FACULDADE MARIA MILZA LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

JANICE DE SANTANA PIRES DO AMOR DIVINO

A ATUAÇÃO PEDAGÓGICA DOS PROFESSORES NO ENSINO DE CIÊNCIAS NATURAIS DO 5º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL EM UMA ESCOLA MUNICIPAL DE CABACEIRAS DO PARAGUAÇU - BAHIA

GOVERNADOR MANGABEIRA – BA 2016

JANICE DE SANTANA PIRES DO AMOR DIVINO

A ATUAÇÃO PEDAGÓGICA DOS PROFESSORES NO ENSINO DE CIÊNCIAS NATURAIS DO 5º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL EM UMA ESCOLA MUNICIPAL DE CABACEIRAS DO PARAGUAÇU - BAHIA

Monografia apresentada ao curso de Pedagogia da Faculdade Maria Milza, como requisito parcial para obtenção do título de graduação.

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Orientadora: Profa. Drª. Noelma Miranda de Brito

GOVERNADOR MANGABEIRA – BA 2016

Dados Internacionais de Catalogação

Divino, Janice de Santana Pires do Amor D618p

Práticas pedagógicas adotadas pelos professores do ensino de ciências naturais no 5º ano do ensino fundamental em uma escola municipal de Cabaceiras do Paraguaçu - Bahia / Janice de Santana Pires do Amor Divino. – Governador Mangabeira – Ba, 2016. 33 f. Orientadora: Profa. Ma. Dra. Noelma Miranda de Brito Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Pedagogia) – Faculdade Maria Milza, 2016. 1. Ensino de Ciências Naturais. 2. Atuação Docente. 3. Práticas Pedagógicas. I. Brito, Noelma Miranda de. II. Título. CDD 370.75

Dedico primeiramente a Deus, autor de nossas vidas; meus filhos Gleidson e David que são meu maior tesouro; ao meu marido, minha mãe, professores e colegas pela compreensão e colaboração nesta caminhada e a todos que me incentivaram ao longo desta caminhada.

AGRADECIMENTOS

Sei que chegar até aqui não foi um processo fácil, um longo caminho foi percorrido. Com lutas e barreiras que foram vencidas, neste momento tenho muito a agradecer a Deus e a Nossa Senhora Aparecida à luz da minha vida, pois sempre estiveram presentes guiando meus passos, me dando capacidade, força e coragem para enfrentar os desafios e seguir em frente na busca de concretizar mais um sonho em minha vida. Assim também aos meus pais, meu esposo e irmãos pela ajuda, carinho e proteção nesta caminhada; aos meus filhos Gleidson e David, fruto das minhas inspirações e a todos pelos incentivos. Aos amigos, que foram grande companhia adquirida durante a caminhada: Adriane, Angélica, Alcione, Bárbara, Beatriz e outros amigos de sala, amizades às quais levarei por toda minha vida, pois, a simples presença, em tantos momentos de desafios, ansiedade e vitórias, me fortaleceram nessa caminhada. A minha orientadora Noelma Miranda de Brito, por sua dedicação, que muito me ajudou para construção deste trabalho, com sua exigência. A todos os professores que contribuíram para que esse caminho se fortalecesse; palavras, atitudes, gestos, sendo positivos ou negativos serviram como base para o processo. A todos, meu muito obrigado! Vou levar cada momento e vivência para minha vida. Muito obrigada Senhor.

RESUMO A importância do ensino de Ciências Naturais está pautada na sua contribuição para a formação do indivíduo e sua leitura de mundo. A partir da universalização do ensino e das mudanças da sociedade, o ensino de Ciências Naturais tende a buscar alternativas pedagógicas para despertar o interesse do aluno, possibilitando ao professor o uso de novas práticas pedagógicas de ensino. Com base nessa situação, o objetivo geral do trabalho foi compreender quais têm sido as práticas pedagógicas desenvolvidas pelos professores no ensino das Ciências Naturais no 5º ano do Ensino Fundamental em uma escola municipal de Cabaceiras do Paraguaçu – Bahia. Para nortear este trabalho, consideram-se os seguintes objetivos específicos: verificar como ocorrem as aulas de Ciências Naturais no 5º ano do ensino fundamental; Identificar as práticas pedagógicas utilizadas pelos professores durante as aulas de Ciências e conhecer os principais desafios encontrados pelos professores do 5º ano durante as aulas de Ciências Naturais. A pesquisa foi de natureza qualitativa e caráter exploratório descritivo, tendo como instrumentos de coleta de dados a aplicação de um questionário semiestruturado destinado aos professores e alunos do 5º ano do ensino fundamental e a observação das práticas pedagógicas desenvolvidas nas as aulas de Ciências Naturais. Considerando a utilização de conteúdo teórico na maioria das vezes de forma tradicional os resultados finais apontam que as práticas pedagógicas utilizadas pelas professoras são contribuintes para o ensino de Ciências Naturais, sendo poucas utilizadas em suas aulas. Desenvolver as práticas educacionais possibilita o aprendizado do aluno, cabe ao professor aprimorar as suas práticas pedagógicas a fim de instruir os alunos a desenvolverem suas potencialidades individuais e coletivas, capazes de resolverem dificuldades expostos em seu cotidiano. Palavras–chave: Atuação docente, Práticas Pedagógicas, Ensino Fundamental. Professora de Ciências.

SUMMARY

The importance of the teaching of Natural Sciences is based on its contribution to the formation of the individual and his reading of the world. From the universalization of teaching and the changes of society, the teaching of Natural Sciences tends to seek pedagogical alternatives to arouse the interest of the student, enabling the teacher to use new pedagogical teaching practices. Based on this situation, the general objective of the work was to understand the pedagogical practices developed by teachers in the teaching of Natural Sciences in the 5th year of elementary school in a municipal school in Cabaceiras do Paraguaçu - Bahia. To guide this work, the following specific objectives are considered: to verify how the natural science classes take place in the 5th year of elementary school; To identify the pedagogical practices used by the teachers during the science classes and to know the main challenges encountered by the teachers of the 5th year during the classes of Natural Sciences. The research was qualitative and descriptive exploratory in nature, having as data collection instruments the application of a semi - structured questionnaire for teachers and students of the 5th year of elementary school and the observation of the pedagogical practices developed in the classes of Natural Sciences. Considering the use of theoretical content most of the time in a traditional way the final results point out that the pedagogical practices used by the teachers are contributing to the teaching of Natural Sciences, being few used in their classes. To develop the educational practices allows the student to learn, it is up to the teacher to improve his pedagogical practices in order to instruct the students to develop their individual and collective potentialities, capable of solving difficulties exposed in their daily life. Key words: Teaching experience, Pedagogical Practices, Elementary Education. Professor of Sciences.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 7 2 AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NO ESTUDO DE CIÊNCIAS NATURAIS

