Intervenção Psicopedagógica Psicopedagoga Esp. Joana Nascimento do Amaral
O que é intervenção psicopedagógica? A intervenção psicopedagógica tem como principal meta contribuir para que o aprendiz consiga ser um protagonista não só no espaço educacional, mas na vida em geral. Aqui o sentido para a palavra intervenção é: Estar presente: não indica necessariamente uma ação, o que leva a pensar em alguém disponível, que aguarda uma solicitação. Estar presente parece indicar uma posição, alguém a quem se pode recorrer e que está inteiro na situação. Assistir: indica ajuda, cuidados, apoio, (SILVIA ANCONA-LOPEZ 1995:200).
O que é intervenção psicopedagógica?
Silva Ancona-Lopes (1995), toma como base estas palavras e reflete com vocês o sentido da “Intervenção Psicopedagógica”. Parece claro, que intervir é uma ação que predetermina um movimento. Alguém, numa atitude ativa, estabelece uma ligação, um elo com outro alguém e assim, por estar habilitado, produz alguma transformação que abrirá uma cadeia de ações para novas intervenções.
O que é intervenção psicopedagógica?
A intervenção psicopedagógica, pressupõe essa ligação com o objetivo, ou seja, com o processo de aprendizagem.
O que é intervenção psicopedagógica? Se a psicopedagogia propõe que o próprio sujeito seja autor de sua aprendizagem, intervir nesse processo é criar mecanismo que contribua para que, o aprendido, pelo sujeito da aprendizagem lhe possibilite num processo dialético a transformação da realidade, bem como a transformação de si mesmo. Esse conceito de operatividade nos referencia sobre: A ação interventiva do psicopedagogo, propondo a operatividade com a capacidade de agir por si, sem esperar que aquele que coordena dê os passos e as soluções prontas para realização de uma tarefa, mas, que coordene usando o desenvolvimento da autonomia (PICHON-RIVIÉRE, 1988: 128).
O que é intervenção psicopedagógica? Para Pichon-Riviére (1988), na instituição educacional o psicopedagogo intervém a partir de ações que se caracterizem por uma atitude operativa, com o objetivo de provocar no sujeito da aprendizagem a busca da operatividade, da resolução de um problema. Ele cria, mantém e fomenta a comunicação, para que os envolvidos possam desenvolve-se progressivamente a ponto de poderem aproximar-se afetivamente da tarefa e realizá-la. E pode-se entender ainda que: Vivenciar a operatividade como aprendiz e também como possibilitador da aprendizagem deveria fazer parte da formação de todos aqueles que ocupam o lugar de educador, sejam eles professores, pedagogos, psicopedagogos ou quaisquer outros profissionais que possua em sua ação com o objetivo de promover a realização o aprender do outro (BARBOSA, 2000: 217).
O que é intervenção psicopedagógica?
Segundo Barbosa (2000), neste ângulo, a aprendizagem se completa com a relação entre o sujeito, sua historia pessoal e a sua modalidade de aprendizagem. Enfatizando os processos didáticos e metodológicos com todos profissionais nela inseridos.
O que é intervenção psicopedagógica? Bossa (2000) afirma que a psicopedagogia é um campo de conhecimento que se propõe a integrar, de modo coerente, conhecimentos e princípios de diferentes ciências humanas com a meta de adquirir uma ampla compreensão sobre os variados processos inerentes ao aprender humano. Enquanto área de conhecimento multidisciplinar interessa a psicopedagogia compreender como ocorrem os processos de aprendizagem, e entender as possíveis dificuldades, situadas neste movimento. Para tal, faz uso da integração e síntese de vários campos do conhecimento, tais como Psicologia, Psicanálise, Filosofia, Psicologia Transpessoal, Pedagogia, Neurologia, e outros. Ao psicopedagogo cabe o papel fundamental de ser mediador nos processos de transmissão e apropriação dos conhecimentos.
O que é intervenção psicopedagógica?
Para Andrade (2002) a psicopedagogia desde suas origens mostrou-se uma área de atuação integrativa, abarcando conhecimentos de diferentes áreas de modo a desenvolver um corpo teórico próprio sobre os problemas na aprendizagem humana. Daí que, ao atuar com especialistas em integração do sujeito humano, na medida em que oportuniza o equilíbrio de suas características se esta organizando a relação da aprendizagem dos educandos.
Onde se dá a intervenção psicopedagógica? Em escolas e/ou em instituições não escolares, como empresas, hospitais, ONG’s e ambientes afins, promovendo processos de aprendizagens, na tentativa de ajudar àqueles que possuem algum tipo de dificuldades para aprender uma nova tarefa, ou mesmo, se adaptarem a outras, quando sua função é alterada. Em clínicas e/ou em consultórios particulares, investigando e promovendo as possibilidades de mudanças sobre os processos cognitivos, emocionais e pedagógicos que porventura possam estar travando a aprendizagem de seus pacientes, individualmente. Na medida em que trata dos processos diagnosticados, também previne seus os pacientes de sofrerem outras dificuldades pessoais decorrentes de tais transtornos de aprendizagem.
Como ocorre a intervenção psicopedagógica? A intervenção do psicopedagogo pode se dar de duas formas: De forma preventiva, a qual detecta as dificuldades e promove sugestões metodológicas, orientação vocacional, educacional e ocupacional ou de forma terapêutica. Seja em escolas, identificando alunos com dificuldades ou em hospitais, elaborando diagnósticos das pessoas internadas. Também pode trabalhar em centros comunitários, em consultórios ou orientando pessoas quanto ao processo de aprendizagem. Ademais, áreas como treinamento, educação continuada e acompanhamento de pessoas com deficiência, aumentaram a demanda de psicopedagogo no meio empresarial. Em contrapartida, numa linha terapêutica a função é tratar a dificuldade de aprendizagem, diagnosticando e desenvolvendo técnicas remediativas.
Como ocorre a intervenção psicopedagógica? A partir do estudo da origem da dificuldade em aprender, o psicopedagogo desenvolve atividades que estimulam as funções cognitivas que não estão ativadas no paciente e a questão afetiva e social. O psicopedagogo contribui para a construção da autonomia e independência, através da relação com “como eu aprendo” e “como me relaciono com o saber”. Durante as sessões com o psicopedagogo, os recursos como jogos, livros e computador, tem a finalidade de descobrir os estilos de aprendizagem do paciente:
Como ocorre a intervenção psicopedagógica?
ritmos, hábitos adquiridos, motivações, ansiedades, defesas e conflitos em relação ao aprender. O psicopedagogo tem a função de auxiliar o indivíduo que não aprende a se encontrar nesse processo, além de ajudá-lo a desenvolver habilidades para isso.
