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SESC BRASIL / SETEMBRO DE 2006 1

Estórias do SESC

AO PIONEIRISMO, O RECONHECIMENTO DE TODOS

CINEMA EM DUAS RODAS Por Jaime Ariston (1941-2003)

“O homem de negócios veio, afinal, colocar-se dentro da engrenagem social no posto que lhe compete, e onde realmente presta os mais relevantes serviços ao desenvolvimento do País e ao aumento da riqueza nacional (...) Alheios às competições de partidos, de grupos ou de pessoas, situamo-nos numa posição desapaixonada, em que podemos dedicar aos problemas nacionais estudos práticos, realistas, orientados exclusivamente para o bem comum.” Os trechos do discurso de João Daudt d’Oliveira, ao tomar posse como primeiro Presidente da CNC, em 10 de janeiro de 1946, antecipavam o 13 de setembro do mesmo ano, data do decreto presidencial que reconheceu o Serviço Social do Comércio – SESC. Seu elevado espírito público e sua sensibilidade social já se haviam revelado para todo o País ao organizar, como Presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro, a I Conferência das Classes Produtoras do Brasil – I Conclap. Instalada em 1º de maio de 1945, na cidade fluminense de Teresópolis, a Conferência discutiu e aprovou os principais pontos que iriam gerar a Carta da Paz Social, documento inspirador da criação do SESC. João Daudt, como primeiro dirigente do SESC, lançou as bases da Entidade e deixou uma herança até hoje cultivada por seus sucessores. Em 1949, depois de uma cruzada convocatória do empresariado que percorreu todo o País, realizou em Araxá, MG, o II Conclap. Ao lado dos contemporâneos Roberto Simonsen, Euvaldo Lodi e Brasilio Machado Neto, João Daudt d’Oliveira foi protagonista de um dos mais importantes momentos da intervenção empresarial na história recente do Brasil. Ao pioneiro, o reconhecimento de seus pósteros.

Minha estória começa em 1973, quando passei a fazer parte do quadro de servidores do SESC-DN. Minha tarefa, à época, era pesquisar locais onde a entidade poderia se instalar e para isso fiz muitas viagens pelo Brasil. Nessas “andanças” me encantei pelo Acre, por seu povo e sua cultura. Quando o SESC iniciou suas atividades neste Estado, não pensei duas vezes e me candidatei ao cargo de primeiro Diretor do SESC Acre com a importante missão de implantar a Delegacia Regional. Para minha alegria, o pedido foi aceito. Logo no início da minha gestão, identifiquei a falta de acesso à cultura em muitas comunidades acreanas.Tive, então,a idéia de levar o cinema até eles e assim a aventura teve início, uma aventura digna dos filmes de Indiana Jones! Eu ia de jipe até um trecho da estrada onde era possível chegar de carro. Ali me encontrava com um menino da comunidade que vinha de bicicleta e que me levava, sentado na garupa com o projetor, até o centro comunitário.Lá, cerca de 300 pessoas me esperavam ansiosamente. Estendia um lençol e projetava filmes como Vidas Secas e Noites de Espantalho.Vocês não imaginam a minha emoção ao ver um homenzarrão que, tendo sua primeira experiência com cinema, se levanta da cadeira e torce pelo mocinho como uma criança. Percebendo o sucesso da empreitada, enviei um ofício ao DN pedindo um projetor 16 mm. Infelizmente o parecer foi negativo, pois gostariam que eu priorizasse outras áreas. Algum tempo depois recebi novo parecer, dessa vez elogiando meu trabalho em cinema e dizendo que em vez de um, eu receberia dois projetores!! De cara, achei que fosse gozação, uma brincadeira de algum amigo, mas depois olhei bem e vi que as assinaturas conferiam e, foi então que notei um anexo com a cópia de matéria de um jornal de São Paulo. Nela os jornalistas, ao fazerem uma reportagem sobre a extração das seringueiras, ficaram sabendo do trabalho do SESC junto aos índios da comunidade e o citaram na matéria como exemplo de iniciativa social de sucesso. Foi assim que uma idéia, que começou na comunidade de Palhoça, ganhou corpo e se estendeu para outras oito comunidades afastadas da capital.

Antonio Oliveira Santos Presidente da CNC

* Esta estória foi extraída de depoimento de Jaime Ariston ao Projeto Memória do Departamento Nacional.

