ELAINE

o SINTOMA

ANALiTICO:

SATISFA9AO

BEATRIZ

ASPECTOS

SARTORI

SOBRE

DESDE 0 PONTO

A ESTRUTURA9AO

DE VISTA

Monografia de especia

EA

FREUDIANO.

apresentada para obtenC;80 do titulo lista no curso de P6s-Graduagao em

Psicanalise,

Faculdades

Inte

Sociedade Educacional Tuiuti, sob da professora Rosane Shirabayashi

gradas

CURITIBA 1997

da

orientaC;80

\CHAMPAGNAT\

SUMARIO

I. lNTRODU-

Sabe-se que pela transfen!ncia

0

Sujeito vern supondo

para transformar,

0

sintoma

desviar esse pedido de significa~ao

lima diferenciar;ao

de estrlltura

0

analista por slla

trata-se

nao se

de escuta-lo,

de sua queixa para uma pergunta 0 que eu quero ai?

entre 0 sintoma de estrutura

surge frente a falta do Dutro,

produz diante da presenr;a de uma ausencia.

Id. ibid., p. 39L

nalista,

com 0 tim de suprimi-Io,

acerca do desejo, onde 0 Sujeito passa a formular uma questao: Faz-se necessario

saber no

desse Sujeito, fazendo com que esse fale. Na psicanaiise,

trata de lOmar 0 sinlOma tal como ele se apresenta

12

de allg/IsOa quando

sCI/limen/a

Chegoll , como ja disse com muita angllstia pedindo

vcz aposta no saber inconsciente

o

seu inicio com

rea{:uo 11111 perigo procedellle do ex/erial' e cai IIQ

estranho.

acolhe-Io

associa

ir muito adiante nesse ponto, pois K nao ralou, Oll melhor,

K pasSOli lim tempo consideravel organico.

da neurose

de ongllslia quando se sell/e illcapaz de ftlzer cessar a excilG{:tio

ellc/oginamel1le

que

0

diferencial.

falando da etiologia

relativas a sexualidade.

simomas 11

e 0 sintoma clinico

frente ao desejo

do Olltro,

Se conslitui como a saida que 0 Sujeito encontra

ele se para

realizar a opera~ao estrutura

o

e

0

sintoma

deslocada,

logica da separat;ao

sujeito nao sobrevive neurotico

ao Outro e poder acender

ao seu proprio

sem ele, pelo menos nao sobrevive

e resultante

de lim conflito

que a libido pela via da regrcssao

desejo,

e de

subjetivamente.

psiquico,

e comporta

se fixa em fases anteriormente

uma satisfa~ao

vividas e que eram

satisfatorias. K desde cedo apresentava encontrados

na neurose

como urn vcrdadeiro

problemas

de angustia

provedor,

no estomago

como ja cit ado anterionnente)

quem cuidava de sellS problemas,

foi import ante pois era ele quem cuidava, medos infant is, trazendo-Ihe da hipoglicemia Pcrcebe-se

com

0

nas atividades

e sucessos

na infancia.

Anteriormentc,

na historia,

sele anos aproximadamente, ter

que

separar-se

primeiramcnte intervalo,

0

da

decorrentes

da sexualidade

preencher

a partir

0

quanto este

0

c

passar mal

comendo

frutas.

do sintoma com as sensa~6es

para abrir caminho

infant ii, nas tendencias

it acompanhava

dai

dia de aula, chorou

precisava

sempre

tendo

ter

atraves

parciais

alguem

K

uma delas foi aos

inconformadamente

que permanecer

do

enos

desde a infancia,

na sua infiincia onde scntia muita angustia,

irmao que a levava e a trazia,

como

por

referencia,

com eta inclusive

no

depois quando este llludou de escola K elegcu uma vizinha e amiga, sendo que quando

esta faltava a aula K recusava-se Outra suportava,

pai, figura descrita

0

observar

para cia, K associava

as fixa~6es que necessita

quando de seu primeiro mae,

esses tambem

prazeirosa.

