

Para m 6= n temos que   Z L Z nπt mπt nπt mπt L π , cos = cos cos dt = cos ns cos msds cos L L L L π −π −L Z L π = [cos(m + n)s + cos(m − n)s]ds 2π −π π π L L sen(m + n)s + sen(m − n)s = 0, = 2π(m + n) 2π(m − n) −π −π   Z L Z π nπt mπt nπt mπt L sen , sen = sen sen dt = sen ns sen msds L L L L π −π −L Z L π = [− cos(m + n)s + cos(m − n)s]ds = 0 2π −π S´eries de Fourier e Equa¸co˜es Diferenciais Parciais

22 de novembro de 2007

5

1

y

1

0.5 x

−0.5

1

0

L

0

y

−1 −L

1

x

x

−0.5

0

L

y

L

x

0

L

y

0.5

0

−1 −L

−1 −L

1

x

−0.5

0

0 −0.5

0.5

0

y

0.5

−0.5

0.5

−1 −L

1

0.5

0

−1 −L

y

0

x

−0.5

0

L

−1 −L

0

L

Figura 1: Gr´aficos de 1, cos πt , cos 2πt , cos 3πt , cos 4πt , cos 5πt L L L L L

22 de novembro de 2007

Reginaldo J. Santos

6

´ SERIES DE FOURIER

1

1

y

1

0.5 x

−0.5

1

0

L

0

y

−1 −L

1

x

x

−0.5

0

L

y

L

x

0

L

y

0.5

0

−1 −L

−1 −L

1

x

−0.5

0

0 −0.5

0.5

0

y

0.5

−0.5

0.5

−1 −L

1

0.5

0

−1 −L

y

0

x

−0.5

0

L

−1 −L

0

L

Figura 2: Gr´aficos de sen πt , sen 2πt , sen 3πt , sen 4πt , sen 5πt , sen 6πt L L L L L L

S´eries de Fourier e Equa¸co˜es Diferenciais Parciais

22 de novembro de 2007

7 Podemos estender a CP[a, b] o conceito de convergˆencia de seq¨ uˆencia de n´ umeros reais. Defini¸ c˜ ao 3. (a) Uma seq¨ uˆencia de fun¸co˜es {fm } = {f0 , f1 , f2 , . . . , fm , . . .} de CP[a, b] converge para uma fun¸ca˜o f de CP[a, b] se lim ||fm − f || = 0.

m→∞

Neste caso escrevemos lim fm = f . m→∞

(b) Uma s´ erie de fun¸ co ˜es

∞ X

m=0

fm de CP[a, b] converge para uma fun¸ca˜o f de CP[a, b]

se o limite da seq¨ uˆencia das somas parciais converge para f , ou seja, lim

m→∞

m X

fn = f.

n=0

Proposi¸ c˜ ao 2. Se uma seq¨ uˆencia de fun¸co ˜es {fm } de CP[a, b] converge para uma fun¸ca ˜o f de CP[a, b], ent˜ ao esta fun¸ca ˜o ´e u ´nica a menos dos seus valores em um n´ umero finito de pontos.

Demonstra¸ ca ˜o. Vamos supor que lim fm = f e lim fm = g, ent˜ao pela desigualdade m→∞

m→∞

triangular (Proposi¸ca˜o 1 na p´agina 2) temos que ||f − g|| ≤ ||f − fm || + ||g − fm ||. Passando ao limite obtemos que ||f − g|| = 0 o que implica que f = g a menos de um n´ umero finito de pontos.

Proposi¸ c˜ ao 3. (a) Se uma seq¨ uˆencia de fun¸co ˜es {fm } de CP[a, b] converge para uma fun¸ca ˜o f de V, ent˜ ao para todo vetor g de V a seq¨ uˆencia de n´ umeros reais {hf m , gi} converge para hf, gi. Ou seja, se lim fm = f , ent˜ ao m→∞

lim hfm , gi =

m→∞

22 de novembro de 2007

D

E lim fm , g .

m→∞

Reginaldo J. Santos

8

´ SERIES DE FOURIER

1

(b) Se uma s´erie de fun¸co ˜es

∞ X

m=0

fm de CP[a, b] converge para uma fun¸ca ˜o f de CP[a, b],

ent˜ ao, para toda fun¸ca ˜o g de CP[a, b], ∞ X

m=0

Demonstra¸ ca ˜o.

hfm , gi =

*

∞ X

m=0

fm , g

+

.

(a) Seja f = lim fm . Pela desigualdade de Cauchy-Schwarz (Prom→∞

posi¸ca˜o 1 na p´agina 2), temos que | hfm , gi − hf, gi | = | hfm − f, gi | ≤ ||fm − f ||||g||. Passando ao limite obtemos que lim | hfm , gi − hf, gi | = 0. O que implica que m→∞

lim = hf, gi.

m→∞

´ uma conseq¨ (b) E uˆencia imediata do item anterior.

Proposi¸ c˜ ao 4. Seja CP[a, b], o espa¸co das fun¸co ˜es cont´ınuas por partes no intervalo [a, b]. Seja {g0 , g1 , g2 , . . . , gn , . . .} um subconjunto de V de vetores ortogonais n˜ ao nulos. Se ∞ X f= cm g m , m=0

ent˜ ao

cm =

Demonstra¸ ca ˜o. Seja f = n = 0, 1, 2 . . ., obtemos que * hf, gn i =

hf, gm i , ||gm ||2

∞ X

para m = 0, 1, 2, . . .

cm gm . Fazendo o produto escalar de f com gn , para

m=0

∞ X

m=0

cm g m , g n

+

=

∞ X

m=0

S´eries de Fourier e Equa¸co˜es Diferenciais Parciais

cm hgm , gn i = cn ||gn ||2 , 22 de novembro de 2007

9 pois como os vetores gm s˜ao ortogonais hgm , gn i = 0, se m 6= n. Assim, cn =

hf, gn i , ||gn ||2

para n = 0, 1, 2 . . .

Exemplo 2. Seja L um n´ umero real maior que zero. Seja CP[−L, L] o conjunto das fun¸co˜es cont´ınuas por partes do intervalo [−L, L] em R com o produto interno definido por Z L

hf, gi =

f (t)g(t)dt.

−L

J´a mostramos no Exemplo 1 que o conjunto {1, cos

πt πt 2πt 2πt nπt nπt , sen , cos , sen , . . . , cos , sen , . . .} L L L L L L

´e ortogonal. Vamos aplicar a Proposi¸ca˜o 4 a este conjunto. Para isto vamos calcular as normas dos seus elementos. Z L h1, 1i = dt = 2L −L   Z L Z Z nπt L π L π nπt 2 nπt 2 , cos = cos dt = cos nsds = [1 + cos 2ns]ds = L cos L L L π −π 2π −π −L   Z L Z Z nπt nπt L π L π 2 nπt 2 sen , sen = sen dt = sen nsds = [1 − cos 2ns]ds = L L L L π −π 2π −π −L Assim, para toda fun¸ca˜o f ∈ CP[−L, L] que possa ser escrita como a s´erie ∞



a0 X mπt X mπt f (t) = + am cos + bm sen , 2 L L m=1 m=1 teremos que os coeficientes da s´erie ser˜ao dados por

Z f, cos mπt 1 L mπt L am = f (t) cos dt, mπt 2 = || cos L || L −L L

Z f, sen mπt 1 L mπt L bm = f (t) sen dt, mπt 2 = || sen L || L −L L

(1)

para m = 0, 1, 2, . . .

(2)

para m = 1, 2, . . .

(3)

A s´erie (1) com os coeficientes dados acima ´e chamada S´ eries de Fourier. 22 de novembro de 2007

Reginaldo J. Santos

10

´ SERIES DE FOURIER

1

Na Proposi¸ca˜o 4 fizemos a suposi¸ca˜o de que a s´erie

∞ X

cm gm convergia para a fun¸ca˜o

m=0

f . Vamos considerar o problema inverso. Dada uma fun¸ca˜o f ∈ CP[−L, L] podemos calcular os coeficientes am e bm usando (2) e (3) e nos perguntar se a s´erie obtida converge ou n˜ao. O teorema seguinte, cuja demonstra¸ca˜o pode ser encontrada por exemplo em [3], afirma que para toda fun¸ca˜o f cont´ınua por partes em [−L, L], a s´erie de Fourier de f converge.

Teorema 5. Seja L um n´ umero real maior que zero. Para toda fun¸ca ˜o f pertencente ao espa¸co das fun¸co ˜es cont´ınuas por partes, CP[−L, L], a s´erie de Fourier de f ∞

em que



a0 X mπt X mπt + am cos + bm sen , 2 L L m=1 m=1

Z 1 L mπt am = f (t) cos dt para m = 0, 1, 2, . . . L −L L Z 1 L mπt bm = f (t) sen dt, para m = 1, 2, . . . L −L L R  12 L 2 converge para f na norma ||f || = −L (f (t)) dt . Ou seja, podemos escrever ∞



a0 X mπt X mπt f (t) = + am cos + bm sen 2 L L m=1 m=1

Se uma fun¸ca˜o f ∈ CP[−L, L] ´e par, isto ´e, f (−t) = f (t), para todo t ∈ [−L, L], e pode ser escrita como a s´erie ∞



a0 X mπt X mπt f (t) = + am cos + bm sen , 2 L L m=1 m=1 ent˜ao os coeficientes obtidos no Exemplo 2 s˜ao dados por: Z Z 1 L mπt 2 L mπt am = f (t) cos dt = f (t) cos dt, L −L L L 0 L Z 1 L mπt bm = f (t) sen dt = 0 para m = 1, 2, . . . L −L L S´eries de Fourier e Equa¸co˜es Diferenciais Parciais

para m = 0, 1, 2, . . .

22 de novembro de 2007

11 Analogamente, se uma fun¸ca˜o f ∈ CP[−L, L] ´e ´ımpar, isto ´e, f (−t) = −f (t), para todo t ∈ [−L, L], e pode ser escrita como a s´erie ∞



a0 X mπt X mπt f (t) = + am cos + bm sen , 2 L L m=1 m=1

ent˜ao os coeficientes obtidos no Exemplo 2 s˜ao dados por: Z 1 L mπt am = f (t) cos dt = 0 para m = 0, 1, 2, . . . L −L L Z Z 1 L mπt 2 L mπt bm = f (t) sen dt = f (t) sen dt, para m = 1, 2, . . . L −L L L 0 L Para as fun¸co˜es f que s˜ao cont´ınuas por partes em [0, L] podemos prolong´a-las de forma que elas se tornem par ou ´ımpar no intervalo [−L, L] (verifique!).

Corol´ ario 6. Seja L um n´ umero real maior que zero. Para toda fun¸ca ˜o f pertencente ao espa¸co das fun¸co ˜es cont´ınuas por partes, CP[0, L], a s´ erie de Fourier de cossenos de f ∞

a0 X mπt + am cos , 2 L m=1

e a s´ erie de Fourier de senos de f

∞ X

m=1

em que

bm sen

mπt , L

Z 2 L mπt am = f (t) cos dt para m = 0, 1, 2, . . . L 0 L Z 2 L mπt bm = f (t) sen dt, para m = 1, 2, . . . L 0 L R  12 L convergem para f na norma ||f || = 0 (f (t))2 dt . Ou seja, podemos escrever f (t) =

22 de novembro de 2007

∞ ∞ a0 X mπt X mπt + am cos = bm sen . 2 L L m=1 m=1

Reginaldo J. Santos

12

´ SERIES DE FOURIER

1

y

y

y

1

1

1

0.5

0.5

0.5

0

x 0

0.5

0

1

x 0

y

0.5

0

1

0

y 1

1

0.5

0.5

0.5

x 0

0.5

0

1

0.5

1

y

1

0

x

x 0

0.5

0

x

1

0

0.5

1

Figura 3: A fun¸ca˜o f : [0, 1] → R definida por f (t) = 1, se t ∈ [1/4, 3/4] e f (t) = 0, caso contr´ario e as somas parciais da s´erie de Fourier de cossenos de f , para n = 0, 2, 6, 10, 14, 18 (0)

Exemplo 3. Seja L um n´ umero real maior que zero. Considere a fun¸ca˜o fc,d : [0, L] → R dada por (0) fc,d (t)

=



1, se cL ≤ t ≤ dL, 0, caso contr´ario,

para c e d fixos satisfazendo 0 ≤ c < d ≤ 1. (0)

Vamos calcular as s´eries de Fourier de senos e de cossenos de fc,d . Para a s´erie de cossenos temos que a0 am

Z Z 2 dL 2 dL = f (t)dt = dt = 2(d − c), L cL L cL Z Z mπd 2 dL mπt 2 dL mπt 2 = f (t) cos dt = cos dt = sen s , L cL L L cL L mπ mπc

S´eries de Fourier e Equa¸co˜es Diferenciais Parciais

para m = 1, 2, . . .