Como ocorre a intervenção psicopedagógica? Quando existe a dificuldade para articular o “eu” e o “outro”, significa falta de autonomia para a aprendizagem, acontece uma discrepância entre o corpo, o pensamento e a emoção. No caso de o indivíduo não ter facilidade de interação ou ter a sensação de estar sendo ameaçado quando está em grupo, necessita-se da intervenção do psicopedagogo. Quando a pessoa se sente excluída, precisa de uma equipe estruturada para ajudá-lo com as questões cognitivas, sócioafetivas e com a autoconfiança.
Sequência das queixas, segundo Weiss (2012)... “ a clínica psicopedagógica possui uma sequência, um caminho mais ou menos constante perpassando diversas queixas escolares e familiares, quanto à baixa produção escolar e/ou a dificuldade de aprendizagem escolar”: 1. Grande exigência familiar e/ou escolar em exercícios, provas, jogos livres, atividades esportivas, etc. 2. Impossibilidade de responder à altura do que o próprio aluno espera em relação aquilo que acha que realmente pode produzir, responder, vencer – envolve a questão da autoestima, autoconceito.
Sequência das queixas, segundo Weiss (2012)... 3. Ansiedade causada pela frustração de não conseguir o que acha que pode, que sabe – ansiedade agravada pela baixa resistência à frustração; 4. Aumento gradativo da ansiedade – envolve o fato de pais e professores não perceberem o que está acontecendo no início do processo; 5. Nível de ansiedade insuportável; 6. Autodefesa em relação a essa grande ansiedade, gerando uma “fuga”da situação ameaçadora pela diminuição do foco de atenção, dispersão, fantasias variadas, agitação, acarretando a saída do próprio lugar ou da aula, mexida com os colegas mais próximos e outros mecanismos de defesa.
Diagnóstico Psicopedagógico...
A compreensão da singularidade da criança é que possibilitará a pais e professores a reflexão sobre como estão agindo com ele, como é
importante permanecer com certas condutas que dão certo e mudar totalmente outras que agravam a situação.
Pergunta central do Diagnóstico Psicopedagógico Pais
Como resolver/eliminar/tratar o problema de aprendizagem do meu filho?
Psicopedagogo
Por que o sujeito sofre desse problema de aprendizagem?
A função fundamental do diagnóstico Identificar as causas da dificuldade de aprendizagem em cada caso clínico. E Identificar
interventivos
os
mais
resolução aprendizagem.
da
encaminhamentos
pertinentes
para
dificuldade
a de
Objetivo Básico do Diagnóstico Psicopedagógico
O
objetivo
básico
do
diagnóstico
psicopedagógico
identificar os desvios e os obstáculos básicos, no
é
Modelo de
Aprendizagem da pessoa, que a impedem de crescer na aprendizagem no nível esperado pelo meio social.
Modelo de Aprendizagem
Conjunto dinâmico que estrutura os conhecimentos que a pessoa possui, os estilos usados nessa aprendizagem, o ritmo, as áreas de expressão da conduta, a mobilidade e o funcionamento cognitivo, as modalidades de aprendizagem assimilativa e acomodativa e suas distorções.
Aprendizagem...
Um processo de construção que se dá na interação permanente do sujeito com o meio que o cerca. Meio esse expresso inicialmente pela família, depois pelo acréscimo da escola, ambos permeados pela sociedade em que estão.
Aprendizagem... “Ensinar
não
conhecimento,
possibilidades
é
mas para
transferir
criar
as
a
sua
produção ou a sua construção. Quem ensina, aprende ao ensinar e
quem
aprende,
ensina
ao
aprender.” Paulo Freire
Dificuldades de Aprendizagem...
As dificuldades de aprendizagem são decorrentes de alterações estruturais, mentais, emocionais ou neurológicas que repercutem nos processos de aquisição, construção e desenvolvimento das funções cognitivas.
O fracasso escolar...
Resposta insuficiente do aluno a uma exigência ou demanda da escola. Essa questão deve ser analisada e estudada por diferentes perspectivas: a da sociedade, a da escola e a do aluno.
Pontuando...
O fracasso escolar deve ser levado em conta, não literalmente como fracasso, mas como desafio e ser enfrentado; Ao se trabalhar este fracasso,
trabalhasse
respectivamente as dificuldades inerentes e existentes na vida, dando oportunidade à pessoa de ser independente e de se reconstruir.
Pontuando... A aprendizagem não deve ser imposta, e sim, mediada. É necessário levar em conta os efeitos emocionais que o fracasso escolar acarreta. Neste sentido, se faz necessário para a pessoa, um suporte humano e apoiador. Deve-se reconhecer que o fracasso escolar faz parte de um sistema.
Pontuando... Só conseguiremos mediar o fracasso na escola, quando fizermos da
aprendizagem um processo significativo, no qual o conhecimento a ser aprendido e apreendido, faça algum sentido para o aluno, não somente para sua existência educacional como também na sua vida cotidiana. É consensual a necessidade de se identificar e prevenir o mais precocemente possível, a dificuldade de desenvolvimento cognitivo de uma pessoa, de preferência, ainda na pré-escola.
Fracasso Escolar É causado por uma conjugação de fatores interligados que impedem o bom desempenho do aluno.
Pichon-Rivière... Contribui
para
a
compreensão
das
dificuldades
de
aprendizagem resultantes de ansiedades vividas pelo estudante
no momento em que se vê colocado em situação de aprendizagem nova. Medo à perda – teme perder o equilíbrio emocional obtido com a segurança que possui no domínio dos conhecimentos anteriores, já integrados; Medo ao ataque – surge quando não se sente devidamente
instrumentado na situação nova que está vivendo.
