Estilinguy: do caos ao sucesso

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE U NIVERSIDADE F EDERAL DO R IO G RANDE DO N ORTE C ENTRO DE C IÊNCIAS E T ECNOLOGIA P ROGRAMA DE P ÓS -G ...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

U NIVERSIDADE F EDERAL DO R IO G RANDE DO N ORTE C ENTRO DE C IÊNCIAS E T ECNOLOGIA P ROGRAMA DE P ÓS -G RADUAÇÃO EM C IÊNCIA , T ECNOLOGIA E I NOVAÇÃO

Estilinguy: do caos ao sucesso

Albano Rocha da Costa

Orientador: Prof. Dr. Gláucio Bezerra Brandão Co-orientador: Prof. Dr. Edgard Faria Correa

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciência, Tecnologia e Inovação da UFRN (área de concentração: Gestão da Inovação) como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Gestão da Inovação.

Natal, RN, Fevereiro de 2018

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Central Zila Mamede Costa, Albano Rocha da. Estilinguy: do caos ao sucesso / Albano Rocha da Costa. - 2018. 65f.: il. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências e Tecnologia, Programa de PósGraduação em Ciência, Tecnologia e Inovação, Natal, 2018. Orientador: Prof. Dr. Gláucio Bezerra Brandão Co-orientador: Prof. Dr. Edgard Faria Correa

1. Gestão da Inovação - Dissertação. 2. Gerenciamento de Projetos - Dissertação. 3. Inovação Aberta - Dissertação. I. Brandão, Dr. Gláucio Bezerra. II. Correa, Dr. Edgard Faria. III. Título. RN/UF/BCZM

CDU 62:005.591.6

Elaborado por Raimundo Muniz de Oliveira - CRB-15/429

Programa de Pós-Graduação em Ciência, Tecnologia e Inovação da UFRN

Albano Rocha da Costa

Dissertação de Mestrado aprovada em 16 de Fevereiro de 2018 pela banca examinadora composta pelos seguintes membros:

Prof. Dr. Gláucio Bezerra Brandão (orientador) . . . . . . . . . . . . . . . . . ECT/UFRN

Prof. Dr. Edgard Faria Correa (co-orientador) . . . . . . . . . . . . . . . . DIMAP/UFRN

Prof. Dr. Efrain Pantaleon Matamoros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ECT/UFFN

Prof. Dr. Ernano Arrais Júnior . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . DETEC/UFERSA

Aos meus pais, por todo o amor e por terem acreditado no meu sonho.

Agradecimentos

Ao meu orientador e ao meu co-orientador, professores Gláucio e Edgar, sou grato pela orientação, por cada palavra e mensagem trocada. Um salve especial para o Professor Gláucio que mais uma vez dedicou o seu tempo para me ajudar a encontrar o caminho da maestria. Aos estimados professores que marcaram essa trajetória, professores(as) Zulmara, Anna Giselle, Efrain e Ernano, vocês fizeram a diferença. Aos amigos, Eduardo, Rodolpho, Giliard e Cláudia Larissa pelas sugestões, pelos momentos memoráveis e por sempre me manterem oxigenado com boas ideias. À minha família querida, Paulo, Ana, Alberan, Ana Paula, Vei Tê e Ted pelo apoio durante esta incrível jornada. À minha querida Myse Cunha, por acreditar mais do que eu mesmo, por toda paciência, pelas correções indubitáveis e por todo carinho e amor. À UFRN pela segunda oportunidade de estudar e me aprimorar como profissional para que eu possa retribuir esse conhecimento à nossa sociedade. Figura 1: Esquadrão da Inovação do Mestrado.

Fonte: Acervo do autor (2018).

Resumo

Foram 12 anos de trabalhos com Tecnologia, Educação Empreendedora, Startups e Inovação, que permitiram a vivência e comprovação da eficácia de práticas, metodologias e ferramentas utilizadas na condução de projetos das mais variadas áreas, escopos e objetivos. Nesse ambiente, foi possível identificar que o maior esforço de um projeto está no seu início e que é significante o número de pessoas que ainda erram na escolha ou na aplicação de métodos e ferramentas, seja para iniciar ou para inovar em seus projetos. Tais constatações, aliadas ao objetivo de automatizar os processos internos das empreitadas, resultaram no desenvolvimento de um framework funcional para dar o pontapé inicial em projetos de forma prática e ágil, buscando reduzir os riscos, porém, ao mesmo tempo, mirando a inovação. Nasce, assim, a Estilinguy, uma empresa criada para ajudar pessoas a realizarem os seus sonhos. Desenvolvendo e aplicando métodos e ferramentas de inovação para que, de forma simples e objetiva, qualquer pessoa possa idealizar, planejar e executar suas ideias e seus projetos mirabolantes. Palavras-chave: Gestão da Inovação, Gerenciamento de Projetos, Inovação Aberta.

Abstract

It was 12 years of working with Technology, Entrepreneurial Education, Startups and Innovation, that allowed the experience and evidence of the effectiveness of practices, methodologies and tools for the conduction of projects from the most varied areas, scopes and objectives. In this environment, it was identified that the greatest effort of a project is at its beggining and that the number of people that still make mistakes in the choice or application of methods and tools is very significant, either to start or to innovate in their projects. All these findings, allied to the goal of automating these internal processes, resulted in the developement of a practical framework to kick-start projects in a practical and agile way, trying to reduce risks, but at the same time, aiming at innovations. This is how Estilinguy was born, a company created to help people make their dreams come true. By developing and applying innovative methods and tools so that, in an easy and objective way, anyone may idealize, plan and execute their crazy ideas and projects. Keywords: Innovation Management, Project Management, Open Innovation.

Sumário

Sumário

i

Lista de Figuras

iii

Lista de Tabelas

v

Lista de Símbolos e Abreviaturas

vi

1

Introdução

1

2

A Caixa de Ferramentas

4

2.1

Inovação Aberta (IA) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

6

2.2

Mapa Mental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

9

2.3

Círculo Dourado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

10

2.4

Princípio de Pareto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

13

2.5

TRIZ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

15

2.6

Design Sprint . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

17

2.7

Business Model Canvas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

19

2.8

Manifesto Ágil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

22

2.9

Blockchain . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

23

3

A Estilinguy

25

3.1

Validação da Toolbox . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

25

3.2

Portfólio de Ideias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

26

3.2.1

26

Exemplo de Uso do Portfólio de Ideias . . . . . . . . . . . . . . i

3.3

3.4

3.5

4

5

A Trilha do Projeto de Inovação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

29

3.3.1

Exemplo de Aplicação da Trilha do Projeto de Inovação . . . . .

31

A Empresa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

33

3.4.1

Educação Estilinguy . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

34

3.4.2

Laboratório Estilinguy. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

35

Casos de Uso e Resultados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

36

3.5.1

Caso 1: Life Sprint . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

36

3.5.2

Caso 2: Liga Contra o Câncer . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

38

3.5.3

Outros Projetos e Clientes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

39

A jornada e o CInO

42

4.1

44

O Chief Innovation Officer (CInO) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Considerações Finais

47

5.1

48

Perspectivas Futuras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Referências

50

Lista de Figuras

1

Esquadrão da Inovação do Mestrado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

1

2.1

Toolbox STLGY 1.0. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

5

2.2

Inovação Fechada x Inovação Aberta. . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

7

2.3

Mapa Mental do Planejamento Anual da Estilinguy. . . . . . . . . . . . .

11

2.4

O Círculo Dourado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

12

2.5

Adaptado do Princípio de Pareto. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

14

2.6

Os 40 princípios inventivos da TRIZ. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

15

2.7

As 9 Janelas da TRIZ. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

16

2.8

O Desing Sprint. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

18

2.9

As abordagens do Design Sprint . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

19

2.10 O Business Model Canvas original. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

21

2.11 Principais Valores do Manifesto Ágil. . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

22

2.12 Como funciona o Blockchain. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

24

3.1

Ferramenta Portfólio de Ideias. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

27

3.2

Uso da Ferramenta Portfólio de Ideias. . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

28

3.3

Trilha do Projeto de Inovação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

31

3.4

Trilha Startup a Janto - ISTB. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

32

3.5

Estilinguy Educação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

34

3.6

Estilinguy Laboratório . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

35

3.7

Caso 1: Life Sprint. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

37

3.8

Case 2: Liga Contra O Câncer. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

39

iii

3.9

Trilha SENAI de Inovação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

40

3.10 Trilha Startup a Jato - ISTB. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

41

4.1

A Jornada ARC. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

43

5.1

Perspectivas Futuras. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

48

Lista de Tabelas

2.1

Principais alterações da inovação do ambiente Fechado para o Aberto. . .

v

8

Lista de Símbolos e Abreviaturas

Brainstorming: Técnica criada para facilitar uma dinâmica de grupo com o objetivo de propor o maior número de ideias possíveis para um determinado objetivo. Checkpoints: São pontos de verificação ou checagem que precisam ser realizados para concluir o objetivo final. CRAOSX: Empresa potiguar que atua na área de tecnologia oferecendo serviços de desenvolvimento de software. DIY:

Do inglês Do it yourself, isto é, faça focê mesmo.