viu-se que a angustia ja

bern de alguns episodios

sendo pode-se

vazio esse que temava

aqui uma intima rela~ao entre as sensa~6es

objetos abandonados

(sintomas

e estava perto diante de suas doen~as

frutas especial mente compradas

Freud diz, que a libido encontra

lembra-se

alimcntava

vazio no estomago,

outrora vividas de forma provavelmente

recalcamento

e no intestino

situa~ao

em ir sozinha.

de angustia

nao suportava

relatada

por K sao as festas

em fun~ao de urn momento

da festa que

de aniversario

e aquele

que

momento

ela nao

em que as

15

crianyas reunem-se

em torno da mesa para cantar os parabens

Freud

afirma

psiquicamente

que na primeira

as excita90es

infancia,

internas,

0

contbrme

Sujeito

nao

reayoes neur6ticas,

como se

0

Angllstia

infant is vao

desaparecem

sendo

apos terem sobreviver,

de angustia a tim de atualiza-Ios.

e vida instintiva

desenvolvimento

cnde

reconhece

que a angustia

cia angustia fesse 0 prirnario enquanto

"com isso se harlllollizam

secundario,

os temcres

de angustia

de dominar

pon!tn algumas dessas situa.yoes de perigo conseguem

l11odificando sells determinantes No texto

fiearn mais afastados,

esta em condiQoes

vai crescendo

deixados de lado, em alguns casos, os antigos determinantes produzido

e os aduhos

por tcr que se separar da mac.

ela se descsperava

que a produyao

11Imbcm 0 falo de qlle as primeiras

sejam fobias,

eSlados I/OS q/{ais recollhecelllos

(lnglis/ia inicial

e pe1'l1111/adopOl' 111110 prodll(Jio

K sempre se sentill insegura, utilizando

daramcnle

anlececle

0 sintoma, de sintoma 0

lIeuroses da i/lfiillcia

como 11111 desellvolvimelllo

do

posterior de sintomas ". JJ

significantes

como:

"preci.\·() de lIIoletas, preciso me

sus/elllar em algllem, lleiO sei andar sozillha, me si1llo aleijado ". entre oulros desta ordem. Na adolescencia

por exemplo

ocasiao de fato que se afastou conseguiu

viajou com a familia de uma amiga,

dos pais, porem,

leve que retomar

ficar longe dos pais. Quando da ocasiao de seu casamento,

tambem que retomar

antes do tempo previsto

porque

sendo esla a primeira

antes do tempo viajou com

ficou com saudades

0

porque

dos pais. Nao gostava

nem mesmo de ficar sozinha em casa, se os pais fossem a algum lugar, mesmo quando qllisesse ir, acompanhava-os Percebe-se

ela nao

para nao ter que ficar so •

entao aqui a reiayao de extrema

infiincia, na adolescencia

nao

marido tendo

dependencia

bern como na vida adult a, dependencia

que estabelecia

com os pais na

essa que transferiu

para

0

rnarido

apos 0 casamento.

13 PREUD,

Sigmund.

de Sigmund

Freud.

Novas

Conlrihui\-ocs:)

Rio de Janeiro:

Delta,

PSiClln:Uisc: 1959,

A Angustia

Vol. 10, p. 88.

c a Vida inslimiva.

In: Obras

Complclas

16

Pode-se

pensar

apresentava? Quanto constitui-se

que

e

essa dependcncia

uma

consequencia

da fobia

E esses sinais f6bicos ja caracterizavam

urn sintoma como tal?

a primeira

sim, Freud

questao,

acrcdita-se

que

depois do Sujeito haver expcrimentado

acesso de angustia.

Entao

0

mecanismo

auxilia

em determinadas

que

desde

dizendo

que

circunstancias,

ceda

a fobia

urn primeiro

da fobia presta, como meio de defesa excelentes

servir;os.