“DIRETRIZES GERAIS DE AÇÃO DO SESC. I - INTRODUÇÃO” “O SESC foi criado em 13 de setembro de 1946 como resultado da ação de empresários e organizações sindicais, sob o comando de João Daudt d’Oliveira. Nasceu a Entidade com o objetivo de atender às necessidades sociais urgentes dos trabalhadores no comércio, procurando enfrentar seus problemas, reduzir ou aliviar suas dificuldades maiores e (criar condições de seu progresso) . Ao reconhecer os problemas sociais como de massa e de estrutura, o idealizador do SESC definia a ação do serviço social como instrumento não apenas de alívio de situações individuais desfavoráveis, mas também de transformação e progresso social.”

Expediente Jornal SESC Brasil Antonio Oliveira Santos Presidente do Conselho Nacional Maron Emile Abi-Abib Diretor Geral

Coordenação editorial SESC-DN / Assessoria de Divulgação e Promoção Jornal SESC Brasil é editado pela Print Comunicação - Fotos - Banco de Imagem SESC Nacional Jornalista responsável - Janice Caetano - MTB 13124JP Projeto Gráfico - Roma Design / Romildo Castro Gomes - Edição de Arte: Valeria Gropillo

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Ilustração: Julio Carvalho

Carta ao leitor

GENTE SESC A história de um empreendedor João Daudt d’Oliveira

A

história do gaúcho João Daudt d’Oliveira está intimamente ligada ao desenvolvimento econômico do País. Foi o idealizador da instituição que é hoje uma das mais importantes do Brasil e teve papel de destaque no cenário político e social brasileiro. Nascido no dia 3 de abril de 1886 em São Leopoldo (RS), João Daudt perdeu o pai muito cedo. Iniciou seus estudos no Rio Grande do Sul. Em 1903 foi para o Rio de Janeiro, Distrito Federal na época, e matriculou-se na Escola Militar da Praia Vermelha. Freqüentou o curso por apenas um ano e foi expulso do Exército por haver participado da Revolta da Vacina, chefiada pelo general Sivestre Travassos e pelo senador Lauro Sodré contra o governo de Rodrigues Alves. Depois da expulsão, voltou para o Rio Grande do Sul e ingressou na Faculdade de Direito de Porto Alegre, onde foi colega de Getúlio Vargas. Começou a trabalhar como caixeiro na Companhia de Gás e ao diplomar-se, em 1910, já era diretor da empresa. Exerceu a advocacia por três anos, mas mudou de área. Em 1916 voltou ao Rio para montar com o tio e o irmão o laboratório Daudt, Oliveira & Cia, onde lançou campanhas inéditas na propaganda e anunciou com sucesso remédios populares, como o xarope Bromil e o regulador da saúde da mulher, entre outros. João Daudt ainda participou, em 1922, do movimento de Reação Republicana na região Sul a favor da candidatura de Nilo Peçanha à Presidência da República. Seu envolvimento com a política fez com se tornasse o intermediário entre Minas Gerais

e Rio Grande do Sul nas reuniões para formação da Aliança Liberal e posteriormente para a candidatura de Vargas à sucessão de Washington Luís. Atuação na Associação Comercial - Após a Revolução de 1930, João Daudt ingressou na diretoria da Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), da qual seria presidente de 1942 a 1951. Foi responsável pela criação do Departamento Cultural e do Instituto de Economia da ACRJ, além de ter desenvolvido os primeiros cursos técnicos da associação. Em 1942, tornou-se membro do Conselho Nacional de Trabalho (CNT), e no mesmo ano acabou escolhido membro do conselho consultivo da Coordenação da Mobilização Econômica, criada com objetivo de orientar a economia de guerra. Pouco tempo depois, presidiu uma delegação da ACRJ à International Business Conference, realizada em Rye, também nos Estados Unidos, com representantes de 52 nações. Na ocasião, atuou como intérprete dos países em desenvolvimento, e defendeu a tese da função social do capital. Foi nomeado membro do Conselho Nacional de Política Industrial e Comercial (1945-1946), quando presidiu a I Conferência das Classes Produtoras (Conclap), onde elaborou-se a Carta da Paz Social. Em 1946, João Daudt elegeu-se presidente da recém-criada Confederação Nacional do Comércio (CNC), cuja atuação tornou-se tão marcante quanto sua vida pública até aquele momento. Uma das ações mais importantes de seu mandato foi justamente a criação do SESC e do Senac. Presidiu também as Câmaras de Comércio Estrangeiras no Brasil e o Conselho Interamericano

Foi presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro, da Confederação Nacional do Comércio e 1º dirigente do SESC de Comércio e Produção. Embora afastado dos postos de direção das entidades de classe por motivos de saúde, ele ainda desempenhou funções, como de conselheiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE), em 1952. Publicou, além de vários discursos e conferências sobre assuntos econômicos, o livro Itinerário para Araxá – discursos através do Brasil (1950). João Daudt faleceu em 1965, no Rio de Janeiro. O arquivo sobre sua vida encontra-se no Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil, da Fundação Getúlio Vargas.

