Projeto ABIN 2014 Geografia Prof. Thiago Rocha Aula 1

Projeto ABIN 2014 Geografia – Prof. Thiago Rocha Aula 1 Questão 1 Em todos os países da América Latina, a partir de meados da década de 70 do século ...
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Projeto ABIN 2014 Geografia – Prof. Thiago Rocha Aula 1

Questão 1 Em todos os países da América Latina, a partir de meados da década de 70 do século passado, retoma-se a tendência de queda da mortalidade, tanto a geral como a infantil. No caso do Brasil, como consequência da generalização dos serviços de saúde e do aumento da escolarização, começa a observar-se uma redução significativa nos padrões históricos da desigualdade regional relativa à mortalidade no país. Além desses fatores, a ampliação dos serviços de saneamento básico a áreas até então excluídas, os programas de saúde materno-infantil — sobretudo os voltados para o pré-natal —, a ampliação da oferta de serviços médico-hospitalares, as campanhas de vacinação, entre outras medidas, em muito colaboraram para a continuidade da redução dos níveis de mortalidade infantil e infanto-juvenil, principalmente a partir dos anos 80 do século XX. Oliveira Simões, 1997 (com adaptações). O gráfico a seguir apresenta a evolução da população brasileira de acordo com os censos demográficos, além de uma projeção dessa evolução até o ano de 2050.

Tendo as informações apresentadas acima como referência, julgue (C ou E) os itens a seguir, relativos à evolução da população brasileira. 1) Considerando-se o quadro de altas taxas de mortalidade infantil no Brasil no período compreendido entre 1950 e 1970, conclui-se que o crescimento populacional registrado no gráfico para esse período deveu-se principalmente aos grandes fluxos imigratórios. E – Ao contrário, durante esse período o Brasil viveu sua explosão demográfica, período de mais forte crescimento natural, verificado justamente pela queda das taxas de mortalidade no país associada ao avanço da urbanização. Além disso, nesse período o Brasil já não figurava mais como um receptor migratório importante. 2) Verifica-se, com base no gráfico, que, no Brasil, haverá aumento da mortalidade geral a partir de 2040,

razão pela qual a população entrará em processo de decrescimento. E – A expectativa de declínio populacional não deriva do aumento da taxa de mortalidade, mas da contínua queda da taxa de natalidade que se verifica no país desde a década de 1970. 3) A projeção de desaceleração da taxa de crescimento da população brasileira evidenciada no gráfico tem como um de seus fatores a queda da fecundidade. C – A fecundidade, como a natalidade, é um indicador relacionado ao número de nascimentos. É exatamente a queda contínua do número de nascimentos no Brasil que tem levado desde o Censo Demográfico de 1970 à diminuição das taxas de crescimento populacional. 4) No momento histórico correspondente ao ponto mais alto da curva correspondente ao gráfico mostrado, a média etária do conjunto da população brasileira será inferior à atual. E – Pelo contrário, com um número cada vez menor de nascimentos e o aumento continuado da expectativa de vida média no país, a tendência é de uma média etária superior à atual. Questão 2 Observe as pirâmides etárias a seguir:

A partir dos cenários construídos pelas projeções da demografia brasileira em meados desse século, julgue as questões a seguir quanto à sua correção. a) O país segue uma tendência já verificada em outros países, especialmente os países ricos, ou seja, uma redução da taxa de natalidade e aumento da expectativa de vida da população. Haverá aumento na população de idosos, o que não acarretará em problemas socioeconômicos, pois o aumento da população nessa faixa etária é resultado do aumento da qualidade de vida da população. E – O aumento da população idosa conduz a um aumento também da pressão de dependência causada pela população acima na pirâmide da faixa economicamente ativa, reduzindo a proporção da população que produz valor, e ampliando a necessidade de investimentos do Estado em áreas como saúde, além da pressão previdenciária. b)Até 1980 predominavam, no Brasil, as crianças e os jovens. Segundo as previsões, haverá um aumento da População Economicamente Ativa (PEA) que se distribui pelos setores primário, secundário e terciário da economia, onde, no caso brasileiro, a PEA será maior no setor secundário. E – A maior absorção da PEA no caso brasileiro se dá no setor terciário. c)Haverá uma redução do número de jovens no país, o que exigirá mudanças significativas nos

