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Madan no Ou to Vanadis Volume 02

Capítulo 04: Princesa da Neve das Ondas Congelantes [Micheilia] Tigre sentiu-se nostálgico ao rever a cidade de Celesta. – Será que Elen já retornou de sua viagem? Enquanto lembrava do seu sorriso brilhante, Tigre conversava com Lim montado em seu cavalo cavalgando lado a lado com ela. – É bem provável que ela tenha retornado, pois tivemos mais contratempos do que o esperado. No mesmo instante, Titta e Bertrand, que estavam atrás deles, apressaram-se e se aproximara de Tigre. – Tigre-sama, posso ir na frente para fazer as devidas preparações? – Estou certo de que você está muito cansada da viagem. Não se preocupe com isso por hoje. Embora os olhos de Titta estivessem cheios de vida como sempre, parecia estar faltando o brilho que ela sempre demonstrava. Ela parecia muito cansada também. – Titta. Estou feliz por você ter se oferecido, porém não quero que faça nada irracional. Titta corou um pouco ao ouvir as palavras gentis de Tigre. – Mas o que faremos do jantar à noite, Tigre-sama? – Eu me viro com o que eu tenho. – ...você irá comer apenas frutas e vegetais novamente? Tigre foi interrompido enquanto era encarado pelos olhos castanhos de Titta. Ela acertou em cheio. – Titta, é natural comer isso enquanto você está caçando nas montanhas ou florestas... – Mas nós estamos em um vilarejo. As palavras de Titta foram rápidas e certeiras. Bertrand começou a sorrir em reação ao semblante de Tigre. – Titta, você deve ir para o templo hoje à noite. Eu tomarei conta do jantar em seu lugar, e não fique fora até tarde.

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Titta não gostava muito dos serviços do templo. Seu ímpeto havia desaparecido enquanto pensava consigo mesma. Tigre afagou seus cabelos como se estivesse consolando uma criança repreendida. – Não fique triste com isso. Amanhã será um dia bem ocupado, então precisarei de você. Tenha certeza de descansar bem essa noite. – ...eu entendo ...me desculpe por isso, Tigre-sama. Titta e Bertrand deixaram a dianteira. Tigre suspirou aliviado. – Titta é uma boa garota. Lim expressou seu pensamento. – Mas de vez em quando ela é bem problemática. Tigre lembrou-se de quando Celesta foi atacada. Titta, a fim de recebê-lo em casa, não tinha fugido. – Embora eu goste da forma como ela me trata, é um pouco problemático a forma como ela se põe em perigo para me agradar. – Eu suponho que alguém que queria fugir pelo bem do seu povo não tenha lá muito o que falar. Tigre ficou surpreso ao ouvir as palavras frias de Lim. – É meu dever como Lorde... – Para ela, o orgulho como empregada e a afeição que sente por você falam mais alto. Mesmo que seja perigoso, mesmo que seja tolice, ainda assim é o dever dela. – Eu entendo. Tigre soltou um suspiro enquanto olhava o belo céu azul.

***** Ao contrário do que Tigre esperava, Elen ainda não havia retornado. Entretanto, um mensageiro foi enviado da parte de Elen e o esperava na mansão. Sua mensagem era curta e clara. “Encontre-me na Mansão Kikimora! ” – Mansão Kikimora? Lim respondeu a dúvida de Tigre. – É uma das casas de campo de Eleonora-sama nas Montanhas Vosyes. – Uma casa de campo...?

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Tigre ficou surpreso ao ouvir a resposta, porém não seria surpresa se ela viesse a ter dez ou vinte casas de campo, dada a posição que Elen ocupava. Os nobres de Brune tipicamente possuíam uma ou duas casas de campo além de sua residência principal no seu território. Alguns anos atrás, Mashas convidou Tigre e seu pai para uma das suas. Na manhã seguinte, Tigre e Lim partiram de Celesta a cavalo sobre o brilho do sol matutino. Embora Titta quisesse acompanhá-los, ela pensou que seria um incomodo da parte dela, então ela simplesmente os despediu com um sorriso. Rurick ficou de guarda junto dos 100 soldados de Zhcted em Celesta. Havia uma razão para isso. Se os nobres próximos ao Duque Thenardier percebessem a presença do Exército de Zhcted, eles não tentariam invadir de imediato. Embora os Cavaleiros ainda fossem o maior problema, por hora, ele apenas se preocupava com Mashas que havia seguido para a Capita Real. ...Zion me acusou de traidor. Se considerarmos a situação atual em que o Exército de Zhcted ainda se encontra em Alsace, outros também pensarão o mesmo, porém, se nós dermos uma explicação convincente, Vossa Majestade certamente entenderá. Tigre não podia fazer nada além de confiar em Mashas. Após cruzar as Montanhas Vosyes e entrar em LeitMeritz, Lim tomou a dianteira. Eles pegaram uma estrada alternativa a via principal através de uma campina. – O outono finalmente acabou. O vento frio soprou as folhas das árvores. Lim parecia pensar em algo consigo mesma enquanto guardava uma bolsa de cânhamo1 na sela de seu cavalo. A campina logo se tornou um deserto, e logo depois em uma área pedregosa, em que planta alguma cresceria. Uma construção se destacava no topo de uma colina ao longe. – Essa é a Mansão Kikimora. – Ainda que eu pergunte, Kikimora é o nome de algum animal ou algo assim? – É de uma fada antiga que oferece segurança e proteção aos lares. A não ser que tenha um título dado especificamente, a maioria das casas de campo são coroadas com esse nome. Enquanto subiam pelo declive da colina, a casa de campo ficava mais visível.

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Uma espécie de fibra vegetal

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De cima a baixo, as paredes eram rebocadas por uma massa negra. O telhado era vermelho, e possuía mais ou menos o mesmo tamanho da mansão de Tigre em Celesta. Ao chegarem à frente da casa, Lim levou seu cavalo até o estábulo ao lado da residência. Tigre seguia ela em silêncio. No estábulo, já havia um cavalo preso em uma das baias. O cavalo olhou para Tigre como se ele fosse seu dono. Após perceber Tigre se aproximando, o cavalo virou-se e relinchou. – Esse é o cavalo de Eleonora-sama. Lim soltou um suspiro de alívio enquanto fitava Tigre. – Lorde Tigrevurmud, por favor, siga para a residência. Se você chamar por Eleonora-sama, eu tenho certeza que ela virá. – Está tudo bem. Nós não começaremos a conversa enquanto você não estiver presente de todo modo, então, devemos tomar conta dos preparativos o mais rápido possível. Após retirar sua bagagem, ele rapidamente tirou o cabresto e a sela do cavalo. Ele arrumou a crina do cavalo e pôs água para ele beber. Era um trabalho que os dois já estavam acostumados a fazer, então eles não demoraram muito. Tigre carregava as bolsas de Lim sobre os ombros; eram bolsas realmente pesadas. Após Tigre deixar o estábulo, Lim rapidamente seguiu após ele. – Como as bolsas me pertencem, acho que eu devo levá-las. – Estou levando as minhas também, e de todo jeito, logo estaremos dentro da residência. Tigre sorriu e disse que não se preocupasse. Lim observava as ações dele sem entender nada. Diante da porta frontal, Lim bateu na porta levemente e chamou por Elen. Passos foram ouvidos e logo a porta se abriu. Elen apareceu trajando suas vestimentas azuis de sempre junto com a Silver Flash Arifal na cintura. – Ah, vocês vieram. Seu sorriso brilhante similar ao sol em um dia sem nuvens convidou Tigre e Lim a entrar. A luz das lamparinas iluminava todo o salão. – Parece pesado. Elen expressou sua admiração ao ver a bolsa sobre os ombros de Tigre. – Embora não seja algo que eu possa chamar de souvenir, é algo importante que eu quero que você veja.

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– Será um prazer. Os olhos vermelhos de Elen brilhavam de curiosidade ao ouvir as palavras dos dois. Naquele momento, o ar começou a ficar mais leve, e logo um vento começou a passar por Tigre e Lim. – Parece que esse cara também quer dizer olá para vocês. Elen tocou gentilmente a espada na sua cintura. Era como se a Silver Flash estivesse alegre. – Hum? Seu cabelo branco-prateado que se estendia até a cintura balançou. Elen fitou o rosto de Tigre com interesse. – Tem algo de errado no meu rosto? – Não, pelo contrário. Elen sorriu de satisfação e estendeu seu braço em direção a cabeça de Tigre. Ela trouxe seu rosto próximo o suficiente para que eles pudessem sentir a respiração um do outro. Sentindo seu peito macio contra o seu próprio, Tigre corou instantaneamente. Elen continuou sem notar sua reação. – Quando parti de Alsace, parecia que você estava possuído. Eu não sei o que aconteceu, porém vejo que o que o possuía não está mais aqui. Tigre lembrou que seu semblante estava parado no tempo. Quando Elen partiu, ele estava obcecado pelo seu medo do Duque Thenardier. Tigre fitou Elen de volta e retornou com um sorriso. – Está tudo bem agora, não se preocupe. – Certo. A propósito, parece que você e Lim ficaram bem amigáveis, não? Dessa vez, o sorriso de Elen parecia forçado. – Vocês dois ficaram sozinhos desde Alsace até agora. Aconteceu alguma coisa? – Infelizmente, não é nada do que você está imaginando. Enquanto encolhia os ombros, Tigre gentilmente removeu os braços de Elen. Após se afastar dela, ele lamentou a perda do clima inicial, porém ele também achou desagradável o fato de ser diferente de suas verdadeiras intenções. Ele ainda possuía um nó na garganta da nostalgia do seu reencontro, mas depois de um tempo, pareceu afetar negativamente o seu comportamento. – Vocês dois parecem bastante íntimos agora.

