El habla de Salamanca y su provincia

Antonio

Llórente

Maldonado

de Guevara

E l h a b l a d e la p r o v i n c i a d e S a l a m a n c a e s t á h o y m u y c a s t e l l a n i z a d a , p o r lo m e n o s el h a b l a d e la m a y o r p a r t e d e la p r o v i n c i a . H a y q u e t e n e r e n c u e n t a q u e c u a n d o se r e p u e b l a la t i e r r a d e S a l a m a n c a y a h a b í a c o m e n z a d o la c a s t e l l a n i z a c i ó n l i n g ü í s t i c a del R e i n o d e L e ó n , p e r o a d e m á s n o se p u e d e o l v i d a r q u e a u n q u e en la r e p o b l a c i ó n del alfoz d e S a l a m a n c a i n t e r v i n i e r o n l e o n e s e s , c o n c r e t a m e n t e g e n t e s d e la T i e r r a d e T o r o , y t a m b i é n c o l o n i z a d o r e s g a l l e ­ g o s , p o r t u g a l e s e s y b r e g a n c i a n o s , t o d o s ellos d e h a b l a afín a las h a b l a s l e o n e s a s , g r a n p a r t e , s e g u r a m e n t e la m a y o r p a r t e , d e los r e p o b l a d o r e s del alfoz d e S a l a m a n c a n o h a b l a b a n l e o n é s , y a q u e e n t r e los «linajes» q u e se a s i e n t a n en la t i e r r a d e S a l a ­ m a n c a e n c o n t r a m o s , a d e m á s d e t o r e s a n o s y p o r t u g a l e s e s , los s i g u i e n t e s : c a s t e l l a n o s , m o z á r a b e s , f r a n c o s , s e r r a n o s (estos ú l t i m o s , lo m i s m o q u e los f a m o s o s « s e r r a n o s » d e A v i l a , p r o c e d í a n d e la c o m a r c a d e C i n c o V i l l a s , c o m a r c a a c a b a l l o e n t r e B u r g o s y L a R i o j a , e r a n d e o r i g e n v a s c o , y p r o b a b l e m e n t e c o n s e r v a b a n t o d a v í a el v a s c u e n ­ ce o e r a n b i l i n g ü e s ) . N o s a b e m o s n a d a s e g u r o d e los r e p o b l a d o r e s del alfoz d e A l b a , p e r o p o r d e t e r ­ m i n a d o s i n d i c i o s es m u y p r o b a b l e q u e f u e r a n en g r a n p a r t e « s e r r a n o s » , v a s c o n a v a r r o s e, i n c l u s o a r a g o n e s e s : p o r lo t a n t o t a m p o c o s e r í a n d e h a b l a l e o n e s a . T a m p o c o s a b e m o s n a d a c o n c r e t o d e los r e p o b l a d o r e s del alfoz d e L e d e s m a ( n a ­ d a se d i c e en el Fuero de Ledesma d e los linajes q u e se a s i e n t a n en la t i e r r a d e L e d e s m a ) , p e r o h a y s í n t o m a s d e q u e , en g r a n p a r t e , p r o c e d í a n d e t i e r r a s l e o n e s a s , s o b r e t o d o d e S a y a g o , lo q u e e x p l i c a el c a r á c t e r m á s leonés del h a b l a d e las a c t u a l e s tierras de L e d e s m a y de Vitigudino, hasta Ja frontera portuguesa. P o r lo q u e r e s p e c t a al alfoz d e C i u d a d R o d r i g o , t a m p o c o s a b e m o s casi n a d a d e s u s r e p o b l a d o r e s ; a h o r a b i e n , p o r r a z o n e s g e o g r á f i c a s , r a z o n e s c o n f i r m a d a s p o r la t o p o n i m i a d e la t i e r r a d e C i u d a d R o d r i g o , p a r e c e m á s q u e p r o b a b l e q u e la m a y o r p a r t e d e los r e p o b l a d o r c s p r o c e d i e r a n d e S a y a g o , G a l i c i a y P o r t u g a l (del C o n d a d o d e P o r t u g a l , p e r t e n e c i e n t e al R e i n o d e L e ó n , p u e s t o d a v í a P o r t u g a l n o se h a b í a i n d e p e n d i z a d o . L a i n d e p e n d e n c i a n o l l e g a r í a h a s t a 1142, y la r e p o b l a c i ó n d e C i u ­ d a d R o d r i g o c o m i e n z a el a ñ o 1130). E n la r e f e r e n t e a la t i e r r a d e Béjar, esta c o m a r c a p e r t e n e c i ó d e s d e 1157 al R e i n o d e C a s t i l l a , n o al R e i n o d e L e ó n , e s t a b a i n t e g r a d a en el alfoz a b u l c n s e , y s e g u r a ­ m e n t e sería r e p o b l a d a por gentes de h a b l a no leonesa. P o d e m o s d e c i r , p u e s , q u e en su c o n j u n t o en el siglo X I I el h a b l a d e lo q u e h o y c o n s t i t u y e la p r o v i n c i a d e S a l a m a n c a n o p o d í a ser a u t é n t i c a m e n t e l e o n e s a , n o po­ d í a ser u n h a b l a s e m e j a n t e a las h a b l a s d e B a b i a , d e L a c i a n a , d e la C e p e d a , de Somoza, de O m a ñ a , de La Maragatería, de Las Cabreras, de Sanabria, de Miranda d e D u e r o , d e l A l i s t e , ni s i q u i e r a al h a b l a d e S a y a g o . S ó l o t e n d r í a c i e r t o c a r á c t e r leonés en las a n t i g u a s t i e r r a s d e L e d e s m a y d e C i u BOLETÍN AEPE Nº 26. Antonio LLÓRENTE MALDONADO DE GUEVARA. El habla de Salamanca y su provincia

