PERFIL DOS TRABALHADORES DA COPEL

PERFIL DOS TRABALHADORES DA COPEL - 2010 Curitiba, 31 de maio de 2011 PERFIL DOS TRABALHADORES DA COPEL - 2010 INTRODUÇÃO Este estudo tem como obje...
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PERFIL DOS TRABALHADORES DA COPEL - 2010

Curitiba, 31 de maio de 2011

PERFIL DOS TRABALHADORES DA COPEL - 2010 INTRODUÇÃO Este estudo tem como objetivo apresentar um perfil dos trabalhadores da Copel com base nos dados da Relação Anual de Informações Sociais1 – RAIS referentes ao ano de 2010. A RAIS é constituída a partir de um registro administrativo obrigatório por lei: toda organização que mantenha vínculos empregatícios deve preencher o registro e anualmente enviá-lo ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e por ser um registro obrigatório, tem caráter censitário, o que a torna uma importante base de dados sobre o mercado de trabalho formal brasileiro. Como o preenchimento é realizado pelos empregadores, está sujeita a omissões, atrasos e erros. Na Copel, notamos que as informações tabuladas pelos dados da RAIS são muito semelhantes às informadas pela companhia em suas demonstrações financeiras. Para atingir o objetivo de mensurar a quantidade de trabalhadores existentes na Copel, utilizamos de várias desagregações, como a classificação de natureza jurídica da empresa, ou seja, a empresa é classificada como sociedade anônima fechada, localizada na cidade de Curitiba, e ainda, tamanho do estabelecimento (foram utilizadas as seguintes faixas: de 250 a 499 vínculos ativos, de 500 a 999 vínculos ativos e 1.000 ou mais vínculos ativos dependendo do ano e do segmento analisado). Também foi utilizado a desagregação da Classificação Nacional de Atividade Econômica (CNAE)2, sendo utilizadas as seguintes classes de atividades econômicas: geração de energia elétrica (35115) , transmissão de energia elétrica (35123), distribuição de energia elétrica (35140) e telecomunicações por fio (61108), esta última a partir de 2006, em função das alterações ocorridas na CNAE. Verificamos que no período de 1995 até 2001, todos os trabalhadores da Copel estavam no segmento de produção e distribuição de energia elétrica (classe 40100, segmento que foi desativado, a partir da criação de novas classes de atividade econômica). Nos anos de 2002 e 2003, os trabalhadores estava localizados em três classes (geração, transmissão e distribuição), já ano ano de 2004 vemos que os trabalhadores da geração e da transmissão foram classificados dentro da transmissão. Em 2005 e 2006, voltou-se a classificação em três classes (geração, transmissão e distribuição), sendo que em 2006, a classe de telecomunicações por fio passou a ser utilizada. Notamos também que a partir de 2007, não foi possível encontrar trabalhadores da empresa na classe de atividade econômica de transmissão de 1

A divulgação dos dados da RAIS é realizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e financiada com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador – FAT. 2 Para maiores informações acessar: http://www.cnae.ibge.gov.br/

energia elétrica, isto resultada da unificação dos segmentos de geração de energia elétrica e transmissão de energia elétrica ocorridos na Copel. Devido as alterações ocorridas na CNAE nos período recente, não foi possível construir um painel contínuo das evoluções ocorridas nas classes de atividade econômica. Somente na classe de distribuição de energia elétrica pôde-se analisar o comportamento desde 2002 sem interrupções, alterações na forma de declaração ou mudanças metodológicas. Tabela 1 – Emprego formal e salário médio (dez), Copel, por classe de atividade econômica – 1995 a 2010 Geração de energia elétrica