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Embora as palavras de Elen exacerbassem suas suspeitas, ela decidiu não prosseguir mais no fato. Elen logo depois foi em direção à Lim e a abraçou afetuosamente. Lim também sorriu naturalmente enquanto batia de leve nas costas de Elen. – Você trabalhou bem. – Não fizemos nada demais. Estou feliz que esteja bem, Eleonora-sama. – É natural. Eu só fui a Capital Real, tive uma conversa, e vim aqui. Vamos relaxar e conversar um pouco. Elen respondeu alegremente enquanto guiava os dois do corredor até a sala de estar. – É bastante limpa. Você a usa muitas vezes? Tigre deu suas impressões da residência enquanto passava pelo corredor. Elen virou-se em sua direção e respondeu. – A cerca de meio koku a cavalo, há um pequeno vilarejo chamado Rodnick. Os moradores de lá limpam essa mansão com certa regularidade. Essa noite, ficaremos aqui. A sala de estar era espaçosa e possuía uma lareira enorme na parede central. O tapete de Muozinel possuía padrões geométricos costurados nele, dando ao mesmo um ar aconchegante. Em cima de uma mesa de nogueira ao centro, tinha uma garrafa de vinho e uma cesta de frutas. Repentinamente, Tigre lembrou-se de uma história que Elen contou a ele uma vez. Todos se juntavam, amontoando-se sobre a lareira cantando, comendo e bebendo. Desse modo, as pessoas podiam superar a severa nevasca de inverno. – Primeiro, um brinde para celebrar nossa reunião. Os três sentaram-se ao redor da mesa. Elen abriu a garrafa e despejou vinho em três taças. Eles aproximaram suas taças e brindaram tanto na linguagem de Brune como na de Zhcted. – Por que escolheu esse local como ponto de encontro? Tigre perguntou enquanto admirava o cenário fora da janela. Havia um jardim, e um campo bem ao longe da residência, dando uma atmosfera idílica2 ao lugar. – Francamente, eu não tinha certeza do que estaria acontecendo nos outros lugares. Se houver um problema em Alsace, eu poderia ir lá, e, se houvesse um problema em LeitMeritz, eu poderia seguir para lá imediatamente também. Esse lugar é como a metade do caminho entre os dois.

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Maravilhosa

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Após responder com um sorriso brilhante, Elen olhou para eles seriamente. – Devo adverti-lo agora, eu consegui obter a permissão do Rei no momento, porém, há dois pontos problemáticos. Quando eu obter qualquer território, eu devo oferecê-lo para o Reino. – Como isso é diferente de agora? Tigre balançou sua cabeça, incapaz de entender as palavras de Elen. – Alsace estará sobre controle direto do Reino de Zhcted, não de Eleonora-sama. Alsace ficará sobre o controle de Vossa Majestade. Lim respondeu sua pergunta. Tigre simplesmente pôs sua mão sobre o queixo e começou a pensar. – ...será que o Rei de Zhcted não quer que os territórios de Elen aumentem? – Não só territórios, como também popularidade, autoridade, e influência... o Velho fica com medo sempre que qualquer uma dessas coisas aumenta. Ele é um Rei que teme as Vanadis. Bem, isso aconteceu com todos os reis anteriores. Lim continuou a responder por Elen, que havia suspirado até o momento. – Lorde Tigrevurmud. Suponha que você é o Rei de um país... há sete pessoas com poderes abaixo unicamente de você. Você desejaria que eles tivessem mais terras? Além disso, estas sete pessoas são populares e excelentes em assuntos internos. – Eu deixaria todo o trabalho com eles e iria tirar uma soneca ou caçar. Lim bateu em Tigre sem hesitar. – Eu estou contando uma história séria, então por favor, considere ser um pouco mais interessado. Elen estava recostada sobre a mesa segurando as risadas. – ...bem, elas não são confiáveis? – Você não temeria que as sete virassem suas lâminas contra você? Elas têm uma força superior a mil soldados. Não importa o que, seria impossível você vencer todas. – Eu acho que é melhor ter um grande subordinado, mesmo se eles fossem mais fortes que eu, por um longo tempo. Ouvindo a resposta ridícula de Tigre, Elen levantou-se alegre. – Francamente, mesmo eu diria que você é demasiadamente descuidado. Eu te disse antes, o Rei não é assim. Ele é um homem que nos teme, mesmo quando temos pequenos serviços militares. Ele fica nervoso e tenta confiscar qualquer território extra que recebemos.

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– ...então, é por isso que ele está confiscando Alsace. Tigre resmungou. O futuro de Alsace se tornou ainda mais incerto. Embora Tigre não soubesse como Elen governava seus territórios em detalhes, ele tinha dado uma volta na cidade sobre o castelo com ela. A cidade era viva, havia paz, e as pessoas pareciam felizes. Ele podia sentir-se à vontade de deixar Alsace para Elen ou Lim. – Por agora, isso será um problema para outra hora. Elen começou a rir após ver a expressão séria de Tigre. – A luta apenas começou, e a situação pode mudar drasticamente. Apenas certifique-se de manter isso em sua mente. Tigre recuperou sua postura e curvou-se em agradecimento. – O segundo ponto é ainda mais problemático... o Rei disse, “Antes de tudo, aja sobre os interesses nacionais de Zhcted e abstenha-se de tomar ações precipitadas”. – Isso não é normal? Tigre não entendeu o porquê de ser um ponto problemático. – É um pouco difícil de explicar, uma vez que você é demasiado honesto. Elen gargalhava enquanto atormentava Tigre. – Eu não acho que isso poderia ser evitado, pelo fato de que Lorde Tigrevurmud não se tornou tão perverso quanto Eleonora-sama. Lim respondeu a sua Senhora com uma cara séria; Elen afiou sua língua e lançou a resposta. – ...que tipo de vento está soprando agora? Você está protegendo o Tigre. – Estou simplesmente advertindo minha superior. Após silenciar Elen com sua resposta, Lim virou-se para Tigre. – O problema vem das palavras de Vossa Majestade. Quando se lembra de interesses nacionais, qualquer nobre, por exemplo, aqueles com conexões com o Duque Thenardier que saiam ganhando caso o Duque seja vitorioso, poderiam entrar em ação. – ...então é deixado aberto a interpretações? Tigre começou a ligar os pontos. – Ele disse isso especificamente por ser aberto a interpretações.

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Elen falou mal do Rei de seu país por estar de mau humor. – Entretanto, nobres tem pouca importância. Abaixo do Rei, se encontram as Sete Vanadis. Os nobres se encontram bem abaixo, seguidos dos cidadãos comuns. – Enquanto você quer dizer que haverá problemas com as outras Vanadis? As palavras de Tigre possuíam tensão. Elen assentiu seriamente. -- Existem Vanadis que possuem conexões com Thenardier e Ganelon. Normalmente lutas entre as Vanadis são proibidas, entretanto, elas serão toleradas sobre essas circunstâncias. – Você pode fazer algo nessa situação? Era diferente da vez que ela o ajudou em Alsace. Elen havia atraído atenção e não podia deixar seu território imprudentemente. – Embora nem todas as Vanadis sejam aliadas, elas também não são necessariamente inimigas. Por hora, nós temos que nos preocupar apenas com uma. Se possível, eu gostaria de me livrar dela de antemão. Eu prefiro não me preocupar em ter meus movimentos interceptados no futuro. – Isso parece sério. Tigre sorriu enquanto encolhia os ombros. Era uma situação complicada, e seria difícil cuidar desse caso. Elen contou a Tigre o que aconteceu na Capital Real de Zhcted. Tigre decidiu que manteria a calma e responderia de acordo com à situação. Se ele demonstrar medo nesse momento, ele não tinha qualificação para estar de pé ao lado dela. A Vanadis de cabelo branco-prateado gentilmente sorriu enquanto manipulava o vento ao redor. – Eu te contei minha parte. É hora de você me contar a sua. Tigre assentiu e contou a ela como ele obteve a cooperação de Mashas Rodant e Visconde Augre, e também como ele derrotou os bandidos na montanha. – Eu confio em Lorde Mashas. Ele era o melhor amigo de meu pai, e quando eu fui capturado, ele tentou me ajudar. Eu também acho que o Visconde Augre é digno de confiança. – Lim, o que você acha? Elen fitou com suas brilhantes pupilas vermelhas para sua inexpressiva ajudante.