Hackathon: Competição entre equipes para solucionar problemas ou desafios em um curto período. Os hackathons são muito comuns em competições de programação entre hackers. IA:

Inovação Aberta (do inglês, Open Innovation), é o conceito de desenvolvimento de soluções em redes colaborativas com processos abertos e resultados compartilhados.

PDCA:

Método iterativo de gestão de quatro passos, utilizado para o controle e melhoria contínua de processos e produtos.

PMBOK: Conjunto de práticas na gestão de projetos organizados pelo Project Management Institute (PMI). Startups: Instituição humana desenhada para criar um novo produto ou serviço em condições de extrema incerteza. vi

TRIZ:

Teoria da Resolução Inventiva de Problemas. Foi desenvolvida pelo inventor e autor de ficção científica soviético Genrich Altshuller e seus colaboradores, a partir de 1946. Em inglês, o nome é geralmente apresentado como the theory of inventive problem solving, e às vezes, pelo seu acrônimo TIPS. Fonte: Wikipédia.

Capítulo 1 Introdução

Ao longo da última década foi possível observar a massificação dos negócios digitais, em especial o surgimento das Startups. O conceito trazido por Eric Ries (Ries 2012) define-as como: "Uma startup é uma instituição humana desenhada para criar um novo produto ou serviço em condições de extrema incerteza.". Estas empresas se difundiram pelo mundo em uma verdadeira revolução que fora responsável por extinguir, modificar e criar novos paradigmas de consumo e mercados capazes de instaurar e conduzir uma nova corrida mundial pela inovação tecnológica. É fato que as Startups aprendem a lidar com a incerteza e o risco desde os seus primeiros dias de vida, mesmo quando ainda se encontram em processo de concepção, ou seja, quando ainda são apenas ideias escritas em um papel. Em outras palavras ainda, se arriscar e saber que as chances de sucesso são bem menores que as de fracasso fazem parte do jogo do Empreendedorismo. Foram anos de frente ao mercado desenvolvendo soluções tecnológicas focadas em problemas reais, que possibilitaram evidenciar a falta de preparo por parte do empreendedor e perceber como o momento inicial do projeto faz total diferença para o desenvolvimento saudável e orientado aos resultados do empreendimento. O presente trabalho é resultado da combinação de múltiplos conhecimentos disponíveis no mundo atual, visando solucionar verdadeiros problemas da sociedade. Para que sua construção fosse possível, foram necessários vários anos de estudos que pos-

CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO

2

sibilitaram navegar na multidisciplinaridade de soluções criativas, no entendimento da colaboração e do compartilhamento como fundamentos elementares para a inovação, e da tecnologia como facilitador e principal insumo desta revolução. Toda essa construção só foi possível graças às evoluções constantes das metodologias e ferramentas que hoje estão massificadas e disponíveis à comunidade mundial. O volume de informação produzida nos dias de hoje é um fato incontestável, o que implica em um alto custo de filtragem desse acúmulo de conhecimento. A informação produzida é muito maior do que a quantidade que a sociedade pode consumir e, precisamente por isso, se não forem filtradas e curadas, é certo que o mundo ficará envolto em um mar de conteúdos, informações e conhecimentos inúteis. O reconhecimento deste fato levou à percepção de uma dificuldade quase generalizada, nas pessoas, no momento de começarem e conduzirem projetos. Ao focalizar e priorizar o conhecimento de como essas pessoas faziam o uso de metodologias e ferramentas, foi que se identificou que os erros de escolha e aplicação poderiam ser minimizados se esses componentes passassem por algum tipo de curadoria. E assim surgiu a ideia da Caixa de Ferramentas, que será tratado no Capítulo 2. Ter essa caixa de metodologias e ferramentas em mãos levou à validação e invalidação de boas práticas no processo de iniciação e condução de projetos. Momento esse a partir do qual se identificou a necessidade de criar a denominada "Trilha do Projeto de Inovação", a fim de facilitar a aplicação correta dos métodos e ferramentas em cada etapa do projeto, assim como o seu entendimento como um todo. Tal tópico será melhor tratado no Capítulo 3, aonde também estarão descritos os produtos e serviços que derivaram deste trabalho. Em seguida será abordado o projeto piloto da Estilinguy que findou virando o primeiro caso de uso do presente trabalho, abrindo portas para outros caminhos e novas oportunidades. Ainda neste capítulo estarão relatados outros casos e clientes atendidos nesta primeira versão. As evidências constatadas que deram origem a este trabalho só foram possíveis após

CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO

3

anos de experiência do autor. Inserido nas áreas da Tecnologia, Educação e Negócios, o autor pôde experimentar e aplicar praticamente a totalidade das ferramentas e métodos que serão discutidos durante todo esse trabalho. O Capítulo 4 se destina a apresentar um pouco da jornada ARC1 , pois só assim será possível criar empatia com a história aqui apresentada, compartilhar os problemas identificados, entender o porquê da dedicação a este propósito e como foi possível retirá-lo da caixa das ideias e convertê-lo em um empreendimento. Neste capítulo também será abordada a fundamental passagem pelo Mestrado Profissional e quais foram as suas principais contribuições para que o projeto assumisse o atual modelo de negócios. E, por fim, as considerações finais de muitos anos de estudo e aprendizado que possibilitaram chegar ao refinamento e estado atual. Nos últimos 2 anos, durante o programa do mestrado ao qual se destina o presente trabalho, foi possível incrementá-lo diariamente até chegar o dia em que foi preciso batizá-lo. O nome escolhido foi Estilinguy e fora selecionado por representar um brinquedo de infância de fácil construção, mas que também é uma poderosa ferramenta de caça. O termo também simboliza a propulsão de lançamento como uma analogia ao lançamento de projetos. Nasce assim a Estilinguy — uma empresa que ajuda pessoas a saírem do caos das suas ideias ao sucesso de seus projetos!

1 ARC

é o acrônimo formado pelas iniciais do nome do autor: Albano Rocha da Costa.

Capítulo 2 A Caixa de Ferramentas

A Caixa de Ferramentas (Toolbox Estilinguy) fora idealizada durante um processo de curadoria de boas práticas, após uma profunda análise de diversas metodologias e ferramentas ligadas ao conhecimento empírico, à gestão de projetos, à estratégia de negócios, à criatividade, à inovação e até mesmo relacionadas à tecnologias de alta complexidade. Esse estudo faz parte de um processo de construção e melhoria contínua de um algo que por natureza é composto da diversidade e, como diria o mestre das artes marciais Bruce Lee1 , tão fluido quanto a água, e sempre se adaptando ao ambiente. É importante ressaltar nesse momento alguns termos que serão mais constantes e que podem gerar dúvidas, como Metodologia, Método, Ferramenta, Princípios e Valores. Nesse contexto serão aplicados os seguintes conceitos, diferenciando-os da seguinte maneira: 1. Metodologia - Conjunto de métodos para a realização de algo. 2. Método - Procedimento ou meio utilizado para a realização de algo. 3. Ferramenta - Instrumento que permite realizar determinados trabalhos. 4. Princípios e Valores - Conjunto de normas ou padrões de conduta e características de uma pessoa ou organização. Portanto, todas as metodologias, ferramentas, princípios e valores a serem embasados 1 BRUCE LEE, THE LOST INTERVIEW - full movie / EN. Reino Unido:

Film Planet, 2016. 24min56s. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=3mz2DEnE_y4 Acesso em: 31 de janeiro de 2018.

CAPÍTULO 2. A CAIXA DE FERRAMENTAS

5

e citados a partir de agora, foram selecionadas após uma grande curadoria e comprovação aplicada em projetos e negócios reais. Esse conjunto completo compõe o que chamamos de Toolbox Estilinguy em sua versão 1.0. Contudo, é sábio entender que este é um processo cíclico que se renova de forma incessante em busca das melhores e mais novas práticas, pois, como muito bem disse Belchior: "o novo sempre vem".2 Na sequência serão abordadas as nove ferramentas selecionadas que compõem a versão 1.0 da Toolbox Estilinguy. São elas: Inovação Aberta, Mapa Mental, Círculo Dourado, Princípio de Pareto, 9 Windows (TRIZ), Design Sprint, Business Model Canvas, Manifesto Ágil e o Blockchain, conforme pode ser visto na Figura 2.1. Figura 2.1: Toolbox STLGY 1.0.

Fonte: Elaborado pelo autor (2018). 2 Referência

à música "Como Nossos Pais", lançada em 1976 pelo cantor brasileiro Belchior.