Pichon-Rivière... Complementa o conceito desses dois (02) “medos” propondo a análise de três (03) momentos sequenciais: 1º momento confusional Todo início, desarrumação;
2º momento de discriminação Separação e procura dos lugares dentro dos conhecimentos já integrados anteriormente para colocar e relacionar o novo conhecimento;
3º momento de integração Integração do novo conhecimento a tudo o que o sujeito já sabe, a tudo que realmente já aprendeu;
Diagnóstico e Intervenção? Vocês podem estar se perguntando, mas esta disciplina não é de Intervenção Psicopedagógica?
Então porque a Joana está falando de
diagnóstico?
Diagnóstico e Intervenção
Embora o diagnóstico não seja a intervenção propriamente dita, ele tem um efeito interventivo na medida em que influi sobre as dinâmicas de vida do sujeito e da família.
Considerações iniciais quanto aos termos Diagnóstico
Psicopedagógico:
forte
conotação
médico-
psicológica, centrada na classificação de doenças e no seu tratamento visando à cura. Devido a essa conotação, muitos autores têm preferido adotar a
expressão “avaliação psicopedagógica”. Deslocamento do enfoque médico para o enfoque educacional.
Considerações iniciais quanto aos termos Quando falamos de diagnóstico, referimo-nos a uma atividade limitada à busca de patologias nos indivíduos como causa explicativa de seus desajustes ou dificuldades e, portanto, relacionada com um modelo médico-explicativo de conduta. Se falamos de avaliação, referimo-nos a um tipo de informação muito mais ampla sobre a pessoa, que não fica centrado exclusivamente no indivíduo, mas também no seu ambiente e na interação
entre ambos, e que não utiliza como procedimento principal e quase único os testes psicológicos ou a avaliação clínica (SOLÉ, 2001, P.188).
As duas dimensões do diagnóstico
As duas dimensões do diagnóstico
Dimensão técnica – aspectos gerais Todo diagnóstico psicopedagógico é, em si, uma investigação, uma pesquisa do que não vai bem como o sujeito em relação ao processo de
aprendizagem. Trata-se, portanto, de esclarecer uma queixa. A queixa pode ser formulada: pelo próprio sujeito, pela família, pela
escola, por outros profissionais que atendem o sujeito. Podem existir semelhanças e diferenças na formulação da queixa. Isto deve ser levado em conta pelo psicopedagogo que deve delimitá-la com clareza.
Dimensão clínica – aspectos gerais No manejo da relação clínica entre psicopedagogo e sujeito, deve-se levar em consideração: A especificidade da clínica da criança, do adolescente e do adulto; A escuta psicopedagógica; A dimensão do sintoma;
A transferência e a contratransferência; O desejo de aprender.
Aspectos básicos de investigação Aspectos Orgânicos Aspectos Cognitivos Aspectos Emocionais Aspectos Sociais Aspectos Pedagógicos
Aspectos básicos de investigação Aspectos Orgânicos Relacionados à construção biofisiológica do aluno.
Aspectos Cognitivos As
estruturas
cognitivas
em
seus
diferentes
domínios.
Aspectos Emocionais Aspectos ligados ao desenvolvimento afetivo; Remete aos aspectos inconscientes.
Aspectos básicos de investigação Aspectos Sociais Referem-se a família e a escola; A cultura e a sociedade
Aspectos Pedagógicos Metodologia de ensino, à avaliação, à dosagem de informações, à estruturação de turmas, à
organização geral, etc.
Aspectos básicos de investigação Todo
Diagnóstico
Psicopedagógico
é,
em
si,
uma
investigação, uma pesquisa do que não vai bem com a pessoa em relação a uma conduta.
Portanto é o esclarecimento de uma
queixa,
sujeito, da família e na maioria das vezes, da escola.
do próprio
E por falar em queixa... No Aurélio a corresponde:
compreensão
sobre
esse
termo
Ato ou efeito de queixar-se; Motivo de desprazer, de ressentimento, de mágoas, de ofensas, de dor... Reclamação, protesto; Sintoma relatado pelo doente.
A queixa é o primeiro passo para o diagnóstico psicopedagógico.
E por falar em queixa...
Para vocês, existe diferença entre ouvir a queixa e escutar a queixa?
Escuta... A escuta de uma queixa requer uma postura responsável, porém descontraída, sem demonstrar surpresa, temor, repulsa ou qualquer outra emoção relacionada à história que está sendo contada. Ao analisar a queixa, segue-se com a formulação de hipóteses denominadas essenciais. Assim o Pp faz algumas suposições da causa do problema para poder traçar um plano investigativo o mais apurado possível que possibilite anunciar com segurança o diagnóstico clínico.
Queixa
Aspectos básicos de investigação Sempre “diz alguma coisa”; se comunica e sempre se pode dizer algo; É o que emerge da personalidade em interação com o sistema social em que a pessoa esta inserida; Refere-se a certo tio de desvio; Parâmetros que vão definir a qualidade e a quantidade
do
desvio
e
sua
desenvolvimento da escolaridade.
importância
no
Aspectos básicos de investigação PARÂMETROS
Aspectos básicos de investigação PARÂMETROS
A partir daí é que iniciamos a coleta de dados sobre o sujeito... A partir dos 5 aspectos já citados anteriormente: Aspectos Orgânicos Aspectos Cognitivos Aspectos Emocionais
Aspectos Sociais Aspectos Pedagógicos
Início do Diagnóstico Psicopedagógico Eixo Vertical X Eixo Horizontal
Eixo Vertical:
Visão do passado Visão da construção da pessoa
Eixo Horizontal:
Visão do presente “aqui, agora, comigo”
Início do Diagnóstico Psicopedagógico EIXO HORIZONTAL Entrevista Familiar Exploratória Situacional – EFES; Entrevista com toda a família, incluindo o sujeito e os irmãos;
Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem - EOCA; Sessões Lúdicas Centradas na Aprendizagem; Provas e testes diversos;
Diagnóstico operatório; Entrevistas com a equipe da escola e com outros profissionais; Análise da produção do sujeito fora do setting (provas, desenhos, material escolar...)
Início do Diagnóstico Psicopedagógico EIXO VERTICAL Anamnese (realizada com a mãe); Análise documental (laudos, relatórios escolares, álbuns fotográficos...)
Diagnóstico Psicopedagógico... Outros aspectos importantes: Flexibilidade Procedimental Cada pessoa, em exame/em análise, representa um caminho que deve ser descoberto e respeitado pelo psicopedagogo.