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– Eu creio que possamos confiar no Conde Rodant. Quanto ao Visconde Augre, enquanto não houver discórdias entre ele e Lorde Tigrevurmud, não haverá problemas. A propósito, há algo que eu quero que você veja, Eleonora-sama. Quando Lim disse isso, o som de um sino podia se ouvir vindo da pora. Alguém estava lá fora. – ...ninguém deveria saber que eu estou aqui. Elen resmungou em suspeita. – Eu vou ver quem é. Quando Lim se levantou silenciosamente de seu assento, Tigre reiniciou a conversa. Ele pôs o conteúdo da bolsa sobre a mesa. Era uma armadura metálica. Embora houvesse alguns arranhões, ainda era como nova. Seria possível vendê-la se fosse polida corretamente. – O bando de ladrões das Montanhas Vosyes tinham muitas dessas, embora seus capacetes e luvas fossem similares as usadas em Alsace. Elen se levantou e andava ao redor da mesa enquanto observava a armadura. – ...essas são fabricadas em Olmutz. – Lim achou que a probabilidade disso era alta. Então ela é realmente de lá? Elen resmungou e apontou para um ponto no interior da armadura, próximo ao flanco. Havia um padrão estranho em relevo. – Esse é o símbolo do Deus da Guerra, Triglav. Sem erros. Elen soltou a armadura e sorriu sarcasticamente enquanto cruzava os braços. – É um produto bem caro de Olmutz. A superfície da armadura refletia a luz pela sala de estar. – Embora eu odeie dizer, ela está em nosso país também. O método de fabricação é único, e a armadura e leve e resistente. Mesmo se estivesse desgastada e cheia de arranhões, os bandidos a considerariam preciosa. – Onde fica Olmutz em Zhcted? Tigre só ouviu falar do nome através de Lim. Ele não sabia nada além disso. – É o território que fica ao sul de LeitMeritz.

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Tigre ficou surpreso ao ouvir a voz mal-humorada de Elen quando ela respondeu. Ela imediatamente bebeu a taça de vinho em um só gole e logo depois bateu na mesa vigorosamente. Embora Tigre soubesse que a conversa seria desagradável, ele sabia que era inevitável. – O território é governado por uma Vanadis? – O nome dela é Ludmila Lourie... ela é completamente diferente de mim. Elen distorcia seu belo rosto com seu ódio. – Ela é uma pessoa barulhenta que sempre fala sobre caráter e cortesia, e ela sempre carrega chá e geleia em sua cintura. Aquela garota é como uma batata. Embora Tigre não houvesse entendido suas palavras, ele sabia que ela estava insultando a outra pessoa. – ...agora não posso ficar em silêncio. Quem exatamente é uma batata?! De repente, a porta se abriu e a voz de uma garota irritada ecoou pela sala. Tigre olhou para trás e viu duas garotas próximas a porta. Uma era Lim, que parecia cansada. A outra era uma estranha, garota baixa. Ela era de tirar o fôlego e possuía uma beleza diferente da de Elen. Seu cabelo azul era encurtado na altura do pescoço, e ela usava um laço branco duplo. Em seu corpo delicado ela trajava roupas de seda azul, dando a ela uma aparência amável. Entretanto, ao invés de sua beleza, era sua força que chamava mais atenção. Seu olhar poderoso permaneceu firme em sua memória. O olhar de Tigre moveu-se de seus olhos encantadores para a lança em sua mão. A ponta parecia ser feita do mais puro gelo; ela criava uma ilusão de frio. – ...Lim. A voz de Elen foi tingida com uma fúria violenta que reverberou para dentro dos ouvidos de Tigre. – Por que você permitiu essa mulher pisar dentro desse edifício? – Ela é uma Vanadis. Eu não posso simplesmente mandá-la embora. Como uma boneca sem vida, Lim respondeu indiferentemente. – ...uma Vanadis? A garota de cabelo azul moveu seus olhos em direção à Tigre enquanto ele murmurava algumas palavras. Seu sorriso era o cúmulo da arrogância. Ela estufou o peito e falou com altivez.

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– Eu sou uma das orgulhosas Vanadis de Zhcted, Mestra da Hajya no Zankaku3, Ludmila Lourie. – Saia. A voz de Elen era fria e não possuía nenhum remorso. A atmosfera da sala de estar passou de calma para perigosa em instantes. As duas Vanadis demonstravam claramente a sua hostilidade, como animais confrontando seu inimigo natural. Ludmila fitava Elen com seus olhos azuis cheios de desprezo. – Você está sendo muito rude para sua convidada, Eleonora. Elen afiou seus olhos enquanto respondia com uma hostilidade indisfarçável. – Eu tomarei a atitude apropriada para um convidado que eu convide. Pelo menos você poderia ter me trazido um presente, embora eu duvide que aceitaria você como minha convidada. – Você deve pedir desculpas por insultar todos os humanos e batatas. – Você deve prostrar-se diante de mim por bisbilhotar nossa conversa. Tigre levantou-se em silêncio do seu lugar e cuidadosamente se afastou para não chamar atenção. Ele caminhou até a porta próxima a Lim. – Bisbilhotar? Sua voz é estupidamente alta. – Se você acha que isso era alto, então você vive em um mundo realmente pequeno. Que lamentável. – Mesmo se eu viver em um mundo pequeno, eu tenho muitas coisas, ao contrário de você. – Ao invés de ter muitas coisas, você deve apressar-se e ganhar alguma altura e seios maiores. – Eu tenho apenas 16 anos. Ainda há espaço suficiente para crescimento. E quanto a você, Eleonora? Você está se esforçando para manter o mínimo de dignidade e cortesia? Você deve fazer o seu melhor a partir de agora antes que envelheça e morra. O som de ranger de dentes podia ser ouvido, embora fosse incerto de qual das Vanadis o som se originara. Tigre pediu ajuda para Lim, entretanto, Lim se encontrava na mesma situação que ele. – ...estas duas são sempre assim? – Tem sido assim desde que elas se conheceram. Elas trocam vários insultos e apontam suas Viralt uma para outra. Qualquer um pensaria que elas não pertencem ao mesmo país.

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Lança Maligna Da Morte

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– Entendo. Então, como vamos acalmá-las? – Embora eu saiba de alguém que possa acabar com isso, ela está muito longe. Nós só podemos esperar até que essas duas terminem. A expressão de Lim claramente demonstrava resignação e uma fadiga incomum. Tigre agitou seu cabelo vermelho e endureceu sua determinação. ...eu não tenho certeza do quão difícil será nossa relação com essa garota. Entretanto, ainda havia algo que ele queria perguntar a Ludmila. Tigre puxou uma cadeira para próximo dele, fazendo um ruído alto de propósito para chamar atenção. Aproveitando o momento, enquanto a guerra verbal entre as duas foi interrompida, Tigre ficou entre Ludmila e Elen. – Creio eu que ainda não me apresentei. Meu nome é Tigrevurmud Vorn. Embora sorrindo de forma desajeitada, ele estendeu sua mão para Ludmila. Ludmila olhou para a mão dele e logo depois o fitou nos olhos, como se estivesse avaliando Tigre. – Tigre. Essa mulher não é uma convidada. Não há necessidade de cumprimentá-la. Elen respondeu em tom desafiador. Tigre estava perturbado porque sua mão ainda estava diante dela. – ...eu suponho que sim. Eu certamente não sou uma convidada. Ela murmurou em uma voz tão baixa, que mesmo Tigre não conseguiu ouvir. Ludmila virou-se e, enquanto caminhava, disse sobre seu ombro. – Por favor, venha comigo, Conde Tigrevurmud Vorn. Embora Tigre e Lim estivessem surpresos pelas palavras dela, Elen foi a que reagiu mais violentamente. Ela levantou-se irritada de sua cadeira e a empurrou para longe. – O q... você, o quer você quer!?” Ludmila respondeu calmamente após ver o rosto de Elen ficar vermelho. – Eu vim aqui para encontrar este homem. Embora eu estivesse indo para Alsace, eu me lembrei da sua casa de campo e resolvi passar por aqui. – O que você deseja de minha pessoa? A cautela na voz de Tigre estava latente enquanto ele perguntava. – Nada de espetacular. Eu simplesmente quero conversar um pouco. Algo de errado?

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– Espere! Não foi Tigre, mas Elen que respondeu. Ela se aproximou de Tigre e pisou com força no chão antes de olhar para Ludmila. – Ele é meu. Eu decido o que ele faz. – O que? Você não foi contratada pelo Conde Vorn? Elen ficou sem palavras. Ela apertou o canto de sua boca enquanto pensava em algo para responder. Tigre a ajudou. – Nossa relação é baseada em igualdade. Estou tentando demonstrar meu respeito como seu contratante. Ludmila por enquanto havia aceito a resposta. Ela se virou em direção à Elen e sorriu agressivamente. – Você disse que só queria conversar, não é possível fazê-lo aqui? – Como Eleonora disse, eu não sou uma convidada. E também, eu gostaria de conversar à sós, se possível. Tigre olhou para Elen. Após ver Tigre e Ludmila com uma expressão azeda, Elen suspirou. – Vamos lá então. É um pouco antes do planejado, porém iremos para Rodnick. Eles partiram da residência a cavalo e foram em direção a uma encosta. Sob o céu limpo havia uma vasta campina. Elen e Lim iam na dianteira enquanto que Tigre e Ludmila seguiam a uma certa distância. Foi feito deste modo porque Elen e Ludmila claramente não queriam ficar próximas uma da outra. Era o trabalho de Lim acalmar Elen, deixando Tigre próximo da Vanadis de cabelo azul. – O que você gostaria de me perguntar? Tendo sido questionada sem rodeios, Ludmila ficou perdida em seus pensamentos antes de vira-se na direção de Tigre. – Eu quero saber o motivo de você estar enfrentando o Duque Thenardier. Tigre foi pego de surpresa. Ele olhou fixamente para o rosto de Ludmila involuntariamente; Ele não sabia como responder. Enquanto se moviam, Tigre explicou como o Duque Thenardier atacou Alsace. Quando Tigre os fez recuar, Zion foi morto no processo.