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2.1 O HISTÓRICO DO ENSINO DE CIÊNCIAS NATURAIS NO BRASIL ................................................... 10 2.2 O ENSINO DE CIÊNCIAS NATURAIS NOS ANOS INICIAIS .............................................................. 13 2.3 A FORMAÇÃO DE PROFESSORES NA ÁREA DE CIÊNCIAS NATURAIS ........................................... 15

3 ANÁLISE DA ATUAÇÃO DOCENTE NO ENSINO DE CIÊNCIAS NATURAIS NO 5º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL ..................................................................... 17 3.1 ANÁLISES SOBRE AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS ADOTADAS PELO PROFESSOR DURANTE AS OBSERVAÇÕES DAS AULAS DE CIÊNCIAS NATURAIS ......................................................................... 17 3.2 A ANÁLISE DO QUESTIONÁRIO DIRECIONADO AOS PROFESSORES DO 5º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL ................................................................................................................................. 19 3.3 A ANÁLISE DO QUESTIONÁRIO DIRECIONADO AOS ALUNOS DO 5º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL ................................................................................................................................. 22

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 26 REFERÊNCIAS

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APÊNDICE .............................................................................................................. 288

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1 INTRODUÇÃO O ensino de Ciências Naturais assume um papel muito importante na formação educacional, pois contribui para que o sujeito compreenda melhor o mundo que o cerca. Assim, é função do educador estimular o educando a elaborar e construir os seus primeiros significados sobre o mundo, ampliando seus conhecimentos, sua cultura, sua possibilidade de compreender e participar efetivamente de uma sociedade em que a Ciência interfere diretamente. Nas últimas décadas, com as necessidades de mudança dos conteúdos e formas de trabalhar nas escolas, o professor do ensino de Ciências Naturais precisou implantar alternativas pedagógicas para despertar o interesse, a curiosidade, a compreensão dos conceitos e aprendizagem, para facilitar o desenvolvimento cognitivo, intelectual e social dos alunos. Ao professor, cabe buscar metodologias de trabalho que façam com que seu aluno desperte o interesse e sua curiosidade em buscar respostas para suas indagações. Nessa perspectiva, a pesquisa que aqui se propõe, tem como indagação central, problematizar quais têm sido as práticas pedagógicas dos professores de Ciências Naturais do 5º ano do ensino fundamental de uma escola municipal em Cabaceiras do Paraguaçu – Bahia? A partir de tal questionamento, toma-se como objetivo geral, compreender quais têm sido as praticas pedagógicas para o ensino das Ciências Naturais no 5º ano do Ensino Fundamental em uma escola municipal em Cabaceira do Paraguaçu – Bahia. Norteando este trabalho considerou-se os seguintes objetivos específicos: verificar como ocorrem as aulas de Ciências Naturais no 5º ano do ensino fundamental; Identificar as práticas pedagógicas utilizadas pelos professores durante as aulas de Ciências e conhecer os principais desafios encontrados pelos professores do 5º ano durante as aulas de Ciências Naturais. Durante as aulas da disciplina Ensino de Ciências: conteúdo e metodologia no curso de Licenciatura em Pedagogia ficou claro que as aulas de Ciências Naturais são de extrema importância para a compreensão do mundo que nos cerca e que as transformações provenientes das Ciências Naturais beneficiam as práticas cotidianas da nossa sociedade. Em consequência disso, despertou-me o interesse em observar como estas aulas são desenvolvidas nos anos iniciais do ensino fundamental.

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Sabendo das contribuições e da importância das aulas de Ciências Naturais para a formação dos indivíduos, este trabalho poderá contribuir para que os professores reflitam como estão desenvolvendo suas práticas pedagógicas durante as aulas de Ciências Naturais, no intuito de rever outros saberes e outras dinâmicas que possam ser realizadas durante as aulas, promovendo maior interação entre o aluno e o mundo que o cerca. Além disso, este trabalho poderá ser uma fonte de conhecimento para o curso de Licenciatura em Pedagogia, visto que existem poucas informações na instituição com este tema. A pesquisa é um conjunto de procedimentos sistemáticos, baseados no raciocínio lógico, que tem por objetivo encontrar soluções para um problema, que não se tem informações para solucioná-lo (GIL-PEREZ, 2010). Portanto, para complementar os objetivos deste projeto, estrutura-se uma metodologia para efetivação da pesquisa de natureza qualitativa e de caráter exploratório descritivo. Nesse sentido, e com base na temática do trabalho o estudo foi realizado, após sua exploração no campo de pesquisa. Tendo uma amostra com 28 alunos de duas turmas do 5º ano do ensino fundamental e 02 professoras. Os questionários e observações das práticas pedagógicas que foram aplicadas nesta pesquisa foram realizadas em uma instituição pública, situada em Caatinguinha, zona rural do Município de Cabaceira do Paraguaçu - BA. A mesma atende alunos do 3º ao 5º ano do ensino fundamental e funciona nos turnos, matutino e vespertino. E assim, foram utilizados como instrumentos metodológicos para a coleta de dados, a observação e o questionário, que segundo Minayo (2010) visa compreender o ponto de vista do sujeito a ser objeto da investigação, visando a sua compreensão ou generalização e denomina a observação como descritiva de forma livre, que possibilita o contato direto com o ambiente de forma direta e objetiva. A pesquisa foi desenvolvida no período de agosto a novembro durante a última unidade do ano letivo de 2016, depois da entrega do termo de consentimento a instituição. Os procedimentos utilizados na coleta de dados foram: a observação das práticas metodológicas desenvolvidas pelos professores e questionários destinados as professoras e aos alunos. Este trabalho monográfico foi dividido em quatro capítulos: no primeiro se encontra a introdução, mostrando a importância deste estudo; no segundo capítulo foi realizada uma revisão de literatura tendo como temática: o estudo de Ciências e

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suas práticas pedagógicas; na sequência apresenta-se o histórico do ensino de Ciências Naturais no Brasil; o percurso do ensino de Ciências na sua trajetória de ensino; o ensino de Ciências Naturais nos anos iniciais: a importância de se trabalhar o ensino de Ciências Naturais na infância; a formação de professores na área de Ciências Naturais, atuação e formação no ensino de Ciências Naturais. O terceiro capítulo apresenta a análise e discussão dos resultados. No quarto capítulo estão as considerações finais, apresenta-se também a conclusão das pesquisas articuladas ao estudo realizado.