investimentos, tanto do setor privado como do público, que precisarão ser redirecionados, pois as necessidades e o consumo mudarão, influenciando a vida econômica do país. C – Os pontos destacados são reflexo da mudança do padrão etário resultante da redução da fecundidade somada ao aumento da idade média da população. d)As pirâmides etárias confirmam que o país passa por uma transição demográfica e pode, em 2050, já estar com sua transição concluída tornando-se "maduro" demograficamente, o que garantirá seu pleno desenvolvimento socioeconômico. E – Em geral, se assume que o amadurecimento populacional, sob a forma da redução do crescimento, é uma consequência do desenvolvimento econômico, e não o contrário, como a questão propõe. Questão 3 Ao longo do século XX o Brasil passa por profundas transformações no que diz respeito à sua demografia, com alterações nas suas taxas de natalidade e mortalidade que irão alterar o padrão de crescimento natural da sua população. A respeito da dinâmica do crescimento natural brasileiro que se desenvolveu no último século e as projeções para o atual, julgue os itens que seguem abaixo. a) Até a década de 1950 o Brasil é caracteristicamente um país com altas taxas tanto de mortalidade como de natalidade, não possuindo, portanto, um alto crescimento populacional até este período. E – Apesar das altas taxas mencionadas, o Brasil teve anteriormente períodos de forte crescimento puxado pelo saldo migratório, como se verifica entre os Censos de 1890 e 1920, quando a população nacional mais que dobra seu tamanho (cerca de 14 milhões para cerca de 30 milhões). Além disso a mortalidade já começa a cair a partir do final da década de 1930. b) Ao se analisar as taxas de natalidade e mortalidade e suas mudanças históricas, pode-se observar um lapso de em torno de 30 anos entre a queda das taxas de mortalidade, iniciada por volta dos anos 1940 e das taxas de natalidade, iniciadas somente a partir do final dos anos 1960. C – É precisamente nesse intervalo em que a natalidade permanece alta e a mortalidade cai que ocorre a explosão demográfica brasileira. c) A pirâmide etária brasileira, embora passe por uma fase de transição, ainda pode ser descrita como a de um país predominantemente jovem, com alta concentração de população nas faixas etárias entre 15 a 30 anos, diferentemente do que ocorre em países desenvolvidos da Europa, por exemplo, onde suas pirâmides já denotam um envelhecimento da população. C – Esse quadro é válido hoje, mas deve começar a se alterar em breve com o contínuo aumento da média etária e redução da participação de jovens na composição da população. d) A queda na taxa de fecundidade para abaixo de 2 filhos por mulher e o aumento da expectativa de vida criam um cenário onde, provavelmente, segundo dados do IBGE e da ONU, a população brasileira experimentará entre os anos 2040-2050 um processo de declínio em números absolutos. C – De fato, os dados indicam que o país deve atingir o seu auge populacional no final da década de 2030, indicando declínio populacional a partir daí. Essa projeção pode ser alterada por um aumento da entrada de imigrantes no país, algo que, entretanto, não é possível fazer previsões mais precisas.

Questão 4 A população brasileira experimentou sucessivos aumentos em seu contingente somente ao longo do século XX, tendo crescido nove vezes nesse período, embora a velocidade deste crescimento venha diminuindo progressivamente nas últimas décadas. Assim, segundo o IBGE, se em 1900 o país contava com 17.438.000 habitantes, ele chega ao ano de 2000 com 169.590.693 habitantes e, em 2009, atinge uma população estimada de cerca de 191.480.000. A visão integrada do processo demográfico do Brasil, ao incorporar as mudanças estruturais ocorridas na sociedade e no território brasileiro, assimila as desigualdades e diversidades contidas num país continental. A respeito da distribuição populacional no Brasil, julgue os itens a seguir. a) Dentre as cinco grandes regiões brasileiras, Sudeste, Nordeste e Sul são as mais populosas, refletindo os processos históricos de ocupação econômica do território nacional que, ao se estruturar ao longo do litoral e em algumas regiões interiores dessas macrorregiões, como a zona de mineração de Minas Gerais e a expansão do café no Rio de Janeiro, em São Paulo e no Paraná, fez das regiões Norte e Centro-Oeste as menos populosas. C – Existe grande diferença, de fato, entre o contingente populacional das regiões de ocupação mais antiga e aquelas de povoamento mais recente. Sudeste e Nordeste, por exemplo, tem, cada um, população maior do que a soma de Norte e Centro-Oeste b) A região Norte, que desde o final da década de 1940 apresentava o menor volume populacional, passou à frente da região Centro-Oeste, entre 1960 e 1980, resultado dos estímulos governamentais para a ocupação via colonização dirigida.