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– Eu acho que foi algo natural eu ter protegido Alsace, porém creio que Duque Thenardier não irá voltar atrás. – Você tem alguma chance de vencer? – Isso... eu não sei dizer. Tigre estava incerto. Mesmo com Elen, Mashas e Augre do seu lado, ele ainda duvidava do que aconteceria. – Eu não acho que seja possível você vencer Duque Thenardier. A paisagem mudou de forma enquanto eles se afastavam da residência. Ludmila continuou enquanto observava as costas de Elen. – Duque Thenardier possuí muitos aliados tanto dentro como fora do país. Eu sou um deles. – ...você trará seu exército para Brune como Elen? – Se eu julgar necessário. Ludmila ajeitou seu laço branco e logo continuou. – Entretanto, simplesmente guiar um exército não é a única forma de cooperação. Dinheiro, comida, equipamentos, informação... eu posso ajudar simplesmente enviando essas coisas. Mesmo declarações públicas que talvez possam influenciar opiniões. Você possui aliados como esses? Tigre não conseguiu responder. Embora ele não estivesse sozinho, a diferença em números era muito grande. Ludmila suspirou ostensivamente enquanto Tigre permaneceu em silêncio. Ela o fitou com desprezo em seus olhos. ...esses olhos. Eles eram a razão de Tigre não poder ter uma boa impressão da Vanadis de cabelo azul enquanto ela discutia com Elen. – Você olha para todo mundo desse modo? Embora Tigre tivesse tentado suprimir os sentimentos ofensivos de sua voz, eles ainda assim escaparam. Os olhos de Ludmila estreitaram, tingidos com hostilidade. – ...ainda que informalmente, essa é a primeira vez que um homem me insulta no nosso primeiro encontro. – Eu também nunca encontrei uma pessoa que negligenciou sua própria apresentação por tanto tempo.

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Tigre respondeu com uma piada enquanto ele fingia ignorância. Ele sentiu como se uma lança ou uma espada estivessem apontadas para seu peito. Tigre olhou de volta para Ludmila enquanto um suor frio umedecia a palma de sua mão. Após um tempo, Ludmila baixou sua cabeça em silêncio. – ...eu suponho que sim. É como você disse. Ludmila curvou-se pedindo desculpas, surpreendendo Tigre. Esta garota tinha mostrado uma atitude coerciva pela primeira vez desde que ela entrou na residência. Ela era agressiva e tratava os demais com desprezo. Ele achou que ela nunca iria desculpar-se. – Devo adverti-lo. Você não deve se referir a mim de forma tão baixa. Me chame de Lourie-sama. Ludmila sorriu levemente como se isso fosse algo natural. – ...é bom falar tão formalmente com alguém que pode se tornar um inimigo? – Você deve corrigir sua maneira de falar. A Vanadis com cabelo azul fez essa declaração para Tigre com um tom forte. Tigre sentiu uma forte pressão que tornava difícil falar enquanto ela fitava-o com suas pupilas de jaspe4 congelado. – Você é apenas um Conde desse país, e eu sou uma Vanadis. Sobre circunstâncias normais, você não seria permitido nem de andar a cavalo ao meu lado. Tigre não conseguia esconder seu constrangimento. Ele inclinou um pouco a cabeça e passou a mão pelo seu cabelo vermelho. Ainda que ele pensasse que ela não estava irritada, após pensar um pouco, ele sabia que ela estava correta. ...As Vanadis ajoelhavam-se apenas para o Rei, de acordo com a história. Aplicando esta regra ao Reino de Brune, as Vanadis seriam semelhantes aos nobres poderosos como Thenardier e Ganelon, e alguns indivíduos em posições proeminentes como o Primeiro Ministro, O Camareiro Chefe, e os Generais. Ela estava muito acima de um nobre como Tigre. ...Acho que estou muito acostumado com Elen. Elen era especial. Ele precisava se lembrar disso.

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É um mineral opaco, é uma variação criptocristalina do quartzo de coloração vermelha, amarela ou variada.

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Tigre, ao ver a expressão sincera de Ludmila, curvou-se obedientemente. – Desculpe-me; entretanto, você me permitiria chamá-la de Ludmila-sama? Para alguém de Brune, é muito mais fácil pronunciar. Ludmira não respondeu Tigre imediatamente e ficou olhando para as costas de Elen. Por um momento, havia um pouco de inveja e solidão em seu perfil. – ...então você chama Eleonora de Elen? Ao invés de estar perguntando a ele, ela estava murmurando para si mesma. – Eu vou permitir isso pois nossa associação será curta. A propósito, o que você queria falar sobre meus olhos? Tigre falava informalmente como antes, porém corrigiu-se rapidamente em pânico. – Você despreza os outros. Não era uma suposição. Ele tinha certeza. Tigre foi alvo desse olhar em incontáveis situações. Os nobres poderosos e seus filhos, Zion incluso, as mulheres da Realeza, e os Cavaleiros que desprezavam o arco. – Você consegue simplesmente sorrir e ser favorável para comidas mal preparadas pinturas terrivelmente mal pintadas? Ludmila falou como se estivesse se divertindo. – Então você acha natural desprezar e humilhar pessoas pobres? – ...sim, eu acho. Pelo menos, para aqueles que estão em alto nível. Ludmila desviou o olhar enquanto respondia. A Vanadis continuou a falar. – Conde Vorn. Eu já ouvi falar de você antes. Você é um indivíduo com pouca habilidade no manejo de armas. Antes, você estendeu sua mão para mim. Esse ato não é algo feito por aqueles que possuem o espírito da espada ou da lança. Ainda que sua habilidade com o arco seja boa, a espada e a lança é o que são valorizados. Sua habilidade não tem sentido em Brune. Tigre coçou sua cabeça em silêncio. Era verdade que ele havia vivido uma vida sem relação com a fama ou com os serviços militares. – Você não possui nada digno de menção. Dignidade, encanto, respeito, eu não vi nada em você. Embora Eleonora tenha se tornado sua alida... eu não consigo entender a razão. O que raios você disse para ela? Tigre finalmente entendeu. Essa Vanadis estava interessada nele.

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– Eu quero que você me empreste sua força. Foi tudo que eu disse. Pelo fato de não ser uma mentira, Tigre foi capaz de responder naturalmente. Aliás, como ele foi insultado, ele decidiu entrar um pouco na contraofensiva. – Mesmo se tivesse algo mais, você acha que eu diria para alguém que está prestes a se tornar minha inimiga? Isso é ainda mais certo para uma garota infantil que mal consegue tolerar um pequeno insulto e logo depois começa uma discursão na casa de outra pessoa. – ...você é bem habilidoso com suas palavras. Ludmila sorriu. Era algo como 10% elogio, e o restante sendo desprezo. Ela fitou Tigre com os olhos de alguém que é absolutamente superior. – A propósito, eu também tenho algo que gostaria de perguntar. Tigre contou sobre o bando de ladrões que eles derrotaram nas Montanhas Vosyes e mencionou que eles vestiam armaduras de Olmutz. – De acordo com Elen, você é a governadora de Olmutz. – Está querendo dizer que eu organizei os ladrões e os enviei? Ela o fitou de um modo diferente de antes. Seu corpo pequeno emitia uma raiva imensa. ...ela é bem temperamental. – Não, não quis dizer isso. Eu pensei que você saberia quem as vendeu, pois, as armaduras eram novas. – Isso é impossível. Ludmila respondeu em um acesso de raiva. – Embora gaste tempo e esforço, nós as fabricamos em grande quantidade. Ambos nobres e comerciantes as compram, como também o povo de outros países como Brune e Muozinel, e até terras distantes como Sachstein e Asvarre. Não pense que estamos no mesmo patamar de Alsace. As palavras dela foram efetivas, silenciando Tigre por completo. Logo depois, Tigre e os outros chegaram em Rodnick. Rodnick, ao invés de uma cidade, passava a impressão de ser uma enorme vila. Não havia nada ao redor da cidade ao invés de florestas, e era distante das estradas principais. Embora um rio cruzasse o centro da cidade, nada parecia fora do comum. O muro que cercava a cidade era feito de pedras empilhadas até a altura da cintura, e a cerca consistia simplesmente de toras de madeira.