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2 AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NO ESTUDO DE CIÊNCIAS NATURAIS O referencial teórico procurou contemplar um breve o histórico das Ciências Naturais, abordando as transformações ocorridas durante a construção do ensino de Ciências no Brasil; a segunda parte do referencial contempla o ensino das Ciências nos anos iniciais, vislumbrando como a literatura vem abordando este contexto nas escolas brasileiras, e sua influência no ensino aprendizagem e o último corresponde à formação dos professores na área das Ciências Naturais, como fator preponderante para a melhoria das práticas educacionais nesta área educacional, além de demonstrar a importância desta formação para a atuação mais eficiente e dinâmica na promoção de uma aprendizagem mais significativa no âmbito das Ciências da Natureza.

2.1 O HISTÓRICO DO ENSINO DE CIÊNCIAS NATURAIS NO BRASIL

O ensino de Ciências Naturais, ao longo de sua história nas escolas do ensino fundamental, tem se orientado por diferentes vertentes educacionais, que ainda hoje se expressam nas salas de aula. Assim, mesmo que de uma forma breve, vale a pena reunir os fatos históricos que demonstram sua importância como parte do processo de construção da aprendizagem (BRASIL, 1997). A sua proposta teve início na década de 30, durante o governo provisório chefiado por Getúlio Vargas. No final do ano de 1930 foi criado o Ministério da Educação e Saúde Pública, que sinalizava a tonificação do Estado educador, e Francisco Campos foi indicado como o seu primeiro titular. Na primeira metade de 1931, ele implementou uma significativa reforma na educação nacional, com destaque para a criação do Conselho Nacional de Educação e a reorganização do ensino secundário e superior, que passaria a ser identificada com o seu nome – Francisco Campos. A reforma do ensino secundário foi oficializada pelo Decreto nº 18.890, de 18 de abril de 1931, sendo ajustada e consolidada pelo Decreto nº 21.2141, de 04 de abril de 1932 (BRASIL, 1997), após a necessidade de equilibrar a natureza, o ensino de Ciências Naturais se estabilizou nas escolas brasileiras em 1931, com a Reforma de Francisco Campos, com a finalidade de passar diversos conhecimentos naturais para enriquecer os conhecimentos científicos e promover o

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desenvolvimento do pensamento crítico, a conscientização e valorização da humanidade pela conservação do ambiente (REIS JÚNIOR et al., 2012). O objeto de estudo da disciplina de Ciências Naturais era o saber científico, resultante da investigação da natureza. Cientificamente a natureza era um conjunto de elementos integrados no mundo em toda sua complexibilidade, e cabia às pessoas observar a natureza e usufruir dos recursos naturais com racionalidade (PARANÁ, 2008). De acordo com os PCN (1997) até a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases nº 4.024/61, ministrava-se as aulas de Ciências Naturais apenas nas duas últimas séries do antigo curso ginasial. Essa lei estendeu a obrigatoriedade do ensino da disciplina a todas as séries ginasiais. Com a aprovação da lei ocorreram grandes mudanças no papel da escola, pois o currículo escolar precisava responder as demandas da influência da Escola Nova no Ensino de Ciências Naturais. “Essa tendência deslocou o eixo da questão pedagógica, dos aspectos puramente lógicos para aspectos psicológicos, valorizando a participação ativa do aluno no processo de aprendizagem” (BRASIL, 1997 p.19 20). A Escola Nova tinha o papel de enfatizar o processo de desenvolvimento dos alunos, no tocante ao estímulo das ações psicológicas, despertando o raciocínio lógico, o levantamento de hipóteses até a extrapolação de resultados obtidos na pesquisa em situações semelhantes do contexto social do aluno. Mas, com o golpe de 1964, o papel da escola sofreu outras alterações, deixando de enfatizar a cidadania para formação do trabalhador, considerando o Ensino de Ciências Naturais, peça importante para a formação de mão de obra qualificada para o desenvolvimento do País. Apenas em 1971, com a Lei nº 5.692, as Ciências Naturais passou a ter caráter obrigatório nas oito séries do primeiro grau. Pois o ensino de Ciências Naturais era dominado pela prática de ensino tradicional, visto que o professor era detentor e o transmissor do saber; enquanto o aluno era mero ouvinte e reprodutor, e ao final do curso eram avaliados pelo total de conteúdos trabalhados. (BRASIL, 1997, p.19). O ensino das Ciências Naturais para os anos iniciais do ensino fundamental, após a promulgação das Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, ainda não privilegiava os alunos como seres pensantes e atuantes no seu meio social, que ainda hoje se reflete na educação fundamental, pois os alunos saem com

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dificuldades e uma base de conhecimentos insuficientes para lidar com o mundo que o cerca. Para tanto os PCN (1998) ressaltam que, O objetivo fundamental do ensino de Ciências Naturais passou a ser dar condições para o aluno vivenciar o que se denominava método científico, ou seja, a partir de observações, levantar hipóteses, testá-las, refutá-las e abandoná-las quando fosse o caso, trabalhando de forma a redescobrir conhecimentos (BRASIL, 1998, p.19).

Portanto, o ensino de Ciências Naturais tem papel fundamental na escola, podendo incluir no currículo do aluno o pensar de maneira lógica, sobre fatos do cotidiano e na construção mais realística dos fenômenos que regem a natureza e o mundo, pois, é nos anos iniciais o que o ensino de Ciências traz a compreensão de mundo e suas transformações e na qual contribui para uma melhor compreensão dos fenômenos naturais que permeia a realidade do aluno (BERTOLINI, 2007). O

estudo

das

Ciências

objetiva

compreendera

natureza,

elaborar

representações de como se explica o universo, o espaço, a matéria, o tempo, o ser humano, a vida, sempre desvendando e explicando os novos fenômenos naturais, de forma a promover a organização e a sintetização do conhecimento, transformando-o em teorias trabalhadas e debatidas pela comunidade científica, que realizará a difusão social dos resultados obtidos (BERTOLINI, 2007). Para isso, faz-se necessário uma ação docente que permita o aluno a perguntar, refletir, buscar por respostas, tomar decisões, buscando trabalhar de maneira interdisciplinar, criativa e aproveitando curiosidades dos alunos sobre os temas de Ciências, trabalhados em sala de aula. Sobre essa abordagem o PCN traz: Pela abrangência e pela natureza dos objetivos de estudo das Ciências, é possível desenvolver a área de forma muito dinâmica, orientando o trabalho escolar para o conhecimento sobre os fenômenos da natureza, incluindo o ser humano e as tecnologias mais próximas e mais distantes, no espaço e no tempo. Estabelecer relações entre o que é conhecido e as novas ideias, entre o comum e o diferente, entre o particular e o geral, definir contrapontos entre os muitos elementos no universo de conhecimentos, são processos essenciais à estruturação do pensamento, particularmente do pensamento científico (BRASIL, 1997, p.32).