E – A população do Norte já era, então, maior do que aquela do Centro-Oeste. c) Apesar de a Região Norte abrigar grande parte da área de baixa densidade demográfica que caracteriza a região de domínio florestal do bioma Amazônia, a ocupação do Centro-Oeste, de domínio do bioma cerrado, pela agropecuária modernizada, fez dessa grande região a de menor número de habitantes do país. C – O Centro-Oeste é a região com a menor população do Brasil, com cerca de 14 milhões de habitantes registrados no Censo de 2010. d) A soma de uma taxa de fecundidade mais elevada ao acentuamento dos fluxos migratórios de retorno levou a um incremento populacional absoluto da região nordeste superior àquele do sudeste. E – O crescimento do Nordeste supera o do Sudeste em proporção, não em termos absolutos. Nesse caso, o Sudeste observou o maior incremento total.

Questão 5 A comparação entre os censos de 1940, o primeiro realizado pelo IBGE, e de 2000, última base de dados da demografia brasileira no século XX, demonstra as profundas mudanças pelas quais o país passou ao longo de pouco mais de meio século. A respeito dessas transformações, julgue as questões a seguir. a) Entre 1940 e 2000, no que se refere à distribuição proporcional da população pelas macrorregiões, podemos observar mudanças no sentido de redução da participação de Nordeste e Sul, regiões emissoras de população e aumento de Sudeste, Centro-Oeste e Norte, regiões receptoras. E – Enquanto Sudeste e Nordeste perdem participação, a região Sul ganha, o que se explica, sobretudo, pelo crescimento causado pela desconcentração econômica a partir da década de 1970. b) No período destacado, considerando-se a taxa média de crescimento, observa-se uma taxa mais alta em áreas urbanas no Sudeste, em função da grande atratividade de suas metrópoles e nas áreas rurais no Centro-Oeste, o que se justifica pelo avanço da fronteira agropecuária. E – O crescimento do Centro-Oeste é fortemente urbano, reflexo do modelo do Complexo Agroindustrial que se desenvolveu nessa área e que é promotor de urbanização. c) Entre 1940 e 2000, observa-se que o estado do Rio de Janeiro, segundo mais populoso somente atrás de São Paulo, perde posições, sendo ultrapassado, por exemplo, por Minas Gerais. E – No Censo de 1940 já se verifica Minas Gerais com uma população superior à do Rio de Janeiro. d) Entre 1940 e 2000 o Brasil passa pela sua explosão demográfica e pela transição para a redução da natalidade, compreendendo um período importante das transformações da nossa população. C – O Brasil passa, realmente, por duas fases do modelo da transição demográfica proposto por Warren Thompson, a 2a e a 3a, rumando hoje para a 4a fase onde viveremos uma relativa estabilidade do crescimento populacional. Questão 6 As questões abaixo discutem algumas das principais características dos movimentos migratórios mais recentes no território brasileiro. Julgue-as quanto à sua correção. a)A partir da década de 1990, observa-se uma expressiva perda da atratividade de São Paulo em relação às migrações internas no território brasileiro. Assim, a única região que ainda aponta fluxos significativos em direção ao estado de São Paulo é o Nordeste, ainda assim com restrições quanto aos estados emissores. E – Outras regiões ainda apontam fluxos importantes para SP. O Sul, por exemplo, envia mais migrantes que o próprio Nordeste. b)Em função da alta atratividade de fluxos populacionais, o Sudeste é, entre as regiões brasileiras, aquela que apresenta o maior peso de migrantes na composição da sua população. E – O Sudeste é a região com o maior número absoluto de imigrantes. Em proporção, entretanto, quem conta com o maior peso migratório na sua composição populacional é o Centro-Oeste. c)Podemos perceber, hoje, uma reversão de um fluxo que teve bastante força ao longo da década de 1970, aquele que corresponde ao deslocamento de população da região Sul do Brasil, sobretudo do estado do Paraná, em direção ao estado de São Paulo. Hoje, pode-se perceber um fluxo de mesma intensidade, apresentando, no entanto, sentido inverso. E – Essa reversão simplesmente não existe. O sentido ainda é PR-SP. d)O movimento migratório em direção à expansão da fronteira agrícola contribui para alterar a dinâmica do indicador denominado razão de sexo, que aponta quantos homens existem para cada cem mulheres. Neste sentido, de acordo com o Censo de 2000 estados como Mato Grosso, Rondônia, Roraima e Tocantins apresentaram os maiores índices de razão de sexo, todos com mais de 104 homens para cada 100 mulheres. C – Esse desvio na razão de sexo (no Brasil como um todo há, em média, cerca de 96 homens para cada 100 mulheres) é resultado da predominância de homens jovens entre os migrantes que se dirigem para essas áreas.