22 de novembro de 2007

13

y

y

y

1

1

1

0.5

0.5

0.5

0

x 0

0.5

0

1

x 0

y

0.5

0

1

0

y 1

1

0.5

0.5

0.5

x 0

0.5

1

0

x 0

0.5

1

y

1

0

x

0.5

1

0

x 0

0.5

1

Figura 4: A fun¸ca˜o f : [0, 1] → R definida por f (t) = 1, se t ∈ [1/4, 3/4] e f (t) = 0, caso contr´ario e as somas parciais da s´erie de Fourier de senos de f , para n = 1, . . . , 6 Assim a s´erie de Fourier de cossenos de f ´e (0) fc,d (t)

∞ ∞ a0 X mπt 2 X sen mπd − sen mπc mπt = + am cos = (d − c) + cos . 2 L π m=1 m L m=1 (0)

Observe que a s´erie de Fourier de cossenos da fun¸ca˜o constante igual a 1, f 0,1 , tem somente o primeiro termo diferente de zero que ´e igual a 1. Para a s´erie de senos temos que para m = 1, 2, . . ., Z Z mπd 2 dL mπt 2 dL mπt 2 bm = f (t) sen dt = sen dt = − cos s L cL L L cL L mπ mπc (0)

Assim, a s´erie de Fourier de senos de fc,d ´e dada por (0) fc,d (t)

∞ X

∞ mπt 2 X cos mπc − cos mπd mπt = bm sen = sen L π m=1 m L m=1

22 de novembro de 2007

Reginaldo J. Santos

14

´ SERIES DE FOURIER

1 1.5

1.5

y

1.5

y

1

1

1

0.5

0.5

0.5

0

x 0

1.5

0.5

0 0

1.5

y

0

x

1

0.5

0

1.5

y

1

1

0.5

0.5

0.5

x 0

0.5

0

x

1

0

x

1

1

0

y

0.5

0.5

1

y

0

x

1

0

0.5

1

Figura 5: A fun¸ca˜o f (t) = 1 em [0, 1] e as somas parciais da s´erie de Fourier de senos de f , para n = 1, 3, 5, 7, 9, 11 (0)

Observe que para a fun¸ca˜o constante igual a 1, f0,1 os termos de ´ındice par s˜ao iguais a (0) zero e neste caso a s´erie de senos de f0,1 ´e dada por (0) f0,1 (t)

∞ 4X 1 (2m − 1)πt = sen π m=1 2m − 1 L

(1)

Exemplo 4. Considere a fun¸ca˜o fc,d : [0, L] → R dada por (1) fc,d (t)

=



t, se cL ≤ t ≤ dL, 0, caso contr´ario,

para c e d fixos satisfazendo 0 ≤ c < d ≤ 1. (1)

Vamos calcular as s´eries de Fourier de senos e de cossenos de fcd . Para a s´erie de cossenos S´eries de Fourier e Equa¸co˜es Diferenciais Parciais

22 de novembro de 2007

15

y

y

y

0.8

0.8

0.8

0.6

0.6

0.6

0.4

0.4

0.4

0.2

0.2

0.2

0

0

x

−0.2

0

0.5

1

−0.2

x 0

0.5

1

0 −0.2

x 0

0.5

1

Figura 6: A fun¸ca˜o f (t) = t em [0, 1] e somas parciais da s´erie de Fourier de cossenos para n = 0, 1, 3 temos que a0 am

Z Z 2 dL 2 dL f (t)dt = t dt = L(d2 − c2 ) = L cL L cL Z Z Z mπd 2 dL mπt 2 dL mπt 2L = s cos sds f (t) cos dt = t cos dt = 2 2 L cL L L cL L m π mπc mπd 2L = (s sen s + cos s) m2 π 2 mπc

Assim a s´erie de Fourier de cossenos de f ´e

(1)

fc,d (t) =

∞ X

2

2

∞ X

a0 mπt L(d − c ) 2L + am cos = + 2 2 L 2 π m=1 m=1 (1)

mπd (s sen s + cos s) mπc

m2

cos

mπt L

(1)

Observe que para a fun¸ca˜o fc,d (t) = t, para 0 ≤ t ≤ 1, f0,1 , temos que am =

2L ((−1)m − 1). m2 π 2 (1)

Assim os termos de ´ındice par s˜ao iguais a zero e neste caso a s´erie de cossenos de f 0,1 ´e dada por ∞ 1 (2m − 1)πt L 4L X (1) f0,1 (t) = − 2 cos , 2 2 π m=1 (2m − 1) L 22 de novembro de 2007

Reginaldo J. Santos

16

´ SERIES DE FOURIER

1

1

y

1

0.5

1

0.5

0 0.5

1

1

0.5

0

x 0

y

0.5

1

y

1

0

0.5

1

0.5

1

y

0.5

0

x

x 0

0.5

0

y

0.5

0

x 0

1

y

0

x 0

0.5

1

x 0

0.5

1

Figura 7: A fun¸ca˜o f (t) = t em [0, 1] e as somas parciais da s´erie de Fourier de senos de f , para n = 1, . . . , 6 Para a s´erie de senos temos que para m = 1, 2, . . ., Z Z Z mπd 2 dL mπt 2 dL mπt 2L bm = f (t) sen dt = t sen dt = 2 2 s sen sds L cL L L cL L m π mπc mπd 2L = (−s cos s + sen s) 2 2 m π mπc (1)

Assim, a s´erie de Fourier de senos de fc,d ´e dada por (1)

fc,d (t) =

∞ X

m=1

bm sen

∞ X

mπt 2L = 2 L π m=1

mπd (−s cos s + sen s) mπc

m

sen

mπt L

(1)

Observe que para a fun¸ca˜o f (t) = t, para 0 ≤ t ≤ 1, f01 , temos que bm =

2L (−1)m+1 2L (− cos mπ) = mπ mπ

S´eries de Fourier e Equa¸co˜es Diferenciais Parciais

22 de novembro de 2007

17 (1)

e neste caso a s´erie de senos de f0,1 ´e dada por (1) f0,1 (t)

∞ X

∞ mπt 2L X (−1)m+1 mπt = bm sen = sen L π m=1 m L m=1

Com os coeficientes das fun¸co˜es destes dois exemplos podemos determinar as s´eries de Fourier de v´arias fun¸co˜es que s˜ao combina¸co˜es lineares delas. Isto por que os coeficientes das s´eries dependem linearmente das fun¸co˜es, ou seja, am (αf + βg) = αam (f ) + βam (g) e am (αf + βg) = αam (f ) + βam (g). Por exemplo, a fun¸ca˜o f (t) = pode ser escrita como



t, se 0 ≤ t ≤ L/2 L − t, se L/2 < t ≤ L (1)

(0)

(1)

f = f0,1/2 + Lf1/2,1 − f1/2,1 .

Assim os coeficientes am e bm podem ser calculados como (1)

(0)

(1)

am (f ) = am (f0,1/2 ) + Lam (f1/2,1 ) − am (f1/2,1 ) (1)

(0)

(1)

bm (f ) = bm (f0,1/2 ) + Lbm (f1/2,1 ) − bm (f1/2,1 ) Coeficientes das S´ eries de Fourier de Fun¸ co ˜es Elementares

f : [0, L] → R

(0) fc,d (t)

(1)

=

fc,d (t) =





1, se cL ≤ t ≤ dL 0, caso contr´ario

t, se cL ≤ t ≤ dL 0, caso contr´ario

22 de novembro de 2007

2 am = L a0 am

Z

L 0

mπt f (t) cos dt L

= 2(d − c)

mπd 2 = mπ sen s

Z

bm =

mπc

a0 = L(d2 − c2 ) am = 2L m2 π 2

2 bm = L

L

f (t) sen 0

2 − mπ

mπt dt L

mπd cos s mπc

bm =

mπd (s sen s + cos s) mπc

2L m2 π 2

mπd (−s cos s + sen s)

Reginaldo J. Santos

mπc

18

1 y

´ SERIES DE FOURIER

y

y

0.8

0.8

0.8

0.6

0.6

0.6

0.4

0.4

0.4

0.2

0.2

0.2

0 −0.2

x 0

0.5

1

0 −0.2

x 0

0.5

1

0 −0.2

x 0

0.5

1

Figura 8: A fun¸ca˜o f : [0, 1] → R, dada por f (t) = t se t ∈ [0, 1/2] e f (t) = 1 − t se t ∈ [1/2, 1] e somas parciais da s´erie de Fourier de cossenos para n = 0, 2, 6 y

y

y

0.8

0.8

0.8

0.6

0.6

0.6

0.4

0.4

0.4

0.2

0.2

0.2

0 −0.2

x 0

0.5

1

0 −0.2

x 0

0.5

1

0 −0.2

x 0

0.5

1

Figura 9: A fun¸ca˜o f : [0, 1] → R, dada por f (t) = t se t ∈ [0, 1/2] e f (t) = 1 − t se t ∈ [1/2, 1] e somas parciais da s´erie de Fourier de senos para n = 1, 3, 5

Exerc´ıcios (respostas na p´ agina 56) Ache as s´eries  de Fourier de senos e de cossenos das fun¸co˜es dadas: 0, se 0 ≤ x < L/2, 1.1. f (x) = 1, se L/2 ≤ x ≤ L, 1.2. f (x) =



1, se L/4 ≤ x < 3L/4, 0, caso contr´ario,

1.3. f (x) =



0, se 0 ≤ x < L/2, x, se L/2 ≤ x < L,

S´eries de Fourier e Equa¸co˜es Diferenciais Parciais

22 de novembro de 2007

19

1.4. f (x) =



x, se 0 ≤ x < L/2 L − x, se L/2 ≤ x ≤ L

 se 0 ≤ x < L/4  x, L/4, se L/4 ≤ x < 3L/4 1.5. f (x) =  L − x, se 3L/4 < x ≤ L Comandos do Matlabr :

>> V(i)=[] elimina a componente i do vetor V. >> syms t diz ao Matlabr que a vari´avel t ´e uma vari´avel simb´olica. >> f=expr define uma fun¸ca˜o atrav´es da expr que deve ser uma express˜ao na vari´avel simb´olica t definida anteriormente. Comandos do pacote GAAL: >>proj(g,f,a,b) calcula hf, gi g(t) = ||g||2

1 Rb

(g(t))2 dt a

Z

b

!

f (t)g(t)dt g(t). a

Por exemplo: >>proj(cos(5*pi*t),f,-pi,pi) calcula ! Z π 1 Rπ cos(5πt)f (t)dt cos(5πt) = (cos(5πt))2 dt −π −π   Z π 1 = cos(5πt)f (t)dt cos(5πt) 2π −π = a5 cos(5πt). >>plotfproj(f,proj,a,b) desenha as fun¸co˜es f e proj(k), para k variando de 1 at´e o tamanho do vetor proj, no intervalo [a,b].

22 de novembro de 2007

Reginaldo J. Santos

20

1

y

´ SERIES DE FOURIER

y

y

0.8

0.8

0.8

0.6

0.6

0.6

0.4

0.4

0.4

0.2

0.2

0.2

0 −0.2

x 0

0.5

1

0 −0.2

x 0

0.5

1

0 −0.2

x 0

0.5

1

Figura 10: A fun¸ca˜o f : [0, 1] → R definida por f (t) = t, se t ∈ [0, 1/4], f (t) = 1/4, se t ∈ [1/4, 3/4] e f (t) = 1 − t, se t ∈ [3/4, 1] e somas parciais da s´erie de Fourier de cossenos para n = 0, 1, 2

y

y

y

0.8

0.8

0.8

0.6

0.6

0.6

0.4

0.4

0.4

0.2

0.2

0.2

0 −0.2

x 0

0.5

1

0 −0.2

x 0

0.5

1

0 −0.2

x 0

0.5

1

Figura 11: A fun¸ca˜o f : [0, 1] → R definida por f (t) = t, se t ∈ [0, 1/4], f (t) = 1/4, se t ∈ [1/4, 3/4] e f (t) = 1 − t, se t ∈ [3/4, 1] e somas parciais da s´erie de Fourier de senos para n = 1, 3, 5

S´eries de Fourier e Equa¸co˜es Diferenciais Parciais

22 de novembro de 2007

21

y

y

y

1

1

1

0.5

0.5

0.5

0

x 0

0.5

0

1

x 0

y

0.5

0

1

0

y 1

1

0.5

0.5

0.5

x 0

0.5

1

0

x 0

0.5

1

y

1

0

x

0.5

1

0

x 0

0.5

1

Figura 12: A fun¸ca˜o f : [0, 1] → R definida por f (t) = 1, se t ∈ [1/2, 1] e f (t) = 0, caso contr´ario e as somas parciais da s´erie de Fourier de cossenos de f , para n = 0, 1, 3, 5, 7, 9

22 de novembro de 2007

Reginaldo J. Santos

22

´ SERIES DE FOURIER

1

y

y

y

1

1

1

0.5

0.5

0.5

0

x 0

0.5

0

1

x 0

y

0.5

0

1

0

y 1

1

0.5

0.5

0.5

x 0

0.5

1

0

x 0

0.5

1

y

1

0

x

0.5

1

0

x 0

0.5

1

Figura 13: A fun¸ca˜o f : [0, 1] → R definida por f (t) = 1, se t ∈ [1/2, 1] e f (t) = 0, caso contr´ario e as somas parciais da s´erie de Fourier de senos de f , para n = 1, 2, 3, 5, 6, 7

S´eries de Fourier e Equa¸co˜es Diferenciais Parciais

22 de novembro de 2007

23

y

y

y

0.8

0.8

0.8

0.6

0.6

0.6

0.4

0.4

0.4

0.2

0.2

0.2

0 −0.2

x 0

0.5

1

0 −0.2

y

x 0

0.5

1

0 −0.2

y 0.8

0.8

0.6

0.6

0.6

0.4

0.4

0.4

0.2

0.2

0.2

−0.2

x 0

0.5

1

0 −0.2

x 0

0

0.5

1

y

0.8

0

x

0.5

1

0 −0.2

x 0

0.5

1

Figura 14: A fun¸ca˜o f : [0, 1] → R definida por f (t) = t, se t ∈ [1/2, 1] e f (t) = 0, caso contr´ario e as somas parciais da s´erie de Fourier de cossenos de f , para n = 0, 1, 2, 3, 5, 6