Transmissão de energia elétrica

Distribuição de energia elétrica

Telecomunicações por fio

Total

Emprego Sal.Médio Emprego Sal.Médio Emprego Sal.Médio Emprego Sal.Médio Emprego Sal.Médio 1995 8.830 2.041,90 8.830 2.041,90 2001 5.598 3.156,58 5.598 3.156,58 2002 802 4.189,20 780 4.333,34 4.013 3.116,50 5.595 3.439,90 2003 796 5.333,93 770 6.024,61 4.455 3.985,79 6.021 4.424,75 2004 1.648 6.555,60 4.823 4.421,80 6.471 4.965,23 2005 919 5.519,17 909 5.803,89 5.556 3.662,35 7.384 4.157,08 2006 975 5.707,57 969 5.893,52 5.828 3.790,70 319 5.817,83 8.091 4.353,45 2007 1.510 5.632,41 6.476 3.875,76 333 5.478,58 8.319 4.258,77 2008 1.551 5.973,20 6.510 4.072,24 343 5.778,81 8.404 4.492,72 2009 1.593 6.192,59 6.555 4.375,21 412 5.572,57 8.560 4.771,05 2010 1.742 6.019,19 6.657 4.310,99 506 5.271,57 8.905 4.699,73 Variação Percentual 2002/1995 -36,64 68,47 2006/2003 25,84 -2,18 30,82 -4,89 34,38 -1,61 2010/2009 9,35 -2,80 1,56 -1,47 22,82 -5,40 4,03 -1,49 2010/2007 15,36 6,87 2,79 11,23 51,95 -3,78 7,04 10,35 2010/2003 49,43 8,16 47,90 6,21 2010/1995 0,85 130,16 Fonte: RAIS / MTE Elaboração: DIEESE / SS SENGE-PR

EMPREGO Na tabela 2, apresentamos a evolução do número de trabalhadores da Copel de 1995 até 2010, verificamos que entre 1995 e 2002 o número de tralhadores se reduziu em quase 40% (36,64%), saindo de 8.830 para 5.595, este queda é reflexo das políticas de redução dos investimentos do estado na Copel, diminuindo o número de trabalhadores e preparando a empresa para venda, porém, devido a luta dos trabalhadores da companhia e também em função da força da população paranaense a Copel não foi privatizada. No período recente, o número de trabalhadores na empresa tem aumentado de forma significativa, entre 2003 e 2010, ocorreu um crescimento de quase 50% (47,90%), onde o total de trabalhadores salta de 6.021 para 8.905. Se considerarmos o período de 1995 a 2010, notaremos que o crescimento no número de trabalhadores foi de apenas 0,85%. Mas vale salientar que somente em 2010 foi ultrapassado o número de trabalhadores que a

Copel tinha em 1995. Através da tabela abaixo, verificamos também o crescimento de 18% do número de mulheres na empresa, de 1.491 para 1.775, assim, a participação destas saiu de 16,89% em 1995 para 19,93% em 2010, enquanto a participação dos homens caiu de 83,11% para 80,07%. Ainda assim, os postos de trabalho na Copel são ocupados majoritariamente por homens. No quesito remuneração, entre 1995 e 2010, os salários dos trabalhadores tiveram crescimento de 130%, considerando que neste período a inflação oficial (IPCA) teve variação de 156,83 % e o índice utilizado na maioria das negociações coletivas (INPC) variou 162,66%, os trabalhadores tiveram perdas de 11,67% e 14,20% respectivamente, dependendo do indexador utilizado. Tabela 2 – Emprego formal e salário médio (dez), Copel – 1995 a 2010 Masculino Feminino Total Part.(%) Sal.Médio Emprego Part.(%) Sal.Médio Emprego Sal.Médio Emprego 1995 7.339 83,11 1.491 16,89 8.830 2.172,10 1.401,40 2.041,90 2001 4.650 83,07 948 16,93 5.598 3.156,58 3.350,24 2.206,63 2002 4.649 83,09 3.646,12 946 16,91 2.426,47 5.595 3.439,90 2003 4.952 82,25 4.809,40 1.069 17,75 2.642,94 6.021 4.424,75 2004 5.306 82,00 5.416,59 1.165 18,00 2.909,49 6.471 4.965,23 2005 6.085 82,41 4.448,03 1.299 17,59 2.794,14 7.384 4.157,08 2006* 6.663 82,35 4.667,64 1.428 17,65 2.887,45 8.091 4.353,45 2007 6.846 82,29 4.562,35 1.473 17,71 2.847,82 8.319 4.258,77 2008 6.897 82,07 4.787,77 1.507 17,93 3.142,37 8.404 4.492,72 2009 6.925 80,90 5.142,00 1.635 19,10 3.199,89 8.560 4.771,05 2010 7.130 80,07 5.046,01 1.775 19,93 3.308,74 8.905 4.699,73 Variação Percentual: 2002/1995 -36,65 -0,03 67,86 -36,55 0,13 73,15 -36,64 68,47 2006/2003 34,55 0,13 -2,95 33,58 -0,59 9,25 34,38 -1,61 2010/2009 2,96 -1,03 -1,87 8,56 4,36 3,40 4,03 -1,49 2010/2007 4,15 -2,71 10,60 20,50 12,57 16,18 7,04 10,35 2010/2003 43,98 -2,65 4,92 66,04 12,27 25,19 47,90 6,21 2010/1995 -2,85 -3,67 132,31 19,05 18,04 136,10 0,85 130,16 Fonte: RAIS / MTE Elaboração: DIEESE / SS SENGE-PR