Mas de oode vern a angustia? Freud responde frente a uma exigencia

que a angustia

e

sempre

de sua libido, rrente

angustia

de castrayao

A crianr;a safre angustia

arnor de sua mae, mas qual

0

e0

perigo real que a

crianr;a teme? Esses perigos scriam, para tadas as pessoas, perda do penis, a perda castrayao e

do arnor do objeto

Talvez se faya necessario

sexualidade

nascimento,

e a perda

a perda da mae como objeto, a

do amor do superego.

A ameaya

de

mais temido segundo Freud.

0

fundamental

0

para a psicanalise,

urn esclarecimento Freud vai buscar

infantil, dizendo que "0 complexo

POlltO elllminallle

da IJida sexual

i,!falllil e

sobre

0

complexo

de Edipo,

no mito uma explicayao

conceito

para as questoes

de Edipo COllstifUi 0 IIndulo das lIeuroses, 0

foco

de ollde parlem

esse da

sendo 0

toe/os os desellvolvimell/os

GII/eriores".14 Inicialmente tomada

a crianya

como objeto

nao se diferencia

pela mae, posiyao

porern, essa relayao dual e rornpida paterna,

como

das identificayoes, uma ameaya

para a constituiyao

de um terceiro,

porem, a entrada

0

da forrnayao desse terceiro

consequentemente

pai, ou melhor,

do superego

a crianya

e

do Sujeito, a

funyao

e se desenvolve

nao deixa de ser vivida pe\a de

FREUD, Sigmund. Ensaios: 0 Fim do Complcxo de Edipo. In: Dbms Completas de Sigmund Freud. Rio Janeiro: Delta, 1959, Vol. 7, p. J21.

de

e hostilidade,

real de perigo,

uma celula unica,

sentirnentos

agressividade

1-1

essa que e necessatia

pe\a entrada

sabe-se que em funyao disso ha possibilidade

toda a questao crianya

da mae, formam

surgindo aqui a ambivalencia

desenvolvendo

arnor e odio.

17

Nas mulheres qllal

e

0

I'isivelmcllle

mile. Quando

a

sali:-,far;ciode

silas

complexo

COllfilll1G9ciodo medo da

//Ilia

mae

castrayao se caracteriza

de

estd

Ollscllle

Oll retiroll

lIecessidades e fica expos/a

com de

criall~:a

carinlta,

self

0

temor da perda do amor quando

peito

a

aos mais

evenluG/mente

ja

cI'iafl9G

ncio nao

etlconlra

SlIa

cerIa da

esla

d%ruso.':

"0

de

sentimen/os

fCIlS{iO".15

Verifica-se

que estao relacionadas

seriam suprimidos.

No entanto,

de superar

independentes

muitas situar;:oes que provocam

com a falta de amadurecimento

e que conforme

deveria acontecer

incapazes

ha

que no curso do desenvolvimento

0

temor

0

do ego numa certa rase,

ego fosse se fortalecendo,

as vezes,

isso nao ocorre

da perda

do amor,

esses fatafes

entaD,

muitas

nunca

que

0

angustia

que geram

dessa maneira,

na~ se tornando

angllstia e

pessoas

sao

suficientemente

do amor de outras pessoas, K parece reagir assim pois busca incondicionalmente

0

amor do Outro como sera visto mais adiante Com

relayao

desenvolvendo

ainda

ao complexo

mais detalhadamente

objeto de desejo da mae, a mae encontra-se

0

que Lacan fonnulou

imagem antecipada, apreende como

o segundo

essa primeira

de Edipo,

essa questao,

e

Lacan

no primeiro

divide

absoluto,

como estadio do espelho, trata-se imagem corresponde

em tres

tempos

ao eu-ideal

nesse tempo

da constituiyao atraves

16gicos

e identitlcada

tempo a crianya

para a crianya urn Outro

ao

do Edipo

do eu como

do qual

0

Sujeito

se

humano. tempo l6gico corresponde

a inaugurayao

com a mae deixa de ser imediata, pois ha uma mediayao da sozinho,

0

senao com a intervenyaO

de um terceiro

da simbolizayao,

a relayao da crianya

pela palavra, porem, esse processo que apareya

nao se

como uma lei de interdiyao,

aparece ai a funyao paterna, aquilo que no discurso da mae representa I

Se no primeiro absoluto,

tempo

trata-se da castrayao

0

Outro

..,--TAf1R..r·1J.

e a mae,

simb6lica

0

0 pai: 0 nome-do:-pa~ DOVrfZ,-cJ('"?"""vO~CCcf.-oclr:..Ou.:I2Q

nome-do-pai

~

e

0

que vern barrar ~

~J~

t=-D!7.u

~

0,;-10, 15

FREUD. Sigmund. de Sigmund Freud.