d a d R o d r i g o , s o b r e t o d o en su p a r t e m á s o c c i d e n t a l , d e s d e el c u r s o inferior del T o r m e s h a s t a las S i e r r a s d e J á l a m a y d e G a t a . D e a h í los r e s t o s a b u n d a n t e s del d i a l e c t o l e o n é s , t o d a v í a h o y , en las c o m a r c a s s a l m a n t i n a s o c c i d e n t a l e s d e L a R i b e r a d e l D u e r o , del A b a d e n g o , d e L a R a m a j e r í a , d e L o s C a m p o s d e A r g a ñ á n y d e l R e b o l l a r , s o b r e t o d o e n L a R i b e r a , c u y a h a b l a fue c o n s i d e r a d a p o r d o n R a m ó n M e n é n d e z P i d a l c o m o u n a v a r i e d a d del l l a m a d o d i a l e c t o l e o n é s « o r i e n t a l » . T e n e m o s , p o r lo t a n t o , u n r e s t o — d e g r a d a d o — del l e o n é s o r i e n t a l en L a R i b e ­ r a , r e s t o s e s p o r á d i c o s d e l leonés o r i e n t a l en la R a m a j e r í a , E l A b a d e n g o , los c a m p o s d e A r g a ñ á n y El R e b o l l a r ; r e s t o s l e o n e s e s m á s o m e n o s a b u n d a n t e s en t o d a la m i t a d o c c i d e n t a l d e la p r o v i n c i a , y r e s t o s e s c a s o s en la m i t a d o r i e n t a l d e la p r o v i n c i a , t a n t o m á s c a s t e l l a n a o c a s t e l l a n i z a d a ( d e s d e el p u n t o d e v i s t a l i n g ü í s t i c o ) c u a n t o m á s al e s t e . U n c a s o e s p e c i a l , a t e n e r en c u e n t a , e n c o n t r a m o s en t o d a la franja m e r i d i o n a l d e la p r o v i n c i a , la o r l a m o n t a ñ o s a o s e r r a n a , d o n d e a los r e s t o s l e o n e s e s , a b u n d a n t e s en l a s s i e r r a s d e J á l a m a , G a t a y F r a n c i a , m u y e s c a s o s en la s i e r r a d e B é j a r , se h a n s u p e r p u e s t o r a s g o s l i n g ü í s t i c o s m e r i d i o n a l e s , i d é n t i c o s o m u y p r ó x i m o s a los rasgos lingüísticos extremeños. E n r e s u m e n , d e n t r o d e la p r o v i n c i a d e S a l a m a n c a p o d e m o s a c t u a l m e n t e d i s t i n ­ g u i r , p r e s c i n d i e n d o d e d e t a l l e s , las s i g u i e n t e s c u a t r o z o n a s con m a y o r o m e n o r p e r ­ s o n a l i d a d l i n g ü í s t i c a : L a R i b e r a , las S i e r r a s , la C h a r r e r í a , las G u a r e ñ a s y t i e r r a d e P e ñ a r a n d a (en e s t a ú l t i m a z o n a se p u e d e i n c l u i r , t a m b i é n , la p a r t e m á s o r i e n t a l d e la t i e r r a d e A l b a , limítrofe con la p r o v i n c i a d e A v i l a ) . L a s c a r a c t e r í s t i c a s l i n g ü í s t i c a s m á s i m p o r t a n t e s d e L a R i b e r a son las s i g u i e n t e s :

1.