Pôde-se notar que desde 1995, os salários médios das mulheres cresceram 136,10%, já os dos homens aumentou 132,31%, porém, o aumento dos salários das mulheres ligeiramente acima do dos homens não foi suficiente para reduzir as diferenças salarias existentes. Em 1995, a remuneração média das mulheres equivalia a 64,52% da dos homens, já em 2010, o percentual atingiu 65,57%. Desta maneira, em 2010, as mulheres recebiam em média 34,43% menos do que os homens. FAIXA ETÁRIA Observamos que 53,10% dos trabalhadores da Copel tinham 40 anos ou mais em 2010, sendo que cerca de um terço dos empregados estavam situados na faixa etária de 40 a 49 anos. No

tocante a remuneração segunda as faixas etárias, observa-se uma tendência que demonstra que à medida em que os trabalhadores são mais velhos seus rendimentos são maiores, exceto para o intervalo de idade de 65 anos ou mais, onde ocorre uma redução dos rendimentos. Porém, deve-se considerar que existiam apenas 6 empregados na faixa citada o que pode provocar distorções no cálculo da remuneração média. Tabela 3 – Emprego formal e salário médio (dez), Copel, por faixa etária – 2009 e 2010 2009 2010 Variação (%) 2010/2009 Emprego Part.(%) Sal.Médio Emprego Part.(%) Sal.Médio Emprego Part.(%) Sal.Médio Até 17 anos 65 0,76 293,86 66 0,74 312,36 1,54 -2,4 6,29 18 a 24 anos 441 5,15 1.748,23 482 5,41 1.879,80 9,30 5,06 7,53 25 a 29 anos 1.299 15,18 2.617,35 1.462 16,42 2.668,11 12,55 8,19 1,94 30 a 39 anos 1.877 21,93 3.460,01 2.166 24,32 3.468,88 15,40 10,93 0,26 40 a 49 anos 3.320 38,79 5.503,37 3.205 35,99 5.539,52 -3,46 -7,2 0,66 50 a 64 anos 1.548 18,08 7.646,82 1.518 17,05 7.722,03 -1,94 -5,74 0,98 65 ou mais 10 0,12 4.726,99 6 0,07 5.634,61 -40,00 -42,32 19,20 Total 8.560 100,00 4.771,05 8.905 100,00 4.699,73 4,03 0 -1,49 Fonte: RAIS / MTE Elaboração: DIEESE / SS SENGE-PR