Sucesso Reside na competência e sensibilidade do psicopedagogo em explorar a multiplicidade de aspectos revelados em cada situação e não no grande número de instrumentos utilizados.
Etapas da Sequência Diagnóstica Quando o psicopedagogo consegue chegar ao esboço do Modelo de Aprendizagem da pessoa, ele já atingiu um nível de integração dos dados obtidos, que lhe permite refletir
e expor hipóteses sobre a causalidade do problema de aprendizagem e/ou fracasso escolar.
Etapas da Sequência Diagnóstica Modelo de Aprendizagem
Modelo de Aprendizagem
Modelo de Aprendizagem
Sintetizando...
É fundamental, durante a explicitação da queixa, iniciar a
reflexão sobre as duas vertentes de problemas escolares: a pessoa e sua família e a própria escola em suas múltiplas facetas, para definir a sequência diagnóstica mais adequada bem como as técnicas a serem utilizadas.
Sequência Diagnóstica 1. Sequência Weiss Entrevista Familiar Exploratória Situacional – EFES; Anamnese; Sessões Lúdicas Centradas na Aprendizagem; Complementação com provas e testes diversos (quando for necessário); Síntese Diagnóstica - Prognóstico Entrevista de devolução; Encaminhamento.
Sequência Diagnóstica 1. Sequência Weiss Modificações comuns de acontecer:
Com pais separados e incompatibilizados: 02 anamneses;
Adolescentes que desejam o primeiro contato sozinhos;
Sequência Diagnóstica 2. Sequência Tradicional Anamnese; Testagem e provas pedagógicas; Laudo (síntese das conclusões e prognóstico); Devolução (verbalização do laudo) ao sujeito e/ou aos pais.
Sequência Diagnóstica 3. Sequência Jorge Visca Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem (EOCA)
Levantamento do primeiro sistema de hipóteses com definição de linhas de investigação e escolha de instrumentos.
Testes
Levantamento do segundo sistema de hipóteses com definição de linhas de investigação.
Anamnese
Levantamento do segundo sistema de hipóteses com definição de linhas de investigação.
Sequência Diagnóstica 3. Sequência Jorge Visca Elaboração de informe psicopedagógico
Elaboração de uma imagem da pessoa que articula a aprendizagem com os aspectos energéticos e estruturais; formulação escrita de uma hipótese a comprovar.
Devolução aos pais e/ou paciente
E em momento posterior, devolver, de forma restrita, o que for de interesse da escola.
Sequência Diagnóstica 3. Sequência Jorge Visca Modificações comuns de acontecer: Pacientes que não aceitam sessões diagnósticas formais – avalia-se ao longo do próprio processo terapêutico; Caso seja criança – ludodiagnóstico centradas na aprendizagem, objetivando concomitantemente aspectos afetivo-sociais, cognitivos,
corporais e pedagógicos; Pontua-se:
não
há
fronteiras
formais
entre
diagnóstico
tratamento/intervenção, como analisamos. A separação é operacional.
e
Organização dos Dados O desafio... Essa organização só é possível mediante a amálgama das teorias que fundamentam a Psicopedagogia; Proceder à amarração dos dados numa rede de sentido, de unidade, de integração que nos permita uma gestalt, uma compreensão global sobre a forma de aprender do sujeito; Essa compreensão global sobre a forma de aprender do sujeito não é uma verdade pronta e acabada. É, antes, uma hipótese diagnóstica sempre provisória.
Para pensar...
Detalhando...
Vou apresentar mais detalhadamente cada etapa da seqüência diagnóstica com o objetivo de clarificar o processo diagnóstico.
Entrevista Familiar Exploratória Situacional A E.F.E.S, como primeira entrevista, visa a compreensão da queixa nas dimensões da escola e da família, a captação das relações e expectativas familiares centradas na aprendizagem escolar, a expectativa em relação à atuação do terapeuta, a aceitação e o engajamento do paciente e de seus pais no processo diagnóstico, a realização do contrato e do enquadramento e o esclarecimento do que é um diagnóstico psicopedagógico.
Entrevista Familiar Exploratória Situacional
Entrevista Familiar Exploratória Situacional
Entrevista Familiar Exploratória Situacional
Entrevista Familiar Exploratória Situacional
O que é Anamnese? O termo anamnese vem do grego
Anámnesis,
onde o prefixo
“aná” quer dizer “trazer de novo” e “mnesis” quer dizer “memória”, ou seja, proceder a anamnese é “trazer de novo à memória”
importantes e focais informações sobre o histórico de vida do sujeito. Invasiva, pois “revira” a pessoa do avesso e mexe muito com as emoções e sentimentos; por isso, deve ser realizada com muito zelo
e perícia. Possibilita dimensionar passado, presente e futuro do sujeito.
Anamnese Como a E.F.E.S, a anamnese também é uma entrevista, com foco mais específico, visando colher dados significativos sobre a história do sujeito, integrando passado, presente e projeções para o futuro, permitindo perceber a inserção deste na sua família e a influências das gerações passadas neste núcleo e no próprio. Na anamnese, são levantados dados das primeiras aprendizagens, evolução geral do sujeito, história clínica, história da família nuclear, história das famílias materna e paterna e história escolar.
Anamnese A anamnese que vai proporcionar dados relevantes na investigação de dificuldades de aprendizagem e comportamento deve ter a seguinte estrutura: queixa principal; história do desempenho escolar; história familiar; hábitos diários;
vida familiar, antecedentes maternos; antecedentes gestacionais; parto, período neonatal; Desenvolvimento neuropsicomotor;
Interações sociais.
Anamnese 1 – Dados Gerais Nome:_____________________________________________ Data de Nascimento____/____/______Sexo______________
Pai________________________________________________ Mãe _______________________________________________ Irmãos______________________ Idades_________________ Endereço___________________________________________
Telefones___________________________________________ Faz outros Atendimentos? _______ Quais?_______________ Com Quem?_______________ Telefones? _______________ Indicado por:________________________________________
Anamnese 2 – Queixa Queixa ou motivo da consulta (palavra dos pais):
3 – História e evolução da queixa Quando começou o problema? Quais fatos associam o problema (motivações)? Quais foram e quais são as atitudes dos pais diante desse problema? Repercussões Sociais (família, escola, vizinhança, etc.):
Como os pais se sentem diante desta problemática?
