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Revista Canavieiros - Setembro de 2009

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Revista Canavieiros - Setembro de 2009

Editorial

Mudança de comportamento no agronegócio brasileiro

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ara entender melhor as dificuldades pelas quais o setor sucroalcooleiro vem passando e chegar à raiz de seus problemas, é necessário uma postura mais agressiva por parte dos produtores desta cadeia. Estas são palavras usadas pelo técnico responsável pela Superintendência de Informações do Agronegócio da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), Ângelo Bressan Filho, durante entrevista que concedeu à Canavieiros. Ele esteve presente na Fenasucro & Agrocana deste ano apresentando o estudo “Os Fundamentos da Crise do Setor Sucroalcooleiro no Brasil”. Durante a feira Agrocana & Fenasucro 2009, realizada em Sertãozinho de 01 a 04 de setembro, vários eventos de importância para o setor aconteceram. Um deles foi o encontro de produtores que a Canaoeste promoveu, reunindo 300 fornecedores de cana com o objetivo de discutir questões de grande relevância para estes produtores, como legislação ambiental, linhas de créditos, desenvolvimento sustentável. Outro evento que marcou a feira foi a palestra realizada pelo diretor da Canaoeste, Luis Carlos Tasso Junior, e pelos gerentes da Copercana (Unidade de Grãos), Augusto César Strini Paixão, e da Canaoeste (Departamento Técnico), Gustavo de Almeida Nogueira, no auditório da Agrocana. A convite da Jumil, empresa fornecedora de máquinas e serviços agrícolas, os temas abordados durante o encontro foram as perspectivas para o amendoim e soja, e também a tecnologia do plantio direto. Confira estes eventos nas Notícias Copercana e Canaoeste deste mês. Em Novas Tecnologias temos o lançamento das novas colhedoras de cana das empresas Santal e Case IH na Agrocana 2009. A Santal apresentou sua nova Tandem SII com designer e tecnologia inovadores. Já a Case IH aproveitou o momento para lançar suas colhedoras de cana A4000 e A8000. O melhoramento genético é a área que mais contribui para o avanço da sustentabilidade do setor sucroenergético. Para isso o Programa de Melhoramento Genético da Cana-de-Açúcar das Universidades Federais de São Carlos e Viçosa (PMGCA-UFSCar e UFV), integrantes da RIDESA, realizou um levantamento que revelou as variedades de cana mais cultivadas. Este estudo você encontrará na Reportagem de Capa deste mês. Seguindo o mesmo caminho sobre a eficiência do melhoramento genético para o desenvolvimento sustentável do nosso país, a Canavialis lançou suas primeiras variedades de cana, a CV Pégaso e CV Centauro, alcançando o posto de primeira empresa privada a difundir produtos para o setor.

Como Destaque desta edição a Canavieiros traz a nova diretoria do Ceise Br (Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroalcooleiro e Energético), que foi empossada no dia 01 de setembro de 2009. O novo presidente, José Adézio Marques, agradeceu a participação de todos, principalmente à chapa que o apoiou. Em Feiras e Eventos, você pode conferir o balanço da Fenasucro & Agrocana, que este ano movimentou R$ 2,2 bilhões em negócios, provando mais uma vez ser o maior evento do setor industrial e do agronegócio. Foram mais de 28 mil visitantes que vieram de 24 países e 25 Estados brasileiros diferentes. Em Assuntos Legais, o advogado da Canaoeste, Juliano Bortoloti, faz um alerta para as queimas de cana e orienta os produtores para os procedimentos a serem adotados em caso de incêndio de origem desconhecida. Os artigos técnicos deste mês abordam diferentes temas, como a discussão das alternativas para o motor diesel a álcool durante uma reunião técnica promovida pelo GMEC (Grupo de Mecanização da Lavoura Canavieira) e também a realização de uma avaliação comparativa de cultivares de cana-de-açúcar em relação aos valores de TCH, TPH E ATR durante a safra 2008/2009. Adriano Pires, diretor do CBIE (Centro Brasileiro de Infra Estrutura) e professor da UFRJ, está no Ponto de Vista desta edição e faz uma análise dos projetos que visam alterar a atual legislação do setor de petróleo e gás natural no nosso país, trazendo intensos embates entre pré-sal, estatizações e eleições. As Notícias Copercana trazem os eventos realizados para os produtores. Em Santa Rosa de Viterbo, a Copercana apoiou palestra para os produtores de leite, ministrada pelo médico veterinário Evaldo Segatto, da Intervet Shering. Já em Terra Roxa, na Fazenda Santa Rita, os produtores participaram de treinamento para a aplicação de produtos fitossanitários e uso correto de equipamentos de proteção individual. A Copercana em parceria com a Usina Caeté realizou também um encontro técnico para seus fornecedores de cana-deaçúcar. A reunião contou com a presença de gerentes, superintendentes e diretores da Copercana, Canaoeste, Usina Caeté e das empresas apoiadoras, Arysta LifeScience e Euroforte. Além disso, não deixe de conferir nesta edição as informações setoriais dadas pelo assessor técnico da Canaoeste, Oswaldo Alonso, as dicas de leitura e de português. Boa leitura! Conselho Editorial Revista Revista Canavieiros Canavieiros -- Setembro Setembro de de 2009 2009