Através da tabela 2, verificamos também o crescimento de 15,40% nos trabalhadores da faixa etária de 30 a 39 anos (maior avanço), e avanço da remuneração média em 19,20% dos empregados da faixa etária de 65 anos ou mais. GRAU DE INSTRUÇÃO Através dos dados da RAIS verificamos que os trabalhadores da empresa têm escolaridade elevada. Sendo que ao final de 2010, 96% dos empregados da Copel possuíam no mínimo ensino médio completo, onde 47,50% do total dos empregados tinham ensino médio completo; 7,03% ensino superior incompleto; e 41,58% ensino superior completo. Constatamos que os trabalhadores que tinham maiores rendimentos são exatamente aqueles com maior grau de escolaridade, ou seja, são os trabalhadores com ensino superior completo com remuneração média de R$ 5.991,36. É possível observar a tendência na empresa da redução do número de trabalhadores nas faixa de grau de instrução fundamental até o médio incompleto, enquanto avança a participação dos trabalhadores com ensino médio completo ou ensino superior completo.

Tabela 4 – Emprego formal e salário médio (dez), Copel, por faixa de remuneração em dezembro – 2009 e 2010 2009 2010 Variação (%) 2010/2009 Emprego Part.(%) Sal.Médio Emprego Part.(%) Sal.Médio Emprego Part.(%) Sal.Médio Até o 5ª ano Incompleto do Ensino Fundamental 7 0,08 2.187,36 7 0,08 1.782,44 0,00 -3,87 -18,51 5ª ano Completo do Ensino Fundamental 27 0,32 5.158,10 22 0,25 5.269,58 -18,52 -21,68 2,16 Do 6ª ao 9ª ano Incompleto do Ensino Fundamental 111 1,30 2.629,81 91 1,02 2.350,60 -18,02 -21,19 -10,62 Ensino Fundamental Completo 134 1,57 4.771,71 111 1,25 5.123,38 -17,16 -20,37 7,37 Ensino Médio Incompleto 135 1,58 4.182,72 115 1,29 3.787,40 -14,81 -18,12 -9,45 Ensino Médio Completo 3.977 46,46 4.013,57 4.230 47,50 3.813,00 6,36 2,24 -5,00 Educação Superior Incompleta 655 7,65 3.384,59 626 7,03 3.497,62 -4,43 -8,13 3,34 Educação Superior Completa 3.514 41,05 5.979,16 3.703 41,58 5.991,36 5,38 1,30 0,20 Total 8.560 100,00 4.771,05 8.905 100,00 4.699,73 4,03 0,00 -1,49 Fonte: RAIS / MTE Elaboração: DIEESE/ SS SENGE-PR

FAIXA DE REMUNERAÇÃO MÉDIA Através da tabela 4 verificamos um avanço expressivo no número de trabalhadores situados na faixa de remuneração de 1,51 a 2 salários mínimos no período de 2009 a 2010. Observou-se que nesta faixa salarial houve um crescimento de 112,70%, fazendo com que a participação destes trabalhadores na empresa crescesse de 1,47% para 3,01%. Por outro lado, a faixa de remuneração que apresentou o maior avanço da remuneração média de seus trabalhadores foi a compreendida no intervalo de 4,01 a 5,00 salários mínimos com aumento de 12,09%. A faixa de remuneração onde está localizada uma maior parcela dos empregados da Copel é a de 7,01 a 10 salários mínimos com 19,98% do total, com remuneração média de R$ 4.265,22. A segunda maior faixa é de 10,01 a 15 salários mínimos com 17,62% e a terceira de 5,01 a 7 salários mínimos com 17,51%. Nestas três faixas salariais estão localizados 55,1% dos trabalhadores da empresa. Fazendo um outro recorte, notamos que dois terços (65,86%) dos copelianos possuíam remuneração média de até 10 salários mínimos em 2010, e 32,69% recebiam acima de 10,01 salários mínimos e para 1,45% dos trabalhadores não haviam informações referentes a faixa de remuneração. Devemos acrescentar a estas informações os dados constantes no Balanço Social 3 da companhia, onde indicam que a relação entre a maior remuneração e a menor remuneração na empresa é de 39 vezes, assim, o salário mais alto da empresa é 39 vezes maior do que o mais baixo, no ano de 2009, esta relação era de 27.