Aspecto

fónico

a) A s p i r a c i ó n d e F - l a t i n a : higo, humo, harina, e t c . (en estos c a s o s la h gráfica r e p r e s e n t a u n a aspiración faríngea s o r d a ) . b) A s p i r a c i ó n d e t o d a jota c a s t e l l a n a y d e t o d a ge c a s t e l l a n a s e g u i d a d e e, i: hente, caha, coher, hamón, paha, hitano, e t c . (este r a s g o lo p r e s e n t a t a m b i é n el h a b l a d e la franja m e r i d i o n a l s e r r a n a ) . c) C o n v e r s i ó n en r d e la / d e los g r u p o s iniciales o i n t e r i o r e s P L , F L , C L , B L , G L ( > pr,fr, cr, br, gr): pruma, imprar,fror, infrar, craro, recramar, branco, nebrina, groria, regra, e t c . d) M e t á t e s i s r e c í p r o c a d e los g r u p o s c o n s o n a n t i c o s rl, rn, con c o n v e r s i ó n d e la r e n f (> /, f, nf): Cairos, boira, buha, pelra, Ernesto, tienro, etc. e) R e s t o s d e las l l a m a d a s s o n o r a s a r c a i c a s ( a l g u n o s c a s o s d e c o n s e r v a c i ó n d e s s o n o r a — c o m o , p . e . , en peseta— y b a s t a n t e s d e c o n s e r v a c i ó n d e i n t e r d e n t a l s o n o r a , c o n f u n d i d a c o n la d fricativa q u e , c o m o es s a b i d o , es l e v e m e n t e i n t e r d e n t a l ( p o r lo t a n t o c o n s e r v a c i ó n d e z en f o r m a d e d): donodilla ' c o m a d r e j a ' (en vez d e d o n o c i l l a , a n t i ­ g u a m e n t e donozilla, c o n z e t a s o n o r a ) , durdal ' z o r z a l ' , bederro ' b e c e r r o ' , vodina ' v o c i n a ' , etc. f) T e n d e n c i a a c e r r a r las v o c a l e s o, e á t o n a s , s o b r e t o d o en p o s i c i ó n final, lle­ g a n d o a veces a c e r r a r s e del t o d o (—e > i, —o > u): toro, esti, niñu, baldi, hombri, cántara, e t c . g) E n la t o p o n i m i a , r e s t o s d e la p a l a t a l i z a c i ó n d e L - l a t i n a y d e la c o n s e r v a ­ c i ó n d e l g r u p o l a t i n o M B : Llombo.

BOLETÍN AEPE Nº 26. Antonio LLÓRENTE MALDONADO DE GUEVARA. El habla de Salamanca y su provincia

2.

Aspecto

morfológico

F o r m a s a n a l ó g i c a s en la 1." p e r s . sing. del p r e s e n t e d e i n d i c a t i v o y e n t o d a s las p e r s o n a s d e l p r e s e n t e d e s u b j u n t i v o d e los v e r b o s i n c o a t i v o s : conozo, conoza, conozas, e t c . , merezo, mereza, merezas, e t c . , amaneza, amaneza, amanezas, e t c . T e r m i n a c i ó n -oren / orin d e la 3 . p e r s . p l u r a l d e l p e r f e c t o a b s o l u t o d e las t r e s c o n j u g a c i o n e s : compraren, costoren, dioren, saliorin, comiorin, e t c . a

3.

Aspecto

sintáctico

a) Se c o n s e r v a n los s i g u i e n t e s t r a t a m i e n t o s d e r e s p e t o a r c a i c o s : V O S ; E L , E L L A (lo m i s m o q u e en l e o n é s o c c i d e n t a l y en las h a b l a s a s t u r i a n a s ) . A s í , p . e., ¿Adonde vais vos?, ¿Qué dice él?, ¿Qué hace ella? b) U s o t r a n s i t i v o del v e r b o entrar (lo q u e i m p l i c a el c a m b i o s e m á n t i c o ' e n t r a r ' > ' i n t r o d u c i r , m e t e r ' ) : Entra las ovejas en el corral, Hay que entrar el carro en la tenada.

4.