CAPÍTULO 2. A CAIXA DE FERRAMENTAS

2.1

6

Inovação Aberta (IA)

O conceito foi cunhado pela primeira vez em 2003 pelo professor Henry Chesbrough da universidade de Yale, nos Estados Unidos. Em sua obra original (Chesbrough 2003), Chesbrough apresentou os principais pontos de ruptura deste novo paradigma que insere uma mudança de mentalidade compartilhada e colaborativa. No seu estudo são abordadas também as principais diferenças em relação ao modelo tradicional da Inovação Fechada — considerada o modelo contrário ao proposto pelo autor. Segundo Chesbrough a empresa não precisa limitar a busca da inovação aos seus recursos internos — teoria essa denominada de Inovação Fechada —. Ao invés, é possível a criação, o desenvolvimento e a implementação de projetos inovadores além dos recursos internos e limites do negócio — teoria da Inovação Aberta —. Nesse processo, a empresa tanto pode licenciar tecnologias desenvolvidas para serem utilizadas por outras empresas com melhores condições de lucros, como também pode adquirir tecnologias e conhecimentos de terceiros para utilização interna. Na Figura 2.2 podemos observar os dois modelos de inovação sendo representados em um ambiente que envolve as etapas de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). Enquanto a primeira parte demonstra Projetos de Pesquisa que não ultrapassam os limites da firma (empresa), isto é, são desenvolvidos in loco até o seu lançamento no mercado, a segunda parte da figura demonstra a invasão de Projetos externos à empresa e inclusive o transbordamento de Projetos internos antes mesmo de atingirem o mercado, representando muito bem a interação de dentro para fora e de fora para dentro, em uma perspectiva colaborativa e compartilhada. A Tabela 2.1 confronta as principais diferenças entre os modelos Aberto e Fechado. A partir desta figura, é possível evidenciar que a mentalidade Fechada é protecionista, preferindo se manter em segredo até estar pronta para entrar no novo mercado e/ou optar por uma patente do projeto criado. Já a mentalidade Aberta se posiciona muito mais

CAPÍTULO 2. A CAIXA DE FERRAMENTAS

7

Figura 2.2: Inovação Fechada x Inovação Aberta.

Fonte: Adaptado de (Chesbrough 2003). preocupada com a geração de valor, a interação externa como fonte de inspiração e a troca de experiências para criar produtos e negócios melhores e mais alinhados com as necessidades reais dos consumidores e clientes de cada mercado. Chesbrough (Chesbrough 2003) defende que dentre as ações de Inovação Aberta podem ser verificadas diversas vantagens, tais como: a redução de riscos inerentes ao projeto, o desenvolvimento de tecnologias integradas com outras marcas e o surgimentos das chamadas Spin-offs - empresas derivadas da matriz que possuem como finalidade a produção e a comercialização de novos produtos e tecnologias. Segundo Carlomagno (Scherer & Carlomagno 2009), fundador da Innoscience Consultoria, a busca pela inovação extrapolou os limites físicos e geográficos da empresa, e a necessidade de ampliar sua produtividade tem ensejado empreendimentos de diferentes portes e setores a obterem auxílio externo para continuar ou iniciar no caminho da inovação. A Inovação Aberta também tem sido utilizada hoje em inúmeras empresas globais como uma estratégia de gestão para permitir explorar suas fronteiras em busca de talentos e parcerias que possam contribuir na cadeia produtiva ou mesmo durante o processo de inovação a fim de solucionar desafios de P&D. Enquanto na Inovação Fechada o principal

CAPÍTULO 2. A CAIXA DE FERRAMENTAS

8

Tabela 2.1: Principais alterações da inovação do ambiente Fechado para o Aberto. Inovação Fechada Os melhores talentos em nosso campo trabalham conosco. Se descobrirmos uma inovação, conseguiremos introduzir no mercado primeiramente. Para lucrar com P&D, devemos conceber, desenvolver e comercializar. Se formos os primeiros a comercializar uma inovação, nós venceremos. Se criarmos mais e melhores ideias do que os outros competidores na indústria, nós venceremos. Devemos controlar nossa propriedade intelectual de modo que nossos concorrentes não lucrem com nossas ideias.

Inovação Aberta Nem todos os talentos trabalham conosco, assim devemos encontrar e reter o conhecimento e a expertise de indivíduos brilhantes de fora de nossa organização. Não temos que originar a pesquisa a fim de lucrar com ela. P&D externo pode criar o valor significativo; P&D interno é necessário para reivindicar alguma parcela desse valor. Construir um modelo de negócio é melhor do que conseguir introduzir no mercado primeiramente. Se fizermos o melhor uso de ideias externas e internas, nós venceremos. Devemos lucrar com o uso de nossa propriedade intelectual por outros, e devemos comprar a propriedade intelectual de outros sempre que gerarem vantagem para nosso próprio modelo de negócio.

Fonte: Adaptado de (Chesbrough 2003) e (Scherer & Carlomagno 2009).

objetivo é investir massivamente em P&D interno, buscando o pioneirismo no mercado e mantendo-se completamente fechado aos concorrentes e à colaboração externa; na Inovação Aberta construir um modelo de negócios consistente será a maior prioridade. Desse modo, pode-se entender que o trabalho no contexto da Inovação Aberta traz resultados melhores e mais completos para organizações que possuem visão e olham pra o futuro. Devido a esse impulso colaborativo e compartilhado gerar tantos resultados reais, inúmeras ferramentas e métodos começaram a ser criados com o objetivo de sistematizar o processo de inovação para que outras empresas também pudessem se beneficiar e interagir

CAPÍTULO 2. A CAIXA DE FERRAMENTAS

9

com esse ecossistema. Hoje inúmeras empresas globais, como o Google, fazem uso direto ou indireto da Inovação Aberta em suas corporações. Os conceitos introduzidos pela Inovação Aberta estimularam muitos movimentos diferentes com o propósito de educar empreendedores para resolver problemas reais da sociedade. Nesse contexto, surge um ambiente de inovação bastante difundido entre as startups, chamado de Hackathons — uma competição entre equipes para solucionar problemas ou desafios em um curto período. Os hackathons sugiram inicialmente em competições de programação ente hackers e passaram a ser utilizados como um ambiente e uma ferramenta dentro da Inovação Aberta. Por todo o exposto, a Inovação Aberta foi escolhida como o alicerce para o desenvolvimento deste trabalho. Assim, todas as ferramentas selecionadas a seguir são aplicadas em cima dos conceitos estabelecidos ou praticados dentro da perspectiva aberta, colaborativa e compartilhada.

2.2

Mapa Mental

Idealizado originalmente pelo psicólogo inglês Tony Buzan (Buzan 2010), o Mapa Mental é um tipo de diagrama criado para a gestão de informações, conhecimento, compreensão, memorização, aprendizado, solução de problemas, gestão, estratégia de negócios e, principalmente, como ferramenta de brainstorming — técnica criada para facilitar dinâmicas de grupo com o objetivo de propor o maior número de ideias possíveis para um determinado objetivo. Os mapas mentais buscam na sua essência representar informações tal como o nosso cérebro as faz. Dessa formam, os diagramas são criados na intenção de associar cores, figuras e palavras-chave com uma determinada informação que se deseje representar. Em sua estrutura básica se tem a ideia central, que é o ponto de partida do diagrama e as ramificações que conectam a ideia central com as ideias secundárias. Na Figura 2.3

CAPÍTULO 2. A CAIXA DE FERRAMENTAS

10

é possível ver um exemplo de mapa mental construído para representar o planejamento de um negócio. Nele, se observa que as cores são fixadas para cada ramo oriundo da ideia central e que as ideias secundárias também possuem novas ramificações e níveis diferentes. A técnica ou ferramenta do mapa mental pode ser entendida também como um mapa onde é possível navegar por seus caminhos. Essa analogia é ótima, pois dessa forma podemos mapear assuntos complexos e compartilhá-los de forma simples, objetiva e resumida. O método foi escolhido devido à sua simplicidade e praticidade, pois facilita a visualização espacial e ajuda na organização e estruturação das ideias durante as primeiras etapas da condução de qualquer projeto. Além disso, para aplicá-lo pode se utilizar apenas papel e caneta ou optar por um dos diversos softwares disponíveis para criação no formato digital, como o da Figura 2.3 que fora construída na ferramenta Coggle 3 .

2.3

Círculo Dourado

O Círculo Dourado é uma sintetização criada pelo antropólogo e consultor de negócios Simon Sinek que sintetiza e explica como grandes líderes inspiram pessoas. Autor do livro Start With Why (Sinek 2011), Simon analisou inúmeras empresas e líderes mundiais e percebeu um padrão de comunicação comum em todos eles ao qual ele denominou de “Pensamento Marcante” e simplificou a teoria em um círculo concêntrico com três dimensões básicas: “Por quê”, “Como” e “O que”. Simon virou uma figura pública após disseminar a sua teoria em uma palestra oficial do TEDx4 , e seu vídeo 5 é considerado um dos mais assistidos da rede social até os dias de hoje. 3 Coogle.it:

Ferramenta digital para construção de mapas mentais.

4 TEDx é uma série de conferências realizadas na Europa, na Ásia e nas Américas pela fundação Sapling,

dos Estados Unidos, sem fins lucrativos, destinadas à disseminação de ideias. 5 TED (2015-01-05). "The 20 most popular TED Talks of all time". ted.com. Retrieved 2015-01-05. Number 3: Simon Sinek: How great leaders inspire action

CAPÍTULO 2. A CAIXA DE FERRAMENTAS

Figura 2.3: Mapa Mental do Planejamento Anual da Estilinguy.

Fonte: Elaborado pelo autor (2018).

11

CAPÍTULO 2. A CAIXA DE FERRAMENTAS

Figura 2.4: O Círculo Dourado.

Fonte: Adaptado de (Sinek 2011).