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O solo era duro e não possuía nenhuma erva. Pedrinhas estavam espalhadas sobre a rua como em qualquer outra. As casas eram simples, com paredes feitas de madeira com acabamento de gesso e telhados de palha. Ainda que houvesse algumas tendas ao longo da rua, era possível contá-las nos dedos. – Este lugar não tem nada. – Se você pensa assim, então saia. Eu terei prazer em te levar até a saída. Ludmila murmurou sua impressão com um sentimento de tédio. Elen respondeu, claramente demonstrando sua irritação. ...é realmente como Ludmila disse, porém ele não parece pobre ou abandonado. – Existe alguma atração nessa cidade? Deixando as duas Vanadis de lado, Tigre perguntou para Lim. – Por que você acha isso? – Eu não entendo como as pessoas conseguem o suficiente para comer. Há poucos campos nos arredores, e as estradas estão muito distantes, então eles não devem ter muitos comércios. As donas de casa se divertiam enquanto conversavam nas barracas, e os sorrisos das crianças correndo entre as casas eram brilhantes e despreocupados. Homens jogavam xadrez no jardim, e, ainda que antiquado, havia muitas crianças de joelhos, escutando os mais velhos contando histórias. Embora não fosse algo chamativo, todos pareciam felizes. Era uma atmosfera que Tigre apreciava. – Você fez muito bem em perceber, Tigre. Como esperado do meu parceiro, diferente de uma certa Vanadis. Ouvindo as palavras de Tigre, Elen virou-se e sorriu alegremente. – Há uma fonte termal aqui. É por isso que eu te trouxe aqui. – Geralmente fontes termais não se encontram no coração das montanhas? Cervos e macacos geralmente são vistos... Lim olhou para Tigre com espanto e o corrigiu. – Elas não são necessariamente limitadas ao coração das montanhas. – Nessa cidade, eles estavam cavando um poço, porém acharam uma fonte termal ao invés disso. É logo ali.

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Elen apontou para um prédio ao longe. Tinha aproximadamente o mesmo tamanho da casa de campo de Elen, embora fosse duas vezes mais largo. O telhado era plano, se destacando particularmente do resto dos telhados na cidade. – É um banho público. Possuí três áreas, cada uma com um duto que permite a água quente fluir. E também... Naquele momento, as palavras de Elen foram interrompidas enquanto ela fitava uma barraca na rua. O cheiro esgueirou-se pelo o nariz de Tigre; era uma barraca que vendia mingau de aveia. ...é mesmo, nós ainda não comemos nada, e já é bem tarde. – Devemos fazer uma pausa para comer? Elen parecia ter problemas para fazer o pedido, então Tigre falou por ela. Tigre também estava com fome. – Tudo bem então. Vamos comer um pouco. Embora Elen tenha concordado enquanto sorria como uma criança, Ludmila sentindo-se incômoda e falou enquanto olhava para Elen. – Não há necessidade. Como uma Vanadis, eu não vou comer em uma barraca de rua... além do mais, eu não estou com fome. Enquanto ela falava, o estômago de Ludmila emitiu um som. Ainda que baixo, tanto Tigre, Elen, e Lim perceberam. Lim desviou o olhar fingindo não ter ouvido; entretanto, Elen estava claramente segurando suas risadas. Ela olhou para Ludmila com uma expressão extremamente alegre. – Entendo. A grande Vanadis Ludmila-sama não pode comer mingau de aveia em uma barraca de rua. Após isso, Elen rapidamente foi até a barraca e pagou com várias moedas de cobre. Ela retornou calmamente com um prato de madeira cheio de mingau. Devido a algumas ervas, o mingau tinha um aroma refrescante que estimulava Tigre. Elen propositalmente ficou diante de Ludmila e lentamente levou o mingau para sua boca com a colher de madeira. ...tão infantil... Tigre deu essa impressão para ambas Elen e Ludmila. Enquanto ele pensava se deveria separar as duas, Ludmila estreitou seus olhos e franziu sua testa. Seu rosto estava pálido de raiva. Sem se mover, ela fechou seu punho com força e encarou Elen.

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– Eleonora-sama. Embora Lim tenha advertido Elen, ela não se importou de ouvir. Ele se lembrou da sua conversa na mansão. Embora ele entendesse que Elen não gostava de Ludmila, agora parecia um pouco exagerado. – ...meu estômago ainda está vazio. Eu posso comprar mais? Quando ele perguntou para Lim, Elen concordou. Tigre caminhou até a barraca e pediu duas porções para Lim e ele. – Estou com muita fome. Você se importa de me dar um pouco mais? Tigre perguntou ao homem enquanto entregava-lhe algumas moedas de cobre. O mingau incluía carne, nozes, e muitas ervas aromáticas, o que estimulava muito o apetite. Devido ao modo como foi temperado, junto com sua fome, ele pensou que poderia comer bastante. Tigre pegou o prato e caminhou de volta para Elen e os outros. Felizmente, ainda não havia começado uma briga. Tigre mostrou o prato de madeira cheio de mingau para Ludmira. – Se você quiser, você gostaria de comer um pouco? Talvez por eu ser homem, acho que ele colocou demais no meu. Se ele não fizesse dessa maneira, a garota provavelmente não iria comer. Embora ele não tivesse obrigação, Tigre queria evitar uma atmosfera perigosa. Ainda que surpreso pela obstinação infantil de Ludmila, ele achou um pouco agradável. – ...se esse é o caso, eu irei aceitar. Ludmila timidamente estendeu sua mão e pegou o prato de madeira. Ela soprou o mingau para esfriá-lo um pouco. – ...nada mal. – Fico feliz. – Vou me lembrar disso, Conde Vorn. Não havia zombaria no que ela havia dito. Ludmila olhou para Tigre com um pequeno, porém inocente sorriso. – Na próxima vez, eu irei convidá-lo para um chá. Imediatamente após ela agradecê-lo, ele suspirou aliviado em sua mente. Elen repentinamente agarrou a gola de Tigre e o arrastou após entregar seu mingau para Lim.

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– Por que você fez isso? – Essa é minha fala. Elen encarou Tigre com uma expressão mal-humorada. Ele retornou com um olhar agressivo. – Uma coisa é se vocês fossem amigas, porém vocês claramente não são. Como eu poderia assistir a isso? – Você pertence a mim. Mesmo assim... Elen estava elevando seu tom de voz quando notou uma mãe junto de sua criança passando. Ela podia ouvir as pessoas falando sobre eles como se estivessem tendo uma briga de casal. O rosto de Elen ficou vermelho, enquanto ela olhava pra baixo em silêncio. Embora Tigre também tivesse ouvido, ele recitou o nome do Panteão de Deuses em sua mente e desesperadamente tentou se acalmar. – ...ei, Elen. Pelo fato de Tigre ter dito em tom suave, Elen se acalmou. – Eu entendo que existem pessoas as quais você não pode gostar; é o mesmo comigo. Mas se você continuar com isso, você só vai forçar-se a sim mesma e ficar cansada. Elen fitou Tigre com olhos pensativos. – ...você está me dizendo que eu devo crescer? – Apenas relaxe um pouco. É melhor passar mais tempo sorrindo do que se irritando. Se você continuar desse jeito, você só ficará careca mais rápido. Elen não ligou para a piada sem graça. Mesmo ela ainda estando frustrada, a irritação que irradiava de seu corpo foi diminuindo aos poucos. – ...eu entendi. Logo depois, Elen disse essas palavras junto de um suspiro. Ela eventualmente sorriu brilhantemente da maneira como Tigre estava acostumado a ver. – Você está certo. Eu acho que é melhor passar mais tempo sorrindo. Eu prefiro não me incomodar com Ludmila, e não é bom dar preocupações desnecessárias para Lim e você. E também... Elen se aproximou e levemente acertou o nariz de Tigre, embora tivesse sido tão leve que ele não havia sentido dor, Tigre piscou confuso, pelo fato dele não haver entendido o ato de Elen. Ela encarou ele com uma mistura de constrangimento e afeto; Era um semblante complicado.

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– ...como eu pensei, eu não consigo aceitar o fato de você ter dado mingau para aquela mulher. Ao menos deixe-me fazer isso como compensação.

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Tigre ficou surpreso quando eles passaram pela entrada da casa de banhos. Não era uma simples casa de banhos; havia uma taverna e um hotel dentro também. Os convidados se divertiam jogando cartas e xadrez nos vários quartos espaçosos, e haviam outros que ficavam conversando no bar após sair da água quente. Havia barracas com espetos de carne, cogumelos, ervas e outras que vendiam água mineral em pequenas garrafas. Tudo estava transbordando vigor, calor e entusiasmo. Tigre olhou em volta muito surpreso; Elen caminhava orgulhosamente enquanto falava. – Parece que uma Vanadis de muitas gerações atrás gostava das fontes termais desse lugar. Ela os isentou de impostos, desde que mantivessem a casa de banhos, embora os impostos não fossem tão altos para começo de história. – Seria possível que ela tenha construído uma residência aqui para que ela pudesse chegar facilmente a essa cidade? Ludmila questionou Elen, incapaz de esconder sua admiração. – Pelo fato da Vanadis ter construído aqui, eu creio que sim. Bem, isso não seria motivo suficiente. Ela provavelmente à usava para inspecionar a região das Montanhas Vosyes também. Lim terminou de fazer as reservas no hotel. Para evitar brigas desnecessárias, ela reservou três quartos; um para Tigre, um para Elen e ela mesma, e um para Ludmila. O quarto era pequeno e tinha uma pequena janela na parede junto com uma cama, o piso era bem limpo, da mesma forma os lençóis e toalhas. Assim que ele se instalou no quarto, Tigre adiou sua refeição e a ida para o banho. Tigre primeiro fez a manutenção do seu arco, ainda que, pelo fato do mesmo estar pronto para ser usado em qualquer ocasião, ele não fez muita coisa. Ele limpou a poeira com um pano e logo depois passou resina com suas mãos. Logo depois, ele examinou cuidadosamente sua armadura e sapatos de couro. Elen bateu na porta logo depois dele terminar seu trabalho.