Questão 7 Ao longo das últimas décadas houve uma acentuada mudança nos fluxos migratórios internos no território brasileiro. Com base nestas mudanças, julgue os itens a seguir: a)Nos anos noventa houve uma perceptivel reversão na direção de alguns fluxos migratórios internos, com destaque para a intensificação da migração de retorno. Este tipo de migração é caracterizado pela volta de emigrados e seus descendentes para suas regiões de origem, o que no Brasil significa uma forte corrente de migrantes em direção a Região Nordeste do país. C – Esse fluxo com sentido voltado para o Nordeste origina-se sobretudo no Sudeste, tradicional receptor de emigrantes nordestinos, o que indica o aumento da capacidade de absorção da força de trabalho na região. b)O surgimento de pólos dinâmicos na economia do Nordeste vem colaborando para a formação deste fluxo de retorno. Desta maneira, apesar da condição de atratividade das metrópoles do Sudeste não perder força, a possibilidade de retorno à terra natal vem estimulando este fluxo. Contudo, esses fluxos têm fugido das concentrações metropolitanas nordestinas e se dirigido para estas novas áreas dinâmicas. E – Ao contrário, esses fluxos têm se concentrado em direção às principais metrópoles da região, como Recife, Salvador, e Fortaleza, cidades que têm observado um crescimento econômico e de postos de trabalho acima da média nacional. c)Entre os anos 70 e 90 do século XX houve um aumento expressivo da migração para as regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil, principalmente a oriunda da região Sul do país. Entre os motivos desta onda migratória, destaca-se a busca de terras nas áreas de fronteiras agrícolas, em grande medida motivadas pela pressão populacional nas áreas rurais da região Sul. C – Esse movimento migratório que acompanhou a expansão da fronteira agrícola também é comumente chamado de «diáspora gaúcha», apesar de não se restringir ao estado do Rio Grande do Sul como origem migratória. d)À semelhança das ondas migratórias ocorridas ao longo das décadas de 50 e 60, o movimento migratório atual é caracterizado como rural-urbano, principalmente o originado da região Sudeste, cuja ligação com os movimentos reivindicatórios rurais (MST, entre outros) é marcante. E – Apesar de ainda haver fluxos rural-urbano, o movimento migratório atual no Brasil é essencialmente urbano-urbano, sobretudo na região sudeste, cujo percentual de população rural já é extremamente baixo, representando cerca de 7% da população dessa região.

Questão 8 “A passagem de uma sociedade fundamentada na vida e na produção agrária para o modelo urbanoIndustrial no Brasil, ocorre no contexto das transformações internas e externas das primeiras décadas do século XX. Antes dos anos 30, a forte migração internacional já dava as primeiras contribuições para alterações mais profundas no mercado de trabalho e nas relações sociais que se darão durante o Estado Novo. Neste momento as migrações internas começam a protagonizar os movimentos populacionais mais importantes do país, refletindo uma integração maior do mercado de trabalho nacional, pela oferta de oportunidades de trabalho nos crescentes centros urbanos.” BRAGA, F. Migração interna e urbanização no Brasil contemporâneo: um estudo da rede de localidades centrais do Brasil (1980/2000). Anais do XV Encontro Nacional de Estudos Populacionais, Caxambu, 2006. Pág. 1) A respeito das relações entre os movimentos migratórios brasileiros e as condições socioeconômicas do país, julgue as questões que seguem quanto à sua correção. a) Na década de 1930 as migrações internas começam a representar os movimentos populacionais mais importantes do país, refletindo uma maior integração do mercado de trabalho nacional, realizada pela oportunidade de trabalho nos ascendentes centros urbanos. C – Além disso, é importante lembrar que desde a década de 1910 houve um franco declínio das migrações internacionais com destino ao Brasil, até então os movimentos mais numerosos envolvendo nosso território. b) Durante a década de 50 registraram-se as menores taxas de migração interna da história do país, pois os movimentos que se desenhavam nas décadas anteriores em direção ao Rio e São Paulo, sofreram uma inflexão devido à grande atração dos Estados do Paraná e Goiás, áreas de fronteira agrícola. E – Ao contrário, esse é um momento em que os fluxos em direção às grandes metrópoles vai se intensificar. O avanço da fronteira agrícola, principalmente para o Centro-Oeste, só começa a se tornar mais notável a partir das décadas de 1960 e 1970. c) A década de 1970 se inicia como uma forte concentração da indústria e das cidades na porção CentroSul do país, especialmente nas grandes cidades do Sudeste e Sul, estabelecidas como alvo preferencial