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O Balanço social da Copel está localizado nas Demonstrações Financeiras Anuais Completas, disponíveis em: http://www.copel.com/hpcopel/ri/

Tabela 5 – Emprego formal e salário médio (dez), Copel, por faixa de remuneração em dezembro – 2009 e 2010 2009 2010 Variação (%) 2010/2009 Emprego Part.(%) Sal.Médio Emprego Part.(%) Sal.Médio Emprego Part.(%) Sal.Médio Até 0,5 salário mínimo 9 0,11 200,97 8 0,09 206,90 -11,11 -14,55 2,95 De 0,51 a 1,00 salário mínimo 79 0,92 306,33 73 0,82 325,37 -7,59 -11,17 6,22 De 1,01 a 1,50 salários mínimos 4 0,05 622,86 3 0,03 686,08 -25,00 -27,91 10,15 De 1,51 a 2,00 salários mínimos 126 1,47 891,75 268 3,01 970,89 112,70 104,46 8,87 De 2,01 a 3,00 salários mínimos 899 10,50 1.135,56 1.013 11,38 1.268,01 12,68 8,32 11,66 De 3,01 a 4,00 salários mínimos 355 4,15 1.632,92 475 5,33 1.776,44 33,80 28,62 8,79 De 4,01 a 5,00 salários mínimos 595 6,95 2.082,79 687 7,71 2.334,66 15,46 10,99 12,09 De 5,01 a 7,00 salários mínimos 1.288 15,05 2.781,22 1.559 17,51 3.033,81 21,04 16,35 9,08 De 7,01 a 10,00 salários mínimos 1.740 20,33 3.901,39 1.779 19,98 4.265,22 2,24 -1,72 9,33 De 10,01 a 15,00 salários mínimos 1.725 20,15 5.656,57 1.569 17,62 6.122,77 -9,04 -12,57 8,24 De 15,01 a 20,00 salários mínimos 736 8,60 7.962,15 626 7,03 8.726,35 -14,95 -18,24 9,60 Mais de 20,00 salários mínimos 874 10,21 13.582,56 716 8,04 14.587,05 -18,08 -21,25 7,40 Ignorado 130 1,52 0,00 129 1,45 0,00 -0,77 -4,61 0,00 Total 8.560 100,00 4.771,05 8.905 100,00 4.699,73 4,03 0,00 -1,49 Fonte: RAIS / MTE Elaboração: DIEESE/ SS SENGE-PR