Ao se trabalhar com as Ciências Naturais em sala de aula, há a possibilidade de produção de inúmeros conhecimentos relacionados ao nosso universo, as interferências humanas no curso da vida. As dinâmicas para a promoção destes conhecimentos podem

ser bastante

diversificadas,

como

a

execução

de

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experiências, atividades práticas, dinâmicas de grupo, observação de fenômenos naturais, dentre outras possibilidades. Ao desenvolver o ensino e a aprendizagem em Ciências Naturais, consideramos conceitos, procedimentos e atitudes como conteúdos de ensino, que devem ser compatíveis com o desenvolvimento de cada aluno. No ensino fundamental são quatros blocos temáticos onde cada professor pode organizar seu planejamento considerando a sua realidade e o nível de desenvolvimento cognitivo do aluno (PCN, 1997 p. 43). Os conteúdos devem se constituir em fatos, conceitos, procedimentos, atitudes e valores compatíveis com o nível de desenvolvimento intelectual dos alunos, de maneira que ele possa operar com tais conteúdos e avançar efetivamente os seus conhecimentos (BRASIL, 1997, p. 42).

Neste sentido, cabe ao professor procurar estratégias que levem em consideração o nível cognitivo de seus alunos, para que os conteúdos ministrados em suas aulas de Ciências Naturais estejam distantes da compreensão dos alunos e acabem tornando as aulas sem nenhum sentido para os alunos.

2.2 O ENSINO DE CIÊNCIAS NATURAIS NOS ANOS INICIAIS

O ensino de Ciências Naturais nos anos iniciais do ensino fundamental é a base inicial na formação do aluno, a ampliação dos conhecimentos acerca dos fenômenos da natureza, em virtude da valorização e a compreensão do conhecimento científico e do desenvolvimento tecnológico. A transmissão destas informações deve sempre está presente nas salas de aula, pois o aluno precisa saber que o mundo que o cerca, esta sempre passando por transformações, promovidas pelas ações humanas. Estas transformações é que favorecem ou não a vida humana e sua relação com a natureza. O ensino de Ciências Naturais pode quando bem trabalhado ajuda os alunos a encontrar respostas para muitas questões e faz com que ele esteja em permanente exercício do raciocínio, podendo construir seus conceitos e aprender de modo mais significativo sobre o ambiente que o aluno faz parte. “A criança não é cidadão do futuro, mas já é cidadã hoje, e, nesse sentido, conhecer as Ciências é

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ampliar a sua possibilidade presente de participação social no futuro”. (BRASIL, 1997, p.25). O estudo de Ciências Naturais é entendido como um processo no qual se produz conhecimentos e como uma atividade de caráter essencialmente humana. Portanto, o conhecimento e o desenvolvimento acontecem de diversas formas e em diferentes ambientes, e é na escola que está centrado nas condições oferecidas para ampliação das habilidades e competências dos alunos, buscando resolver situações por meio de uma metodologia que vá ao encontro dos objetivos de formação para a cidadania. Sendo assim, o PCN orienta que os alunos deverão chegar ao final do ensino fundamental com a seguinte capacidade em relação ao ensino de Ciências: Compreender a natureza como um todo dinâmico, sendo o ser humano parte integrante e agente de transformações do mundo em que vive; Formular questões, diagnosticar e propor soluções para problemas reais a partir de elementos das Ciências Naturais, colocando em prática conceitos, procedimentos e atitudes desenvolvidos no aprendizado escolar. (BRASIL, 1997, p. 39).

Portanto, as aulas de Ciências Naturais, assim como as demais disciplinas, devem ser planejadas de modo que as ideias, as teorias e o conhecimento dos alunos possam ser aproveitados e discutidos acerca de suas indagações, sejam contemplados e desenvolvidos. O ensino de Ciências deve, sobretudo, proporcionar a todos os estudantes a oportunidade de desenvolver capacidades que neles despertem a inquietação diante do desconhecido, buscando explicações lógicas e razoáveis, amparadas em elementos tangíveis, de maneira testável (BIZZO, 2009, p.13 14).

O aluno precisa ser estimulado a desenvolver as suas habilidades para a observação, para despertar o interesse em conhecer o que está por trás dos fenômenos naturais. Ao manipular brinquedos e outros objetos, ao lidar com luz, as sombras, a água e o vento, ao observar o comportamento dos animais, o desenvolvimento de animais e de plantas, e ao perceber o próprio corpo, as crianças vão construindo concepções que fundamentam suas expectativas quanto ao modo como as coisas funcionam. (MORAIS; ANDRADE, 2010, p.13).

Ao ser envolvido nestes tipos de atividades, o aluno consegue perceber as relações entre o ambiente em que vive e suas transformações, promovidas pelas

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interferências humanas. Estas atividades podem também contribuir para maior percepção do aluno sobre as modificações ocorridas a sua volta.

2.3 A FORMAÇÃO DE PROFESSORES NA ÁREA DE CIÊNCIAS NATURAIS

Durante a estruturação para a implementação do ensino de Ciências Naturais, como disciplina no currículo das escolas, o professor não possuía a formação adequada para ministrar a disciplina. Percebe-se que desde essa época, e ainda nos dias atuais, existe uma grande necessidade de repensarmos os currículos de formação de professores, marcada pelo tradicionalismo. Porém, os professores que desempenham suas funções no primeiro grau, por ser um professor polivalente, exige domínio de assuntos tão diversos, como nas matérias de português, matemática, história, geografia, arte etc., não associam práticas de ensino, tornando-se meros reprodutores. No entanto, não seria descabido afirmar que a formação de professores que configura no Brasil, ainda dificilmente é tida como uma das prioridades do sistema universitário, para a formação de professores, principalmente quando nos referimos ao sistema público de ensino (BIZZO, 2009). Apesar da existência de inúmeras instituições de ensino superior, voltadas para as licenciaturas, que vem aos poucos se expandindo no País, falta disposição do poder público, assim como pouco interesse de parte dos professores, para a formação continuada e em decorrência das adversidades, a formação com maior qualificação e qualidade a ser refletida em salas de aula. Bizzo (2009) diz que no ensino de Ciência Natural o professor não transmitia de forma correta as aulas, por isso, os alunos memorizavam as informações e repetiam nas provas. Portanto, não eram relacionados os assuntos com o mundo que a criança vivenciava. Assim, muitos avanços há de acontecer na formação dos professores e na sua metodologia. [...] mostra aos professores – durante sua formação inicial ou permanente – até que ponto e, insistimos, á margem de atitudes de rejeição generalizadas, o que eles denominam pejorativamente “ensino tradicional” neles está profundamente impregnado ao longo dos muitos anos em que, como alunos, acompanharam as atuações de seus professores (GILPÉREZ; CARVALHO, 2003, p.38).