12

CAPÍTULO 2. A CAIXA DE FERRAMENTAS

13

A ideia por traz do Círculo Dourado trás consigo inúmeras reflexões com base no estudo feito por Simon. Dentre as mais curiosas está o fato de existir uma correlação direta com as regiões do nosso cérebro responsáveis pela nossa razão e emoção. Isto é, os círculos do “Por quê?” e “Como?” têm ligação direta com o sistema límbico (área ligada a emoção) e o círculo “O quê?” tem ligação direta com o Neocortex (região ligada à razão). Portanto, o pensamento marcante é alcançado quando existe o alinhamento da comunicação na seguinte ordem: “Por quê”, “Como” e “O que”. Em outras palavras, o Círculo Dourado determina que para haver um pensamento marcante é preciso primeiro se comunicar com a emoção para em seguida se comunicar a razão. Assim, o Círculo Dourado foi escolhido para ser utilizado como um guia alinhador da comunicação de propostas inovadoras. Além disso, tendo em vista que a aplicação dessa teoria permite se constatar a causa e o propósito de um projeto, o Círculo também pode ser aplicado como ferramenta de inovação diretamente no papel ou em um formato digital.

2.4

Princípio de Pareto

O Princípio de Pareto ou Regra do 80/20 (Koch 2015) foi enunciado pela primeira vez pelo pesquisador Vilfredo Pareto, que de forma empírica buscou explicar fatos da economia e da sociedade. O princípio, na verdade, é uma generalização não exata, que não vale para todos os casos, mas que possui implicações e análises extremamente interessantes, como o próprio Diagrama de Pareto. O conceito do princípio está fortemente ligado à causa e efeito, sistemática essa que pode ser bem observada na Figura 2.5. Nela, é possível visualizar o esquema sintético de que existem 20% das causas que possibilitarão 80% de impacto nos efeitos e que, inversamente, outros 80 % das causas implicarão em apenas 20% de impacto nos efeitos. Apesar de parecer demasiadamente conceitual, Pareto (a teoria) possui aplicações diretas

CAPÍTULO 2. A CAIXA DE FERRAMENTAS

14

em muitas áreas, como a estatística e a logística. Figura 2.5: Adaptado do Princípio de Pareto.

Fonte: Adaptado do (Koch 2015). Para elucidar melhor o princípio, peguemos o exemplo a seguir: uma loja de suprimentos de informática possui 5 produtos em seu portfólio de vendas. Dentre estes produtos, apenas 1 deles é responsável por 80% de todas a vendas da empresa e os 4 restantes representam apenas 20% de todas essas vendas. Aplicando a análise de Pareto para focalizar melhor o esforço de vendas da loja, identificamos que apenas 20% de todos os produtos é responsável por 80% das vendas. Diante desta análise é possível traçar melhores estratégias de vendas para determinar quais produtos podem ser eliminados e quais deverão ser priorizados. Em outras palavras, pode-se pensar que existem muitos problemas sem importância diante de outros mais graves. Desse modo, o princípio é aplicado para ajudar a concentrar e focar os esforços em tarefas, ideias, oportunidades, soluções e projetos mais relevantes. Por isso, o princípio foi escolhido como ideal para ser utilizado em momentos de grande risco e incerteza na priorização de oportunidades.

CAPÍTULO 2. A CAIXA DE FERRAMENTAS

2.5

15

TRIZ

A Teoria de Resolução Inventiva de Problemas (TRIZ) foi idealizada inicialmente pelo russo Genrich Altshuller após uma vasta base de pesquisa, abrangendo centenas de milhares de invenções em áreas diferentes, para construir um conjunto de padrões generalizáveis na natureza das soluções inventivas e das características dos problemas destas soluções. Altshuller, em sua obra 40 Principles:Extended Edition (Altshuller 2005), enunciou os 40 princípios inventivos mapeados durante todos os estudos ligados à TRIZ. Foram inúmeros trabalhos, pesquisas, invenções e patentes analisados para criar uma base de dados de referência. Os apontamentos dos seus estudos mostram que seria possível criar novas invenções partindo destes princípios. Na Figura 2.6 estão ilustrados os 40 princípios que fazem parte da TRIZ. Figura 2.6: Os 40 princípios inventivos da TRIZ.

Fonte: Quality Assurance Solutions: www.quality-assurance-solutions.com.

CAPÍTULO 2. A CAIXA DE FERRAMENTAS

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A TRIZ também possui um conjunto de ferramentas sistemáticas e até algorítimos criados com o propósito de ensinar a inventividade como um fundamento que pode ser aprendido. Suas ferramentas foram especialmente pensadas como instrumentos estruturantes e catalizadores deste processo inventivo. Dentre as diversas ferramentas criadas e disponibilizadas na TRIZ, fora escolhida a 9 Windows devido à sua abordagem sistêmica e temporal. Nela é possível executar análises considerando situações de ocorrência no passado, presente e futuro. Na Figura 2.7 é possível observar a ferramenta pronta para utilização. Figura 2.7: As 9 Janelas da TRIZ.

Fonte: Adaptado de (Altshuller 2005). A TRIZ apresenta um aprofundamento técnico extremamente denso e completo quanto à inventividade e inovação, porém possui uma abordagem consideravelmente mais técnica e pragmática. Interessante observar que essa teoria possui aplicabilidade muito mais prá-

CAPÍTULO 2. A CAIXA DE FERRAMENTAS

17

tica para as áreas das ciências da natureza, embora disponha de ótimas ferramentas como a 9 Windows, que pode ser aplicada mais facilmente à realidade propagada pela Inovação Aberta.

2.6

Design Sprint

O Desing Sprint (DS) é uma metodologia (Knapp et al. 2017) criada pelo Google Ventures

6

para ajudar startups a resolverem seus problemas de forma mais rápida. É

um processo intenso de cinco dias em que a equipe se reúne para trabalhar focada na construção e validação de produtos, projetos e negócios inovadores. O design foi uma das áreas que mais influenciou o surgimentos de novas reflexões e abordagens como o DS. Um bom exemplo deste fato é o Design Thinking 7 , uma outra metodologia conhecida como precursora de diversas teorias e ferramentas utilizadas hoje em dia. De acordo com Tim Brown, CEO da IDEO 8 (Brown 2017): A inovação guiada pelo design veio complementar a visão do mercado de que para inovar é preciso focar no desenvolvimento ou integração de novas tecnologias e na abertura e/ou atendimento a novos mercados: além desses fatores tecnológicos e mercadológicos, a consultoria em Design Thinking inova principalmente ao introduzir novos significados aos produtos, serviços ou relacionamentos. Conforme apresentado no livro (Brown 2017), o modelo padrão do DS é aplicado em cinco dias consecutivos, com cada um deles correspondendo à uma etapa diferente da metodologia. Na Figura 2.8 podemos observar cada uma das etapas e um resumo do que é feito em cada dia de prática da metodologia, conforme os tópicos abaixo: 6 Google

Ventures: Empresa do grupo Alphabetic Inc. dedicada à realização de investimentos e aquisições de novas empresas, startups e tecnologias nascentes. 7 Design Thinking: Conjunto de métodos e processos para abordar problemas e propostas de soluções. 8 IDEO: Empresa norte americana especializada em consultoria de design.

CAPÍTULO 2. A CAIXA DE FERRAMENTAS

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1. Entender - Imersão para descobrir e mapear o contexto do problema, o segmento de clientes e as possíveis soluções. 2. Divergir - Etapa de tempestade de ideias para encontrar propostas de soluções diferentes. 3. Decidir - Avaliar as melhores propostas e avançar na sua descrição procurando mapear toda a jornada. 4. Prototipar - Construir algo rápido que permita representar o funcionamento da proposta de solução. 5. Validar - Mostrar os resultados desenvolvidos fora da organização. Validar o protótipo com usuários reais e aprender com os resultados obtidos.

Figura 2.8: O Desing Sprint.

Fonte: Adaptado de (Knapp et al. 2017). Uma característica interessante do DS é o fato de unir o melhor de três outras abordagens conhecidas: o Método Científico, o Processo de Design e a Filosofia Ágil. Desse modo ele se posiciona como uma interseção que une as boas práticas de cada uma destas três abordagens. Na Figura 2.9 é possível entender melhor essa conexão. Esta metodologia foi escolhida por possuir múltiplas ligações diretas com o contexto da Inovação Aberta. Além disso, a metodologia se apresenta flexível e adaptável, podendo ser utilizada na criação de trilhas personalizadas para cada tipo de projeto.

CAPÍTULO 2. A CAIXA DE FERRAMENTAS

19

Figura 2.9: As abordagens do Design Sprint

Fonte: Adaptado de (Knapp et al. 2017).