TEMPO DE EMPREGO Notamos que o maior avanço na divisão dos trabalhadores por faixa de tempo de emprego ocorreu na faixa até 2,9 meses, com crescimento de 129,81%, seguida da faixa de 3,0 a 5,9 meses que cresceu 89,50%. Já nas faixas de 24 a 35,9 meses e de 36 a 59,9 meses foram encontradas as maiores quedas, 33,18% e 31,81% respectivamente. Apesar da redução observada, a faixa de tempo de emprego com maior contingente de trabalhadores continua sendo a faixa de 120 meses ou mais, com quase metade dos empregos com 47,67%. Notamos ainda que a participação dos trabalhadores com 5 anos ou mais e também acima se manteve estável, saindo de 62,55% em 2009 para 63,54% em 2010 (o resultado é a soma das faixas de 5 anos ou mais e 10 anos ou mais). Tabela 6 – Emprego formal e salário médio (dez), Copel, por faixa de tempo de emprego – 2009 e 2010 2009 2010 Variação (%) 2010/2009 Emprego Part.(%) Sal.Médio Emprego Part.(%) Sal.Médio Emprego Part.(%) Sal.Médio Ate 2,9 meses 265 3,10 1.137,35 609 6,84 3.297,28 129,81 120,91 189,91 De 3,0 a 5,9 meses 181 2,11 1.907,67 343 3,85 1.971,80 89,50 82,16 3,36 De 6,0 a 11,9 meses 301 3,52 1.855,56 461 5,18 2.076,23 53,16 47,22 11,89 De 12,0 a 23,9 meses 335 3,91 2.565,18 567 6,37 2.227,54 69,25 62,70 -13,16 De 24,0 a 35,9 meses 443 5,18 2.838,46 296 3,32 2.878,26 -33,18 -35,77 1,40 De 36,0 a 59,9 meses 1.424 16,64 2.863,44 971 10,90 3.127,15 -31,81 -34,45 9,21 De 60,0 a 119,9 meses 823 9,61 3.299,82 1.413 15,87 3.457,36 71,69 65,04 4,77 120 meses ou mais 4.788 55,93 6.417,07 4.245 47,67 6.636,72 -11,34 -14,78 3,42 Total 8.560 100,00 4.771,05 8.905 100,00 4.699,73 4,03 0,00 -1,49 Fonte: RAIS / MTE Elaboração: DIEESE/ SS SENGE-PR

CLASSIFICAÇÃO BRASILEIRA DE OCUPAÇÕES (CBO)4 Na sequência serão apresentadas informações a respeito dos trabalhadores da Copel distribuídos por família ocupacional, desagregação da Classificação Brasileira de Ocupações (CBO). Verificamos que há uma concentração dos trabalhadores em poucas ocupações. Se somarmos as 10 primeiras, notaremos que nestas estão localizados 92,73% dos trabalhadores, com destaque para instaladores e reparadores de linhas e cabos elétricos, telefônicos e de comunicação de dados e também agentes, assistentes e auxiliares administrativos onde estão 29,84% e 29,55% do total de trabalhadores da companhia. Se somarmos estas duas ocupações chegaremos a uma participação de 60% sobre o total. Fazendo o recorte por gênero verificamos que aproximadamente um terço dos homens (36,52%) está localizada na ocupação de instaladores e reparadores de linhas e cabos elétricos, telefônicos e de comunicação de dados. Por outro lado, mais de 2/3 (69,41%) das mulheres estão empregadas na ocupação de agentes, assistentes e auxiliares administrativos. Vemos que foram encontradas 44 ocupações na Copel, destas em apenas 6, os salários médios recebidos pelas mulheres foram maiores do que os dos homens. Notamos também que em 15 ocupações só existiam trabalhadores do sexo feminino (6) ou do masculino (9), assim, não foi possível realizar comparações salariais. E por fim, em 23 ocupações os salários recebidos pelos mulheres são menores do que o dos homens.

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Para maiores informações acessar: http://www.mtecbo.gov.br/cbosite/pages/home.jsf