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O ensino de Ciências vem sendo transmitido ao longo desses anos, de forma tradicional, e até hoje que já se introduz novas técnicas de ensino, ainda é passada para o aluno, aulas que não é permitido que os mesmos exponham suas idéias. O professor deve selecionar materiais disponíveis diante a sua realidade, de maneira a oferecer ao aluno o entendimento de forma adequada à realidade dos alunos. O plano Nacional de Educação exige que todos os alunos sejam alfabetizados até os 08 anos de idade, e os pais que seus filhos aprendam a ler e escrever sendo assim, as escolhas dos professores a tornar a disciplina de Português a mais importante (PIASSI; ARAUJO, 2012, p.13). A pouca importância dada ao ensino de ciências e não dominarem os conhecimentos científicos. No processo de ensino e aprendizagem de ciências nos anos iniciais do ensino fundamental, o necessário apoio pedagógico ao professor pode favorecer sua ousadia de reconhecer-se no lugar de quem ainda aprende, experimenta novas estratégias metodológicas e se aventura por conteúdos que dizem respeito a si mesmo, aos alunos, à sua comunidade e ao planeta (MORAIS; ANDRADE, 2010, p.06).

Ao entrar em uma sala de aula o professor encontra vários desafios no ensino aprendizagem. Desta forma, cabe ao educador repensar a sua prática, levando em consideração que alunos querem formar. De que forma os conteúdos precisam ser ministrados, para que tenham sentido para os alunos?As inovações tecnológicas, e infinitas mudanças no nosso cotidiano existem, porém, elas não terão nenhum sentido, se o professor não estiver preparado para trabalhar estas mudanças em si mesmo e ter a coragem de expor estas mudanças para além de suas concepções. As aulas ministradas precisam acompanhar tais mudanças, porém sem a presença do professor literalmente neste processo, nada disso será possível. A elaboração de um plano de trabalho, o planejamento da disciplina, é uma obrigação do professor, que deve levar em consideração o projeto pedagógico da escola. E cada escola deve fazer valer sua autonomia pedagógica, definindo um projeto pedagógico próprio, adequado para a realidade na qual a escola esta inserida (BIZZO, 2009, p.89).

Portanto, o professor deve participar da construção do projeto Pedagógico e assim selecionar o método, diante a sua realidade e a do aluno a ser trabalhado, pois, utilizando estratégias metodológicas, teóricos, atividades diversificadas, aliadas

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as atividades práticas, como uma ferramenta estratégica para a fixação e ampliação dos conteúdos teóricos. Segundo Bizzo (2009) é comum que os professores procurem inovar suas práticas de forma gradual, introduzindo elementos inéditos e conservando alguns tradicionais, possibilitando aos alunos maior entendimento e interação ao expor suas dificuldades de aprendizagem.

3 ANÁLISE DA ATUAÇÃO DOCENTE NO ENSINO DE CIÊNCIAS NATURAIS NO 5º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL EM UMA ESCOLA MUNICIPAL DE CABACEIRAS DO PARAGUAÇU - BA

Neste capítulo são relatadas as informações e discussões provenientes dos resultados das análises da observação e dos questionários direcionados aos professores e alunos do 5º ano de uma escola do ensino fundamental no município de Cabaceiras do Paraguaçu – BA, com ênfase nas práticas pedagógicas do professor e seu reflexo na aprendizagem dos alunos.

3.1 ANÁLISES SOBRE AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS ADOTADAS PELAS PROFESSORAS DURANTE AS OBSERVAÇÕES DAS AULAS DE CIÊNCIAS NATURAIS

Durante o período da observação da rotina das aulas realizadas pelas professoras, foi possível perceber que, estas privilegiaram os conteúdos teóricos, ressaltando o seu desenvolvimento e comprometimento com os alunos, de maneira como tratava cada um na organização e no planejamento das atividades. Desempenhando o seu papel profissional, de maneira organizada. As aulas observadas caracterizaram a atuação de profissionais ainda com tendências tradicionais, porém, procurando alternativas para a melhoria do andamento de suas aulas. De acordo com Bertolini (2007, p.11) “novas formas de se descrever os mesmo fatos dão origem a novos conceitos e um mesmo aspecto da natureza passa a ser explicado sob uma ótica diferente.”.

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O ensino se torna mais eficaz quando é confrontado com a realidade do aluno. O modelo tradicional de ensino de Ciências Naturais que é amplamente utilizado por professores do ensino fundamental faz dos alunos apenas ouvintes, o que consequentemente faz com que os mesmos memorizem o conteúdo durante um curto período de tempo e não aprendam verdadeiramente. Assim como também afirma Bertolini (2007, p.27) “o conhecimento teórico e as capacidades e habilidades relacionadas a esse conhecimento são assimilados pelos alunos na prática.”. Para atender os eixos propostos pelo planejamento das aulas de Ciências, a professora lançou mão de uma atividade específica de cada proposta pedagógica abordada em aula, assim, a mesma procurou trabalhar de acordo com a realidade dos alunos, e assim, despertou a atenção das crianças. Mostrando a sua preocupação em criar alternativas para ajudar na aprendizagem dos alunos. Toda cordialidade foi transformada em valores éticos, o que tornou a sala de aula em um lugar prazeroso e os alunos, saíram da posição de passividade, deixando de ser meros ouvintes. Para uma maior motivação foram oferecidas atividades, como as apresentações de trabalhos, leitura compartilhada das atividades do livro, leitura de imagens, entre outras. De acordo com Bertolini (2007, p.27): Em termos de metodologia, nas aulas de Ciências, faz-se necessário que o professor coloque os alunos em atividades efetivas de aprendizagem, ou seja, que aprendam habilidades e que desenvolvam capacidades e competências para atuarem de forma autônoma, encontrando soluções gerais para problemas específicos.