Anamnese 4 – Escolaridade Quando e como foi a entrada do filho na escola? Qual o critério utilizado para a escolha da escola?
Como os pais perceberam a ida da criança para a escola? E atualmente, como os pais percebem isso? Como é a escola na opinião de cada um?E da criança? (Nesta questão: Focalizar a problemática escolar da criança e verificar se há contradições se comparada com a entrevista inicial. Pode-se perguntar como começou (o problema), a que fatores atribuem e como se sentem.)
Anamnese 4 – Escolaridade Como os pais perceberam a evolução do filho na escola (destacar cada etapa escolar, por exemplo, alfabetização?). Como, nesta evolução, os pais viram a capacidade e os pontos fracos do filho? Qual a contribuição dos pais neste processo? Que atividade escolar o filho mais gosta? Como age frente às lições de casa, faz sozinho? E os pais?
Qual a quantidade de lições de casa? Em qual horário e local faz as lições?
Anamnese 4 – Escolaridade Necessita de auxílio?__________ Que dificuldades o filho apresenta nas disciplinas escolares? Desde quando? Percebe causas? Pais relacionam as dificuldades com algum fato familiar? Qual a opinião do professor? Reprovação? Por quê? Mudanças de escola? Por quê?
Recebe ajuda extra-escolar? Desde quando? Como se relaciona com os colegas de classe? Algum fato da história escolar do filho faz lembrar a história dos pais? E a dos irmãos?
Anamnese 5 – Concepção Quando a criança foi concebida, os pais já estavam juntos? Em que circunstâncias (casados, noivos, morando juntos, etc.)
Houve apoio da família para essa união? A criança foi desejada? O filho foi planejado? Sob que circunstâncias se deu a gravidez? Como foi a aceitação das famílias (materna e paterna), no tocante à gravidez? Como cada um (pai e mãe) percebeu a gravidez? Qual era a situação do casal na época (afetiva e econômica)?
Anamnese 5 – Concepção A mãe tomava algum medicamento na época ou durante a gravidez? Fumava ou ingeria algum tipo de droga?
Houve aborto espontâneo? Houve alguma tentativa de aborto? Por quê? Filhos falecidos? Causas:
Anamnese 5 – Concepção A criança é adotada? __________________________________ Com que idade veio para família?
O casal já tinha outros filhos nessa época? Qual era o sexo, idade e nome dessas crianças? Alguma delas tinha algum problema e merecia cuidados especiais e recebia auxílio de alguém?
O pai ingeria álcool ou drogas no período de concepção, antes ou depois?
Anamnese 6 – Gestação Teve dificuldades para engravidar? Quanto tempo após o casamento veio o primeiro filho? Por quê?
Como caminhou a gestação, fez pré-natal? Enjôos, vômitos?_____________________________________ Quando? ___________________________________________ Houve alguma queda durante a gestação? Ficou exposta a raio-X? Transfusão de sangue, hemorragias? Quais as sensações psicológicas sentidas durante a gravidez?
Anamnese 6 – Gestação Quando sentiu a criança mexer? Como reagiu a esta sensação? E o pai, como reagiu?
A mãe trabalhava fora durante a gravidez? O que pensava a respeito do filho, do trabalho e do cuidado com os outros filhos? Em geral, como foi a gravidez? (problemas, dificuldades e gratificações pelas quais passou) O casal ou a família de ambos possui alguma doença hereditária?
Anamnese 7 – Condições do nascimento Houve condições financeiras para receber o bebê? O parto foi marcado com antecedência? Por quê?
Descrição do parto desde as primeiras dores até o nascimento: Maternidade? Natural? Fórceps? ________________________ Cesariana? __________________________________________ Por quê? Posição do bebê (Cefálico? Pélvico? Outra? Qual?) Nasceu a termo ou Prematuro? _________________________ Chorou logo?_____________ Cor ao nascer ______________
Anamnese 7 – Condições do nascimento Precisou de oxigênio? ________________________________ Outras complicações?
Quanto tempo após o parto à mãe entrou em contato com a criança? Sentimento que a criança despertou nos pais: correspondeu às expectativas, desiludiu-os, desejavam que fosse de outro sexo?
Qual a participação do pai durante e após o nascimento? Alguém ajudou a cuidar da criança
Anamnese 8 – Desenvolvimento Dorme bem? __________ Pula quando dorme? ___________ Levanta pernas e braços?_____________________________
Esbugalha os olhos sem acordar?______________________ Baba à noite?_______________________________________ Desde quando?_____________________________________ Fala dormindo? _____________________________________ Desde quando ______________________________________ Grita durante o sono? ________________________________ Desde quando? _____________________________________
Anamnese 8 – Desenvolvimento Range os dentes? ___________________________________ Desde quando? _____________________________________
É sonâmbulo?_______________________________________ Desde quando?______________________________________ Tem pesadelos? _____________________________________ Desde quando?______________________________________ Lembra do que aconteceu no dia seguinte?_______________
Anamnese 8 – Desenvolvimento Dormiu até que idade com o casal?______________________ O que sentiram ou sentem com a separação de quartos?
Dorme com alguém no quarto? _________ Quem?_________ Acorda e vai para cama dos pais? ______________________ Atitude dos pais?____________________________________
Anamnese 9 – Alimentação Descreva a situação de amamentação (quantas horas depois do parto, intervalo entre as mamadas, interesse em amamentar, receptividade do filho, sucção, digestão, sensações da mãe, comportamento do filho no colo da mãe, ambiente de amamentação, etc.). Como foi a introdução de alimento com sal e, posteriormente, sólido? Como era feito para a aceitação pelo bebê? Atitude da mãe e do filho no desmame? E hoje, como é sua alimentação? Come normalmente? Do que gosta? Recebe ajuda? _______ De quem?______________________ Desejo dos pais frente à alimentação?
Anamnese 10 – Desenvolvimento psicomotor Que idade sorriu?___________ Fixou a cabeça? __________ Sentou? ________________ Engatinhou?________________ Andou?_____________ Usou andador? _________________ Tinha tendência a cair? _______________________________ O ficar em pé?_______________________________________ Ia de encontro a móveis e objetos? _____________________ Tinha dificuldades de movimentos? ____________________ Sobre a manipulação de objetos (montar e desmontar brinquedo, recortar com tesoura, amarrar o cadarço do tênis, segurar o copo com firmeza, segurar o lápis corretamente, etc.) e vestir-se sozinho?