22 de novembro de 2007

Reginaldo J. Santos

24

´ SERIES DE FOURIER

1

y

y

y

0.8

0.8

0.8

0.6

0.6

0.6

0.4

0.4

0.4

0.2

0.2

0.2

0 −0.2

x 0

0.5

1

0 −0.2

y

x 0

0.5

1

0 −0.2

y 0.8

0.8

0.6

0.6

0.6

0.4

0.4

0.4

0.2

0.2

0.2

−0.2

x 0

0.5

1

0 −0.2

x 0

0

0.5

1

y

0.8

0

x

0.5

1

0 −0.2

x 0

0.5

1

Figura 15: A fun¸ca˜o f : [0, 1] → R definida por f (t) = t, se t ∈ [1/2, 1] e f (t) = 0, caso contr´ario e as somas parciais da s´erie de Fourier de senos de f , para n = 1, 2, 3, 4, 5, 6

S´eries de Fourier e Equa¸co˜es Diferenciais Parciais

22 de novembro de 2007

25

2 2.1 2.1.1

Equa¸ co ˜es Diferenciais Parciais Equa¸ c˜ ao do Calor em uma Barra Extremidades a Temperaturas Fixas  2 ∂u  2∂ u    ∂t = α ∂x2 u(x, 0) = f (x), 0 < x < L     u(0, t) = T , u(L, t) = T 1 2

Vamos inicialmente resolver o problema com T1 = T2 = 0, que chamamos de condi¸ co ˜es homogˆ eneas. Condi¸co˜es Homogˆeneas  2 ∂u  2∂ u   = α  ∂t ∂x2 u(x, 0) = f (x), 0 < x < L     u(0, t) = 0, u(L, t) = 0

Vamos usar um m´etodo chamado separa¸ c˜ ao de vari´ aveis. Vamos procurar uma solu¸ca˜o na forma de um produto de uma fun¸ca˜o de x por uma fun¸ca˜o de t, ou seja, u(x, t) = X(x)T (t) Derivando e substituindo-se na equa¸ca˜o obtemos α2 X 00 (x)T (t) = X(x)T 0 (t) que pode ser reescrita como X 00 (x) 1 T 0 (t) = 2 X(x) α T (t) O primeiro membro depende apenas de x, enquanto o segundo depende apenas de t. Isto s´o ´e poss´ıvel se eles forem iguais a uma constante X 00 (x) 1 T 0 (t) = 2 = λ. X(x) α T (t) Obtemos ent˜ao duas equa¸co˜es diferenciais ordin´arias  00 X (x) − λX(x) = 0, X(0) = 0, X(L) = 0 T 0 (t) − α2 λT (t) = 0 22 de novembro de 2007

Reginaldo J. Santos

26

˜ EQUAC ¸ OES DIFERENCIAIS PARCIAIS

2

A primeira equa¸ca˜o pode solu¸co˜es, √ ter como √ λx − λx Se λ > 0 : X(x) = C1 e + C2 e . Se λ = 0 : X(x) = C1 + C2 x. √ √ Se λ < 0 : X(x) = C1 sen( −λx) + C2 cos( −λx). As condi¸co˜es de fronteira X(0) = 0 e X(L) = 0 implicam que λ < 0 (verifique!), mais que isso λ tem ter valores dados por λ=−

n2 π 2 , n = 1, 2, 3, . . . L2

ou seja, a solu¸ca˜o da primeira equa¸ca˜o com as condi¸co˜es de fronteiras tem solu¸ca˜o X(x) = C1 sen

nπx , para n=1,2,3,. . . . L

Assim a segunda equa¸ca˜o diferencial tem solu¸ca˜o T (t) = C2 e−

α2 n 2 π 2 L2

t

, para n=1,2,3,. . . .

Logo o problema formado pela equa¸ca˜o diferencial parcial e as condi¸co˜es de fronteira tem solu¸co˜es da forma nπx − α2 n22 π2 t un (x, t) = X(x)T (t) = cn sen e L L Al´em disso, combina¸co˜es lineares dessas solu¸co˜es s˜ao solu¸ca˜o u(x, t) =

N X

un (x, t) =

n=1

N X

cn sen

n=1

nπx − α2 n22 π2 t e L L

Mais que isso, pode-se provar que tamb´em s´eries u(x, t) =

∞ X n=1

un (x, t) =

∞ X

cn sen

n=1

nπx − α2 n22 π2 t e L L

s˜ao solu¸co˜es. Mas para satisfazer a condi¸ca˜o inicial u(x, 0) = f (x), temos que ter f (x) = u(x, 0) =

∞ X

cn sen

n=1

S´eries de Fourier e Equa¸co˜es Diferenciais Parciais

nπx . L 22 de novembro de 2007

2.1

Equa¸ c˜ ao do Calor em uma Barra 20

20

u

27 20

u

15

15

15

10

10

10

5

5

5

0

x 0

20

20

0

40

0

20

u

x 20

0

40

15

15

15

10

10

10

5

5

5

0

x 0

20

40

0

x 0

20

x 0

20

u

u

20

40

u

0

40

x 0

20

40

Figura 16: Solu¸ca˜o da equa¸ca˜o do calor do Exemplo 5 tomando apenas 3 termos n˜ao nulos da s´erie, para t = 0, 10, 20, 50, 100, 300 Esta ´e a s´erie de Fourier de senos de f (x). Assim pelo Corol´ario 6 na p´agina 11 se a fun¸ca˜o f (x) pertencente ao espa¸co das fun¸co˜es cont´ınuas por partes, CP[0, L], ent˜ao os coeficientes s˜ao dados por Z 2 L nπx cn = f (x) sen dx, n = 1, 2, 3 . . . L 0 L Observe que quando t tende a mais infinito a solu¸ca˜o tende a zero.

Exemplo 5. Vamos considerar uma barra de 40 cm de comprimento, isolada nos lados, com coeficiente α = 1, com as extremidades mantidas a temperatura de 0◦ C e tal que a temperatura inicial ´e dada por  x, se 0 ≤ x < 20 f (x) = 40 − x, se 20 ≤ x ≤ 40 Temos que resolver o problema  ∂u ∂2u    =  ∂t ∂x2 u(x, 0) = f (x), 0 < x < 40     u(0, t) = 0, u(40, t) = 0

22 de novembro de 2007

Reginaldo J. Santos

28

2

˜ EQUAC ¸ OES DIFERENCIAIS PARCIAIS

A solu¸ca˜o ´e ent˜ao u(x, t) =

∞ X

cn sen

n=1

nπx − n2 π2 t e 1600 40

em que cn s˜ao os coeficientes da s´erie de senos de f (x), ou seja, cn

1 = 20 =

Z

40

f (x) sen(

0 (1) cn (f0,1/2 )

nπx )dx 40 (0)

(1)

+ 40cn (f1/2,1 ) − cn (f1/2,1 ) nπ/2 80 nπ nπ 80 80 (−s cos s + sen s) − cos s − 2 2 (−s cos s + sen s) = 2 2 nπ 0 nπ nπ/2 n π nπ/2  80 160  nπ = − cos(nπ/2) + sen(nπ/2) + cos(nπ/2) n2 π 2 2 nπ 160 sen nπ 2 = , n = 1, 2, 3 . . . 2 2 n π Portanto a solu¸ca˜o ´e 160 X sen nπ nπx − n2 π2 t 2 u(x, t) = sen e 1600 π 2 n=1 n2 40 ∞

=



160 X (−1)n (2n + 1)πx − (2n+1)2 π2 t 1600 sen e π 2 n=0 (2n + 1)2 40

Condi¸co˜es N˜ao Homogˆeneas  2 ∂u  2∂ u   = α  ∂t ∂x2 u(x, 0) = f (x), 0 < x < L     u(0, t) = T1 , u(L, t) = T2

Observe que uma fun¸ca˜o somente de x tal que a segunda derivada ´e igual a zero satisfaz a equa¸ca˜o do calor. Assim, (T2 − T1 ) u(x, t) = T1 + x L satisfaz a equa¸ca˜o do calor e as condi¸co˜es de fronteira u(0, t) = T1 e u(L, t) = T2 . O que sugere como solu¸ca˜o do problema inicial ∞ X (T2 − T1 ) nπx − α2 n22 π2 t u(x, t) = T1 + x+ cn sen e L L L n=1

S´eries de Fourier e Equa¸co˜es Diferenciais Parciais

22 de novembro de 2007

2.1

Equa¸ c˜ ao do Calor em uma Barra

29

Para satisfazer a condi¸ca˜o inicial u(x, 0) = f (x), temos que ter f (x) = T1 +

∞ X nπx (T2 − T1 ) x+ cn sen L L n=1

ou



X (T2 − T1 ) nπx x= cn sen . f (x) − T1 − L L n=1

1) Esta ´e a s´erie de Fourier de senos de f (x) − T1 − (T2 −T x. Assim pelo Corol´ario 6 L na p´agina 11 se a fun¸ca˜o f (x) pertencente ao espa¸co das fun¸co˜es cont´ınuas por partes, CP[0, L], ent˜ao os coeficientes s˜ao dados por

2 cn = L

Z

L



0

 (T2 − T1 ) nπx f (x) − T1 − x sen dx, n = 1, 2, 3 . . . L L

Observe que quando t tende a mais infinito a solu¸ca˜o tende a solu¸ca˜o v(x, t) = T1 +

(T2 − T1 ) x L

chamada solu¸ c˜ ao estacion´ aria. Exemplo 6. Vamos considerar uma barra de 40 cm de comprimento, isolada nos lados, com coeficiente α = 1, com as extremidades mantidas a temperaturas de 10◦ C e 30◦ C e tal que a temperatura inicial ´e dada por  10 + 2x, se 0 ≤ x < 20 f (x) = 70 − x, se 20 ≤ x ≤ 40 Temos que resolver o problema  ∂u ∂2u    =  ∂t ∂x2 u(x, 0) = f (x), 0 < x < 40     u(0, t) = 10, u(40, t) = 30 A solu¸ca˜o ´e ent˜ao



x X nπx − n2 π2 t u(x, t) = 10 + + cn sen e 1600 2 n=1 40 22 de novembro de 2007

Reginaldo J. Santos

30 50

u

2

˜ EQUAC ¸ OES DIFERENCIAIS PARCIAIS

50

u

50

40

40

40

30

30

30

20

20

20

10

10

10

0

0

−10

50

x 0

20

40

−10

x 0

50

u

20

40

0 −10

50

u

40

40

40

30

30

30

20

20

20

10

10

0 −10

x 0

20

40

x 0

20

40

u

10

0 −10

u

x 0

20

40

0 −10

x 0

20

40

Figura 17: Solu¸ca˜o da equa¸ca˜o do calor do Exemplo 6 tomando apenas 3 termos n˜ao nulos da s´erie, para t = 0, 10, 20, 50, 100, 300 em que cn s˜ao os coeficientes da s´erie de senos de  3 x, se 0 ≤ x < 20 2 f (x) − 10 − x/2 = 3 60 − 2 x, se 20 ≤ x ≤ 40

ou seja,

cn = = = = Portanto a

3 3 (1) (0) (1) cn (f0,1/2 ) + 60cn (f1/2,1 ) − cn (f1/2,1 ) 2 2 nπ/2 120 nπ nπ 120 120 (−s cos s + sen s) − cos s − (−s cos s + sen s) 2 2 2 2 n π 0 nπ nπ/2 nπ nπ/2   240 nπ 120 − cos(nπ/2) + sen(nπ/2) + cos(nπ/2) 2 2 n π 2 nπ 240 sen nπ 2 , n = 1, 2, 3 . . . n2 π 2 solu¸ca˜o ´e dada por x 240 X sen nπ nπx − n2 π2 t 2 u(x, t) = 10 + + 2 sen e 1600 2 π n=1 n2 40 ∞



x 240 X (−1)n (2n + 1)πx − (2n+1)2 π2 t 1600 = 10 + + 2 sen e 2 π n=0 (2n + 1)2 40

S´eries de Fourier e Equa¸co˜es Diferenciais Parciais

22 de novembro de 2007

2.1

Equa¸ c˜ ao do Calor em uma Barra

31

Observe que quando t tende a mais infinito a solu¸ca˜o tende a solu¸ca˜o estacion´aria x v(x, t) = 10 + . 2 2.1.2

Barra Isolada nos Extremos

 2 ∂u  2∂ u  = α   ∂x2  ∂t u(x, 0) = f (x), 0 < x < L      ∂u (0, t) = 0, ∂u (L, t) = 0 ∂x ∂x Vamos procurar uma solu¸ca˜o na forma de um produto de uma fun¸ca˜o de x por uma fun¸ca˜o de t, ou seja, u(x, t) = X(x)T (t) Derivando e substituindo-se na equa¸ca˜o obtemos α2 X 00 (x)T (t) = X(x)T 0 (t) que pode ser reescrita como X 00 (x) 1 T 0 (t) = 2 X(x) α T (t) O primeiro membro depende apenas de x, enquanto o segundo depende apenas de t. Isto s´o ´e poss´ıvel se eles forem iguais a uma constante X 00 (x) 1 T 0 (t) = 2 = λ. X(x) α T (t) Obtemos ent˜ao duas equa¸co˜es diferenciais ordin´arias  00 X (x) − λX(x) = 0, X 0 (0) = 0, X 0 (L) = 0 T 0 (t) − α2 λT (t) = 0 A primeira equa¸ca˜o pode solu¸co˜es, √ ter como √ λx − λx Se λ > 0 : X(x) = C1 e + C2 e . Se λ = 0 : X(x) = C1 + C2 x. √ √ Se λ < 0 : X(x) = C1 sen( −λx) + C2 cos( −λx). 22 de novembro de 2007

Reginaldo J. Santos

32

2

˜ EQUAC ¸ OES DIFERENCIAIS PARCIAIS

As condi¸co˜es de fronteira X 0 (0) = 0 e X 0 (L) = 0 implicam que λ ≤ 0, mais que isso λ tem ter valores dados por n2 π 2 , n = 0, 1, 2, 3, . . . L2 ou seja, a solu¸ca˜o da primeira equa¸ca˜o com as condi¸co˜es de fronteiras tem solu¸ca˜o nπx X(x) = C1 cos , para n=0,1,2,3,. . . . L Assim a segunda equa¸ca˜o diferencial tem solu¸ca˜o λ=−

T (t) = C2 e−

α2 n 2 π 2 L2

t

, para n=0,1,2,3,. . . .