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Reportagem de capa

60 ANOS DE HISTÓRIA E REALIZAÇÕES

Acima, Biblioteca, 1956. Ao lado, Programa SESC Veraneio no Rio Grande do Sul

1945

Começa um novo tempo de paz, para o mundo, com o fim da 2ª grande guerra. No Brasil, e em especial no Rio de Janeiro, a cidade serrana de Teresópolis testemunhava o nascimento do que seria o SESC. Reunidos na Conferência das Classe Produtoras, Conclap, em maio de 1945, representantes do comércio debateram a necessidade de criar um eficiente programa de assistência ao trabalhador brasileiro. João Daudt d’Oliveira, Presidente da Confederação Nacional do Comércio 4 SESC BRASIL / SETEMBRO DE 2006

e primeiro presidente do Conselho Nacional do SESC, presidiu a Conferência, que originou a Carta Econômica de Teresópolis e a Carta da Paz Social. Esta última, segundo o próprio João Daudt, “é um documento altamente expressivo do espírito de solidariedade e do realismo amadurecido dos homens de empresa brasileiros desta geração. Deverá contribuir para harmonizar e pacificar o capital e o trabalho em nosso País em um plano superior de entendimento recíproco. Com ela, nos apresentamos ante os empregados, convidando-os a fundar, sobre base sólida, uma política de mútua compreensão e de respeito recíproco”.

E assim foi feito. Em 13 de setembro de 1946 o Decreto-Lei nº 9853 atribuiu à Confederação Nacional do Comércio a tarefa de organizar a nova instituição, cujo objetivo é promover o bem-estar social dos comerciários e de suas famílias e o aperfeiçoamento moral e cívico da coletividade. Nos anos seguintes surgiram os Departamentos Regionais e as Delegacias Regionais do SESC pelo País. Em 1946, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro (na época Distrito Federal) e São Paulo iniciavam suas atividades. Um ano depois, foi a vez dos Estados da Bahia, Espírito Santo, Maranhão, Pará, Paraíba e Pernambuco inaugurarem seus respectivos De-

partamentos Regionais. Em 1948, Alagoas, Amazonas, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Piauí, Santa Catarina e Sergipe iniciaram suas atividades, e no ano seguinte o do Rio Grande do Norte. O Departamento Regional do Distrito Federal e do Mato Grosso do Sul foram implementados em 1980, Rondô-nia em 1993, e Acre, Roraima e Tocantins em 1998. Atendimentos - A atuação do SESC começou por áreas prioritárias para o Brasil na época, como assistência social e serviços médicos. O panorama sanitário brasileiro era dos piores e o índice de mortalidade infantil e de gestantes, muito alto. A instituição envolveu-se em campanhas de saúde, como prevenção e tratamento da tuberculose, proteção à maternidade e à infância e luta contra sífilis e doenças venéreas. Paralelo a isso, oferecia serviços de clínica geral, odontologia, enfermagem, análises clínicas e Raio X. Com este foco, alguns estados começaram a trabalhar ainda na década de 40. O SESC Minas Gerais construiu um sanatório com 600 leitos para tratamento da tuberculose; Niterói ganhou a maternidade Imaculada Conceição; o Rio de Janeiro, a maternidade Carmela Dutra; e o Rio Grande do Sul inaugurou o Serviço de Tisiologia, um dos mais completos e eficientes do Brasil na época. No final dos anos 40 e durante a década de 50, especificamente em 1951, foi realizada a 1ª Convenção Nacional de Técnicos, quando começaram a ser elaboradas as diretrizes que foram se adequando e atualizando a missão e os objetivos do SESC. Nessa época, o SESC decidiu direcionar esforços para a educação social e a prática do Serviço Social de Grupo, além do desenvolvimento de um plano de Colônias de Férias, inaugurando unidades específicas por todo o País. A primeira – a Colônia de Férias Ruy Fonseca – começou a funcionar em 1948, em Bertioga (SP), seguida de Petrópolis (RJ), Ceará (em Iparana) e Garanhuns (PE). Rio Grande do Sul, Paraná, assim como outros Regionais,