Anamnese 10 – Desenvolvimento psicomotor Balbuciou? (emitiu sons) _____________________________ Com que idade falou as primeiras palavras? Quais foram? _______________________________________ Trocou sons? ___________ Quais? _____________________ Até que idade? ______________________________________ Gaguejou ou gagueja? _______________________________ Apresenta ou apresentou alguma dificuldade na linguagem? Como os pais perceberam isso? Como reagiram? Dentição? __________________________________________
Anamnese 10 – Desenvolvimento psicomotor Dominância:
(
) destra
(
Atitude dos pais? Em que idade se iniciou controle de fezes e urina? Quando adquiriu o controle noturno? Atitude dos pais? Dificuldade de prestar atenção?
) canhota
Anamnese 11 – Manipulações Usou chupeta ou dedo?___________ Até quando?________ Roeu ou roeunhas?_______ Até quando? _______________ Apresentou ou apresenta algum tique nervoso? ___________ Qual? (enrolar ou arrancar cabelo, mexer na orelha, morder os lábios, etc.) Atitude dos pais frente a esse hábito? Tem medo de pessoas, animais, barulhos estranhos, altura, escuro, etc? Manifesta agressividade ou agride fisicamente outras pessoas? Em que momento?
Anamnese 11 – Manipulações Os pais têm conhecimento desse comportamento em sala de aula? Mentira, furtos ou fugas de casa? Atitude dos pais? Como se relaciona com os amigos e pessoas da escola? Tolera ouvir um “não”?________________________________ Qual é a sua atitude diante da repreensão? De que forma é punido? Chora com frequência?________________________________ Faz birras?__________________________________________
Anamnese 11 – Manipulações Como se comporta quando está doente? Solicita em demasia a atenção dos pais? Alguma dificuldade em fazer e manter amigos?_____________ Assiste TV em demasia? Qual é o seu programa preferido?
Anamnese 12 – Sexualidade Curiosidade sexual: Perguntas sobre as questões sexuais, sobre nascimento de crianças, comparações com sexo oposto com que idade se manifestam? Masturbação: realiza abertamente ou não? ________________ Desde quando? ______________________________________ Frequência? _________________________________________ Atitude dos pais?
Alguma experiência sexual precoce? Foi dada alguma informação sexual? Por quem?
Anamnese 13 – Sociabilidade Traz crianças para brincar em casa? Quem? Sai com outras crianças? Quem? Brinca ou dorme na casa de outras pessoas? Como reage? Desce do prédio ou sai na rua para brincar? _______________ Tem companheiros? ___________________________________ Desde que idade? _____________________________________ Domina ou é dominado?________________________________
Anamnese 13 – Sociabilidade Adapta-se facilmente ao meio? __________________________ Tipo de brincadeira que prefere? E a que rejeita? Quais são os seus interesses no momento, tanto para o esporte como para o lazer?____________________________________________________ Trabalha ou trabalhou? _________ Com que idade e por quê?
Anamnese 14 – Reações emocionais Como os pais descrevem o temperamento do seu filho? Chora facilmente? _____________________________________ Tem medos? ________ De que? _________________________ Como costuma reagir? Qual atitude dos pais? Tem ciúmes de quem? Atitude dos pais? Como reage as ordens e proibições? E a dor e frustrações?
Anamnese 14 – Reações emocionais Como os pais descrevem o temperamento do seu filho? Chora facilmente? _____________________________________ Tem medos? ________ De que? _________________________ Como costuma reagir? Qual atitude dos pais? Tem ciúmes de quem? Atitude dos pais? Como reage as ordens e proibições?
Anamnese 15 – Doenças Como era a sua saúde quando bebê e como é atualmente no que se refere a: Dores de ouvido? Cólicas?_____________________________________________
Gripes e resfriados?___________________________________ Respiração ofegante?_________________________________ Problemas pulmonares?_______________________________ O nascimento dos dentes? Audição e visão?
Anamnese 15 – Doenças Usa óculos atualmente? Por quê? Como lida com esse objeto? Levao para a escola?____________________________________________________ Viroses--------------------? Dermatites? Desmaios? Tratamento recebido e como o casal reagia a essas situações?
Qual doença já teve? (doenças da infância, alergias problemas cardíacos, respiratórios, etc.) Com que idade?
Anamnese 15 – Doenças Tem febre constante? _________________ Quantos graus? Convulsões? __________ Com febre ou se febre? __________ Ficou roxo alguma vez? ________________________________ Tonturas? ____________________________________________ Cirurgias? _________ Quais? Idade________________________________________________ Quedas? Qual reação? Hospitalização?_______________________________________ Motivo___________________________ Tempo _____________ Usa algum medicamento?
Anamnese 16 – Antecedentes familiares Doenças familiares: quem tem ou teve? Doença mental? Quem? Internações?_________________________________________ Neurológico _________________________________________ Faz uso de álcool, drogas?_____________________________ Quem? _____________________________________________
Anamnese 17 – Ambiente familiar Pais vivem juntos ou separados?_______________________ Há quanto tempo? ___________________________________ Houve acordo com quem ficaria com a criança?___________ Que acordo? Qual idade a criança tinha? ____________________________ Que explicações lhe deram? Como reagiu? Brigam na frente da criança?
Anamnese 18 – Em caso de outro casamento Como a criança reagiu? Se dá bem com o padrasto ou madrasta?________________ Novos irmãos?_________ Quantos?_______ Idade?_______ Descreva a relação entre irmãos: A criança demonstra preferência por algum dos seus irmãos? Dificuldade com outro? _______________________________ Julga-se mais ou menos querido pelos pais? Como se relaciona com os pais?
Anamnese 19 – Higiene Apresentou muitas assaduras? Por que motivo? Como era a reação do bebê no banho? Como é atualmente? De que forma mantém a sua higiene pessoal?
Anamnese 20 – Relação do cotidiano Um dia comum da pessoa pesquisada: Um final de semana:
O dia do seu aniversário: Acontecimentos significativo: Gostariam de acrescentar algo?
Entrevista Operativa Centrada na
Aprendizagem A Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem (EOCA) é
um instrumento inspirado na psicologia social de Pichon-Rivière, nos postulados da psicanálise e no método clínico da escola de Genebra foi idealizado por Jorge Visca e é um instrumento de uso
simples porém rico em seus resultados.