Logo o problema formado pela equa¸ca˜o diferencial parcial e as condi¸co˜es de fronteira tem solu¸co˜es da forma nπx − α2 n22 π2 t un (x, t) = X(x)T (t) = cn cos e L L Al´em disso, combina¸co˜es lineares dessas solu¸co˜es s˜ao solu¸ca˜o u(x, t) =

N X

un (x, t) =

n=0

N X

cn cos

n=0

nπx − α2 n22 π2 t e L L

Mais que isso, pode-se provar que tamb´em s´eries u(x, t) =

∞ X n=0

un (x, t) =

∞ X

cn cos

n=0

nπx − α2 n22 π2 t e L L

s˜ao solu¸co˜es. Mas para satisfazer a condi¸ca˜o inicial u(x, 0) = f (x), temos que ter f (x) = u(x, 0) =

∞ X

cn cos

n=0

nπx . L

Esta ´e a s´erie de Fourier de cossenos de f (x). Assim pelo Corol´ario 6 na p´agina 11 se a fun¸ca˜o f (x) pertencente ao espa¸co das fun¸co˜es cont´ınuas por partes, CP[0, L], ent˜ao os coeficientes s˜ao dados por Z Z 1 L 2 L nπx c0 = f (x)dx, cn = f (x) cos dx, n = 1, 2, 3 . . . L 0 L 0 L Observe que a solu¸ca˜o tende a v(x, t) = c0 , quando t tende a mais infinito, ou seja, a temperatura da barra vai tender a ficar constante e igual ao valor m´edio da temperatura inicial. S´eries de Fourier e Equa¸co˜es Diferenciais Parciais

22 de novembro de 2007

2.1

Equa¸ c˜ ao do Calor em uma Barra 20

20

u

33 20

u

15

15

15

10

10

10

5

5

5

0

x 0

20

20

0

40

0

20

u

x 20

0

40

15

15

15

10

10

10

5

5

5

0

x 0

20

0

40

x 0

20

x 0

20

u

u

20

u

0

40

40

x 0

20

40

Figura 18: Solu¸ca˜o da equa¸ca˜o do calor do Exemplo 7 tomando apenas 3 termos n˜ao nulos da s´erie, para t = 0, 10, 20, 50, 100, 300 Exemplo 7. Vamos considerar uma barra de 40 cm de comprimento, isolada nos lados, com coeficiente α = 1, com as extremidades tamb´em isoladas, ou seja, ∂u ∂u (0, x) = (40, t) = 0 ∂x ∂x e tal que a temperatura inicial ´e dada por  x, se 0 ≤ x < 20 f (x) = 40 − x, se 20 ≤ x ≤ 40 Temos que resolver o problema  2 ∂ u ∂u   =   ∂t  ∂x2 u(x, 0) = f (x), 0 < x < 40      ∂u (0, t) = 0, ∂u (40, t) = 0 ∂x ∂x A solu¸ca˜o ´e ent˜ao

u(x, t) =

∞ X n=0

22 de novembro de 2007

cn cos

nπx − n2 π2 t e 1600 40 Reginaldo J. Santos

34

2

˜ EQUAC ¸ OES DIFERENCIAIS PARCIAIS

em que cn s˜ao os coeficientes da s´erie de cossenos de f (x), ou seja, c0 cn

Z 40 1 = f (x)dx = 10, 40 0 Z 40 1 nπx = f (x) cos dx 20 0 40 2 cos nπ − 1 − (−1)n 2 , n = 1, 2, 3 . . . = 80 n2 π 2

Portanto a solu¸ca˜o ´e dada por u(x, t) = 10 +

− 1 − (−1)n 80 X 2 cos nπ nπx − n2 π2 t 2 cos e 1600 2 2 π n=1 n 40 ∞



80 X 2(−1)n − 2 nπx − n2 π2 t = 10 + 2 cos e 400 π n=1 4n2 20 ∞

80 X 1 (2n + 1)πx − (2n+1)2 π2 t 400 = 10 − 2 cos e π n=0 (2n + 1)2 20 Observe que a solu¸ca˜o tende a v(x, t) = 10, quando t tende a mais infinito.

S´eries de Fourier e Equa¸co˜es Diferenciais Parciais

22 de novembro de 2007

2.2

2.2

Corda El´ astica Com Extremidades Presas

35

Corda El´ astica Com Extremidades Presas  2 ∂2u  2∂ u   = a   ∂x2  ∂t2

∂u (x, 0) = g(x), 0 < x < L u(x, 0) = f (x),   ∂t     u(0, t) = 0, u(L, t) = 0

A solu¸ca˜o deste problema ´e a soma das solu¸co˜es dos problemas com apenas uma das fun¸co˜es f (x) e g(x) n˜ao nulas. 2.2.1

Com Velocidade Inicial Nula  2 ∂2u  2∂ u   = a   ∂x2  ∂t2

∂u u(x, 0) = f (x), (x, 0) = 0, 0 < x < L    ∂t    u(0, t) = 0, u(L, t) = 0

Vamos procurar uma solu¸ca˜o na forma de um produto de uma fun¸ca˜o de x por uma fun¸ca˜o de t, ou seja, u(x, t) = X(x)T (t) Derivando e substituindo-se na equa¸ca˜o obtemos a2 X 00 (x)T (t) = X(x)T 00 (t) que pode ser reescrita como 1 T 00 (t) X 00 (x) = 2 X(x) a T (t) O primeiro membro depende apenas de x, enquanto o segundo depende apenas de t. Isto s´o ´e poss´ıvel se eles forem iguais a uma constante X 00 (x) 1 T 00 (t) = 2 = λ. X(x) a T (t) Obtemos ent˜ao duas equa¸co˜es diferenciais ordin´arias  00 X (x) − λX(x) = 0, X(0) = 0, X(L) = 0 T 00 (t) − a2 λT (t) = 0, T 0 (0) = 0 22 de novembro de 2007

Reginaldo J. Santos

36

2

˜ EQUAC ¸ OES DIFERENCIAIS PARCIAIS

A primeira equa¸ca˜o com as condi¸co˜es de fronteira foi resolvida no problema do calor em uma barra e tem solu¸ca˜o somente se λ=

n2 π 2 , n = 1, 2, 3, . . . L2

ou seja, a solu¸ca˜o da primeira equa¸ca˜o com as condi¸co˜es de fronteiras tem solu¸ca˜o X(x) = C1 sen

nπx . L

A segunda equa¸ca˜o diferencial com a condi¸ca˜o inicial tem solu¸ca˜o T (t) = C2 cos

anπt L

Logo o problema formado pela equa¸ca˜o diferencial parcial e as condi¸co˜es de fronteira tem solu¸co˜es da forma nπx anπt un (x, t) = X(x)T (t) = cn sen cos L L Al´em disso, pode-se provar que tamb´em s´eries u(x, t) =

∞ X n=1

un (x, t) =

∞ X

cn sen

n=1

nπx anπt cos L L

s˜ao solu¸co˜es. Mas para satisfazer a condi¸ca˜o inicial u(x, 0) = f (x), temos que ter f (x) = u(x, 0) =

∞ X

cn sen

n=1

nπx . L

Esta ´e a s´erie de Fourier de senos de f (x). Assim pelo Corol´ario 6 na p´agina 11 se a fun¸ca˜o f (x) pertencente ao espa¸co das fun¸co˜es cont´ınuas por partes, CP[0, L], ent˜ao os coeficientes s˜ao dados por Z 2 L nπx cn = f (x) sen dx, n = 1, 2, 3 . . . L 0 L 2L Observe que a solu¸ca˜o u(x, t) para cada x ´e peri´odica com per´ıodo . a As solu¸co˜es anπt nπx un (x, t) = [cos ] sen L L S´eries de Fourier e Equa¸co˜es Diferenciais Parciais

22 de novembro de 2007

2.2

Corda El´ astica Com Extremidades Presas

u

37

u

u

x

x

x

Figura 19: Modos naturais de vibra¸ca˜o sen nπx , para n = 1, 2, 3 L podem ser vistas como senos com amplitude variando de forma cossenoidal An (t) = cos anπt com freq¨ uˆencias anπ chamadas freq¨ uˆ encias naturais da corda. Para cada n L L a fun¸ca˜o sen nπx ´ e chamada modo natural de vibra¸ c˜ ao e o per´ıodo nπ ´e chamado L L comprimento de onda do modo natural. Exemplo 8. Vamos considerar uma corda de 40 cm de comprimento, presa nos lados, com coeficiente a = 2 solta do repouso de forma que o deslocamento inicial seja dado por  x, se 0 ≤ x < 20 f (x) = 40 − x, se 20 ≤ x ≤ 40 Temos que resolver o problema  ∂2u ∂2u    = 4   ∂x2  ∂t2 A solu¸ca˜o ´e ent˜ao

∂u u(x, 0) = f (x), (x, 0) = 0, 0 < x < 40    ∂t    u(0, t) = 0, u(40, t) = 0 u(x, t) =

∞ X n=1

cn sen

nπx nπt cos 40 20

em que cn s˜ao os coeficientes da s´erie de senos de f (x), ou seja, Z 40 1 nπx cn = f (x) sen dx 20 0 40 160 sen nπ 2 = , n = 1, 2, 3 . . . 2 2 n π 22 de novembro de 2007

Reginaldo J. Santos

38 20

u

10

x

−10

20

20

u

20

0

20

40

0

−20

20

u

x

x

−10

0

20

40

20

40

x

0

20

40

u

10

0

−20

−20

20

u

x

−10

0

0 −10

10

0

u

10

−10

10

−20

˜ EQUAC ¸ OES DIFERENCIAIS PARCIAIS

10

0

−20

2

0

x

−10

0

20

40

−20

0

20

40

Figura 20: Solu¸ca˜o do problema da corda el´astica do Exemplo 8 tomando apenas 3 termos n˜ao nulos da s´erie, para t = 0, 5, 10, 15, 20, 25 Portanto a solu¸ca˜o ´e dada por 160 X sen nπ nπx nπt 2 u(x, t) = sen cos π 2 n=1 n2 40 20 ∞



(2n + 1)πx (2n + 1)πt 160 X (−1)n sen cos = 2 2 π n=0 (2n + 1) 40 20

2.2.2

Com Deslocamento Inicial Nulo  2 ∂2u  2∂ u   = a   ∂x2  ∂t2 ∂u u(x, 0) = 0, (x, 0) = g(x), 0 < x < L    ∂t    u(0, t) = 0, u(L, t) = 0

Vamos procurar uma solu¸ca˜o na forma de um produto de uma fun¸ca˜o de x por uma fun¸ca˜o de t, ou seja, u(x, t) = X(x)T (t) S´eries de Fourier e Equa¸co˜es Diferenciais Parciais

22 de novembro de 2007

2.2

Corda El´ astica Com Extremidades Presas

39

Derivando e substituindo-se na equa¸ca˜o obtemos a2 X 00 (x)T (t) = X(x)T 00 (t) que pode ser reescrita como X 00 (x) 1 T 00 (t) = 2 X(x) a T (t) O primeiro membro depende apenas de x, enquanto o segundo depende apenas de t. Isto s´o ´e poss´ıvel se eles forem iguais a uma constante 1 T 00 (t) X 00 (x) = 2 = λ. X(x) a T (t) Obtemos ent˜ao duas equa¸co˜es diferenciais ordin´arias  00 X (x) − λX(x) = 0, X(0) = 0, X(L) = 0 T 00 (t) − a2 λT (t) = 0, T (0) = 0 A primeira equa¸ca˜o com as condi¸co˜es de fronteira foi resolvida no problema do calor em uma barra e tem solu¸ca˜o somente se λ=

n2 π 2 , n = 1, 2, 3, . . . L2

ou seja, a solu¸ca˜o da primeira equa¸ca˜o com as condi¸co˜es de fronteiras tem solu¸ca˜o X(x) = C1 sen

nπx , para n=0,1,2,3,. . . . L

A segunda equa¸ca˜o diferencial com a condi¸ca˜o inicial tem solu¸ca˜o T (t) = C2 sen

anπt , para n=0,1,2,3,. . . . L

Logo o problema formado pela equa¸ca˜o diferencial parcial e as condi¸co˜es de fronteira tem solu¸co˜es da forma nπx anπt un (x, t) = X(x)T (t) = cn sen sen L L Al´em disso, pode-se provar que tamb´em s´eries u(x, t) =