2.7

Business Model Canvas

O Business Model Canvas (BMC) - ou CANVAS para Negócios - é uma das ferramentas de modelagem de negócios mais difundidas da atualidade e uma das mais aceitas pelas Startups. O BMC nasceu a partir de uma tese de doutorado do suíço Alexander Osterwalder que então estudava formas de simplificar as técnicas de modelagem de negócios. Segundo Alexander (Osterwalder et al. 2010), a expressão “modelo de negócios” começou a ser utilizada com frequência, principalmente, depois que surgiram os negócios baseados na Internet. Apesar de não haver uma definição clara, no mundo dos negócios essa expressão se popularizou, sendo caracteristicamente utilizado por consultores, executivos e acadêmicos. Essencialmente, Osterwalder percebeu que era preciso desenvolver algo que estimulasse a inovação, a prototipação e a co-criação. Munido também dos conceitos de Design

CAPÍTULO 2. A CAIXA DE FERRAMENTAS

20

Thinking e em parceria com mais de 200 consultores, desenvolveu o CANVAS que depois fora publicado em um livro ao qual batizou de Business Model Generation (Geração de Modelo de Negócios). Por conseguinte, se afirma que ele criou toda uma nova geração de empreendedores. O CANVAS é um instrumento visual que possui nove quadros com perguntas estratégicas sobre o negócio, e sua versão original pode ser vista na Figura 2.10, cujas 9 áreas (ou quadros) definem, respectivamente: 1. Segmento de Clientes: Qual é a fatia do mercado e o nicho de clientes da proposta de valor. 2. Proposta de Valor: Qual é o benefício ou valor entregue ao segmento de clientes. 3. Canais: Como a empresa se comunica e entrega valor para os clientes. 4. Relacionamento com Clientes: Quais as estratégias de relacionamento necessárias para a retenção de clientes. 5. Fluxo de receita: Como o cliente pagará pelos benefícios recebidos. 6. Recursos Chave: Quais os ativos fundamentais para fazer o modelo de negócios funcionar. 7. Atividades Chaves: Quais as atividades mais importantes que a empresa deve fazer constantemente. 8. Parcerias: Que empresas ajudam o negócio a entregar a oferta de valor. 9. Estrutura de Custos: Quais os principais custos que têm peso no financeiro. No contexto de modelagem de negócios, o BMC foi pioneiro por introduzir uma ferramenta visual que praticamente substitui o antigo Plano de Negócios. O legado do BMC possibilitou o surgimento de diversos outros quadros para os mais diferentes propósitos. Desse modo, a ferramenta fora escolhida como instrumento base para modelar negócios de forma prática e ágil.

CAPÍTULO 2. A CAIXA DE FERRAMENTAS

Figura 2.10: O Business Model Canvas original.

Fonte: Adaptado de (Osterwalder et al. 2010).

21

CAPÍTULO 2. A CAIXA DE FERRAMENTAS

2.8

22

Manifesto Ágil

É uma declaração que estabelece os 12 princípios basilares do desenvolvimento ágil de software (Cunningham 2001). Esse manifesto instaurou o que chamamos hoje de Metodologia Ágil: um conjunto de metodologias e técnicas que guiam profissionais e empresas para uma experiência mais célere, providenciando uma estrutura conceitual para reger projetos de engenharia de software. O Manifesto é utilizado como um conjunto de valores e princípios fundamentais no estímulo da cultura ágil e orientada à resolução de problemas de forma prática. A essência do Manifesto possui fortes ligações com a Inovação Aberta e acrescenta de forma significativa a sensibilizar também aspectos éticos, já procurando incutir ideais de compliance 9

desde as primeiras etapas de execução do projeto. Na Figura 2.11 estão confrontados

alguns valores da cultura Ágil vs a cultura Tradicional. Figura 2.11: Principais Valores do Manifesto Ágil.

Fonte: Adaptado de (Cunningham 2001). É imprescindível observar que o Manifesto Ágil fora escolhido não como metodologia ou ferramenta, mas como um conjunto de princípios balizadores de uma cultura. Isto porque, ambos no momento de iniciar um projeto e no de criar um negócio, se faz neces9 Compliance: é o conjunto de disciplinas para fazer cumprir as normas, regulamentos, políticas e diretrizes estabelecidas para o negócio e para as atividades de uma instituição ou empresa

CAPÍTULO 2. A CAIXA DE FERRAMENTAS

23

sário criar este alinhamento de valores entre todas as pessoas que estarão compondo estas equipes. Desse modo, os projetos de fato ganharão fluidez e agilidade.

2.9

Blockchain

O Blockchain é melhor compreendido como sendo uma base de dados distribuída que armazena o registro de transações de forma permanente e segura. O Blockchain é considerado a principal inovação tecnológica do Bitcoin

10 .

Em linhas gerais, podemos

entendê-lo como sendo a prova de todas as transações realizadas na rede Bitcoin. A totalidade das informações é armazenada em blocos lineares de forma segura, pública e totalmente distribuída. Na Figura 2.12 podemos entender melhor o conceito de Blockchain. O exemplo em questão simula a transferência de dinheiro do usuário A para o B. Após ser identificada a solicitação de transferência, a mensagem é enviada para toda a rede de forma distribuída. Em seguida os participantes da rede aprovam a transação e esta será definitivamente inserida no bloco público, não podendo ser desfeita. Depois disso o dinheiro é enviado de A para B. A tecnologia e suas derivações foram escolhidas, principalmente, pelo seu caráter aberto, colaborativo e distribuído de ser, premissas essas muito valorizadas nas economias emergentes, quais sejam, a economia criativa, a colaborativa e a compartilhada. Ademais, sendo totalmente alinhado aos conceitos da Inovação Aberta, o Blockchain vem sendo utilizado por inúmeras Startups do mundo para aplicações nos setores de Saúde, Direito, Robótica e Financeiro.

10 Bitcoin:

A primeira criptomoeda de impacto mundial e que hoje movimenta, por si só, um mercado de bilhões de dólares.

CAPÍTULO 2. A CAIXA DE FERRAMENTAS

Figura 2.12: Como funciona o Blockchain.

Fonte: FT http://ft.com/.

24

Capítulo 3 A Estilinguy

3.1

Validação da Toolbox

No primeiro momento, todo o esforço foi depositado na curadoria e validação prática das mais variadas metodologias, técnicas, ferramentas, princípios e hipóteses reunidas para investigar quando de fato era o melhor momento para cada uma delas ser aplicada durante o ciclo de vida de cada tipo de projeto. Os laboratórios que testaram e validaram a maior parte da Toolbox foram executados principalmente durante a condução de duas iniciativas educacionais com foco no empreendedorismo inovador, sendo elas: O Ideia Gera Ideia (IGI) e o Conectando Saberes (CS). O IGI, uma inciativa criada por egressos do curso, foi executado por cerca de 2 anos (2014 e 2015), nos cursos de Engenharia de Computação e Mecatrônica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), como ação de extensão. Nessa ação, o objetivo era transformar os projetos de disciplinas do curso em modelos de negócios. O CS foi um iniciativa — premiada duas vezes (nos âmbitos regional e nacional) — criada por professores da Universidade Potiguar (UnP) que foi executada entre os anos de 2015 e 2016 e buscava conectar habilidades complementares em equipes multidisciplinares para o desenvolvimento de projetos com foco na inovação. Nessa ação, professores e alunos de variados cursos e áreas se uniram com o objetivo de criar a melhor solução possível para um problema real.

CAPÍTULO 3. A ESTILINGUY

26

Ambas iniciativas, até o ano de 2016, atingiram mais de 700 pessoas, acompanhando mais de 60 projetos diferentes, somando mais de 4 anos de experiência, realizando 15 treinamentos, 4 Hackathons e diversas palestras que somam mais de 500 horas de atividades. É indubitável, portanto, que essas iniciativas são tidas como fortes referências para a validação prática da Toolbox e, consequentemente, para o presente trabalho como um todo. Nesse contexto, verificou-se que de posse das ferramentas corretas é possível aprimorar projetos por meio da minimização de seus riscos e aumento de suas chances de sucesso. Devido aos resultados desse estudo, foi possível estabelecer a versão 1.0 da Toolbox, conforme visto no capítulo anterior.

3.2

Portfólio de Ideias

A ferramenta de Portfólio de Ideias fora idealizada e concebida durante os estudos realizados após a identificação da necessidade de realizar o ranqueamento de propostas inovadoras. A ferramenta, conforme visto na Figura 3.1, consiste basicamente de um quadro visual cartesiano com nove janelas e duas dimensões. Seu objetivo é analisar individualmente cada uma das ideias em relação às duas dimensões. Em primeiro lugar, a importância destas ideias para o contexto do projeto e, em segundo, o risco e a dificuldade envolvidos para o desenvolvimento da ideia em questão, resultando no conjunto [Importância] x [Risco e Dificuldade].

3.2.1

Exemplo de Uso do Portfólio de Ideias

O Portfólio de Ideias é uma ferramenta que pode ser utilizada duranta a etapa de tempestade de ideias (brainstorming) de um projeto. A sua utilização contribui principalmente no momento de priorizar e ranquear as melhores ideias, ou mesmo as piores ideias,

CAPÍTULO 3. A ESTILINGUY

Figura 3.1: Ferramenta Portfólio de Ideias.

Fonte: Elaborada pelo autor (2018).

27

CAPÍTULO 3. A ESTILINGUY

28

de um conjunto selecionado. Na Figura 3.2 observamos um exemplo sintético de uso em que 5 ideias são classificadas com base na ferramenta. Analisando individualmente cada uma das ideias, chegamos na seguinte disposição: Figura 3.2: Uso da Ferramenta Portfólio de Ideias.

Fonte: Elaborada pelo autor (2018).