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– Você ainda não foi para o banho? O rosto de Elen estava corando estranhamente enquanto ela falava. Ela era um pouco grande para a roupa que ela usava. Pelo fato de não ter mangas, seus seios fartos ficavam facilmente expostos. Seu cabelo prateado ainda estava molhado, e um cheiro misterioso exalava do seu corpo. Ele ficou perturbado pensando em para onde deveria olhar.

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– Eu vou te mostrar o local. Existem três casas de banho, uma delas é reservada para as Vanadis. Assim podemos usá-la a qualquer momento. Tigre desviou o olhar enquanto fingia se concentrar no seu arco; entretanto, ela havia percebido suas ações. – Você claramente viu tudo lá no Palácio Imperial. Não há necessidade de ficar tímido agora. Elen sorriu enquanto brincava com a orla da sua roupa. Tigre soltou um pequeno suspiro e se recompôs antes de sair do quarto. Ele caminhou seguindo as instruções de Elen, então ele chegou bem rápido ao local. Havia um quarto pouco iluminado antes da banheira com cestos de palha, usado para vestir-se. ...acho que a estrutura é a mesma para as outras casas também. Ele tirou suas roupas e as pôs em um dos cestos. Tigre empurrou a porta aberta. Ele involuntariamente soltou um suspiro. Era realmente esplêndido. Um vapor espesso envolvia o local, que era alinhado com tijolos de mármore coloridos. Pedras pavimentavam o piso sem um único espaço entre elas, como uma estrada. Ao longo de uma das paredes havia uma imagem de um enorme dragão negro. Ele parecia representar as Vanadis. Porém, Tigre mal podia vê-lo. Havia uma garota na água. Era Ludmila. Ela estava totalmente despida. Sua pele clara estava levemente vermelha e a água quente pingava do seu cabelo azul. Tigre era incapaz de desviar o olhar do seu corpo devido a sua perplexidade. Enquanto Ludmila estava imóvel, como se ela fosse feita de pedra, ela logo se recuperou e pegou sua lança no chão. Diminuindo a distância em um instante, ela colocou a lança diante do rosto de Tigre. – ...eu não acho que as pessoas trazem armas para o banho. Essas foram as palavras que finalmente haviam saído da boca de Tigre. Embora ele tentasse desviar o olhar do corpo nu de Ludmila, a lança dela se aproximava mais, prevenindo-o de fazê-lo. Ele fechou os olhos, porém a cena que ele viu um momento atrás foi queimada nas suas pálpebras. – Ei, você devia de cobrir. Não te deixa envergonhada? – Você sente vergonha de ser visto por um gato ou cachorro?

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Foi uma resposta rápida. Sua voz estava cheia de raiva. Tigre não pôde contestar; se ele abrisse os olhos nesse momento, ele iria ver que os olhos dela tremiam de raiva, e sua lança de constrangimento. ...é mesmo, Elen mantinha a Silver Flash próxima enquanto se banhava. As Vanadis sempre tinham às Viralt ao seu alcance. – ...dado como você está, parece que você não veio para me desonrar. – Foi um acidente. Foi minha culpa não ter verificado se tinha alguém aqui. – Sua forma de falar. – Me desculpe. Logo depois, o ar balançou e um objeto duro acertou a cabeça de Tigre. Ele levou as mãos à cabeça em resposta a dor. Pelo fato dos olhos de Tigre estarem fechados, ele estava indefeso; ele caiu no chão em agonia. Ludmila soltou um suspiro e rapidamente saiu da sala. Tigre finalmente abriu seus olhos quando ele ouviu a porta se fechando rapidamente atrás dele. Lágrimas caíam de seus olhos enquanto ele se levantava com sua mão na cabeça. Ele olhou para seu corpo sem nenhuma peça de roupa. – Visto por um gato ou cachorro, isso é... Foi muito difícil para Tigre ter sido tratado dessa maneira. A propósito, mais tarde for descoberto que esse encontro foi armado por Elen. Foi por causa de sua travessura que ela pediu para Tigre ir para o banho imediatamente

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Na manhã seguinte, Tigre e os outros partiram de Rodnick e seguiram para a estrada principal. Eles chegariam a estrada para o Palácio Imperial antes do meio-dia. O céu estava escuro, coberto por grossas nuvens cinzas, anunciando a chegada da chuva. Enquanto Tigre e os outros seguiam em seus cavalos, a atmosfera permanecia quieta. Ludmila permaneceu silenciosa enquanto encarava Tigre, que não podia fazer nada além de aguenta a situação; enquanto isso, Elen simplesmente ria observando os dois. Embora Lim olhasse para Tigre de modo empático, ela não conseguia apagar os traços de choque e desprezo em seus olhos.

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De todo modo, todos sabiam que foi uma situação planejada por Elen. O caminho da floresta havia terminado enquanto uma vasta planície propagava-se diante deles. Eles seguiram por uma pequena via que certamente daria nas estradas principais. – Você... Quando eles alcançaram o bosque, Elen perguntou a Ludmira. – Você disse que veio ver que tipo de homem Tigre era. Você conseguiu atingir seu objetivo? A floresta começou a ficar mais densa, e os espinhos das árvores ciprestes permaneciam mesmo no inverno. O ar estava úmido, fazendo com que a floresta parecesse mais escura. A estrada era estreita e acidentada, o que aumentou ainda mais qualquer sensação de desconforto. – Sim. Eu o compreendo muito bem. Ludmira respondeu de modo seco junto de um tom pouco amigável. – Ele é um homem inútil que tem um pouco de habilidade com suas palavras. Eu não entendo por que você está com esse homem... porém eu suponho que um cão irá acompanhar um cão, e um gato irá atrás de um gato. Nesse caso, ele se encaixa perfeitamente. Ludmila olhou por cima do ombro em direção a Tigre, como se estivesse olhando para um monte de terra. Tigre percebeu seu olhar, porém evitou responder ao ato. Ainda que tenha sido de acordo com o plano de Elen, foi por seu descuido que ela tinha sido vista. – ...tudo bem. Eu entendo. Elen começou a rir. Vendo isso, Ludmila franziu as sobrancelhas em irritação. – Eu não me recordo de ter dito algo digno de risos. – Não, você disse algo realmente engraçado agora. Parece que seus olhos não são bons o suficiente, se você não consegue ver o valor de Tigre. – Achei que o dia em que eu teria pena de você nunca chegaria. Ludmila não conseguia mais encontrar palavras enquanto balançava sua cabeça. As palavras dela eram em parte sarcásticas, sendo o resto dos seus sentimentos reais de admiração. No outro lado, enquanto Elen tentou retornar a sua postura anterior, seu sorriso rapidamente desapareceu após falar. Sua expressão tornou-se séria enquanto ela puxava as rédeas. Era difícil dizer se seus instintos ou o alerta de Arifal foi mais rápido.

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Ludmila também percebeu, um pouco depois de Elen. Tigre e Lim, atrás delas, também perceberam. Eles estavam cercados por árvores, e não havia sombras nas proximidades. Embora a estrada fosse reta e desse para ver ao longe, eles não encontraram mascates, viajantes, ou um único caçador. Entretanto, havia sinais. Eles cuidadosamente os abordaram como feras que tinham encontrado sua presa, escondendo-se nas árvores sobre o manto de escuridão. – ...estamos cercados. – Assassinos. Elen murmurou para si mesma calmamente enquanto Lim endureceu seu semblante. Ao passo que Tigre e Lim não conseguiam esconder sua ansiedade, Elen e Ludmila calmamente aprontaram suas armas. Talvez elas estivessem acostumadas com isso como Vanadis. – É um pouco tarde para ladrões estarem por aqui. Gostaria de saber de quem eles estão atrás. – Poderia ser eu ou você, certo? Ludmila perguntou como se fosse algo natural. Elen simplesmente sorriu enquanto concordava. – Tigre também é um alvo digno agora. Se Tigre morrer, Duque Thenardier saltaria de alegria, porque eu deixaria Brune. – Eu prefiro que você não diga isso tão facilmente. Tigre expressou seu desgosto enquanto preparava uma flecha no arco. Ainda que ele não quisesse acreditar, ele pensou na possibilidade de Duque Thenardier. ...o que eu devo fazer? O inimigo pode atacar enquanto esconde sua identidade. Eu não terei escolha se não usar os cavalos como escudo. – Devemos retornar, Eleonora-sama? – Nessa estrada estreita e acidentada? Eles definitivamente nos alcançarão, entretanto... Elen olhou para frente, logo depois encarou Tigre. – Me passe uma flecha. Incapaz de entender sua intenção, Tigre entregou-lhe uma flecha do alforje em sua cela. Elen jogou ela no ar. A flecha girava enquanto cortava o ar. De repente, ela caiu no chão dividida em duas, fazendo um som seco. – ...como eu pensei.