∞ X n=1

un (x, t) =

∞ X n=1

cn sen

nπx anπt sen L L

s˜ao solu¸co˜es. 22 de novembro de 2007

Reginaldo J. Santos

40

2

˜ EQUAC ¸ OES DIFERENCIAIS PARCIAIS

Mas para satisfazer a condi¸ca˜o inicial

∂u (x, 0) = g(x), temos que ter ∂t ∞

X anπ nπx ∂u g(x) = (x, 0) = cn sen . ∂t L L n=1 Esta ´e a s´erie de Fourier de senos de g(x). Assim pelo Corol´ario 6 na p´agina 11 se a fun¸ca˜o g(x) pertencente ao espa¸co das fun¸co˜es cont´ınuas por partes, CP[0, L], ent˜ao os coeficientes s˜ao dados por Z anπ 2 L nπx cn = g(x) sen dx, n = 1, 2, 3 . . . L L 0 L Observe que a solu¸ca˜o u(x, t) para cada x ´e peri´odica com per´ıodo 100

100

u

50

50

0

x

−50 −100

100

0

20

40

0

−100

100

u

x

x

−50

0

20

40

20

40

x

0

20

40

u

50

0

−100

−100

100

u

x

−50

0

0 −50

50

0

u

50

−50

50

−100

100

u

2L . a

0

x

−50

0

20

40

−100

0

20

40

Figura 21: Solu¸ca˜o do problema da corda el´astica do Exemplo 9 tomando apenas 3 termos n˜ao nulos da s´erie, para t = 0, 5, 10, 15, 20, 25

Exemplo 9. Vamos considerar uma corda de 40 cm de comprimento, presa nos lados, com coeficiente a = 2, sem deslocamento inicial mas com uma velocidade inicial dada por  x, se 0 ≤ x < 20 g(x) = 40 − x, se 20 ≤ x ≤ 40 S´eries de Fourier e Equa¸co˜es Diferenciais Parciais

22 de novembro de 2007

2.2

Corda El´ astica Com Extremidades Presas

41

Temos que resolver o problema  ∂2u ∂2u    = 4   ∂x2  ∂t2 A solu¸ca˜o ´e ent˜ao

∂u u(x, 0) = 0, (x, 0) = g(x), 0 < x < 40    ∂t    u(0, t) = 0, u(40, t) = 0 u(x, t) =

∞ X n=1

em que

nπ c 20 n

cn sen

nπx nπt sen 40 20

s˜ao os coeficientes da s´erie de senos de g(x), ou seja, Z 40 nπ 1 nπx cn = dx g(x) sen 20 20 0 40 160 sen nπ 2 = n = 1, 2, 3 . . . 2 2 nπ 4800 sen nπ 2 cn = , n = 1, 2, 3 . . . n3 π 3 Portanto a solu¸ca˜o ´e dada por 3200 X sen nπ nπx nπt 2 u(x, t) = sen sen 3 3 π n=1 n 40 20 ∞

=

2.2.3



3200 X (−1)n (2n + 1)πx (2n + 1)πt sen sen π 3 n=0 (2n + 1)3 40 20

Caso Geral  2 ∂2u  2∂ u   = a   ∂x2  ∂t2

∂u u(x, 0) = f (x), (x, 0) = g(x), 0 < x < L    ∂t    u(0, t) = 0, u(L, t) = 0

Como dissemos antes a solu¸ca˜o deste problema ´e a soma das solu¸co˜es dos problemas com apenas uma das fun¸co˜es f (x) e g(x) n˜ao nulas, ou seja, u(x, t) = u(f ) (x, t) + u(g) (x, t). 22 de novembro de 2007

Reginaldo J. Santos

42

2

˜ EQUAC ¸ OES DIFERENCIAIS PARCIAIS

Exemplo 10. Vamos considerar uma corda de 40 cm de comprimento, presa nos lados, com coeficiente a = 2, com deslocamento inicial f (x) e com uma velocidade inicial g(x) dados por  x, se 0 ≤ x < 20 f (x) = g(x) = 40 − x, se 20 ≤ x ≤ 40 Temos que resolver o problema  ∂2u ∂2u    = 4   ∂x2  ∂t2 ∂u (x, 0) = g(x), 0 < x < 40 u(x, 0) = f (x),    ∂t    u(0, t) = 0, u(40, t) = 0 A solu¸ca˜o ´e ent˜ao

u(x, t) =

∞ X n=1

em que cn e ou seja,

nπ d 20 n

cn sen



nπx nπt X nπx nπt cos + dn sen sen 40 20 40 20 n=1

s˜ao os coeficientes da s´erie de senos de f (x) e de g(x), respectivamente,

Z 40 1 nπx cn = f (x) sen dx 20 0 40 160 sen nπ 2 = , n = 1, 2, 3 . . . n2 π 2 Z 40 1 nπx nπ dn = g(x) sen dx 20 20 0 40 160 sen nπ 2 = n = 1, 2, 3 . . . 2 2 n π 3200 sen nπ 2 dn = , n = 1, 2, 3 . . . n3 π 3 Portanto a solu¸ca˜o ´e dada por ∞ ∞ 160 X sen nπ nπx nπt 3200 X sen nπ nπx nπt 2 2 sen cos + 3 sen sen u(x, t) = 2 2 3 π n=1 n 40 20 π n=1 n 40 20 =



160 X (−1)n (2n + 1)πx (2n + 1)πt sen cos π 2 n=0 (2n + 1)2 40 20 ∞

3200 X (−1)n (2n + 1)πx (2n + 1)πt + 3 sen sen 3 π n=0 (2n + 1) 40 20 S´eries de Fourier e Equa¸co˜es Diferenciais Parciais

22 de novembro de 2007

2.3

2.3

Equa¸ c˜ ao de Laplace num Retˆ angulo

43

Equa¸ c˜ ao de Laplace num Retˆ angulo

Vamos considerar o problema de valor de contorno em um retˆangulo gerado pela equa¸ca˜o de Laplace  2 ∂ u ∂2u   + =0   ∂x2 ∂y 2 u(x, 0) = f (x), u(x, b) = g(x), 0 < x < a     u(0, y) = h(y), u(a, y) = k(y), 0 < y < b

Este problema ´e chamado problema de Dirichlet. A solu¸ca˜o deste problema ´e a soma das solu¸co˜es dos problemas com apenas uma das fun¸co˜es f (x), g(x), h(y) e k(y) n˜ao nulas. y

g(x) b

h(y)

k(y)

f(x)

a

x

Figura 22: Regi˜ao onde ´e resolvido o problema de Dirichlet

22 de novembro de 2007

Reginaldo J. Santos

44 2.3.1

2

˜ EQUAC ¸ OES DIFERENCIAIS PARCIAIS

Apenas k(y) N˜ ao Nula  2 ∂ u ∂2u   + = 0,   ∂x2 ∂y 2

u(x, 0) = 0, u(x, b) = 0, 0 < x < a     u(0, y) = 0, u(a, y) = k(y), 0 < y < b

Vamos procurar uma solu¸ca˜o na forma de um produto de uma fun¸ca˜o de x por uma fun¸ca˜o de t, ou seja, u(x, y) = X(x)Y (y) Derivando e substituindo-se na equa¸ca˜o obtemos X 00 (x)Y (y) + X(x)Y 00 (y) = 0 que pode ser reescrita como X 00 (x) Y 00 (y) =− X(x) Y (y) O primeiro membro depende apenas de x, enquanto o segundo depende apenas de t. Isto s´o ´e poss´ıvel se eles forem iguais a uma constante X 00 (x) Y 00 (t) =− = λ. X(x) Y (y) Obtemos ent˜ao duas equa¸co˜es diferenciais ordin´arias  00 X (x) − λX(x) = 0, X(0) = 0 Y 00 (y) + λY (y) = 0, Y (0) = 0, Y (b) = 0 A segunda equa¸ca˜o com as condi¸co˜es de fronteira tem solu¸ca˜o somente se λ = n = 1, 2, 3, . . . e neste caso a solu¸ca˜o ´e da forma Y (y) = C1 sen

n2 π 2 , b2

para

nπy , n = 1, 2, 3, . . . b

A primeira equa¸ca˜o diferencial com a condi¸ca˜o X(0) = 0 tem solu¸ca˜o X(x) = C2 (e

nπ x b

− e−

nπ x b

nπx ) = C˜2 senh b

Logo o problema formado pela equa¸ca˜o diferencial parcial e as condi¸co˜es de fronteira tem solu¸co˜es da forma nπy nπx un (x, y) = X(x)Y (y) = cn sen senh b b S´eries de Fourier e Equa¸co˜es Diferenciais Parciais

22 de novembro de 2007

2.3

Equa¸ c˜ ao de Laplace num Retˆ angulo

45

Al´em disso, pode-se provar que tamb´em s´eries u(x, y) =

∞ X

un (x, y) =

n=1

∞ X n=1

cn sen

nπy nπx senh b b

s˜ao solu¸co˜es. Mas para satisfazer a condi¸ca˜o inicial u(a, y) = k(y), temos que ter ∞

∞ X

nπy nπa X h nπa i nπy senh = cn senh sen . k(y) = u(a, y) = cn sen b b b b n=1 n=1 Esta ´e a s´erie de Fourier de senos de k(y). Assim pelo Corol´ario 6 na p´agina 11 se a fun¸ca˜o k(y) pertencente ao espa¸co das fun¸co˜es cont´ınuas por partes, CP[0, L], ent˜ao os coeficientes s˜ao dados por nπa 2 cn senh = b b

Z

b

k(y) sen 0

nπy dy, n = 1, 2, 3 . . . b

z

x

y

Figura 23: Solu¸ca˜o da equa¸ca˜o de Laplace do Exemplo 11 tomando apenas 3 termos n˜ao nulos da s´erie

22 de novembro de 2007

Reginaldo J. Santos

46

˜ EQUAC ¸ OES DIFERENCIAIS PARCIAIS

2

Exemplo 11. Vamos considerar a equa¸ca˜o de Laplace num retˆangulo  2 ∂ u ∂2u   + =0   ∂x2 ∂y 2 u(x, 0) = 0, u(x, 2) = 0, 0 < x < 3     u(0, y) = 0, u(3, y) = k(y), 0 < y < 2

com

k(y) =



y, se 0 ≤ y ≤ 1 2 − y, se 1 ≤ y ≤ 2

A solu¸ca˜o ´e ent˜ao u(x, y) =

∞ X

cn sen

n=1

em que

cn senh( 3nπ ) 2

nπy nπx senh 2 2

s˜ao os coeficientes da s´erie de cossenos de k(y), ou seja, 3nπ = cn senh 2

Z

2

k(y) sen 0

nπy dx 2

8 sen nπ 2 = , n = 1, 2, 3 . . . n2 π 2 cn =

8 sen nπ 2 , n = 1, 2, 3 . . . n2 π 2 senh 3nπ 2

Portanto a solu¸ca˜o ´e dada por ∞ 8 X sen nπ nπy nπx 2 u(x, y) = senh 3nπ sen 2 2 π n=1 n senh 2 2 2

∞ 8 X (−1)n (2n + 1)πy (2n + 1)πx = sen senh 3(2n+1)π 2 2 π n=0 (2n + 1) senh 2 2 2

2.3.2

Apenas h(y) N˜ ao Nula  2 ∂ u ∂2u   + =0   ∂x2 ∂y 2

u(x, 0) = 0, u(x, b) = 0, 0 < x < 3     u(0, y) = h(y), u(a, y) = 0, 0 < y < 2

S´eries de Fourier e Equa¸co˜es Diferenciais Parciais

22 de novembro de 2007

2.3

Equa¸ c˜ ao de Laplace num Retˆ angulo

47

Vamos procurar uma solu¸ca˜o na forma de um produto de uma fun¸ca˜o de x por uma fun¸ca˜o de t, ou seja, u(x, y) = X(x)Y (y) Derivando e substituindo-se na equa¸ca˜o obtemos X 00 (x)Y (y) + X(x)Y 00 (y) = 0 que pode ser reescrita como X 00 (x) Y 00 (y) =− X(x) Y (y) O primeiro membro depende apenas de x, enquanto o segundo depende apenas de t. Isto s´o ´e poss´ıvel se eles forem iguais a uma constante X 00 (x) Y 00 (t) =− = λ. X(x) Y (y) Obtemos ent˜ao duas equa¸co˜es diferenciais ordin´arias  00 X (x) − λX(x) = 0, X(a) = 0 Y 00 (y) + λY (y) = 0, Y (0) = 0, Y (b) = 0 A segunda equa¸ca˜o com as condi¸co˜es de fronteira tem solu¸ca˜o somente se λ = n = 1, 2, 3, . . . e neste caso a solu¸ca˜o ´e da forma Y (y) = C1 sen

n2 π 2 , b2

para

nπy , n = 1, 2, 3, . . . b

A primeira equa¸ca˜o diferencial com a condi¸ca˜o X(a) = 0 tem solu¸ca˜o X(x) = C2 (e

nπ (x−a) b

− e−

nπ (x−a) b

) = C˜2 senh(

nπ (x − a)) b

Logo o problema formado pela equa¸ca˜o diferencial parcial e as condi¸co˜es de fronteira tem solu¸co˜es da forma un (x, y) = X(x)Y (y) = cn sen

nπy nπ senh( (x − a)) b b

Al´em disso, pode-se provar que tamb´em s´eries u(x, y) =

∞ X n=1

un (x, y) =

∞ X n=1

cn sen

nπy nπ senh( (x − a)) b b

s˜ao solu¸co˜es. 22 de novembro de 2007

Reginaldo J. Santos

48

˜ EQUAC ¸ OES DIFERENCIAIS PARCIAIS

2

Mas para satisfazer a condi¸ca˜o inicial u(0, y) = h(y), temos que ter h(y) = u(0, y) = −