Aspecto

léxico

A) A r c a í s m o s : ahondo ' m u c h o , b a s t a n t e ' arrebalde ' a r r a b a l ' , encetar ' e m p e z a r ' , mercar ' c o m p r a r ' , deprender ' a p r e n d e r ' , azafate ' b a n d e j a d e m i m b r e ' , mariscal ' v e t e r i ­ nario', etc. B) P o r t u g u e s i s m o s : duente ' e n f e r m o ' , fariña ' h a r i n a ' , maná ' m a ñ a n a ' , mantensa ' m a n u t e n c i ó n ' , etc. C) A m e r i c a n i s m o s : gringo ' e x t r a n j e r o ' , macanudo ' e s t u p e n d o ' , relajo ' r e l a j a c i ó n , desvergüenza', etc. D) L e o n e s i s m o s y r i b e r a n i s m o s : apañar ' c o g e r frutos d e l s u e l o ' , abigedo ' u m ­ b r í a ' , arró ' a r r o y o ' , boiza ' c e r c a d o lleno d e p e ñ a s y m a l e z a ' , colaga ' c a m i n o b o r d e a d o d e p a r e d e s , c a l l e j a ' , chapallo ' b a r r o , l o d o ' , furriona ' j u e r g a ' , jimbre ' e n e b r o ' , palla ' c o ­ v a c h a en u n a o q u e d a d d e las p e ñ a s ' , sobrero ' a l c o r n o q u e ' , zas ' s a u c e ' , vergel ' c e r c a d o d e m a l a c a l i d a d ' , comidibaldi ' f u n c i o n a r i o s del E s t a d o , A d m i n i s t r a c i ó n Local, e t c . ' .

L a s c a r a c t e r í s t i c a s l i n g ü í s t i c a s m á s i m p o r t a n t e s d e las h a b l a s s e r r a n a s son las siguientes:

1.

Aspecto

fónico

a) A s p i r a c i ó n d e F - l a t i n a ( e x a c t a m e n t e i g u a l q u e en L a R i b e r a ) : higuera, harina, humar ' f u m a r ' , hoguera (la h n o es o r t o g r á f i c a s i n o q u e r e p r e s e n t a la a s p i r a c i ó n farín­ gea sorda, c o m o vimos en L a Ribera). b) A s p i r a c i ó n d e la jota y d e t o d a ge a n t e e, i: heneral, cahón, raha, moho, hueves, roho, teha, hícara, e t c . ( c o m o en t o d a s las h a b l a s m e r i d i o n a l e s ) . c) P é r d i d a d e t o d a -s final y d e t o d a -z final ( c o m o en t o d a s las h a b l a s m e r i d i o ­ n a l e s ) : muhere, canale, tó ' t o s ' , vó ' v o z ' , crú ' c r u z ' , casa ' c a s a s ' , arbole ' á r b o l e s ' , e t c . d) A s p i r a c i ó n d e t o d a -s y d e t o d a -z p r e c o n s o n á n t i c a s ( c o m o en t o d a s las h a b l a s m e r i d i o n a l e s ) : cahia ' c a s t a ' , pahlo ' p a s t o ' , cahco ' c a s c o ' , cahpa ' c a s p a ' , torrehno ' t o r r e z n o ' , tihne ' t i z n e ' , ehpanto ' e s p a n t o ' , cahcarrias ' c a s c a r r i a s ' , e t c . BOLETÍN AEPE Nº 26. Antonio LLÓRENTE MALDONADO DE GUEVARA. El habla de Salamanca y su provincia

e) T e n d e n c i a a c o n v e r t i r en / t o d a r i m p l o s i v a , s o b r e t o d o en p o s i c i ó n final: muhel, dil ' i r ' , comel, salil, matal, aral, labral, regal, somiel, e t c . f) M e t á t e s i s r e c í p r o c a d e los g r u p o s c o n s o n a n t i c o s rl, rn (lo m i s m o q u e e n L a R i b e r a ) , s o b r e t o d o en las c o m a r c a s d e El R e b o l l a r y d e la S i e r r a d e G a t a : galrito ' g a r l i t o ' , mielra ' m i r l o ' , tienro ' t i e r n o ' , yenro ' y e r n o ' , boira ' b o r l a ' , pelra ' p e r l a ' , e t c . g) C o n s e r v a c i ó n , l e x i c a l i z a d a , d e la i n t e r d e n t a l s o n o r a a r c a i c a , c o n v e r t i d a en d (z>