adotaram modalidades chamadas de Veraneios Coletivos, alugando hotéis para hospedar os comerciários. Também na década de 50 começaram os primeiros cursos de valorização social e as atividades culturais, principalmente através de bibliotecas e de recreação. Nos anos 60, época conturbada no Brasil, foi realizada uma avaliação geral da atuação do SESC (1969) com a realização da 2ª Convenção Nacional de Técnicos, quando foram definidas as bases para lançar as Diretrizes Gerais de Ação, que entraram em vigor em 1973. Na década de 70, o SESC investiu forte na área esportiva, com a construção de ginásios esportivos em quase todos os estados. Os anos 80 foram intensos, com a criação de projetos nacionais, como as Feiras de Livros, o ArteSESC, o Brincando nas Férias e o SESCiência, entre outros. Durante os anos 90 foram lançados nacionalmente o OdontoSESC e o SESC LER. A partir daí, a atuação só se expandiu e novos projetos concretizaram o crescimento da instituição. O viés ecológico também ganhou força a partir do Projeto Pantanal e de outros de cunho social amplo. Como demonstração da plena participação para minimizar as questões maiores do País, projetos como MESA BRASIL SESC, BiblioSESC, SESC LER e Segundo Tempo são exemplos de sua atuação para melhoria da comunidade onde se insere. Este é o SESC. Ontem e hoje contribuindo para melhorar a vida de muitos brasileiros, e já com o pensamento no futuro.

Dados atualizados sobre Unidades Operacionais e instalações do SESC no período 2005/2006 Centros Educacionais - SESC Ler Salas de Cursos Salas de Educação Infantil Centros de Atividades Unidades de Hospedagem Balneários, Centros Campestres e de Veraneio Estâncias Ecológicas Gabinetes Odontológicos Consultórios Médicos Restaurantes Lanchonetes Teatros, Cinemas, Auditórios e Centros culturais Bibliotecas (adulto e infantil) Salas de Exposição Espaços Esportivos * Praças e Parques Infantis Piscinas (adulto e infantil) Unidades Móveis OdontoSESC Programas MESA BRASIL Colônias de Férias ** Centros de Ação Social

57 1.003 501 219 43 13 2 900 175 139 210 357 242 20 1.309 188 305 50 59 42 205

* (ginásios, quadras polivalentes, parques aquáticos, salas de ginástica, musculação e campo de futebol) ** (com 4.672 UH e mais de 15 mil leitos)

Atendimento em saúde foi uma das primeiras ações do SESC

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Minha opinião

SESC Bertioga ontem e hoje

PIONEIRISMO DO SESC EM TURISMO SOCIAL

E

m 1948 entrou em funcionamento a primeira Colônia de Férias do SESC. A Colônia Ruy da Fonseca, em Bertioga, São Paulo, dava início a uma atuação que hoje é um dos símbolos de sucesso da instituição em todo o País: o turismo social. Assim como em diversas outras áreas, o SESC inovou ao desenvolver um programa voltado para toda a população, democratizando o tipo de lazer no País. E foi pioneiro novamente em 2003, quando lançou o Guia SESC Brasil, o único no gênero a ser publicado por uma instituição como o SESC. A enquete desta edição especial convida o leitor a conhecer Bertioga – que foi destino da promoção em 2004 – e um pouco mais da história

do SESC. Bertioga é um dos santuários ecológicos brasileiros, com 33km de praias muito procuradas pelos turistas. Entre as atrações naturais estão trilhas, cachoeiras, manguezais, rios e uma diversificada fauna e flora. O lugar também é conhecido por preservar a mais antiga fortaleza brasileira, o Forte de São João, principal patrimônio histórico da cidade e um dos maiores do País. A Colônia de Férias hoje possui 11 conjuntos de apartamentos e 50 casas, com capacidade para receber mil hóspedes. As reservas para o fim de semana dependem da disponibilidade do calendário e podem ser solicitadas através do telefone (11) 3054-9000, do fax (11) 3885-5854 ou do e-mail .

VENCEDORA DA ENQUETE

O vencedor da enquete para o SESC Praia, no Piauí, foi Frederico Celso P. Branco, dentista do SESC Odontologia, no SESC Paraná. A promoção contou com a participação de 699 pessoas e a resposta correta era: o comerciário de menor renda e seus dependentes.

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CONCORRA A UMA ESTADA NO SESC BERTIOGA (SP), com direito a acompanhante, incluindo viagem aérea e traslado. Preencha o cupom e envie até 29 de setembro, para a “Promoção SESC Bertioga” - Av. Ayrton Senna, 5.555, bl L, sala 301, Jacarepaguá, RJ - CEP: 22775-004. Se preferir, pode enviar por fax (21) 2136-5470 ou e-mail [email protected] . A participação é exclusiva para funcionários do SESC.