∞ X

cn sen

n=1

∞ h X nπa nπa i nπy nπy senh =− cn senh sen . b b b b n=1

Esta ´e a s´erie de Fourier de senos de h(y). Assim pelo Corol´ario 6 na p´agina 11 se a fun¸ca˜o h(y) pertencente ao espa¸co das fun¸co˜es cont´ınuas por partes, CP[0, L], ent˜ao os coeficientes s˜ao dados por Z nπa 2 b nπy −cn senh = h(y) sen dy, n = 1, 2, 3 . . . b b 0 b Podemos evitar o sinal de menos se escrevemos u(x, y) =

∞ X

un (x, y) =

n=1

e neste caso

nπa 2 cn senh = b b

∞ X

cn sen

n=1

Z

b

h(y) sen( 0

nπ nπy senh( (a − x)) b b

nπy )dy, n = 1, 2, 3 . . . b

z

x

y

Figura 24: Solu¸ca˜o da equa¸ca˜o de Laplace do Exemplo 12 tomando apenas 3 termos n˜ao nulos da s´erie

S´eries de Fourier e Equa¸co˜es Diferenciais Parciais

22 de novembro de 2007

2.3

Equa¸ c˜ ao de Laplace num Retˆ angulo

49

Exemplo 12. Vamos considerar a equa¸ca˜o de Laplace num retˆangulo  2 ∂ u ∂2u   + =0   ∂x2 ∂y 2 u(x, 0) = 0, u(x, 2) = 0, 0 < x < 3     u(0, y) = h(y), u(3, y) = 0, 0 < y < 2

com

h(y) =



y, se 0 ≤ y ≤ 1 2 − y, se 1 ≤ y ≤ 2

A solu¸ca˜o ´e ent˜ao u(x, y) =

∞ X

cn sen

n=1

em que

cn senh( 3nπ ) 2

nπ nπy senh( (3 − x)) 2 2

s˜ao os coeficientes da s´erie de senos de h(y), ou seja, 3nπ ) = cn senh( 2

Z

2

h(y) sen( 0

nπy )dx 2

8 sen nπ 2 = , n = 1, 2, 3 . . . 2 2 nπ cn =

8 sen nπ 2 , n = 1, 2, 3 . . . n2 π 2 senh 3nπ 2

Portanto a solu¸ca˜o ´e dada por ∞ 8 X sen nπ nπy nπx 2 u(x, y) = senh 3nπ sen 2 2 π n=1 n senh 2 2 2

∞ 8 X (−1)n (2n + 1)πy (2n + 1)π(3 − x) = sen senh 3(2n+1)π 2 π n=0 (2n + 1)2 senh 2 2 2

2.3.3

Caso Geral  2 ∂ u ∂2u   + =0   ∂x2 ∂y 2

u(x, 0) = f (x), u(x, b) = g(x), 0 < x < a     u(0, y) = h(y), u(a, y) = k(y), 0 < y < b

22 de novembro de 2007

Reginaldo J. Santos

50

2

˜ EQUAC ¸ OES DIFERENCIAIS PARCIAIS

Como dissemos anteriormente a solu¸ca˜o deste problema ´e a soma das solu¸co˜es dos problemas com apenas uma das fun¸co˜es f (x), g(x), h(y) e k(y) n˜ao nulas, ou seja, u(x, y) = u(f ) (x, y) + u(g) (x, y) + u(h) (x, y) + u(k) (x, y).

z

x

y

Figura 25: Solu¸ca˜o da equa¸ca˜o de Laplace do Exemplo 13 tomando apenas 3 termos n˜ao nulos da s´erie Exemplo 13. Vamos considerar a equa¸ca˜o de Laplace num retˆangulo  2 ∂ u ∂2u   + =0   ∂x2 ∂y 2 u(x, 0) = 0, u(x, 2) = 0, 0 < x < 3     u(0, y) = h(y), u(3, y) = k(y), 0 < y < 2

com

h(y) = k(y) = A solu¸ca˜o ´e ent˜ao ∞ X



nπy u(x, y) = cn sen 2 n=1

y, se 0 ≤ y ≤ 1 2 − y, se 1 ≤ x ≤ 2



nπx nπ(3 − x) senh + senh 2 2

S´eries de Fourier e Equa¸co˜es Diferenciais Parciais



22 de novembro de 2007

2.3

Equa¸ c˜ ao de Laplace num Retˆ angulo

51

s˜ao os coeficientes da s´erie de senos de k(y), ou seja, em que cn senh 3nπ 2 3nπ cn senh = 2

Z

2

k(y) sen 0

nπy dx 2

8 sen nπ 2 = , n = 1, 2, 3 . . . n2 π 2 8 sen nπ 2 cn = , n = 1, 2, 3 . . . 3nπ senh( 2 )n2 π 2

22 de novembro de 2007

Reginaldo J. Santos

52

2

˜ EQUAC ¸ OES DIFERENCIAIS PARCIAIS

Exerc´ıcios (respostas na p´ agina 57) 2.1. Encontre a temperatura u(x, t) em uma barra de metal com 40 cm de comprimento, isolada dos lados e que est´a inicialmente a uma temperatura uniforme de 20◦ C, supondo que α = 1 e que suas extremidades s˜ao mantidas a temperatura de 0◦ C. 2.2. Encontre a temperatura u(x, t) em uma barra de metal com 40 cm de comprimento, isolada dos lados e que est´a inicialmente a uma temperatura uniforme de 20◦ C, supondo que α = 1 e que suas extremidades s˜ao mantidas a temperatura de 0◦ C e 60◦ C respectivamente. Qual a temperatura estacion´aria? 2.3. Considere uma barra de comprimento L, α = 1, isolada dos lados e que est´a inicialmente a temperatura dada por u(x, 0) = 3x/2, 0 ≤ x ≤ 40 e que as extremidades est˜ao isoladas. (i) Determine u(x, t). (ii) Qual a temperatura estacion´aria? 2.4. Determine o deslocamento, u(x, t), de uma corda de 40 cm de comprimento, presa nos lados, com coeficiente a = 2 solta do repouso de forma que o deslocamento inicial seja dado por  se 0 ≤ x < 10  x, 10, se 10 ≤ x < 30 f (x) =  40 − x, se 30 < x ≤ 40 2.5. Determine o deslocamento, u(x, t), de uma corda de 40 cm de comprimento, presa nos lados, com coeficiente a = 2 solta do repouso de forma que o deslocamento inicial seja dado por sen(πx/20), para 0 < x < 40. 2.6. Determine o deslocamento, u(x, t), de uma corda de 40 cm de comprimento, presa nos lados, com coeficiente a = 2 com deslocamento inicial nulo solta de forma que a velocidade inicial seja dada por  se 0 ≤ x < 10  x, 10, se 10 ≤ x < 30 g(x) =  40 − x, se 30 < x ≤ 40 2.7. Determine o deslocamento, u(x, t), de uma corda de 40 cm de comprimento, presa nos lados, com coeficiente a = 2 com deslocamento inicial nulo solta de forma que a velocidade inicial seja dada por sen(πx/20), para 0 < x < 40. S´eries de Fourier e Equa¸co˜es Diferenciais Parciais

22 de novembro de 2007

2.3

Equa¸ c˜ ao de Laplace num Retˆ angulo

53

2.8. Determine o deslocamento, u(x, t), de uma corda de 40 cm de comprimento, presa nos lados, com coeficiente a = 2 com deslocamento inicial f (x) solta de forma que a velocidade inicial seja g(x) em que  se 0 ≤ x < 10  x, f (x) = g(x) = 10, se 10 ≤ x < 30  40 − x, se 30 < x ≤ 40 2.9. Resolva o seguinte problema

 2 ∂ u ∂2u   + =0   ∂x2 ∂y 2 com

u(x, 0) = 0, u(x, 2) = 0, 0 < x < 3     u(0, y) = 0, u(3, y) = k(y), 0 < y < 2  se 0 ≤ y < 1/2  y, 1/2, se 1/2 ≤ y < 3/2 k(y) =  2 − y, se 3/2 < y ≤ 2

2.10. Resolva o seguinte problema

 2 ∂ u ∂2u   + =0   ∂x2 ∂y 2 com

u(x, 0) = 0, u(x, 2) = 0, 0 < x < 3     u(0, y) = h(y), u(3, y) = 0, 0 < y < 2  se 0 ≤ y < 1/2  y, 1/2, se 1/2 ≤ y < 3/2 h(y) =  2 − y, se 3/2 < y ≤ 2

2.11. Resolva o seguinte problema

 2 ∂ u ∂2u   + =0   ∂x2 ∂y 2

22 de novembro de 2007

u(x, 0) = 0, u(x, b) = g(x), 0 < x < 3     u(0, y) = 0, u(a, y) = 0, 0 < y < 2

Reginaldo J. Santos

54

2

˜ EQUAC ¸ OES DIFERENCIAIS PARCIAIS

2.12. Resolva o seguinte problema  2 ∂ u ∂2u   + =0   ∂x2 ∂y 2

u(x, 0) = f (x), u(x, b) = 0, 0 < x < 3     u(0, y) = 0, u(a, y) = 0, 0 < y < 2

2.13. Resolva o seguinte problema  2 ∂ u ∂2u   + =0   ∂x2 ∂y 2

u(x, 0) = f (x), u(x, b) = g(x), 0 < x < a     u(0, y) = h(y), u(a, y) = k(y), 0 < y < b

2.14. Vamos considerar o problema de valor de contorno em um retˆangulo gerado pela equa¸ca˜o de Laplace  2 ∂ u ∂2u    + =0   ∂x2 ∂y 2     

∂u (x, 0) ∂y

= f (x),

∂u (x, b) ∂y

= g(x), 0 < x < a

∂u (0, y) ∂x

= h(y),

∂u (a, y) ∂x

= k(y), 0 < y < b

Este problema ´e chamado problema de Neuman. A solu¸ca˜o deste problema ´e a soma das solu¸co˜es dos problemas com apenas uma das fun¸co˜es f (x), g(x), h(y) e k(y) n˜ao nulas. (i) Resolva o problema  2 ∂ u ∂2u    + =0   ∂x2 ∂y 2     

∂u (x, 0) ∂y

= 0,

∂u (x, b) ∂y

= 0, 0 < x < a

∂u (0, y) ∂x

= 0,

∂u (a, y) ∂x

= k(y), 0 < y < b

(ii) Resolva o problema  2 ∂ u ∂2u    + =0   ∂x2 ∂y 2     

∂u (x, 0) ∂y

= 0,

∂u (x, b) ∂y

∂u (0, y) ∂x

= h(y),

= 0, 0 < x < a

∂u (a, y) ∂x

S´eries de Fourier e Equa¸co˜es Diferenciais Parciais

= 0, 0 < y < b 22 de novembro de 2007

2.3

Equa¸ c˜ ao de Laplace num Retˆ angulo

55

(iii) Por analogia escreva a solu¸ca˜o dos problemas com somente f (x) diferente de zero, com somente g(x) diferente de zero e determine a solu¸ca˜o do problema de Neuman no caso geral  2 ∂ u ∂2u    + =0   ∂x2 ∂y 2     

∂u (x, 0) ∂y

= f (x),

∂u (x, b) ∂y

= g(x), 0 < x < a

∂u (0, y) ∂x

= h(y),

∂u (a, y) ∂x

= k(y), 0 < y < b

(iv) Explique por que este problema n˜ao tem solu¸ca˜o u ´ nica. (v) Explique por que o problema s´o tem solu¸ca˜o se Z

b

k(y)dy = 0

22 de novembro de 2007

Z

b

h(y)dy = 0

Z

a

g(x)dx = 0

Z

a

f (x)dx = 0 0

Reginaldo J. Santos

56

2

˜ EQUAC ¸ OES DIFERENCIAIS PARCIAIS

Respostas dos Exerc´ıcios 1. S´ eries de Fourier (p´ agina 18) ∞ ∞ X sen mπ mπx 1 2 X (−1)m (2m + 1)πx 1 2 2 1.1. f (x) = − cos = − cos . 2 π m=1 m L 2 π m=0 2m + 1 L ∞ − (−1)m 2 X cos mπ mπx 2 sen = f (x) = π m=1 m L ∞ ∞ 2 X (−1)m − 1 2mπx 2 X 1 (2m + 1)πx sen + sen = = π m=1 2m L π m=0 2m + 1 L ∞ ∞ 2X 1 (4m + 2)πx 2 X 1 (2m + 1)πx =− sen + sen π m=0 2m + 1 L π m=0 2m + 1 L ∞ − sen mπ 1 2 X sen 3mπ mπx 4 4 + cos . 2 π m=1 m L ∞ − cos 3mπ 2 X cos mπ mπx 4 4 f (x) = sen π m=1 m L