Algumas ações desempenhadas pelas professoras durante o período de observação contemplaram o nível cognitivo dos alunos e aos objetivos propostos para a aula. Na realização de cada atividade desenvolvida foi notável a participação, motivação e satisfação que os alunos demonstraram, fazendo questionamentos, se mostrando interessados e curiosos com as abordagens estabelecidas na aula, o que atendeu as expectativas da professora, pois trabalhava de forma interdisciplinar, possibilitando aos educandos um aprendizado dinâmico e produtivo. Durante a observação foi possível presenciar momentos em que os alunos apresentaram trabalhos em equipe, com a exposição de conteúdos aprendidos durante as aulas através de cartazes. Em outros momentos, as aulas transcorriam de forma tradicional, onde o conteúdo era priorizado, sem nenhuma interferência por parte

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dos alunos. Além disso, foi notório durante as observações, a ausência de aulas práticas como: montar e conduzir experimentos, realizar atividades envolvendo jogos na área de ensino de Ciências, dentre outras. As atividades práticas como, por exemplo, as visitas de campo visam propiciar a contextualização da aprendizagem realizada e a consolidação dos conhecimentos já adquiridos, isso além de despertar o desejo do aluno em conhecer mais oferece a oportunidade para o exercício de práticas interdisciplinares (MORAIS; ANDRADE, 2010). Sabemos que para maior aprendizado dos alunos é importante utilizar aulas teóricas e práticas combinadas, para que eles possam levantar hipóteses, interpretar os resultados, elaborar problemas e buscar respostas para suas indagações. Isso é necessário para que possam aprender com autonomia, possibilitando assim, o interesse por um ensino aprendizado mais significativo, prazeroso, expressivo e produtivo.

3.2 A ANÁLISE DO QUESTIONÁRIO DIRECIONADO AOS PROFESSORES DO 5º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL DE UMA ESCOLA NO MUNICÍPIO DE CABACEIRAS DO PARAGUAÇU – BA.

As análises dos questionários destinados às professoras, quanto à formação profissional, revelando que as duas professoras, A e B, possuem formação em Licenciatura em Pedagogia, sendo que a professora A com Especialização em Psicopedagogia; além disso, ambas participam do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa que é um curso de aperfeiçoamento fruto de um acordo formal assumido pelo Governo Federal para firmar o compromisso de alfabetizar crianças até no máximo oito anos de idade (BRASIL, 2012). Com relação ao tempo que exercem a profissão, a professora A atua há três anos no magistério e a professora B, cerca de quatro anos. O professor tem o papel fundamental no processo de ensino e aprendizagem do aluno, através de métodos que motivem o mesmo a pensar, provocando a curiosidade e estimulando a participação do aluno nas atividades.

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“A realidade educacional brasileira possui características muito diversificadas, pois dificilmente na formação dos professores figura entre as prioridades do sistema universitário principalmente no sistema público” (BIZZO, 2009, p. 83). De acordo com Bizzo (2009, p.83): Os professores polivalentes que atuam nos quatros primeiras séries do ensino fundamental têm poucas oportunidades de se aprofundar no conhecimento científico e na metodologia de ensino específica da área, tanto quando sua formação ocorre em cursos de magistério como em cursos de Pedagogia.

Assim conforme o autor, o ensino do profissional de pedagogia ainda é muito generalístico, não havendo assim, o aprofundamento específico nas áreas do conhecimento em que irá atuar; isso faz com que haja o comprometimento da sua atuação em sala de aula, visto que ainda existem dificuldades que tornam o ensino limitado. Nestas condições, há o esforço das professoras em promover atividades que tentam envolver a participação dos alunos. Ao questionar as professoras A e B, sobre qual a importância de se trabalhar com os conteúdos de Ciências Naturais, o professor A respondeu que, adquirir conhecimentos práticos e teóricos e a professora B diz que, levar conhecimentos aos alunos onde eles possam tirar suas dúvidas como, por exemplo, o corpo humano e suas funções. O conhecimento das Ciências Naturais não se resumem apenas ao conhecimento teórico e prático, há também a necessidade de se ter uma visão de forma mais globalizada do ensino de Ciências e com tendência em acompanhar as modificações ocorridas na sociedade e no meio que nos cerca; para poder expor de forma mais clara e dinâmica as aulas e com isso, incentivar os alunos a se apropriarem de conhecimentos que estão no nosso dia a dia. O professor precisa está sempre em constante processo de formação, pois os avanços e as transformações tecnológicas e da sociedade, devem faz parte do aprendizado dos alunos. Para o ensino de Ciências Naturais é necessário à construção de uma estrutura geral da área que favoreça a aprendizagem significativa do conhecimento historicamente acumulado e a formação de uma concepção de Ciências, suas relações com a Tecnologia e com a Sociedade (BRASIL, 1997, p.31).

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As aulas de Ciências Naturais devem ter o embasamento teórico e prático, associadas às vivências cotidianas dos alunos. A partir destas perspectivas, os alunos começam a relacionar os conhecimentos científicos com a realidade que o cerca. Demonstrando que os conteúdos das Ciências Naturais estão presentes no cotidiano do aluno e que o mesmo precisa perceber estas relações. Assim, possivelmente irá aos poucos sendo trabalhado a autonomia e o envolvimento maior do alunado durante as aulas de Ciências.

É necessário dar voz ao aprendiz, que deve ficar consciente de como concebe a realidade que conhece. Ao fazê-lo falar sobre suas ideias elas se tornam claras para o próprio sujeito (BIZZO, 2009, p.64).

Assim, se baseando nos conhecimentos prévios de cada sujeito, buscando aprofundar e ampliar estes conhecimentos, a partir da realidade e para que isso estabeleça relações entre o meio ambiente e as formas de vida que ali se colocam, valorizando sua importância para a preservação dos espaços e uma qualidade de vida melhor. Com relação às práticas pedagógicas adotadas pelas professoras durante suas aulas, a professora A e B, relataram que utilizam atividades do livro, atividades escritas no caderno, trabalhos em grupos e apresentações de trabalhos. O livro didático é ainda um dos recursos mais utilizados pelos professores em suas aulas, portanto precisam ser selecionado através da realidade e vivência aluno. Portanto, a utilização de metodologias satisfatórias para que supram as necessidades e expectativas superando as metas a serem alcançadas. [...] são especialmente interessantes atividades que envolvam participação oral, como debates, dramatizações, entrevistas e exposições espontâneas ou preparadas, atividades em grupo voltadas para a experimentação, observação e reflexão. Entre estas atividades, aquelas de natureza lúdica, gestual e coletiva, ao lado das de desenho, cumprem também a função de minimizar a ruptura até mesmo afetiva do regime de professor de turma (BRASIL, 1998, p.58).