• Ideia 1: - Média x Média - Ideia inconclusiva ou de influência mediana para o objetivo do projeto. • Ideia 2: - Baixa x Alta - Ideia de baixa importância e alto risco e dificuldade de trabalho. Devem ser evitadas no início de projetos. • Ideia 3: - Alta x Alta - Ideia de grande importância, mas de alto risco e dificuldade. Necessita de muita atenção e recursos para ser executada.

CAPÍTULO 3. A ESTILINGUY

29

• Ideia 4: - Alta x Baixa - Ideia que precisa ser executada o quanto antes. • Ideia 5: - Baixa x Baixa - Ideia de pouca importância e baixo risco e dificuldade, portanto de prioridade baixa. O método fora escolhido para fazer parte da Toolbox Estilinguy após a constatação de sua necessidade durante o acompanhamento de projetos na etapa/checkpoint de brainstorming. Conforme prévia explanação no presente trabalho, esse é o momento em que várias ideias e propostas são levantadas e precisam de uma classificação que permita uma tomada de decisão mais estratégica para priorização e ranqueamento que resultem em avanço na execução do projeto. O quadro Portfólio de Ideias, seja no formato impresso ou digital, entra precisamente para que essas escolhas sejam assertivas.

3.3

A Trilha do Projeto de Inovação

Após aplicações de forma sistemática e quase exaustiva da Toolbox, foi possível identificar um padrão comum a todos os projetos durante a etapa de execução. Dessa forma, e a partir desta constatação, os projetos passaram a ser executados seguindo os passos do padrão mapeado. Em seguida, esse passos passaram a ser chamados de checkpoints, ou pontos de validação. E para esse conjunto de checkpoints foi dado o nome de Trilha. Nasce, assim, a Trilha do Projeto de Inovação, uma espécie de mapa da mina para o sucesso do projeto. É com o objetivo de catalizar o processo e otimizar os resultados, que durante o percurso são aplicadas ferramentas e metodologias da Toolbox. Após validar a trilha com diversos projetos, foram identificados numerosos pontos de melhoria e oportunidades de incremento à outras metodologias conhecidas, o que exigiu uma revisão dos principais checkpoints até ser alcançada a versão padrão como pode ser vista na Figura 3.3. A trilha tem sido, portanto, o framework que baliza a escolha de ferramentas da Toolbox para a execução de um projeto. A trilha tem se mostrado funcional e prática, principalmente para projetos de cunho tecnológico. Segue abaixo a

CAPÍTULO 3. A ESTILINGUY

30

explicação sobre cada um destes checkpoints: • Objetivo do Projeto: nesta etapa acontece o briefing do objetivo e dessecamento das primeiras ideias para a definição de um ou mais objetivos para o projeto em questão. • Brainstorming e Conceituação: momento em que acontece a exploração de ideias de forma aberta e compartilhada. A construção agora é conjunta com outros atores e nessa etapa as pessoas criativas são essenciais. Após a tempestade de ideias, se segue para a convergência e conceituação de uma proposta executável. • Prototipagem de Soluções: com o rascunho do projeto em mãos, agora é o momento de materializá-lo em algo mais elaborado. Nessa etapa é preciso remover os criativos e chamar os executores, pessoas mais práticas, para colocar as ideias em ação. Aqui serão representadas as propostas em forma de um protótipo ou de um projeto piloto. • Avaliação e Refinamento: etapa destinada ao refinamento das propostas, soluções ou protótipos construídos. • Validações e Feedbacks: aqui é o momento de ouvir e observar a experiência do usuário ou cliente durante a aplicação da proposta de solução. É importante coletar todos os comentários e feedbacks expostos durante o processo. • Vitórias e Aprendizados: após ter trilhado todos os pontos, é preciso refletir sobre os aprendizados e vitórias conquistados. É o momento de se questionar: é preciso refazer ou aprimorar algo no projeto? Ou já foi o suficiente para avaliar e rever se o projeto realmente vale a pena ser continuado? Esta etapa se conecta diretamente com a primeira etapa, de forma a retro-alimentar o fluxo de forma sistemática e cíclica, afinal, a melhoria precisa ser contínua.

CAPÍTULO 3. A ESTILINGUY

31

Figura 3.3: Trilha do Projeto de Inovação.

Fonte: Elaborada pelo autor (2018).

3.3.1

Exemplo de Aplicação da Trilha do Projeto de Inovação

Durante a oficina Startup a Jato, que aconteceu no evento do ISTB (UFRN), foi criada a trilha da Figura 3.4 com o objetivo de fazer com que os participantes, em equipes, idealizassem soluções para resolver os problemas e desafios que haviam sido propostos no dia. Para isso, foram escolhidas três ferramentas do Toolbox: a primeira delas foi o Mapa Mental, a segunda o Portfólio de Ideias e por último o Círculo Dourado. Na Figura 3.4 é possível visualizar o checkpoint escolhido para aplicação da ferramenta. Portanto, na etapa de Brainstorming e Conceituação são aplicados o Círculo Dourado e o Porfólio de Ideias. Em seguida, o Círculo Dourado é aplicado na etapa de Avaliação de Refinamento. O planejamento e configuração da trilha foi elaborado conforme descrito abaixo: 1. Objetivo do Projeto: Formação de times interdisciplinares e idealização de uma proposta inovadora entre os 3 temas propostos: Inovação Aberta, Blockhain e Tema

CAPÍTULO 3. A ESTILINGUY

32

Figura 3.4: Trilha Startup a Janto - ISTB.

Fonte: Elaborada pelo autor (2018). Livre. 2. Brainstorming e Conceituação: Utilização da ferramenta Mapa Mental para registro e organização das ideias levantadas. Aplicação do Portfólio de Ideias para classificar as melhores propostas e escolher as que melhor se alinham com os objetivos da equipe. 3. Prototipagem de Soluções: Improviso e criatividade para uso de materiais básicos de escritório como papeis, post-its, canetas e cartolinas para desenho e prototipagem de apenas uma das ideias/soluções levantadas e discutidas pela equipe. 4. Avaliação e Refinamento: Momento de aplicar a ferramenta do Círculo Dourado para ajudar no refinamento de um discurso para apresentação da solução idealizada. 5. Validações e Feedbacks: Apresentação ao público para feedback colaborativo de todos as equipes participantes do treinamento. 6. Vitórias e Aprendizados: União de todos os resultados obtidos para reflexão em

CAPÍTULO 3. A ESTILINGUY

33

cima dos pontos de melhoria e oportunidades identificadas. A Trilha é, na verdade, um processo contínuo de aprendizagem e evolução. Conforme os diferentes projetos são executados, novas necessidades de mudança são demandadas e assim cria-se a necessidade de transformá-la em algo mais flexível e adaptável. Foi pensando nisso que a versão atual já permite que sejam incluídos ou removidos checkpoints de modo a maximizar os resultados e permitir o melhor “casamento” com cada tipo de projeto.

3.4

A Empresa

Em 2017 é fundada a Estilinguy com o objetivo de transformar todo esse conhecimento acumulado em um negócio de alto valor agregado aonde a principal missão é ajudar pessoas a darem o “pontapé” inicial em seus projetos de forma prática e ágil. A Estilinguy usou a própria metodologia — que aplica diariamente em projetos e clientes — para ser concebida. Ao todo foram aplicadas 9 ferramentas para profundamente avaliar todos os pontos do negócio, identificando os principais valores e gargalos do seu mercado. A Trilha formatada pra o negócio primou pela modalidade padrão (sem remoção ou inclusão de checkpoints) e segue utilizando-a em todos os seus planejamentos estratégicos. O negócio tem a Trilha do Projeto de Inovação e a Toolbox como os seus principais recursos. Deles derivaram grande parte os serviços e produtos criados. Dessa forma, ambos são considerados Atividades e Recursos-Chave do negócio e estão em constante manutenção e atualização. Importante mencionar que o segmento de clientes atendidos são empreendedores, startups e micro e pequenas empresas. Ademais, o negócio possui basicamente duas linhas de atuação, quais sejam: Educação e Laboratório — ambas que serão discutidas com mais detalhes na sequência e podem ser conhecidas na Figura 3.5 e na Figura 3.6, respectivamente Estilinguy.Edu e Estilinguy.Lab.

CAPÍTULO 3. A ESTILINGUY

3.4.1

34

Educação Estilinguy Figura 3.5: Estilinguy Educação.

Fonte: Elaborada pelo autor (2018).

Startup a Jato Treinamento modular criado com o objetivo de treinar pessoas para as habilidades do futuro. Nele são abordadas ferramentas tecnológicas e de inovação que podem contribuir para o desenvolvimento de soluções. Todos os participantes precisam chegar até o final do treinamento apresentando uma proposta desenvolvida em seu respectivo grupo. Esse tipo de treinamento é dedicado especialmente a estudantes universitários e Startups.

Soluções Criativas Treinamento com foco em metodologias e ferramentas da Toolbox. É flexível, podendo ser realizado de forma presencial e à distância. Dedicados à pessoas e empresas

CAPÍTULO 3. A ESTILINGUY

35

que desejam aprofundar os conhecimentos em determinado conteúdo de inovação ou em ferramentas componentes da Toolbox.

Produtividade Digital Treinamento corporativo "gamificado"que objetiva aumentar a produtividade dos setores da empresa. Aqui são abordadas diversas ferramentas, como o Mapa Mental, que podem ajudar no gerenciamento de tarefas mais simples e de projetos institucionais.