1.2. f (x) =

∞ − mπ sen mπ 3L 2L X cos mπ − cos mπ mπx 2 2 2 + 2 cos . 8 π m=1 m2 L ∞ cos mπ − mπ cos mπ − sen mπ 2L X mπ mπx 2 2 2 sen f (x) = 2 2 π m=1 m L

1.3. f (x) =

∞ − 1 − (−1)m L 2L X 2 cos mπ mπx 2 + 2 cos 2 4 π m=1 m L ∞ L 2L X 2(−1)m − 2 2mπx = + 2 cos 2 4 π m=1 4m L ∞ L 2L X 1 (4m + 2)πx = − 2 cos . 2 4 π m=0 (2m + 1) L ∞ ∞ 4L X sen mπ mπx 4L X (−1)m (2m + 1)πx 2 f (x) = 2 sen = 2 sen 2 2 π m=1 m L π m=1 (2m + 1) L

1.4. f (x) =

∞ + cos 3mπ − 1 − (−1)m 3L 2L X cos mπ mπx 4 4 1.5. f (x) = + 2 cos . 2 16 π m=1 m L ∞ + sen 3mπ 2L X sen mπ mπx 4 4 f (x) = 2 sen 2 π m=1 m L

S´eries de Fourier e Equa¸co˜es Diferenciais Parciais

22 de novembro de 2007

2.3

Equa¸ c˜ ao de Laplace num Retˆ angulo

57

2. Equa¸ co ˜es Parciais (p´ agina 52) 2.1. Temos que resolver o problema  ∂u ∂2u    =  ∂t ∂x2 u(x, 0) = f (x), 0 < x < 40     u(0, t) = 0, u(40, t) = 0 A solu¸ca˜o ´e ent˜ao

u(x, t) =

∞ X

cn sen

n=1

nπx − n2 π2 t e 1600 40

em que cn s˜ao os coeficientes da s´erie de senos de f (x), ou seja, cn

1 = 20

Z

40

f (x) sen( 0

nπx )dx 40

(0)

= 20cn (f0,1 ) nπ 2 = −20 cos s nπ 0 40 = (1 − cos(nπ)) nπ 40 (1 − (−1)n ), n = 1, 2, 3 . . . = nπ Portanto a solu¸ca˜o ´e dada por ∞

40 X 1 − (−1)n nπx − n2 π2 t u(x, t) = sen e 1600 π n=1 n 40 ∞

(2n+1)2 π 2 80 X 1 (2n + 1)π = sen( x)e− 1600 t π n=0 2n + 1 40

2.2. Temos que resolver o problema  ∂u ∂2u    =  ∂t ∂x2 u(x, 0) = f (x), 0 < x < 40     u(0, t) = 0, u(40, t) = 60

22 de novembro de 2007

Reginaldo J. Santos

58

2

˜ EQUAC ¸ OES DIFERENCIAIS PARCIAIS

A solu¸ca˜o ´e ent˜ao ∞

nπx − n2 π2 t 3x X u(x, t) = + cn sen e 1600 2 40 n=1 em que cn s˜ao os coeficientes da s´erie de senos de f (x) −

3x 3x = 20 − 2 2

ou seja, 3 (0) (1) cn = 20cn (f0,1 ) − cn (f0,1 ) 2 nπ nπ 40 120 cos s − 2 2 (−s cos s + sen s) = nπ n π 0 0 40 120 (cos(nπ) − 1) − 2 2 (−nπ cos(nπ)) = nπ n π 160((−1)n − 1/4) = , n = 1, 2, 3 . . . nπ Portanto a solu¸ca˜o ´e dada por ∞

3x 160 X (−1)n − 1/4 nπx − n2 π2 t + sen e 1600 u(x, t) = 2 π n=1 n 40 Quando t tende a mais infinito a solu¸ca˜o tende a solu¸ca˜o estacion´aria v(x, t) = 2.3.

3x . 2

(i) Temos que resolver o problema

A solu¸ca˜o ´e ent˜ao

 ∂u ∂2u   = 2   ∂x  ∂t u(x, 0) = f (x), 0 < x < 40      ∂u (0, t) = 0, ∂u (40, t) = 0 ∂t ∂t u(x, t) =

∞ X

cn cos

n=0

S´eries de Fourier e Equa¸co˜es Diferenciais Parciais

nπx − n2 π2 t e 1600 40 22 de novembro de 2007

2.3

Equa¸ c˜ ao de Laplace num Retˆ angulo

59

em que cn s˜ao os coeficientes da s´erie de cossenos de f (x), ou seja, Z 40 1 c0 = f (x)dx = 30, 40 0 Z 40 1 nπx cn = f (x) cos( )dx 20 0 40 (−1)n − 1 = 80 , n = 1, 2, 3 . . . n2 π 2 Portanto a solu¸ca˜o ´e dada por ∞

80 X (−1)n − 1 nπx − n2 π2 t cos e 1600 u(x, t) = 30 + 2 π n=1 n2 40 ∞

2 π2 160 X 1 (2n + 1)π t − (2n+1) 1600 = 30 − 2 cos( x)e 2 π n=0 (2n + 1) 40

(ii) A solu¸ca˜o tende a v(x, t) = 30, quando t tende a mais infinito. 2.4. Temos que resolver o problema  ∂2u ∂2u    = 4   ∂x2  ∂t2 A solu¸ca˜o ´e ent˜ao

∂u u(x, 0) = f (x), (x, 0) = 0, 0 < x < 40    ∂t    u(0, t) = 0, u(40, t) = 0 u(x, t) =

∞ X n=1

cn sen

nπx nπt cos 40 20

em que cn s˜ao os coeficientes da s´erie de senos de f (x), ou seja, Z 40 1 nπx cn = f (x) sen( )dx 20 0 40 + sen 3nπ 80 sen nπ 4 4 = , n = 1, 2, 3 . . . π2 n2 Portanto a solu¸ca˜o ´e dada por u(x, t) =

22 de novembro de 2007

+ sen 3nπ 80 X sen nπ nπx nπt 4 4 sen cos 2 2 π n=1 n 40 20 ∞

Reginaldo J. Santos

60

˜ EQUAC ¸ OES DIFERENCIAIS PARCIAIS

2

2.5. u(x, t) = sen(

π π x) cos( t) 20 10

2.6. Temos que resolver o problema  ∂2u ∂2u    = 4   ∂x2  ∂t2 A solu¸ca˜o ´e ent˜ao

∂u u(x, 0) = 0, (x, 0) = g(x), 0 < x < 40    ∂t    u(0, t) = 0, u(40, t) = 0 u(x, t) =

∞ X

cn sen

n=1

em que

nπ c 20 n

nπx nπt sen 40 20

s˜ao os coeficientes da s´erie de senos de g(x), ou seja, Z 40 1 nπx nπ cn = g(x) sen( )dx 20 20 0 40 + sen 3nπ 80 sen nπ 4 4 = n = 1, 2, 3 . . . π2 n2

+ sen 3nπ 1600 sen nπ 4 4 , n = 1, 2, 3 . . . π3 n3 Portanto a solu¸ca˜o ´e dada por cn =

u(x, t) =

+ sen 3nπ 1600 X sen nπ nπx nπt 4 4 sen sen π 3 n=1 n3 40 20 ∞

2.7. u(x, t) =

10 π π sen( x) sen( t) π 20 10

2.8. Temos que resolver o problema  ∂2u ∂2u    = 4   ∂x2  ∂t2

∂u u(x, 0) = f (x), (x, 0) = g(x), 0 < x < 40    ∂t    u(0, t) = 0, u(40, t) = 0

S´eries de Fourier e Equa¸co˜es Diferenciais Parciais

22 de novembro de 2007

2.3

Equa¸ c˜ ao de Laplace num Retˆ angulo

61

A solu¸ca˜o ´e a soma das solu¸co˜es dos problemas com apenas uma das fun¸co˜es f (x) e g(x) n˜ao nulas. ∞ X



anπt X nπx anπt nπx u(x, t) = cn sen cos + dn sen sen L L L L n=1 n=1

em que cn e nπ d s˜ao os coeficientes da s´erie de senos de f (x) e de g(x), respectiva20 n mente, ou seja, Z 40 1 nπx f (x) sen( )dx cn = 20 0 40 + sen 3nπ 80 sen nπ 4 4 = , n = 1, 2, 3 . . . π2 n2 Z 40 nπ 1 nπx dn = g(x) sen( )dx 20 20 0 40 + sen 3nπ 80 sen nπ 4 4 = n = 1, 2, 3 . . . π2 n2 + sen 3nπ 1600 sen nπ 4 4 , n = 1, 2, 3 . . . π3 n3 Portanto a solu¸ca˜o ´e dada por dn =

+ sen 3nπ 80 X sen nπ nπx nπt 4 4 u(x, t) = sen cos + 2 2 π n=1 n 40 20 ∞

+ sen 3nπ 1600 X sen nπ nπx nπt 4 4 sen sen π 3 n=1 n3 40 20 ∞

2.9. A solu¸ca˜o ´e ent˜ao u(x, y) =

∞ X

cn sen

n=1

em que

cn senh( 3nπ ) 2

s˜ao os coeficientes da s´erie de senos de k(y), ou seja,

3nπ ) = cn senh( 2

Z

2

nπy )dx 2 + sen 3nπ 4 , n = 1, 2, 3 . . . 2 n

k(y) sen( 0

4 sen nπ 4 = 2 π 22 de novembro de 2007

nπy nπx senh 2 3

Reginaldo J. Santos

62

˜ EQUAC ¸ OES DIFERENCIAIS PARCIAIS

2

cn =

+ sen 3nπ 4 sen nπ 4 4 , n = 1, 2, 3 . . . π 2 n2 senh( 3nπ ) 2

Portanto a solu¸ca˜o ´e dada por ∞ + sen 3nπ nπy nπx 4 X sen nπ 4 4 u(x, y) = sen senh 3nπ 2 2 π n=1 n senh( 2 ) 2 3

∞ (2n + 1)πy 8 X (−1)n (2n + 1)πx sen senh = 3(2n+1)π 2 2 π n=0 senh( 2 3 )(2n + 1) 2

2.10. A solu¸ca˜o ´e ent˜ao u(x, y) =

∞ X

cn sen

n=1

nπ nπy senh( (3 − x)) 2 3

em que cn senh( 3nπ ) s˜ao os coeficientes da s´erie de senos de h(y), ou seja, 2 3nπ cn senh( ) = 2

Z

2

nπy dx 2 + sen 3nπ 4 , n = 1, 2, 3 . . . 2 n

h(y) sen 0

4 sen nπ 4 = 2 π

+ sen 3nπ 4 sen nπ 4 4 cn = 2 , n = 1, 2, 3 . . . 3nπ 2 π n senh 2 Portanto a solu¸ca˜o ´e dada por ∞ + sen 3nπ 4 X sen nπ nπy nπx 4 4 u(x, y) = sen senh 3nπ 2 2 π n=1 n senh( 2 ) 2 3

=

∞ 8 X (−1)n (2n + 1)πy (2n + 1)π(3 − x) sen senh 3(2n+1)π 2 π n=0 senh( 2 3 )(2n + 1)2 2

2.11. Vamos procurar uma solu¸ca˜o na forma de um produto de uma fun¸ca˜o de x por uma fun¸ca˜o de t, ou seja, u(x, y) = X(x)Y (y) Derivando e substituindo-se na equa¸ca˜o obtemos X 00 (x)Y (y) + X(x)Y 00 (y) = 0 S´eries de Fourier e Equa¸co˜es Diferenciais Parciais

22 de novembro de 2007

2.3

Equa¸ c˜ ao de Laplace num Retˆ angulo

63

que pode ser reescrita como X 00 (x) Y 00 (y) =− X(x) Y (y) O primeiro membro depende apenas de x, enquanto o segundo depende apenas de t. Isto s´o ´e poss´ıvel se eles forem iguais a uma constante Y 00 (t) X 00 (x) =− = λ. X(x) Y (y) Obtemos ent˜ao duas equa¸co˜es diferenciais ordin´arias  00 X (x) − λX(x) = 0, X(0) = 0, X(a) = 0 Y 00 (y) + λY (y) = 0, Y (0) = 0, A primeira equa¸ca˜o com as condi¸co˜es de fronteira tem solu¸ca˜o somente se λ = para n = 1, 2, 3, . . . e neste caso a solu¸ca˜o ´e da forma nπx X(x) = C1 sen , n = 1, 2, 3, . . . a

n2 π 2 , a2

Assim a segunda equa¸ca˜o diferencial com a condi¸ca˜o Y (0) = 0 tem solu¸ca˜o nπ nπ nπy Y (y) = C2 (e a y − e− a y ) = C˜2 senh a Logo o problema formado pela equa¸ca˜o diferencial parcial e as condi¸co˜es de fronteira tem solu¸co˜es da forma nπx nπy un (x, y) = X(x)Y (y) = cn sen senh a a Al´em disso, pode-se provar que tamb´em s´eries u(x, y) =

∞ X n=1

s˜ao solu¸co˜es.

un (x, t) =

∞ X n=1

cn sen

nπx nπy senh a a

Mas para satisfazer a condi¸ca˜o inicial u(x, b) = g(x), temos que ter ∞ ∞ X nπx nπy X h nπ i nπ g(x) = cn sen senh = cn senh( b) sen( x). a a a a n=1 n=1 Assim pelo Corol´ario 6 na p´agina 11 se a fun¸ca˜o g(x) pertencente ao espa¸co das fun¸co˜es cont´ınuas por partes, CP[0, L], ent˜ao os coeficientes s˜ao dados por Z nπ 2 a nπx cn senh( b) = g(x) sen( )dx, n = 1, 2, 3 . . . a a 0 a 22 de novembro de 2007