Tabela 7 – Emprego formal e salário médio (dez) em uma empresa geração, transmissão, distribuição e telecomunicações por fio, sociedade anônima fechada, em Curitiba, por família ocupacional e por gênero – 2010 Masculino Feminino Total Família Ocupacional Emprego Part.(%) Sal.Médio Emprego Part.(%) Sal.Médio Emprego Part.(%) Sal.Médio 3.973,52 Instaladores e reparadores de linhas e cabos elétricos, telefônicos e de comunicação de dados 2.604 36,52 4.010,29 53 2,99 2.166,98 2.657 29,84 2.707,63 Agentes, assistentes e auxiliares administrativos 1.399 19,62 2.849,08 1.232 69,41 2.547,01 2.631 29,55 5.680,31 Técnicos em eletricidade e eletrotécnica 1.380 19,35 5.763,26 70 3,94 4.044,94 1.450 16,28 9.844,63 Engenheiros eletricistas, eletrônicos e afins 538 7,55 10.011,94 44 2,48 7.798,86 582 6,54 6.935,54 Analistas de tecnologia da informação 174 2,44 7.190,36 60 3,38 6.196,54 234 2,63 5.722,36 Técnicos em eletrônica 208 2,92 5.721,11 16 0,90 5.738,64 224 2,52 7.037,68 Administradores 103 1,44 8.064,14 46 2,59 4.739,31 149 1,67 7.724,31 Profissionais de relações públicas, publicidade, mercado e negócios 81 1,14 8.838,75 42 2,37 5.575,02 123 1,38 5.319,68 Contadores e afins 65 0,91 6.146,61 49 2,76 4.222,74 114 1,28 8.880,55 Engenheiros civis e afins 71 1,00 9.537,33 23 1,30 6.853,10 94 1,06 4.023,32 Técnicos em construção civil (edificações) 55 0,77 4.457,60 20 1,13 2.829,03 75 0,84 5.451,81 Técnicos mecânicos na fabricação e montagem de máquinas, sistemas e instrumentos 66 0,93 5.603,30 4 0,23 2.952,23 70 0,79 7.066,70 Economistas 52 0,73 7.727,78 17 0,96 5.044,57 69 0,77 5.417,11 Técnicos em eletromecânica 69 0,97 5.417,11 0 0,00 0,00 69 0,77 4.525,01 Técnicos em segurança no trabalho 61 0,86 4.682,88 6 0,34 2.919,96 67 0,75 8.802,88 Advogados 28 0,39 10.614,33 30 1,69 7.112,19 58 0,65 Engenheiros mecânicos e afins 45 0,63 11.188,22 0 0,00 0,00 45 0,51 11.188,22 4.337,02 Técnicos em telecomunicações 31 0,43 4.404,31 1 0,06 2.250,79 32 0,36 2.734,30 Técnicos florestais 18 0,25 2.827,08 4 0,23 2.316,76 22 0,25 4.721,58 Técnicos em geomática 20 0,28 4.824,10 1 0,06 2.671,22 21 0,24 4.627,33 Assistentes sociais e economistas domésticos 2 0,03 3.358,16 16 0,90 4.785,97 18 0,20 6.466,25 Engenheiros agrossilvipecuários 14 0,20 6.619,90 1 0,06 4.315,19 15 0,17 5.928,36 Engenheiros agrimensores e engenheiros cartógrafos 5 0,07 6.597,84 5 0,28 5.258,88 10 0,11 4.014,50 Biólogos e afins 3 0,04 5.579,20 5 0,28 3.075,67 8 0,09 Médicos clínicos (Criada em 11/04/2011) 4 0,06 7.487,55 3 0,17 13.542,01 7 0,08 10.082,32 3.784,60 Técnicos e auxiliares de enfermagem 5 0,07 3.941,02 2 0,11 3.393,56 7 0,08 5.871,58 Engenheiros químicos e afins 3 0,04 5.242,96 2 0,11 6.814,52 5 0,06 5.117,62 Profissionais da informação 0 0,00 0,00 5 0,28 5.117,62 5 0,06 5.155,55 Técnicos em controle ambiental, utilidades e tratamento de efluentes 5 0,07 5.155,55 0 0,00 0,00 5 0,06 3.755,97 Técnicos em aqüicultura 5 0,07 3.755,97 0 0,00 0,00 5 0,06 4.171,89 Enfermeiros e afins 0 0,00 0,00 4 0,23 4.171,89 4 0,04 7.052,69 Geólogos, oceanógrafos, geofísicos e afins 3 0,04 7.052,69 0 0,00 0,00 3 0,03 4.402,79 Arquitetos e urbanistas 0 0,00 0,00 3 0,17 4.402,79 3 0,03 Engenheiros de produção, qualidade, segurança e afins 3 0,04 12.879,90 0 0,00 0,00 3 0,03 12.879,90 5.558,99 Programadores, avaliadores e orientadores de ensino 1 0,01 6.970,22 2 0,11 4.853,38 3 0,03 9.876,50 Psicólogos e psicanalistas 0 0,00 0,00 3 0,17 9.876,50 3 0,03 5.022,93 Técnicos em construção civil (obras de infraestrutura) 2 0,03 4.638,86 1 0,06 5.791,07 3 0,03 5.727,33 Técnicos agrícolas 3 0,04 5.727,33 0 0,00 0,00 3 0,03 Profissionais de estatística 1 0,01 13.244,18 1 0,06 10.682,37 2 0,02 11.963,28 3.624,50 Profissionais em pesquisa e análise antropológica sociológica 1 0,01 3.444,90 1 0,06 3.804,10 2 0,02 4.947,75 Agentes fiscais metrológicos e de qualidade 0 0,00 0,00 2 0,11 4.947,75 2 0,02 4.187,65 Engenheiros ambientais e afins 1 0,01 4.187,65 0 0,00 0,00 1 0,01 5.813,44 Técnicos químicos 0 0,00 0,00 1 0,06 5.813,44 1 0,01 Desenhistas téc. em eletricidade, eletrônica, eletromecânica, calefação, ventilação e refrigeração 1 0,01 11.334,70 0 0,00 0,00 1 0,01 11.334,70 4.699,73 Total 7.130 100,00 5.046,01 1.775 100,00 3.308,74 8.905 100,00 Fonte: RAIS / MTE Elaboração: DIEESE/ SS SENGE-PR