NA MINHA OPINIÃO As “Diretrizes Gerais de Ação do SESC” definem, na sua Introdução, a ação do serviço social. Para responder, com precisão, à pergunta abaixo, recomenda-se a leitura do texto transcrito na página 2 desta edição. Além do alívio de situações individuais desfavoráveis, que outros objetivos gerais João Daut d’Oliveira – o idealizador do SESC – identificava na ação do serviço social? transformação e progresso social o esporte e o lazer o turismo social e a cultura Nome: .................................................................................. ............................................................................................... Estado: ................................................................................. Setor: ................................................................................... Cargo/função: ...................................................................... Endereço residencial: .......................................................... ............................................................................................... Telefone: .............................................................................. E-mail: ..................................................................................

O

Entrevista Maron Emile Abi-Abib

SESC hoje e ontem. Nesta entrevista concedida ao Jornal SESC Brasil, o Diretor Geral do SESC, Maron Emile Abi-Abib, faz um balanço das últimas seis décadas e previsão de como será o SESC no futuro.

”AOS 60 ANOS, VIVEMOS NOSSA FASE MAIS EFERVESCENTE E CRIATIVA” “

Desde sua “gestação” em 1945 na Conferência de Teresópolis – consolidada na Carta da Paz Social de 1946 – até o recente lançamento do MESA BRASIL SESC, dois temas foram dominantes na vida da instituição: transformação e pioneirismo. O trabalho social com idosos, perfeita simbiose das duas vertentes, mereceu, inclusive, reconhecimento internacional. Poderia citar, também, o turismo social, presente desde sempre, em quase todos os Departamentos Regionais. Outro bom exemplo é o SESC Pantanal. Poucas organizações podem apresentar um projeto com as suas características – a maior Reserva Particular (RPPN) do País e que, paralelamente aos esforços de preservação e experimentação científica, transforma a vida das comunidades no seu entorno. É sempre válido relembrar nosso fundador, João Daudt d’Oliveira, quando definia que a ação do serviço social não deveria se limitar a aliviar situações individuais desfavoráveis, mas ser, também, um instrumento de transformação e progresso social. E o SESC nunca perdeu essa perspectiva nos últimos 60 anos.

Em um cenário com inúmeras crises institucionais, o SESC permaneceu imune, sempre fiel a sua missão, incansável, de fortalecer presença em todo o País.



Seria possível resumir, em poucas palavras, como se passaram esses 60 anos?

nosso próprio caráter organizacional. Em um cenário com inúmeras crises institucionais, onde várias organizações perderam credibilidade, o SESC permaneceu imune, sempre fiel a sua missão, incansável, o que fortalece sua presença em todo o País. A comprovação está na crescente parceria do governo federal com a entidade, baseada na experiência no campo social, que a tornou modelo para a nação.

Como o senhor explica a seqüência de administrações bem-sucedidas? A resposta a esta pergunta está contida nas nossas “Diretrizes Gerais de Ação”, quando definem que, em função de sua administração pelo empresariado do comércio de bens e serviços, o SESC cultiva valores maiores que orientam a ação como o estímulo ao exercício da cidadania, o amor à liberdade e à democracia.

Qual seria a sua avaliação do SESC hoje? Costumo dizer que, aos 60 anos, vivemos nossa fase mais efervescente e criativa, em relação à atuação na sociedade e em relação a nossa personalidade institucional. Enfrentamos as exigências de reorganização e reinventando o

É possível imaginar o SESC dos próximos 60 anos? Em recente “Carta ao Leitor”, aqui no SESC Brasil, tive oportunidade de citar a afirmativa do “guru” Peter Drucker de que a melhor maneira de prever o futuro

é criá-lo. Estou confiante de que as administrações futuras montarão diretrizes para os próximos 11 qüinquênios que se sucederão ao nosso 2006-2010. Certamente, novas metas-desafio serão estabelecidas e superadas, como superaremos a de 2010. O objetivo é um salto de qualidade em serviços, além do incremento e das melhorias, perseguidos constantemente. Esse salto se dará através de otimização dos recursos, parcerias, convênios e patrocínios, modernização administrativa, desenvolvimento técnico e, principalmente, educação corporativa. Todas as manhãs, quando chego ao escritório, tenho o prazer de contemplar uma parte do futuro que construímos hoje em resposta ao novo desafio da educação nacional – um ensino médio de qualidade. Uma escola em tempo integral, com sólida formação humanística e domínio dos recursos científicos e tecnológicos, que vai proporcionar aos alunos uma educação de excelência para ingressá-los no ensino superior e, também, garantir-lhes o exercício profissional em uma sociedade global. Uma escola que configure um novo padrão de educação para o País. SESC BRASIL / SETEMBRO DE 2006 7

Anúncio publicado em “SESC em Revista”,ano I, nº1, 1951

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