As professoras apesar de utilizarem diferentes tipos de atividades, ainda apresentam os conteúdos teóricos à maioria das vezes de forma tradicional. Assim como, criar condições que favoreçam a construção de diferentes conceitos trabalhados nas aulas de Ciências.

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Ao questionar se as professoras A e B encontram dificuldades no trabalho com a disciplina de Ciências durante as aulas, a professora A respondeu que sim, dependendo do conteúdo e a B falou que sim, laboratórios, esqueletos e outros. O professor precisa refletir sobre a sua prática, pois estas dificuldades não podem comprometer o seu trabalho e nem a aprendizagem dos alunos. Pois o trabalho do professor de Ciências também deve estar pautado no progresso do aluno e de acordo com Bizzo (2002) o professor de Ciências deve conhecer bem a disciplina que leciona. Neste sentido, o professor deve estudar literalmente o que se pretende ensinar, e desta maneira buscar metodologias e atividades que facilitem a sua conduta e exposição durante a aula, para não tornar este conteúdo algo que seja inatingível a compreensão do aluno.

3.3 A ANÁLISE DO QUESTIONÁRIO DIRECIONADO AOS ALUNOS DO 5º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL DE UMA ESCOLA NO MUNICÍPIO DE CABACEIRAS DO PARAGUAÇU – BA.

Os alunos que participaram da pesquisa se encontravam na faixa etária de 10 a 13 anos, sendo em sua maioria do sexo feminino. Estes quando foram questionados sobre quais atividades sua professora utilizava nas aulas de Ciências Naturais, todos afirmaram que eram as atividades escritas no caderno, assim como as atividades do livro didático, as mais utilizadas. Porém, os alunos também pontuaram as apresentações de trabalhos com 96,4% e os trabalhos em grupos com 92,8% das indicações. Estas afirmações dos alunos demonstram o empenho das professoras em tentar mudar as suas práticas. Porém, este tipo de atividade não foi observado durante o período de observação. Não há duvidas de que o ensino de ciências oferece muitas oportunidades para que os alunos se envolvam nas chamadas “atividades práticas”, “atividades experimentais”, “atividades no laboratório”, “experiências”, “experimentos” e outros termos semelhantes. Em geral, essas atividades têm como principal características o caráter predominantemente prático em comparação com outras atividades que exploram apenas os aspectos teóricos da Ciência (MORAIS; ANDRADE, 2010, p.52).

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O professor deve conhecer as ideias prévias dos alunos sobre determinados assuntos, e assim, proporcionar uma aula mais dinâmica e voltada para o interesse do aluno, buscando a partir do que ele sabe explorar conhecimentos que ele desconhece ou pouco tem noção. Estas ações podem contribuir para a construção da autonomia do aluno. Sobre os conteúdos que os alunos afirmaram ter conhecimento e aprendizado, os relacionados ao corpo humano foi o que apresentou o maior percentual de indicações (52%). Estes conteúdos estão relacionados no quadro 01.

QUADRO 01: Respostas dos alunos do 5º ano do ensino fundamental sobre o que aprenderam nas aulas de Ciências Naturais, em uma escola no município de Cabaceiras do Paraguaçu – BA. Conteúdos ministrados pelo professor

Indicação dos alunos (%)

Sistema Respiratório

26,00

Corpo Humano

52,00

Sistema Sanguíneo

6,50

Sistema Urinário

3,00

Reciclagem

3,00

Ler e Escrever

3,00

Bactérias

6,50

FONTE: Própria, resultado da pesquisa de campo (2016).

A escolha deste tema, por parte dos alunos, talvez seja em virtude da proximidade com o seu próprio corpo e tudo que seja inerente a ele. É algo que faz parte do seu conhecimento como pessoa, que possui “um corpo” que é inerente a ele, o aluno. Assim, percebe-se que o método utilizado no processo de ensinoaprendizagem é um desafio no cotidiano do professor, como melhor trabalhar os conteúdos, como atrair a atenção do aluno.

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Cabe ao professor selecionar o melhor material disponível diante da sua própria realidade. Sua utilização deve ser feita de maneira que possa construir um apoio efetivo, oferecendo informações corretas, apresentadas de forma adequada à realidade de seus alunos. (BIZZO, 2009, p.84)

Nota-se nesta questão, o quanto é importante trabalhar conteúdos que tenham significados para os alunos, algo que tenha qualidade para ele, deixando espaços para investigação, criatividade e principalmente sacie a sua curiosidade. Com relação ao tipo de atividades realizadas nas aulas de Ciências que os alunos mais gostam estão relacionadas no quadro 02 abaixo.

Quadro 02: Respostas dos alunos do 5º ano do ensino fundamental sobre quais tipos de aula mais gostam de participar em uma escola no município de Cabaceiras do Paraguaçu – BA. Atividades desenvolvidas nas aulas

Indicação dos alunos (%)

Trabalhos em grupos

57,1

Apresentações de trabalhos

25,0

Atividades escrita no caderno

17,9

FONTE: Própria, resultado da pesquisa de campo (2016).

Para os alunos, as atividades que mais gostam de realizar durante as aulas de Ciências, são os trabalhos em grupo, com 57,1% das indicações. Os alunos preferem trabalhos em grupo, pois possibilitam a interação entre eles, além da troca de conhecimento um com o outro, tornando o grupo mais produtivo e capaz de tomar as suas próprias decisões; cabendo ao professor criar condições para tais realizações (MORAIS; ANDRADE, 2010). O trabalho em grupo permite discussões e manifestações que estimulam os alunos a canalizarem as suas ideias para uma ação comum. Estas atividades permitem o desenvolvimento das relações interpessoais, o que favorece o conhecimento e o entendimento dos limites entre o comportamento dos alunos e a forma de lidarem com ideias muitas vezes opostas as deles, para entrar em consenso sempre haverá uma discussão das ideias. Ao trabalhar o ensino de Ciências Naturais em grupo possibilita criar condições e possibilidade de plena participação social, onde os indivíduos têm