dos fluxos migratórios. E – O crescimento urbano concentrado e as migrações metropolitanas estão diretamente relacionadas à grande concentração econômica verificada no país, que só começaria a diminuir a partir desse momento. d) A década de 1980, considerada a “década perdida” traz consigo sensíveis mudanças na estrutura nos movimentos de emigração do país. Nessa década podemos perceber uma desaceleração da tendência que vinha desde os anos 1960, quando o país se tornou eminentemente um emissor de população pela primeira vez. A razão para essa desaceleração e uma maior permanência dos migrantes no país foi a falta de recursos para uma migração internacional. E – O Brasil se tornou um emissor de população a partir da década de 1980, resultado da diminuição dos imigrantes que ocorria há décadas e o início de uma saída mais forte a partir da «década perdida».

Questão 9 A mobilidade espacial é uma característica marcante do território brasileiro desde as primeiras décadas do século XX, podendo ser associada aos processos de industrialização e urbanização, à modernização pela qual a agricultura brasileira passou, além das diferenças regionais resultantes dessas grandes transformações. A respeito de alguns movimentos migratórios e das transformações da mobilidade espacial no país, julgue as questões a seguir quanto à sua correção. a) Atualmente o estado de São Paulo já não é o principal destino das correntes migratórias no país, ficando atrás de estados com grande dinamismo econômico, como Paraná e Mato Grosso. E – São Paulo segue como o maior receptor total de população do país. b) A mecanização no cultivo da soja constitui uma importante explicação para os fluxos migratórios que partem do Sudeste, Centro-Oeste e Norte para a região Sul, principalmente para o estado do Paraná, esta região apresenta a maior participação de migrantes de outras regiões, em razão da abertura recente de sua fronteira agrícola e da retomada dos projetos governamentais de colonização. E – A fronteira agrícola do Paraná já estabilizou há décadas. O fluxo hoje é ao contrário: em direção às novas fronteiras no Centro-Oeste, Norte e na transição para o cerrado no Nordeste, em áreas como o oeste da Bahia, Sul do Piauí e Sul do Maranhão. c) Cresceram os movimentos migratórios intra-regionais, em função de novos pólos de atração em cidades médias das diversas regiões do país, relacionados à desconcentração da indústria e ao crescimento do setor agropecuário. C – De fato, o aumento das migrações intra-regionais está diretamente relacionado ao papel que as cidades médias têm cumprido como polos de atração cada vez mais importantes. d) O semi-árido nordestino continua sendo uma área de repulsão populacional, mas seus fluxos migratórios vão predominantemente para as principais capitais da região, como Salvador. C – As mesmas metrópoles que vêm atraindo os fluxos de retorno tendem ainda a polarizar as mirgações que ocorrem dentro da região.

Questão 10 Julgue as questões abaixo que tratam de algumas questões demográficas na América do Sul. a) O Paraguai se tornou um destino muito freqüente de agricultores brasileiros que atravessam a fronteira em busca de terras. Este fluxo é bastante antigo, tendo aumentado, contudo, mais recentemente, com a liberalização da legislação a respeito da propriedade na faixa de fronteira com o fim do governo Stroessner. E – Ao contrário, o processo de liberalização se deu justamente durante o período Stroessner. Desde os anos 1990, o esforço tem sido para reverter essa situação, quadro bastante complexo dado o enorme número de brasileiros que hoje praticam a sojicultura no leste do Paraguai. b) Um dos fluxos que mais crescem é o de bolivianos que vêm para o Brasil, de forma que a maior parte dos emigrantes oriundos da Bolívia vivem hoje aqui. E – O Brasil hoje recebe um maior número anualmente de bolivianos, mas em função dos fluxos passados, quase metade dos bolivianos no exterior vivem na Argentina. c) Assim como ocorreu no Paraguai, pode-se perceber um fluxo mais recente de agricultores brasileiros em direção à Bolívia. Este contingente pode já ter alcançado um número de cerca de 50.000 pessoas e se concentra, principalmente, no departamento de Santa Cruz de La Sierra, C – O movimento dos «brasivianos» guarda muitas semelhanças com aquele dos «brasiguaios», uma vez que são dinâmicas de expansão da fronteira agrícola brasileira para fora do nosso território. d) A Argentina tem se tornado o principal destino de emigrantes sul-americanos. Para este cenário contribuem fatores como a proximidade lingüística além de uma legislação cada vez mais acolhedora para imigrantes. E – A destinação migratória para a argentina dos fluxos sul-americanos tem caído na última década, enquanto o Brasil recebe cada vez mais imigrantes da própria região.