Entrevista Operativa Centrada na
Aprendizagem A EOCA consiste em solicitar ao sujeito que mostre ao psicopedagogo, o que ele sabe fazer, o que lhe ensinaram a fazer e o que aprendeu a fazer, utilizando-se de materiais dispostos sobre a mesa. As propostas a serem feitas na E.O.C.A, assim como o material a ser usado, vão variar de acordo com a idade e a escolaridade do sujeito. O material comumente usado para criança é composto numa caixa a onde o paciente encontrará vários objetos, sendo alguns deles relacionados à aprendizagem, tais como, cola, tesoura, papel sulfite branco e colorido, papel crepom e seda, coleção, cola colorida, livros de leituras, revistas para recorte e colagem e diversos outros materiais.
Entrevista Operativa Centrada na
Aprendizagem O objetivo da caixa é dar ao paciente a oportunidade de explorá-la enquanto o psicopedagogo o observa, nesse momento serão observados alguns aspectos da criança como: a sua reação, organização, apropriação, imaginação,
criatividade,
preparação,
regras
utilizadas,
etc.
De um modo geral, usam-se propostas do tipo: “Gostaria que você me mostrasse o que sabe fazer, o que lhe ensinaram e o que você aprendeu”, “Esse material é para que você o use como quiser”, “Você já me mostrou como lê e desenha, agora eu gostaria que você me mostrasse outra coisa”.
Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem Durante a realização da sessão, é necessário observar três aspectos: A temática, que envolverá o significado do conteúdo das atividades em seu aspecto manifesto e late A dinâmica, que é expressa através da postura corporal, gestos, tom de voz, modo de sentar, e manipular os objetos etc.; O produto feito pelo paciente, que será a escrita, o desenho, as contas, a leitura etc., permitindo assim uma primeira avaliação do nível pedagógico.
A partir da análise desses três aspectos, o autor propõe que se trace o primeiro sistema de hipóteses para continuação do diagnóstico.
Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem Nome:________________________ Turma:______________ Alguma repetência? ( ) sim
( ) não
_________________
Gostaria que você mostrasse o que sabe fazer, o que te ensinaram e o que você aprendeu... Use este material, se precisar, para mostrar-me o que você sabe a respeito do que sabe fazer, do que lhe ensinaram e do que aprendeu. Desenhe, escreva, faça alguma coisa que lhe vier a cabeça.
Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem Disciplina favorita: Por quê? Desde quando?
Disciplina que não gosta: Por quê? Desde quando?
O que deseja fazer quando crescer? Por quê? Como foi sua entrada na escola atual? Você sabe por que está aqui comigo hoje? ( ) sim O que achou da ideia? Você quer estar aqui ou está por obrigação?
( ) não
Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem Se pudesse e tivesse que fazer algo para um aluno que se parecesse com você em sala de aula, o que aconselharia, a fazerem?
Aos pais: ___________________________________________________ ___________________________________________________ Aos professores: ___________________________________________________ ___________________________________________________
EOCA – Roteiro de Observação Em relação à temática: ( ) Fala muito durante todo o tempo da sessão ( ) Fala pouco durante todo o tempo da sessão
( ) Verbaliza bem as palavras ( ) Expressa com facilidade ( ) Apresenta dificuldades para se expressar verbalmente ( ) Fala de suas ideias, vontades e desejos
( ) Mostra-se retraído para se expor ( ) Sua fala tem lógica e sequência de fatos ( ) Parece viver num mundo de fantasias ( ) Tem consciência do que é real e do que é imaginário
( ) Conversa sem constrangimento Observação:__________________________________________
EOCA – Roteiro de Observação Em relação à dinâmica: ( ) O tom de voz é baixo ( ) O tom de voz é alto ( ) Sabe usar o tom de voz adequadamente
( ) Gesticula muito para falar ( ) Não consegue ficar sentado ( ) Tem atenção e concentração ( ) Anda o tempo todo
( ) Muda de lugar e troca de materiais constantemente ( ) Pensa antes de criar ou montar algo ( ) Apresenta baixa tolerância à frustração ( ) Diante de dificuldades, desiste fácil
EOCA – Roteiro de Observação Em relação à dinâmica: ( ) Tem persistência e paciência ( ) Realiza as atividades com capricho ( ) Mostra-se desorganizado e descuidado
( ) Possui hábitos de higiene e zelo com os materiais ( ) Sabe usar os materiais disponíveis, conhece a utilidade de cada um ( ) Ao pegar os materiais, devolve no lugar depois de usá-los ( ) Não guarda o material que usou
( ) Apresenta iniciativa ( ) Ocupa todo o espaço disponível ( ) Possui boa postura corporal ( ) Deixa cair objetos que pega
EOCA – Roteiro de Observação Em relação à dinâmica: ( ) Faz brincadeira simbólicas ( ) Expressa sentimentos nas brincadeiras ( ) Leitura adequada à escolaridade
( ) Interpretação de texto adequada à escolaridade ( ) Faz cálculos ( ) Escrita adequada à escolaridade Observação: _________________________________________
EOCA – Roteiro de Observação Em relação ao produto: ( ) Desenha e depois escreve ( ) Escreve primeiro e depois desenha ( ) Apresenta os seus desenhos com forma e compreensão
( ) Não consegue contar ou falar sobre os seus desenhos ou escrita ( ) Se nega a descrever sua produção ( ) Sente prazer ao terminar sua atividade e mostrar ( ) demonstra insatisfação sobre os seus feitos
( ) Sente-se capaz para executar o que foi proposto ( ) Sente-se incapaz para executar o que foi proposto ( ) Os desenhos estão no nível da idade do aluno ( ) Prefere matérias que lhe possibilite construir, montar e criar
EOCA – Roteiro de Observação Em relação ao produto: ( ) Fica preso no papel e lápis ( ) Executa a atividade com tranquilidade ( ) Demonstra agressividade de alguma forma em seus desenhos e suas criações
( ) Demonstra agressividade de alguma forma no comportamento ( ) É criativo(a) Observação: _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ Conclusão: _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________
Sessões lúdicas centradas na aprendizagem As sessões lúdicas centradas na aprendizagem são fundamentais para a compreensão dos processos cognitivos, afetivos e sociais, e sua relação com o Modelo de Aprendizagem do sujeito. A estrutura intelectual busca um equilíbrio para estruturar a realidade e sistematizá-la através de dois movimentos que Piaget definiu como assimilação e acomodação. A aprendizagem é um processo que implica a Modalidade de Inteligência, um organismo, o desejo, articulados em um
determinado equilíbrio. Analisando a Modalidade de Inteligência em operação, podemos levantar hipóteses, testar e tirar conclusões sobre a Modalidade de Aprendizagem do sujeito.