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acesso à informação e expressam suas apresentações de trabalhos compartilhando e construindo visões de mundo, assim consiga atingir seu objetivo.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trabalho com Ciências Naturais nas escolas devem promover condições para que os alunos entendam o mundo, os levem a fazer questionamentos e interpretar as ações e os fenômenos da natureza, que observam e vivenciam no dia a dia. Estas ações não foram identificadas durante a pesquisa na escola, visto que os alunos apresentaram dificuldades para se adequar a este perfil. Nessa linha de pensamento, vale ressaltar que o ensino de Ciências Naturais permite que o sujeito interaja, explore, pergunte e reflita sobre as formas culturais ao seu redor, desenvolvendo-se psicologicamente e socialmente. No entanto, é evidente o desenvolvimento tanto da imaginação quanto da linguagem oral e escrita; isso contribui para ampliação da afetividade e interatividade, formando assim, um ser crítico capaz de respeitar o próximo e exercer a cidadania. A prática pedagógica dos professores apoiada no livro didático e no método reprodutor, entendido como ensino tradicional, ainda hoje continua sendo utilizada nas salas de aulas. Esta prática também foi observada nas aulas desenvolvidas pelas professoras, que apresentaram-se ainda apegadas as raízes tradicionais, mesmo com a tentativa de mudança no uso de diferentes atividades durante as suas práticas pedagógicas. Nessa perspectiva, observou-se que o ensino de Ciências Naturais e sua aprendizagem, está relacionada com a prática do professor. Percebe-se que o docente precisa rever suas ações pedagógicas para tentar inová-las, a fim de ampliar suas estratégias e práticas que envolvam o aluno, levando-o a pensar, questionar, refletir, praticar e ampliar a construção de sua aprendizagem. Considerando que para atuar na prática educativa de ensino, os professores precisam estar mais que preparados, devem estar munidos de recursos e estratégias diferenciadas para que o ensino seja produtivo e possam obter bons resultados. Os alunos afirmaram gostar das atividades desenvolvidas pelas professoras, com destaque para os trabalhos em grupo e a aprendizagem sobre o corpo humano. No entanto, esta realidade revela aos educadores que é preciso ampliar sua formação e preparação pedagógica para a efetivação das práticas no processo ensino – aprendizagem.

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Nas salas de aula percebem-se muitas dificuldades, por parte dos educadores em trabalhar esta temática. Contudo, para o ensino de Ciências Naturais é indispensável que o docente se conscientize da importância da educação como um todo e sobre as reais necessidades de estar sempre inovando a dinâmica do ensino; para isso o professor deve estar qualificado para ajudar os alunos a socializarem seus conhecimentos prévios e construírem novos conhecimentos por meio de suas próprias ações.

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REFERÊNCIAS

BERTOLINI, Regiane Dias. Metodologia e Pratica do Ensino de Ciências Naturais. Disponível em: Acesso em: 09 de abr.2016. BIZZO, Nélio. Ciências: fácil ou difícil? São Paulo: Biruta, 2009. BRASIL. Governo Provisório da República dos Estados Unidos do Brasil. Decreto nº 19.890, de 18 de abril de 1931. Rio de Janeiro, 18 de abril de 1931. Disponível em: . Acesso em: 9 abr. 2016. ______Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: ciências. Brasília, 1997. ______ Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Ciências Naturais /Secretaria de Educação Fundamental. . Brasília: MEC /SEF, 1998.138 p. ______Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Apoio à Gestão Educacional. Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa: formação de professor alfabetizador. Brasília: MEC/SEF, 2012. 40 p.

GIL-PEREZ, Daniel; CARVALHO, Anna Maria Pessoa. Formação de Professores de Ciências: tendências e inovações. 7. ed. São Paulo: Cortez, 2003. MINAYO, Maria Cecília de Souza. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 12.ed. São Paulo: Hucitec, 2010. MORAIS, Marta Bouissou; ANDRADE, Maria Hilda de Paiva. Ciências: ensinar e aprender. Belo Horizonte: DimensÃo, 2010. 128 p.

PARANÁ, Secretaria do Estado da Educação Departamento de Educação Básica. Diretrizes Curriculares da Educação Básica Ciências. Curitiba, 2008. Disponível

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em:. Acesso em: 9 abr. 2016. PIASSI, Luiz Paulo; ARAUJO, Paula Teixeira. A LITERATURA INFANTIL NO ENSINO DE CIENCIAS: propostas didáticas para os anos iniciais do ensino fundamental. São Paulo: Sm Ltda, 2012. 176 p.

REIS JÚNIOR, Amilton Gonçalves dos (org.) et al. Secretaria de estado da educação. Núcleo regional de educação- Amnorte. Proposta Pedagógica Curricular-PPC Ciências. 2012. Disponível em:. Acesso em: 9 abr. 2016.

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APÊNDICE A: Questionários para os alunos. 1. Responda as questões abaixo: a) Qual é sua idade?

b) Você é: (

) Menino

(

) Menina

2. Durante as aulas de Ciências Naturais sua professora costuma utilizar atividades como: ( ) Atividade escrita no caderno ( ) Atividades do livro ( ) Aulas práticas (montar experimentos, realizar experiências, etc.) (

) Trabalhos em grupo

(

) Jogos educativos

(

) Apresentação de trabalhos

(

) Músicas

(

) Visitas a locais dentro ou fora da escola

(

) Outros. Quais? ________________________________________________

3. Cite algo que você aprendeu nas aulas de Ciências Naturais?

4. Que tipo de aula você gosta mais de participar? ( ) Atividade escrita no caderno ( ) Atividades do livro ( ) Aulas práticas (montar experimentos, realizar experiências, etc.) (

) Trabalhos em grupo

(

) Jogos educativos

(

) Apresentação de trabalhos

(

) Músicas

(

) Visitas a locais dentro ou fora da escola

(

) Outros. Quais? ________________________________________________

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APÊNDICE B: Questionário para professores 1. Qual sua formação acadêmica? ___________________________________________________________________

2. Há quanto tempo leciona na escola?

3. Participa de cursos de aperfeiçoamento?

4. Caso afirmativo, poderia citar algum?

5. Para a Senhora qual a importância em se trabalhar com os conteúdos de Ciências Naturais em sala de aula?

6. Quais práticas pedagógicas a Senhora utilizam nas aulas de Ciências Naturais? ( ) Atividade escrita no caderno ( ) Atividades do livro ( ) Aulas práticas (montar experimentos, realizar experiências, etc.) (

) Trabalhos em grupo

(

) Jogos educativos

(

) Apresentação de trabalhos

(

) Músicas

(

) Visitas a locais dentro ou fora da escola

(

) Outros. Quais?

_________________________________________________________________ 7. Você encontra alguma dificuldade em trabalhar com as aulas de ciências Naturais? Caso afirmativo, Quais? ___________________________________________________________________