3.4.2

Laboratório Estilinguy. Figura 3.6: Estilinguy Laboratório

Fonte: Elaborada pelo autor (2018).

Célula Criativa Processo de imersão em inovação criado para empreendedores e empresas que desejam começar um projeto ou negócio inovador e não sabem como fazê-lo. Para cada

CAPÍTULO 3. A ESTILINGUY

36

projeto é idealizada uma trilha com ferramentas e métodos práticos selecionados com base nos objetivos determinados.

Gestão Ágil Gerenciamento e otimização de projetos e negócios aplicando ferramentas de inovação para automatização e melhoramento de processos e produtos. Criado para empreendedores e empresas que precisam gerenciar projetos de forma ágil e inovadora.

Protótipo a Jato Desenvolvimento sob-demanda de soluções tecnológicas em parceria direta com empresas de tecnologia. A proposta deste serviço é desenhar o melhor Mínimo Produto Viável (MPV), porém buscando o melhor protótipo de uma especificada proposta de solução.

3.5

Casos de Uso e Resultados

Antes de começar a falar sobre os cases é importante frisar que até atingir o formato atual, a Estilinguy precisou passar por inúmeras metamorfoses. A mudança, em vários aspectos, foi positiva, pois sempre trouxe consigo uma nova perspectiva, abrindo caminhos inexplorados que permitiram que a jornada recomeçasse sempre repleta de positividade e de um espírito empreendedor ainda mais inovador.

3.5.1

Caso 1: Life Sprint

Em meados de Dezembro de 2016, a Consultora de Empresas e CEO da Ative Saúde, Cláudia Larissa chega com a ideia de criar um programa de Qualidade de Vida focado para Gestores e Executivos de empresas. Contudo, ela ainda não sabia como começar a

CAPÍTULO 3. A ESTILINGUY

37

modelar tal negócio. Cláudia iniciou então um processo de imersão pelo Laboratório Célula Criativa. Foi definido como objetivo a idealização de um projeto piloto que pudesse ser validador desta proposta. E foi assim que, durante 30 dias, a sua primeira Trilha foi executada aplicando cinco métodos e ferramentas de inovação focados na construção desse projeto piloto. Ao final, ela contou com 6 executivos adotantes iniciais da proposta que foram validadores do novo produto criado. A Figura 3.7 demonstra a primeira versão do protótipo que fora criado e o depoimento da Cláudia sobre o processo desenvolvido. Figura 3.7: Caso 1: Life Sprint.

Fonte: Elaborada pelo autor (2018). Após a ratificação dos primeiros clientes, o Programa de Qualidade de Vida ganhou o nome de Life Sprint e demandou a criação de um software que pudesse automatizar um processo da consultoria que até então era completamente manualizado. Com isso, fora desenhada uma nova trilha dentro do Laboratório Estilinguy - o Protótipo a Jato. Nesse ponto foi estabelecida uma parceria direta com a empresa CRAOSX para participar da

CAPÍTULO 3. A ESTILINGUY

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trilha como fornecedor de serviços. Seguidos mais 30 dias, a segunda trilha fora concluída tendo como resultado as especificações do protótipo de software requerido para que a CRAOSX pudesse desenvolvê-lo. Com o protótipo em mãos, Cláudia efetuou sua primeira grande venda no mercado que atendeu mais de 180 Gestores e Executivos de uma única vez. Hoje Cláudia está à frente da Life Sprint e segue inovando no seu mercado. Ainda em 2017 e fruto do trabalho desenvolvido em parceria com a Estilinguy, Cláudia recebeu o prêmio Mulher de Negócios pelo SEBRAE/RN ficando em 1o lugar. A Life Sprint foi, portanto, sem dúvidas, o primeiro case de sucesso da Estilinguy.

3.5.2

Caso 2: Liga Contra o Câncer

No mês de Abril de 2017, a Liga Contra o Câncer1 chega com uma proposta inusitada: realizar um treinamento, focado em atendimento ao cliente, para os colaboradores da área de acolhimento do hospital. E foi a partir desta ideia que se desenvolveu uma Trilha personalizada com a proposta de realizar um treinamento corporativo para encontrar novas formas de encantar o cliente - trilha essa que foi batizada de Estilinguy Para Transformadores (Célula Criativa). Na Figura 3.8 estão fotos dos participantes da Trilha durante o treinamento realizado. Ao longo de 15 dias, foi realizado um treinamento para 300 pessoas, que tiveram a oportunidade de idealizar, conceituar, prototipar e apresentar novas formas de encantar os clientes da Liga. Ao todo foram trabalhadas mais de 50 propostas de melhorias em diversos setores da empresa. Dentre todas elas, após rigorosa análise, foram selecionadas as melhores propostas a serem apresentadas junto à diretoria do hospital, a partir das quais puderam ser avaliadas as possíveis formas de executar e viabilizar a implantação das melhorias necessárias para a Liga. 1 Hospital

Filantrópico do estado do Rio Grande do Norte

CAPÍTULO 3. A ESTILINGUY

39

Figura 3.8: Case 2: Liga Contra O Câncer.

Fonte: Elaborada pelo autor (2018).

3.5.3

Outros Projetos e Clientes

Os dois cases apresentados foram validadores de inúmeras premissas e hipóteses que haviam sido levantadas durante os estudos. Os cases validaram os dois ramos de atuação da empresa. No primeiro foi possível validar o Laboratório e no segundo, o ramo da Educação. E essa validação foi importante para que fosse possível avançar ainda mais no mercado, porém, dessa vez, com produtos que dão resultado. Abaixo, segue uma breve descrição (assim deve ser, devido ao caráter de proteção que alguns projetos possuem) das principais iniciativas que já fazem parte do nosso portfólio: • SENAI - Treinamento focado em ferramentas de inovação para os alunos da rede SENAI a fim de prepará-los para o desafio de inovação nacional. O objetivo da Trilha idealizada foi treinar os alunos com as ferramentas do Business Model Canvas e do Elevator Pitch para que estas fossem aplicadas aos seus projetos. Na Figura 3.9 estão todos os participantes da Trilha SENAI de Inovação.

CAPÍTULO 3. A ESTILINGUY

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Figura 3.9: Trilha SENAI de Inovação.

Fonte: Elaborada pelo autor (2018). • Desaposentando Sonhos - Laboratório Célula Criativa personalizada para a criação de uma Consultoria de Recursos Humanos especializada no setor do varejo. • ISTB - UFRN - Treinamento Startup a Jato que fora idealizado para o primeiro Simpósio Internacional de Negócios Tecnológicos - ISTB. Na Figura 3.10 estão todos os participantes da Trilha de Inovação. • MyPS (My Personal Stylist) - Laboratório Célula Criativa personalizado para a criação de uma Consultoria de Imagem e Estilo especializada em dois idiomas e com o desafio do atendimento automatizado via software.

CAPÍTULO 3. A ESTILINGUY

Figura 3.10: Trilha Startup a Jato - ISTB.

Fonte: Elaborada pelo autor (2018).

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Capítulo 4 A jornada e o CInO

Para melhor compreensão deste trabalho se faz necessário percorrer brevemente pela história do autor, pois a verdade é que o conteúdo apresentado é a compilação de algumas das várias epifanias da sua vida, estas que foram materializadas aos poucos e dando vida a inúmeros projetos que em sua essência buscam solucionar problemas reais da humanidade. E a melhor maneira de iniciar essa jornada é com uma verdade que precisa ser dita: "A aventura pode ser louca, desde que o aventureiro seja lúcido"1 Há 12 anos se principiou essa trajetória guiada pela certeza da tecnologia como meio de transformação do status quo, essa que hoje é insumo essencial para ajudar a transformar vidas. Trabalhando com tecnologia, educação, negócios tradicionais e Startups, o autor experienciou as oportunidades de fundar, afundar, participar, colaborar e mentorar diversos projetos dos mais variados propósitos e áreas. Na Figura 4.1 é possível observar alguns dos projetos e negócios conduzidos pelo autor. Dentre essas iniciativas, as de maior relevância na Jornada ARC foram: • Fuzaka - Portal de cobertura de eventos; • VADER - Empresa com projetos de tecnologia da informação e hardware; • Ideia Gera Ideia - Iniciativa educacional em empreendedorismo e Startups; 1 Day1

- A Aventura Pode Ser Louca, Se O Aventureiro For Lúcido - Washington Olivetto / Endeavor Brasil, Publicado em 10 de Outubro de 2014. 25min12s. Disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=pWiaj8kvFTw Acesso em: 31 de janeiro de 2018.

CAPÍTULO 4. A JORNADA E O CINO

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• Rocha Transportes - Gerenciamento e expansão de transportadora de mercadorias; • Coffee Source - Protótipo de Cafeteira Inteligente; • InMedia - Startup de inteligência de negócios e geomarketing; • Conectando Saberes - Iniciativa educacional em Inovação Aberta — esse tópico será tratado com maiores detalhes no Capítulo 2; • InovaHacker - Iniciativa educacional para o Movimento Maker2 . Figura 4.1: A Jornada ARC.