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– O que foi isso? Tigre não conseguiu entender o que se passou diante dos seus olhos. Elen respondeu com uma expressão desagradável. – Fios de aço. Se estiver no solo, vai cortar o seu pé. Se estiver alto, cortará seu pescoço. Com certeza há mais de um. – Entendo. Ludmila respondeu admirada. – Esse grupo seguiu na nossa frente e esperou nossa chegada. – Eles provavelmente prepararam tudo com antecedência e iriam aproveitar a armadilha no momento que nós os seguíssemos. Eles devem ter explorado um pouco esse local. Elen olhou para a estrada estreita ao qual vários fios de aço estavam espalhados. – Eleonora. Use sua Veda5 e mande-os para longe. – Se o solo for destruído, nossos cavalos não irão se mover adiante, e as árvores ao redor seriam atingidas também. Tigre virou-se para Lim, quando ouviu uma palavra que não estava acostumado a ouvir. – Lorde Tigrevurmud, você se lembra de quando Eleonora-sama abateu o Suro? Eu não vi, porém Eleonora-sama não usou de meios normais para derrotar o Dragão. – Ah, é verdade, ela conseguiu quando usou o Ley Admos6... – Esse é o nome de sua Veda. Tigre agradeceu Lim e foi chamado por Elen. – Tigre. Alguma ideia? Parece que esta mulher idiota não quer fazer nada problemático por ela mesma. – Não fale mentiras. Eu simplesmente disse que você deveria usar seu poder primeiro. Tigre sentiu admiração ao ver as duas Vanadis encarando uma à outra enquanto ignoravam os assassinos nas redondezas. Ele não conseguia entender como elas conseguiam ficar tão calmas. ...elas estão tão acostumadas assim?

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Arte Dracônica Corte o vento

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Tigre olhou para a estrada onde a presença era mais forte enquanto ele pensava que os esforços deles eram inúteis. Ele olhou para o céu coberto de nuvens e tirou um pequeno cantil de sua sela. Quando ele abriu o cantil, ele derramou a água que estava dentro diante dele. O som de água caindo no chão acompanhou a mancha negra que havia se formado onde a água caiu. No ar, várias gotas de água flutuavam, desenhando várias linhas enquanto a água se prendia aos fios de aço. Elen e Lim olharam para ele admiradas, e até Ludmila não conseguiu esconder sua surpresa. – Se tem luz, fica mais fácil ver desse jeito... a propósito, haveria alguma armadilha se nós os cortássemos? – Duvido que eles tiveram tempo para isso. Nós partimos de Rodnick hoje, mas eles precisariam saber exatamente por onde nós estaríamos indo. Quando Elen terminou de falar, folhas balançaram nas proximidades; não foi o vento. Tigre percebeu, jogou fora o cantil, e imediatamente armou seu arco. Entretanto, ele não conseguiu colocar a flecha a tempo. Seu instinto, ou talvez algo próximo de intuição, avisou Tigre de um perigo silencioso. Ele retirou os pés dos estribos, tomando uma posição defensiva, e pulou de seu cavalo. Imediatamente depois, uma flecha veio das profundezas da floresta com uma enorme velocidade, perfurando um tronco de árvore atrás de Tigre. Se ele demorasse mais para pular ou não tivesse se abaixado, teria ido diretamente no seu peito. ...ainda tem mais... Nos arbustos que Tigre havia mirado antes, um pequeno vulto saltou para fora. Ele era pequeno como uma criança, porém seu rosto era o de um homem adulto. O homem segurava um cilindro entre seus dedos finos, ele pôs sua ponta em direção à Tigre. Uma agulha saiu de dentro dele. Tigre não pôde evitá-la, pois seu corpo ainda não estava pronto para se mover. Naquele momento, como se deslizasse ao longo do chão, uma rajada de vento passou por ele. A ponta da agulha foi em outra direção e caiu no chão. Quando o homem puxou uma nova agulha, Tigre colocou a flecha no arco e atirou da mesma distância de antes. A flecha atravessou a cabeça do homem e atingiu uma árvore no outro lado. – Muito bom.

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Elen sorriu para Tigre montada em seu cavalo com sua espada, a Silver Flash, em sua mão. Ela tinha afastado a agulha que ele não pôde evitar. – Acalme-se. Você não precisa se preocupar com flechas ou agulhas nos atingindo enquanto estivermos aqui. – Você me salvou. Guarde as piadas para depois. Ludmila olhou para o cadáver do assassino com indiferença e balançou a cabeça convicta. – Esses homens são os Sherash7. – Sherash? Lim perguntou como um papagaio. Ludmila respondeu como se fosse algo de pouca importância. – Eles são um notório grupo de sete assassinos. É minha primeira vez encontrando eles. Ludmila apontou sua lança em direção ao cadáver. Ela apontou para uma tatuagem na forma de corrente no braço esquerdo do corpo. – Essa tatuagem é a prova de sua identidade. – Você parece conhecer muitas coisas. Ambos Tigre e Elen olharam para Ludmila admirados. Ao invés de ostentar, Ludmila respondeu como se estivesse desanimada. – É natural. Eu possuo conhecimento acumulado de geração em geração da família Lourie. Eu sou diferente de uma Vanadis que acabou de sair da fazenda. Embora Elen estivesse claramente ofendida, ela não replicou. Ela deu alguns passos com seu cavalo em direção a Tigre, que havia acabado de se levantar, com a intenção de protegê-lo. Lim moveu seu cavalo do mesmo modo para proteger Elen. O ar agitou-se novamente com o movimento nos arbustos. Tigre e os outros aprontaram suas armas novamente. De repente, uma sombra caiu dos galhos das árvores que estavam próximas a Lim. Era a parte superior de um homem virado de ponta cabeça, segurando-se nos galhos com seus pés. Ele havia se escondido ali esperando sua chance. O assassino aproximou-se de Lim a uma enorme velocidade e tentou golpeá-la com uma adaga; era uma lamina imbuída em veneno que poderia facilmente tirar sua vida com um arranhão.

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Sete Correntes

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Lim permaneceu calma e cortou o pescoço do homem com sua espada. Sangue jorrou de sua ferida e o assassino caiu no chão. Lim aproximou-se para confirmar sua morte. Nesse momento, sua ação foi interrompida. Uma serpente caiu dos galhos dando o bote em Lim. Era um ataque em dois estágios. Lim falhou em evitar a serpente. – Lim! Elen gritou; seu rosto estava pálido. Ela moveu-se por instinto e cortou a serpente com a Silver Flash. Uma lâmina de vento foi liberada de sua espada e a cabeça da serpente foi claramente dividida em duas. – Como você está!? Tigre e Elen correram em direção a Lim. Ela abriu sua boca tentando falar, porém ela não conseguiu falar nada. Tigre a pegou em seus braços quando ela caiu do cavalo. – O que houve!? Não houve resposta. O rosto de Lim estava vermelho de febre, e havia suor em sua testa. ...será veneno? Tigre olhou para o resto da serpente e confirmou sua espécie através das escamas. Ele virou-se e examinou Lim, entretanto ele não conseguiu encontrar nada em seu rosto ou braços. Dois buracos pequenos estavam alinhados sobre seu seio direito. – Tigre! O que aconteceu!? O que há de errado com Lim!? A expressão e o tom de voz de Elen deixava claro que ela estava à beira das lágrimas, mas Tigre não olhou para ela; ele não tinha tempo. Ele calmamente deitou Lim sobre o chão e rasgou a roupa dela. Seus fartos, montes duplos saltaram com o impulso. Ele colocou sua boca sobre a ferida no seio direito e começou a chupar fortemente. Ele cuspiu o sangue que estava acumulado sobre a ferida. – ...! Um gemido quente saiu da boca de Lim conforme ela ficava incapaz de suportar a situação. ...foi sorte eu saber qual a espécie daquela serpente. Muitos anos atrás, ele foi ensinado como se deve tratar tais ferimentos por Bertrand enquanto caçavam nas montanhas.