Novas Contribui\'ocs Rio de Janeiro: Della,

a

Psican;\lisc: A Angustia 1959, Vol. 10, p. 91.

e a VicL1 instintiva,

G!I.

0

.o..A~

I-.

Outro ~~(

Ao.! FW4-c ...o2..t

~o''''bif''+O'

In: Ohras

Completas

():. (?/

J

18

o

Icrceiro

passagern

tempo

suporte identificatorio

e aquele

16gico do Edipo

da posi~ao de ser

do declinio

falo para a posi~ao

0

e,

do ideal do eu. 0 nome-dc-pai

ao homem a significa~ao

da virilidade

e

do complexo,

onde

ele faz a

de tel' 0 falD) aqui 0 pai real aparece enquanto

metilfora,

it mulher a possibilidade

como

aquila que permite

de se situar como objcto

de

16

desejo do homem. Verifica-sc provedor,

uma rela~ao de afeta bastante

a colocava

num local privilegiado,

nao abrir mao deste modo de satisfa~ao

onde "nada

"compona () reforuu {lOSobjelOs, lra/a-se de de salisjm;iio,

forte entre K e

pai

0

Este aparece

e1a por sua vez se completava

ff",

falta"

como urn

nesta reia'tao,

pareee

fixac;ao da libido, diz Freud,

Essa

periodo em que sna libido

eSfCll'CIpr;vada

I1(jo

de 11111 periodo em qlle e/a era Jeliz (tal como se lembra dela 011a imagina) de

aeO/'do (.'0111 seils il/dicios IIlleriOl'eS ".Ii

o pai

aparccc como uma figura extrernamente

"e/e mil) sabia 0 qlleJazer e qllal1dojazer"ou Na inffincia precisamente

relayao

afronta-Io

e

todo

diante dos questionamentos

11 K

fazcndo

verifica-se tudo

realidade ela continuou

0

que e\a

tcntou

que ele nao queria

a idealiza-Io,

"ele niio precisa de niflguem"

ou

"ao seulado ellllle selllfa segura".

e

poderoso,

0

heroi, na medida

quando chega ao periodo da adolescencia,

e enfraquecer-se COIll

pai

0

idealizada

cm quc

a tendencia

0

infans cresce,

dessa figura de super homem

desse que passa a ler aulonornia fazer isso, quando que ela fizesse,

mais

sobre seus

alOS.

comCyOll a desobedece-lo,

porem,

diz-se tcntou

se~'Uindo, ap6s a fase da rebeldia, a risca tudo

0

a

porque

na

que supunha

que era de seu desejo. Quando cia tinha aproximadamente

15 anos 0 pai a abandonou,

ao irmao tres alIos mais velho do que cia, K nao se conformou a deixa-Ia sair

com lal abandono,

it noite com as amigas e a leitura que ela fez foi a seguinte:

16 ANDRADE. Antonio Luis QuincI dc. CHnica da Psieosc. Clinic ••Freudiana. Salvador: fatos. 1986, p. 16·20)

Transcrilfao

I.

de FOflllal;:iodos

FREUD. Sigmund

dando urn lugar privilegiado

Sigmund. Inlrodu~ao 11Psicalililisc: Os Modos Freud. Rio de Janeiro: Della. 1959. Vol. 8.

Volume

0 pai comeyou

"C0I110pode algllem

2, public:W:io dos LUlllinarios

Sintolllas,

In: Ohras

Complelas