Sessões lúdicas centradas na aprendizagem
A atividade lúdica fornece informações sobre os esquemas do sujeito, como organizam e integram o conhecimento em um nível representativo.
A
observação
desses
esquemas
pode
levar
à
percepção de desequilíbrios entre as atividades assimiliativas e acomodativas, aprendizagem.
apontando
para
obstáculos
no
processo
de
Sessões lúdicas centradas na
aprendizagem O desequilíbrio das atividades assimiliativas e acomodativas dão lugar nos processos representativos a extremos que podem ser caracterizados
como
hipoassimilação,
hiperassimilação,
hipoacomodação, hiperacomodação.O que nos interessa chegar a compreender neste ponto é a oportunidade que a criança teve para
investigar (aplicar seus esquemas precoces) e para modificar-se (por transformação dos seus esquemas), com implicações posteriores dessas atividades no jogo e na imitação, o que leva à constituição de símbolos
e imagens.
Sessões lúdicas centradas na aprendizagem É no processo lúdico que a criança constrói seu espaço de experimentação, de transição entre o mundo interno e externo. Por este motivo,
torna-se
tão
importante
no
trabalho
psicopedagógico.
A
avaliação pedagógica pode ocorrer em situações criadas nas sessões lúdicas, observando-se nas brincadeiras como o sujeito faz uso dos conhecimentos adquiridos em diferentes situações escolares e sociais e
como os usa no processo de assimilação de novos conhecimentos.
Sessões lúdicas centradas na aprendizagem Winnicott (1975, p.80) expressa assim sua opinião entre o brincar e a auto descoberta: “É no brincar, e somente no brincar, que o indivíduo, criança ou adulto, pode ser criativo e utilizar sua
personalidade integral: e é somente sendo criativo que o indivíduo descobre o eu”.
Neste tipo de sessão, observa-se a conduta do sujeito como um todo, devendo-se ter como postulado que sempre estarão implicados o seu funcionamento cognitivo e suas emoções ligadas ao significado dos conteúdos e ações.
Provas e Testes As provas e testes podem ser usadas, se necessário, para especificar o
nível pedagógico, estrutura cognitiva e/ou emocional do sujeito. Podemos lançar mão de provas e testagens específicas que irão fornecer um parâmetro bem evidente a partir das respostas.
Provas e Testes O uso de provas e testes não é indispensável em um diagnóstico psicopedagógico, representa um recurso a mais a ser utilizado quando avaliado necessário, devendo ser escolhido de acordo com cada caso. Provas operatórias, testes psicométricos e técnicas projetivas poderão ser selecionados de acordo com a necessidade de confirmação de aspectos levantados nas hipóteses construídas ao longo das sessões anteriores (E.F.E.S, sessões lúdicas centradas na aprendizagem, anamnese, etc.).
Síntese Diagnóstica A síntese diagnóstica é o momento em que é preciso formular uma única hipótese a partir da análise de todos os dados colhidos no diagnóstico e suas relações de implicância, que por sua vez aponta um prognóstico e uma indicação. Esta etapa é muito importante para que a entrevista de devolução seja consistente e eficaz.
Entrevista de Devolução A Entrevista de Devolução e encaminhamento é o momento que marca o encerramento do processo diagnóstico. É um encontro entre
sujeito, terapeuta e família visando relatar os resultados do diagnóstico, analisando todos os aspectos da situação apresentados, seguindo de uma síntese integradora e um encaminhamento.
Esta é uma etapa do diagnóstico muito esperada pela família e pelo sujeito e que deve ser bem conduzida de forma que haja a participação de todos, procurando eliminar as dúvidas ou pelo menos discuti-las
exaustivamente afastando rótulos e fantasmas que geralmente estão presentes em processo diagnóstico.
Referências ANDRADE, Márcia Siqueira (Org.). O prazer da autoria: a Psicopedagogia e a construção do sujeito autor. São Paulo: Memnon, 2002. BROUGERE, GELLES; Jogo e educação; trad. Patrícia Chittoni Ramos. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998. DOLLE, Jean-Marie. Essas crianças que não aprendem: diagnóstico e terapias cognitivas. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2002. FERNÁNDEZ, Alicia. A Inteligência Aprisionada/Alicia Fernández; Tradução Iara Rodrigues. – Porto Alegre: Artes Médicas, 1991. FERNÁNDEZ, Alicia. O saber em jogo. Porto Alegre: Artmed, 2001. FREIRE, João Batista, o jogo: entre o riso e choro: - Campinas, SP: Autores Associados. 2002. FREIRE, P. Pedagogia da autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 2003.
Referências FRIEDMANN, Adriana, Brincar: crescer e aprender – O resgate do jogo infantil – São Paulo: Moderna 1996.
KRAEMER, Maria Luiza. Lendo, brincando e aprendendo. Campinas, SP: Autores Associados, 2007(Coleção formação de professores). LOPES, M. Psicodiagnóstico: processo de intervenção. São Paulo: Cortez, 1995. MOOJEN, S. Dificuldades ou transtornos de aprendizagem?In: Rubinstein, E. (Org.). Psicopedagogia: uma prática, diferentes estilos. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1999.
OLIVEIRA, V.B. (2000). Avaliação Psicopedagógica da Criança de 0 a 6 Anos. 10a ed., Vozes. ORTIZ, S. Reflexões a respeito do diagnóstico psicopedagógico. In PCN - Parâmetros Curriculares Nacionais: apresentação dos Temas Transversais, ética/Secretaria da Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, v. 8, 1996.
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WAJSHOP, Gisela. Brincar na pré-escola. São Paulo: Cortez, 1997. WEISS, Maria. Psicopedagogia clínica: uma visão diagnóstica dos problemas de aprendizagem escolar. Rio de Janeiro: Lamparina, 2012.