Fonte: Elaborado pelo autor (2018). Atualmente, essa jornada toma forma em todos os negócios do autor, quais sejam, uma empresa focada em inteligência e tecnologia para negócios, a CRAOSX, e outra focada em gestão de projetos inovadores, a Estilinguy. Nesse tempo, foi possível observar as mais diferentes maneiras de se conduzir projetos e experimentar na prática métodos mais pragmáticos, como o ciclo PDCA e o guia PMBOK; assim como outros mais holísticos como a Inovação Aberta (Chesbrough 2003), 2 Também

conhecida como a cultura do Faça Você Mesmo ou DIY. São pessoas comuns que podem construir, consertar e modificar os mais diversos tipos de objetos e projetos com as próprias mãos.

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Startup Enxuta (Ries 2012) e Design Thinking (Brown 2017); e mesmo outros mais empíricos como o Rompecabezas (Rocha & Faustino 2015). Assimilaram-se ótimas estratégias de se começar, assim como outras péssimas formas de se conduzir um projeto. Vivenciou-se na prática que em projetos inovadores as chances de sucesso aumentavam indubitavelmente quando se garantiam três elementos bem definidos: uma equipe capacitada e multidisciplinar; um planejamento do ciclo de vida do projeto; e os métodos e as ferramentas adequadas para cada etapa do projeto. A Inovação é um ambiente de grande incerteza e risco, e para gerenciá-la é preciso adentrar a área da Gestão de Projetos — considerada pelo autor como uma verdadeira ciência —, que hoje disponibiliza de um vasto acervo de metodologias e ferramentas criadas com o propósito de padronizar e otimizar este gerenciamento, buscando reduzir o risco de insucesso durante todo o seu desenvolvimento. E foi sob estas condições que o autor passou a identificar e mapear as práticas, metodologias e ferramentas mais utilizadas durante todo o ciclo de vida de um projeto, sendo ele de caráter inovador, ou não. Neste contexto, foram identificados diversos gargalos, principalmente ao se começar um projeto inovador, momento este percebido pelo autor como o passo mais importante na condução de um projeto de sucesso. A partir disso se constatou a oportunidade de criar trilhas personalizadas para cada tipo de projeto, contemplando checkpoints e ferramentas de inovação de acordo com seus respectivos objetivos. E de todas essas experiências e constatações resultou o trabalho em mãos.

4.1

O Chief Innovation Officer (CInO)

A trajetória do presente trabalho começa concomitante à do seu autor, que tivera a oportunidade única de vivenciar no mercado diversas iniciativas, projetos e negócios distintos, acumulando abundante experiência nos tópicos aqui abordados. Um ponto de vi-

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rada no amadurecimento deste trabalho foi, sem dúvidas, a contribuição do Mestrado Profissional de Inovação da Escola de Ciência e Tecnologia - MPI/ECT. A partir de então as injeções de novos conteúdos, experiências, colaborações e mentorias foram de suma importância, pois fizeram com que o projeto ganhasse o alinhamento correto e as ideias e ações ainda não exploradas fossem muito mais assertivas.

As Contribuições do Programa As disciplinas formaram momentos de grande crescimento, pois foi durante as ricas discussões que se conseguiu observar a necessidade de “pivotar” (mudar) o projeto para um novo objetivo. Esse processo aconteceu três vezes e foi determinante para que o trabalho assumisse a configuração atual. Dentre as disciplinas que mais provocaram reflexões estão aquelas relacionadas ao ensino de novas metodologias de gestão de projetos e à criação de produtos e serviços de forma inovadora. Essas, sem dúvidas, reverberaram significativamente na essência deste trabalho. Outro ponto de grande importância durante a trajetória do mestrado foi a participação no primeiro Simpósio Internacional de Negócios Tecnológicos (ISTB) que fora promovido pelos alunos e professores do programa. Momento este que serviu como validador de um dos produtos derivados deste trabalho: a oficina Startup a Jato.

A Evolução do Gesto de Inovação O projeto inicial que motivou a entrada no mestrado tinha como objetivo evoluir um dos ramos da iniciativa educacional Conectando Saberes — detalhada ao longo deste trabalho. A princípio, buscava-se a modelagem de um negócio que pudesse ser levado ao mercado. Após inúmeras mentorias junto aos professores e colegas do mestrado, o projeto fora descontinuado. Momento este que induziu a participação de outro projeto de cunho tecnológico para desenvolvimento de uma plataforma de gestão do conhecimento.

CAPÍTULO 4. A JORNADA E O CINO

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Apesar disso, após persistir em encontrar um ideal alinhamento entre a equipe, se decidiu colocar todo o projeto em standby. Após cerca de um ano de mestrado, com o histórico de dois insucessos e com praticamente todas as disciplinas pagas, se resolveu retomar os estudos do projeto inicial com o proposito de aplicar as metodologias e ferramentas aprendidas com o objetivo de encontrar a icognita que faltava. E foi então que surgiu a CSX.Ninja — uma proposta mais segmentada e apoiada na educação de base como foco principal. Nesse momento, um modelo de negócios completo fora construído e encaminhado para validação direta no mercado. Entretanto, após 06 meses buscando efetuar vendas com os primeiros adotantes iniciais (clientes), foi identificado, mais uma vez, que algo no modelo de negócios não estava coerente com mercado e o projeto também fora descontinuado. O segundo ano foi um período de muitas reflexões e amadurecimentos. Ponto crucial e de virada em toda trajetória, pois foi quando o autor, após ajudar alguns de seus colegas e clientes, percebeu o potencial de transformação de algumas metodologias e ferramentas que utilizava. Essa ideia foi o ponto de partida para iniciar toda a curadoria até a formação da Caixa de Ferramentas (Toolbox Estilinguy) e a construção da Trilha do Projeto de Inovação.

Capítulo 5 Considerações Finais

Ao longo deste trabalho foi possível evidenciar a real necessidade de um guia durante a execução de qualquer tipo de projeto, principalmente os que podem ser transformados em um modelo de negócios. Dessa forma, a Toolbox combinada à Trilha funcionaram como esperado, fazendo com que os projetos obtivessem resultados altamente satisfatórios. Além disso, também foi possível observar o aumento de produtividade a cada interação nova nas Trilhas aplicadas. A maior dificuldade encontrada durante toda a pesquisa se deu no momento de estabelecer uma ferramenta ou metodologia que fosse válida para todos os casos. Durante o estudo ficou evidenciado que a melhor forma de contornar esse problema é manter a Trilha flexível às várias ferramentas disponíveis e aos checkpoints. A partir disso, o processo poderá ser encurtado ou expandido de acordo com a necessidade demandada pelo projeto. Contudo, os instrumentos validados neste trabalho permitiram atingir os objetivos propostos pela pesquisa. E os casos apresentados são fortes fontes de referência para todos os resultados obtidos. As consequências dessa pesquisa implicam em muitas reflexões nas áreas da gestão de projetos e negócios. Um ponto imprescindível de ser observado é o fato das metodologias poderem ser infinitamente combinadas entre si, podendo dar vida à novas conjunturas metódicas e diferentes ferramentas. Diante de todo o exposto e tendo vista que hoje o volume de informação e conheci-

CAPÍTULO 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

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mento gerado cresce em volumes inimagináveis, tornando a tarefa de filtrá-los dificultosa e custosa, é evidente que a curadoria — tal como a realizada neste trabalho — configurase como uma atividade essencial na sociedade atual e, cada vez mais, no futuro que se aproxima.

5.1

Perspectivas Futuras

Atualmente os trabalhos estão voltados ao impulsionamento dos produtos da Estilinguy e avanço com foco na melhoria contínua e na automatização dos processos. Na Figura 5.1 podemos visualizar um infrográfico no formato linha do tempo em que é possível observar os principais alvos do projeto/empresa para o futuro. Figura 5.1: Perspectivas Futuras.

Fonte: Elaborado pelo autor (2018). Atualmente, já se encontra em planejamento o primeiro curso à distância baseado na Estilinguy Educação. Outra frente em foco é o desenvolvimento de uma inteligência em

CAPÍTULO 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

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software que será capaz de indicar a melhor Trilha de projeto com base no propósito do cliente — o objetivo é rodar os primeiros testes no mercado em breve. É alvo também da Estilinguy fomentar as parcerias público-privadas com o intuito de estabelecer convênios de colaboração do mercado com as universidades, por exemplo. Um produto que fora sugerido pelos colegas e professores do mestrado foi o Gibi da Inovação que teria um personagem animado chamado Mr. Alby que ensinaria inovação de forma lúdica e animada para públicos mais leigos e até mesmo crianças. A médio e longo prazo, objetiva-se trabalhar próximo do contexto dos Laboratórios de Inovação e das Escolas de Habilidades do Futuro. Assim como aprofundar mais ainda os assuntos aqui tratados no ambiente científico frente a um programa de Doutorado. Outra grande meta futura é fortalecer a conjuntura de projetos e trabalhar também na perspectiva de Aceleração de Negócios. Por meio da Estilinguy, acredita-se em um mundo repleto de Solucionadores de problemas reais, dispostos a mudar a sua realidade. Pois é assim que se transformará vidas em prol de um mundo próspero e feliz. Vida longa aos empreendedores!

Referências Bibliográficas

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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