TERCEIRIZAÇÃO Como foi visto acima o número de trabalhadores na Copel aumentou de modo significativo nos últimos anos, porém, de forma preocupante também verificamos o avanço da terceirização na empresa. Segundo informações do Balanço Social anual da Copel, o número de trabalhadores

terceirizados saltou de 1.497 em 2001 para 5.223 em 2010. Se considerarmos o total da força de trabalho (quadro próprio + terceirizados), a porcentagem de terceirizados sobre o total subiu de 20,36% para 38,27% neste período. O total de terceirizados existentes na Copel cresceu 250%, em contrapartida, o quadro próprio cresceu apenas 52,15%. Em estudo divulgado em 2010 pelo DIEESE intitulado “Terceirização e morte no trabalho: um olhar sobre o setor elétrico”5 foi possível verificar que o avanço da terceirização no setor elétrico tem como consequências à diminuição de salários, redução de benefícios sociais, diminuição da qualificação da força de trabalho, jornadas de trabalho mais extensas, piora das condições de saúde e de segurança no ambienta laboral e ainda a desorganização da representação sindical. Segundo dados do estudo, em 2008, 55,5% da força de trabalho no setor era terceirizada. Como resultado do processo de aumento e terceirização avançam no setor os acidentes e também as mortes, foi concluído que as incidência de mortes no trabalho para terceirizados chega a ser quatro vezes e meia maior do que para trabalhadores do quadro próprio entre 2006 e 2008. Em 2008, ocorreram 75 mortes no setor elétrico, sendo que 60 foram entre terceirizados e 15 no quadro próprio.

5

O estudo está disponível arquivo=esp/estPesq50TercerizacaoEletrico.pdf

em:

https://www.dieese.org.br/assinante/download.do?

Gráfico 1 - Evolução do número de trabalhadores, Copel - 2001a 2010 16.000

14.000

13.495

13.649

13.648

8.405

8.560

5.090

5.089

5.223

2008

2009

2010

12.000

9.996

10.000

10.346

8.752 8.000

7.351

7.704

7.553

8.119

10.584

8.347

8.907

6.749 5.854

6.000

5.857

4.000

2.000 1.497

1.696

2.003

2.292

2.227

2.237

2005

2006

2007

0 2001

2002

2004

Empregados

Terceirizados

Elaboração: Fabiano Camargo da Silva – Economista Técnico DIEESE – Subseção SENGE-PR

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