Reginaldo J. Santos

64

˜ EQUAC ¸ OES DIFERENCIAIS PARCIAIS

2

2.12. Vamos procurar uma solu¸ca˜o na forma de um produto de uma fun¸ca˜o de x por uma fun¸ca˜o de t, ou seja, u(x, t) = X(x)Y (y) Derivando e substituindo-se na equa¸ca˜o obtemos X 00 (x)Y (y) + X(x)Y 00 (y) = 0 que pode ser reescrita como X 00 (x) Y 00 (y) =− X(x) Y (y) O primeiro membro depende apenas de x, enquanto o segundo depende apenas de t. Isto s´o ´e poss´ıvel se eles forem iguais a uma constante X 00 (x) Y 00 (t) =− = λ. X(x) Y (y) Obtemos ent˜ao duas equa¸co˜es diferenciais ordin´arias  00 X (x) − λX(x) = 0, X(0) = 0; X(a) = 0 Y 00 (y) + λY (y) = 0, Y (b) = 0 A primeira equa¸ca˜o com as condi¸co˜es de fronteira tem solu¸ca˜o somente se λ = para n = 1, 2, 3, . . . e neste caso a solu¸ca˜o ´e da forma X(x) = C1 sen

n2 π 2 , a2

nπx , n = 1, 2, 3, . . . a

Assim a segunda equa¸ca˜o diferencial com a condi¸ca˜o Y (b) = 0 tem solu¸ca˜o Y (y) = C2 (e

nπ (y−b) a

− e−

nπ (y−b) a

nπ(y − b) ) = C˜2 senh a

Logo o problema formado pela equa¸ca˜o diferencial parcial e as condi¸co˜es de fronteira tem solu¸co˜es da forma un (x, y) = X(x)Y (y) = cn sen

nπx nπ(y − b) senh a a

Al´em disso, pode-se provar que tamb´em s´eries u(x, t) =

∞ X n=1

un (x, t) =

N X

cn sen

n=1

S´eries de Fourier e Equa¸co˜es Diferenciais Parciais

nπx nπ(y − b) senh a a 22 de novembro de 2007

2.3

Equa¸ c˜ ao de Laplace num Retˆ angulo

65

s˜ao solu¸co˜es. Mas para satisfazer a condi¸ca˜o inicial u(x, 0) = f (x), temos que ter ∞ X

∞ h X nπx nπ nπ i nπ f (x) = − cn sen senh( b) = − cn senh( b) sen( x). a a a a n=1 n=1

Assim pelo Corol´ario 6 na p´agina 11 se a fun¸ca˜o f (x) pertencente ao espa¸co das fun¸co˜es cont´ınuas por partes, CP[0, L], ent˜ao os coeficientes s˜ao dados por Z nπ 2 a nπx −cn senh( b) = f (x) sen dx, n = 1, 2, 3 . . . a a 0 a Podemos evitar o sinal de menos se escrevemos u(x, t) =

∞ X

un (x, t) =

n=1

∞ X

cn sen

n=1

nπx nπ(b − y) senh a a

e neste caso nπ 2 cn senh( b) = a a 2.13.

Z

a

f (x) sen( 0

nπx )dx, n = 1, 2, 3 . . . a

 2 ∂ u ∂2u   + =0   ∂x2 ∂y 2

u(x, 0) = f (x), u(x, b) = g(x), 0 < x < a     u(0, y) = h(y), u(a, y) = k(y), 0 < y < b

u(x, y) = u(f ) (x, t) + u(g) (x, t) + u(h) (x, t) + u(k) (x, t), em que u(f ) (x, y) =

∞ X

) c(f n sen

n=1

(g)

u (x, y) =

∞ X

c(g) n sen

n=1

u(h) (x, y) =

∞ X n=1

22 de novembro de 2007

nπx nπ(b − y) senh a a

c(h) n sen

nπx nπy senh a a

nπy nπ(a − x) senh b b Reginaldo J. Santos

66

˜ EQUAC ¸ OES DIFERENCIAIS PARCIAIS

2

(k)

u (x, y) =

∞ X

c(k) n sen

n=1

com coeficientes dados por

2.14.

a

2 nπ senh b= a a

Z

c(g) n senh

nπ 2 b= a a

c(h) n senh

nπa 2 = b b

Z

c(k) n senh

nπa 2 = b b

) c(f n

f (x) sen

nπx dx, n = 1, 2, 3 . . . a

g(x) sen

nπx dx, n = 1, 2, 3 . . . a

h(y) sen

nπy dy, n = 1, 2, 3 . . . b

k(y) sen

nπy dy, n = 1, 2, 3 . . . b

0 a 0

Z Z

nπy nπx senh b b

b 0 b 0

(i) Vamos procurar uma solu¸ca˜o na forma de um produto de uma fun¸ca˜o de x por uma fun¸ca˜o de t, ou seja, u(x, y) = X(x)Y (y) Derivando e substituindo-se na equa¸ca˜o obtemos X 00 (x)Y (y) − X(x)Y 00 (y) = 0 que pode ser reescrita como X 00 (x) Y 00 (y) =− X(x) Y (y) O primeiro membro depende apenas de x, enquanto o segundo depende apenas de t. Isto s´o ´e poss´ıvel se eles forem iguais a uma constante X 00 (x) Y 00 (t) =− = λ. X(x) Y (y) Obtemos ent˜ao duas equa¸co˜es diferenciais ordin´arias  00 X (x) − λX(x) = 0, X 0 (0) = 0 Y 00 (y) + λY (y) = 0, Y 0 (0) = 0, Y 0 (b) = 0 A segunda equa¸ca˜o com as condi¸co˜es de fronteira tem solu¸ca˜o somente se λ = 0 2 2 ou λ = nb2π , para n = 1, 2, 3, . . . e neste caso a solu¸ca˜o ´e da forma Y (y) = C1 ,

Y (y) = C1 cos

S´eries de Fourier e Equa¸co˜es Diferenciais Parciais

nπy , n = 1, 2, 3, . . . b 22 de novembro de 2007

2.3

Equa¸ c˜ ao de Laplace num Retˆ angulo

67

A primeira equa¸ca˜o diferencial com a condi¸ca˜o X 0 (0) = 0 tem solu¸ca˜o X(x) = C2 (e

nπ x b

+ e−

nπ x b

nπx ) = C˜2 cosh b

Logo o problema formado pela equa¸ca˜o diferencial parcial e as condi¸co˜es de fronteira tem solu¸co˜es da forma nπx nπy cosh un (x, y) = X(x)Y (y) = cn cos b b Al´em disso, pode-se provar que tamb´em s´eries u(x, t) = c0 +

∞ X

cn cos

n=1

s˜ao solu¸co˜es. Mas para satisfazer a condi¸ca˜o inicial

nπy nπx cosh b b

∂u (a, y) ∂x

= k(y), temos que ter



X nπ ∂u nπy nπa k(y) = (a, y) = cn cos cosh ∂x b b b n=1 ∞ h X nπ nπa i nπy = cn cosh cos . b b b n=1 Esta ´e a s´erie de Fourier de cossenos de k(y). Assim pelo Corol´ario 6 na p´agina 11 se a fun¸ca˜o k(y) pertencente ao espa¸co das fun¸co˜es cont´ınuas por partes, CP[0, L], ent˜ao os coeficientes s˜ao dados por Z nπ nπa 2 b nπy cn cosh = k(y) cos( )dy, n = 1, 2, 3 . . . b b b 0 b e para ter solu¸ca˜o o primeiro coeficiente da s´erie de cossenos de k(y) tem que ser igual a zero, Z b k(y)dy = 0 0

(ii) Vamos procurar uma solu¸ca˜o na forma de um produto de uma fun¸ca˜o de x por uma fun¸ca˜o de t, ou seja, u(x, t) = X(x)Y (y) Derivando e substituindo-se na equa¸ca˜o obtemos X 00 (x)Y (y) − X(x)Y 00 (y) = 0 22 de novembro de 2007

Reginaldo J. Santos

68

2

˜ EQUAC ¸ OES DIFERENCIAIS PARCIAIS

que pode ser reescrita como X 00 (x) Y 00 (y) =− X(x) Y (y) O primeiro membro depende apenas de x, enquanto o segundo depende apenas de t. Isto s´o ´e poss´ıvel se eles forem iguais a uma constante Y 00 (t) X 00 (x) =− = λ. X(x) Y (y) Obtemos ent˜ao duas equa¸co˜es diferenciais ordin´arias  00 X (x) − λX(x) = 0, X 0 (a) = 0 Y 00 (y) + λY (y) = 0, Y 0 (0) = 0, Y 0 (b) = 0 A segunda equa¸ca˜o com as condi¸co˜es de fronteira tem solu¸ca˜o somente se λ = 0 2 2 ou λ = nb2π , para n = 1, 2, 3, . . . e neste caso a solu¸ca˜o ´e da forma Y (y) = C1 ,

Y (y) = C1 cos

nπy , n = 1, 2, 3, . . . b

A primeira equa¸ca˜o diferencial com a condi¸ca˜o X 0 (a) = 0 tem solu¸ca˜o X(x) = C2 (e

nπ (x−a) b

+ e−

nπ (x−a) b

nπ(x − a) ) = C˜2 cosh b

Logo o problema formado pela equa¸ca˜o diferencial parcial e as condi¸co˜es de fronteira tem solu¸co˜es da forma un (x, y) = X(x)Y (y) = cn cos

nπ(x − a) nπy cosh b b

Al´em disso, pode-se provar que tamb´em s´eries u(x, y) = c0 +

∞ X

cn cos

n=1

s˜ao solu¸co˜es. Mas para satisfazer a condi¸ca˜o inicial

nπy nπ(x − a) cosh b b

∂u (a, y) ∂x

= h(y), temos que ter



X nπ ∂u nπy nπa h(y) = (0, y) = cn cos cosh ∂x b b b n=1 ∞ h X nπ nπa i nπy = cn cosh cos . b b b n=1 S´eries de Fourier e Equa¸co˜es Diferenciais Parciais

22 de novembro de 2007

2.3

Equa¸ c˜ ao de Laplace num Retˆ angulo

69

Esta ´e a s´erie de Fourier de cossenos de h(y). Assim pelo Corol´ario 6 na p´agina 11 se a fun¸ca˜o k(y) pertencente ao espa¸co das fun¸co˜es cont´ınuas por partes, CP[0, L], ent˜ao os coeficientes s˜ao dados por Z nπa 2 b nπy nπ cn cosh = k(y) cos dy, n = 1, 2, 3 . . . b b b 0 b e para ter solu¸ca˜o o primeiro coeficiente da s´erie de cossenos de h(y) tem que ser igual a zero, Z b h(y)dy = 0 0

(iii)

u(x, y) = c0 + u(f ) (x, t) + u(g) (x, t) + u(h) (x, t) + u(k) (x, t), em que u

(f )

(x, y) =

∞ X

cn cos

n=1

(g)

u (x, y) = u(h) (x, y) =

∞ X

n=1 ∞ X

(k)

u (x, y) =

∞ X n=1

com coeficientes dados por

cn cos

cn cos

n=1

nπx nπ(y − b) cosh a a nπx nπy cosh a a

nπy nπ(x − a) cosh b b

cn cos

nπy nπx cosh b b

Z nπb 2 a nπx cosh = f (x) cos dx, n = 1, 2, 3 . . . a a a 0 a Z nπb 2 a nπx (g) nπ cosh = g(x) cos( )dx, n = 1, 2, 3 . . . cn a a a 0 a Z nπa 2 b nπy (h) nπ cn cosh = k(y) cos dy, n = 1, 2, 3 . . . b b b 0 b Z nπa 2 b nπy (k) nπ cn cosh = k(y) cos( )dy, n = 1, 2, 3 . . . b b b 0 b ) nπ c(f n

(iv) Por que uma constante somada a uma solu¸ca˜o tamb´em ´e solu¸ca˜o do problema. (v) Pois para que tenha solu¸ca˜o f (x), g(x), h(y) e k(y) tem que possuir uma s´erie de cossenos com o termo constante igual a zero. 22 de novembro de 2007

Reginaldo J. Santos

70

ˆ REFERENCIAS

Referˆ encias [1] William E. Boyce and Richard C. DiPrima. Equa¸co ˜es Diferenciais Elementares e Problemas de Valores de Contorno. Livros T´ecnicos e Cient´ıficos Editora S.A., Rio de Janeiro, 7a. edition, 2002. [2] Djairo Guedes de Figueiredo. An´ alise de Fourier e Equa¸co ˜es Diferenciais Parciais. IMPA, Rio de Janeiro, 1977. [3] Donald Kreider, Donald R. Ostberg, Robert C. Kuller, and Fred W. Perkins. Introdu¸ca ˜o a ` An´ alise Linear. Ao Livro T´ecnico S.A., Rio de Janeiro, 1972. [4] Erwin Kreiszig. Matem´ atica Superior. Livros T´ecnicos e Cient´ıficos Editora S.A., Rio de Janeiro, 2a. edition, 1985. ´ [5] Reginaldo J. Santos. Um Curso de Geometria Anal´ıtica e Algebra Linear. Imprensa Universit´aria da UFMG, Belo Horizonte, 2007.

S´eries de Fourier e Equa¸co˜es Diferenciais Parciais

22 de novembro de 2007