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...se nós retornarmos rapidamente para Rodnick, nós podemos cuidar dela de forma adequada. Enquanto ele pensava, mais dois sons entraram no ouvido de Tigre. Ele sentiu um frio na espinha. Quatro sombras dançaram através do ar acima dele. Os assassinos escondidos moveram-se simultaneamente. Era impossível que Lim ou ele se movesse, Elen reagiu, porém ela foi lenta. ...nesse lugar...! Naquele momento, pernas pequenas se aproximaram de Tigre. Era Ludmila. Os assassinos não à atacaram, porém, a Vanadis de cabelo azul não estava nem um pouco chateada. – ...Lavias. Era o nome de sua lança. Quando ela girou a lança em sua mão, ela cresceu até o tamanho de Ludmila. – ...Shero Zam Kafa8. Sua voz clara e fria, parecendo gelo sem impurezas, ecoou pela floresta. Ludmila perfurou o chão com a ponta de sua lança. Uma luz branca envolta em um ar gelado foi emitida a partir da ponta da lança enquanto vários cristais eram formados perto de Ludmila. O ar frio entrou em erupção. Tigre, que havia testemunhado tudo, não podia esconder seu espanto. Cristais congelados cercaram Ludmila, como se fossem para protegê-la. Várias lanças de gelo foram erigidas. Era um poder violento; parecia um monstro enorme com várias presas alinhadas através de sua mandíbula. Os espinhos de gelo evitaram Tigre enquanto cortava as árvores ao redor e subia em direção ao céu. Os assassinos foram incapazes de escapar. Seus corpos foram perfurados pelas lanças de gelo, e seus corpos foram tingidos de vermelho. A cabeça de um deles foi esmagada, o matando instantaneamente, havia outro que gritava de dor pois o veneno que ele possuía respingou sobre ele; porém, não demorou muito pois sua mão congelou e foi despedaçada.

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Congele os Céus

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Após confirmar que os assassinos não estavam mais respirando, Ludmila removeu sua lança do chão coberto de gelo. Ela girou sua lança uma vez e acertou o chão levemente. O gelo desapareceu enquanto emitia um som de vidro sendo quebrado. O gelo derreteu no ar enquanto espalhava pequenos cristais. – ...estou desapontada. O cabo da lança havia diminuído. Ludmila vomitou palavras hostis contra Elen, seus olhos como sempre estavam cheios de raiva e desprezo. – Ficar desse jeito por causa de um simples vassalo. Eleonora, você não está qualificada para ser uma Vanadis. Você deve deixar Arifal de lado antes que traga desgraças para seu povo. Após expelir essas palavras, Ludmila montou em seu cavalo sem olhar para Elen. Tigre estava espantado e estava com problemas para falar, porém ele finalmente conseguiu chamar Ludmila. Ludmila virou sua cabeça em direção à Tigre. – Obrigado. Pela ajuda. A Vanadis com a lança de gelo não respondeu. Seu olhar se virou de Tigre para Elen. A atmosfera fria foi espalhada através da estrada. Tigre viu ela ir embora e olhou de volta para Lim. Seus seios abundantes balançavam por causa de sua respiração forte. Afinal, Tigre havia ponderado sobre o que ele acabou de fazer. A pele dela estava levemente coberta de suor, e seu seio direito estava vermelho onde Tigre havia chupado o veneno. Ele havia rasgado a roupa dela. Após cobri-la, Ele se virou para Elen pedindo desculpas. A Vanadis de cabelo prateado baixou a espada em sua mão e começou a encarar Tigre. – Qual a condição dela? – Como Lim é forte, ela ficará bem. Pelo que posso me lembrar, apenas idosos e os doentes morrem por causa do veneno dessa serpente. Se retornarmos para Rodnick, nós podemos cuidar dela de forma adequada. Os ingredientes para o remédio podem ser encontrados em qualquer lugar. Tigre disse encorajando Elen. Não era mentira o fato de que só idosos e doente morrerem pelo veneno da serpente, porém não teria como saber se Lim sobreviveria ou não. Ele não sabia dizer se os assassinos haviam modificado a serpente. Tranquilizada por Tigre, o rosto tenso de Elen se acalmou.

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– Eu entendo. Tigre, você vai para Rodnick a procura por um médico. Eu levarei Lim no meu cavalo e o alcançarei.

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Quando Lim acordou, dois dias haviam se passado. O sol brilhava através da janela, e os pássaros estavam cantando. Por um momento, ela olhou para o teto inexpressiva. Ela repentinamente sentiu um peso ao redor de sua barriga e olhou para baixo. Era o cabelo vermelho que ela estava acostumada a ver. Ele parecia estar dormindo, pois, sua respiração podia ser ouvida. Lim tentou afastá-lo por reflexo, porém ela parou para confirmar a situação. Ela estava em um quarto espaçoso, com uma mesa, uma cadeira e a cama que ela estava. – Rodnick? Era muito recente para esquecer. Lim procurou em sua memória. Tudo apagou depois que ela matou o assassino e viu a cobra. Nesse momento, a porta se abriu e uma garota de cabelo prateado até a cintura sorria brilhantemente enquanto fitava Lim. – Você acordou, Lim. – Eleonora-sama. Lim começou a se levantar, porém Elen balançou a cabeça e ela parou. – Lim, nós não estamos no Palácio Imperial. Somos apenas nós duas; me chame de Elen como você fazia nos velhos tempos. – Isso é algo que eu não posso fazer. Ela sorriu, porém, havia rejeição em seus olhos. Lim prosseguiu. – Embora eu tenha dito antes, eu sou a pessoa mais íntima de você, Eleonora-sama. Eu não posso simplesmente usar seu apelido em tais ocasiões. – Graças a isso, ele é o único além das Vanadis que me chama por Elen. Elen sorria enquanto se virava para Tigre.

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– Mesmo que você diga algo, para chamar Eleonora-sama por seu apelido, como um prisioneiro de guerra é realmente surpreendente. As duas sorriram enquanto olhavam uma para outra. – ...como está seu corpo? – Eu estou um pouco cansada, porém não deve haver nenhum problema. – Entendo. Você deve agradecer ao dorminhoco aí. Ele fez os primeiros socorros quando você caiu. Elen explicou as circunstâncias enquanto ela olhava para Tigre com os braços cruzados. Após derrotar os assassinos, Tigre e Elen rapidamente retornaram para Rodnick. Os dois carregaram Lim para a cama e fizeram turnos para aplicar o antídoto de acordo com as orientações do médico e da enfermeira. – No começo eu pensei que você ficaria bem, mas o médico disse que você poderia ter uma piora. Eu fiquei realmente preocupada. Para não acordar Tigre, Elen sentou-se silenciosamente diante de Lim e estendeu sua mão gentilmente. Lim percebeu as olheiras nos olhos dela. – Eu estou realmente aliviada por você estar viva. – Me desculpe. Mesmo eu sendo sua guarda, eu caí tão facilmente. – Do que você está falando? Você fez o que foi preciso. Elen riu e levemente tocou a testa de Lim com seus dedos. Lim também sorriu. ...muito obrigado. Lim pôs sua mão direita nos seus peitos e silenciosamente alegrou-se por ter sobrevivido. Ela ainda podia servir Elen, ela ainda podia ajudá-la. Ela estava feliz. – E os assassinos? – Um escapou. Como os Sherash atuam em um grupo de sete, eles não foram completamente aniquilados, então precisamos permanecer em alerta. Lim franziu a testa e tocou no ferimento. Havia ervas nele, cobertas por um pano limpo, porém havia algo que ainda à estava preocupando. – Eleonora-sama. Você disse que Lorde Tigrevurmud fez os primeiros socorros? – Sim. Eu disse. A voz de Lim tremeu.

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– Sobre isso... que método ele usou? – Ele sugou o veneno do ferimento. Lim percebeu a natureza alegre da voz de Elen. O rosto dela ficou vermelho e quente. Embora ela tenha deixado de lado a razão e instintivamente tentado acertar a cabeça de Tigre, ela conseguiu parar antes de acertá-lo. – Eu direi isso em defesa dele. Ele estava desesperado em ajudá-la naquele momento; ele não tinha segundas intenções. Se for para bater em alguém, eu deveria ser essa pessoa. A mão que Lim havia parado foi puxada para o peito de Elen. – Quando você caiu, eu só pude ficar imóvel. Eu não consegui pensar ou fazer nada, como uma criança. – Mas você foi quem me trouxe aqui, Eleonora-sama. Elen fitou Lim de um modo melancólico, como se ela tivesse algo mais para dizer, porém, tudo que saiu da boca da Vanadis de cabelo prateado foram seu agradecimento. Ela silenciosamente agarrou as mãos de Lim e deixou seu coração mergulhar no calor de sua vida. Elen relutantemente a deixou e se levantou. – Nós voltaremos novamente. Nós temos que partir para o Palácio ainda hoje. Elen estava com seu semblante vigoroso e destemido, o rosto de uma Vanadis, uma vez mais enquanto falava. Lim concordou e olhou para a cabeça de Tigre. – Se possível, eu gostaria de deixar Tigre descansando um pouco, pois ele provavelmente está cansado. Elen sorriu ironicamente; Lim balançou a cabeça concordando. Porém eles não tinham tempo a perder. Após pensar um pouco, Lim decidiu acordá-lo o mais gentilmente possível. Ela pôs seus dedos entre os cabelos vermelhos de Tigre e tentou balançar para acordá-lo. – Lorde Tigrevurmud. Por favor, acorde. Entretanto, Tigre suspirou silenciosamente e violentamente empurrou a mão de Lim. Sua mão moveu-se adiante e pegou os seios de Lim. Embora inconsciente, ele estava massageando-a com bastante vigor. Tigre então foi acordado por um tapa violento.

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