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Indice

EXPEDIENTE

Capa

CONSELHO EDITORIAL: Antonio Eduardo Tonielo Augusto César Strini Paixão Clóvis Aparecido Vanzella Manoel Carlos de Azevedo Ortolan Manoel Sérgio Sicchieri Oscar Bisson

Raio X dos Canaviais: Censo revela variedades mais cultivadas Levantamento realizado pelo PMGCA-UFSCar e UFV, integrantes da RIDESA,considerou dados de SP, MG, MT e MTS

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DEST AQUES DESTA

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OUTRAS

Entrevista Ângelo Bressan Filho Responsável pela Superintendência de Informações do Agronegócio da Conab

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FEIRAS E EVENTOS

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Ponto de vista Adriano Pires diretor do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE) e Professor da UFRJ.

INFORMAÇÕES SETORIAIS

COMERCIAL E PUBLICIDADE: Janaina Bisson (16) 3946-3311 - Ramal: 2008 [email protected]

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ARTIGO TÉCNICO II

IMPRESSÃO: São Francisco Gráfica e Editora

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MEIO AMBIENTE

TIRAGEM: 11.000 exemplares

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ASSUNTOS LEGAIS

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Notícias

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Copercana - Diretor e gerentes da Copercana e Canaoeste fazem palestras na Agrocana - Palestra para produtores de leite - Realização de encontro técnico - Produtores participam de treinamento em Terra Roxa

Notícias

Notícias Cocred - Balancete Mensal

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REPERCUTIU P a g .

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CULTURA P a g .

14 Canaoeste - Canaoeste promove encontro de produtores de cana

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Estatizações, eleições e o pré-sal

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DIAGRAMAÇÃO: Rafael H. Mermejo

DESTAQUE

Uma postura mais agressiva

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JORNALISTA RESPONSÁVEL: Carla Rossini – MTb 39.788

EQUIPE DE REDAÇÃO / FOTOS: Carla Rodrigues - MTb 55.115 Carla Rossisni Cristiane Barão Rafael H. Mermejo

NOVAS P a g .1 7 TECNOLOGIAS

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EDITORA: Cristiane Barão – MTb 31.814

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ISSN: 1982-1530 A Revista Canavieiros é distribuída gratuitamente aos cooperados, associados e fornecedores do Sistema Copercana, Canaoeste e Cocred. As matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. A reprodução parcial desta revista é autorizada, desde que citada a fonte.

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AGENDE-SE P a g .

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CLASSIFICADOS

ENDEREÇO DA REDAÇÃO: Rua Dr. Pio Dufles, 532 Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-680 Fone: (16) 3946 3311 w w w.r evistacanavieiros.com.br

Artigo Técnico - Avaliação comparativa de cultivares de canade-açúcar quanto aos valores de TCH, TPH e ATR 4 4

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w w w.twitter.com/canavieiro s [email protected]

Entrevista

Ângelo Bressan Filho Responsável pela Superintendência de Informações do Agronegócio da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento)

Uma postura mais agressiva Carla Rossini

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técnico responsável pela Superintendência de Informações do Agronegócio da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), Ângelo Bressan Filho, apresentou, durante a Fenasucro e Agrocana, o estudo “Os Fundamentos da Crise do Setor Sucroalcooleiro no Brasil”. Segundo ele, conhecer os motivos que estão provocando as atuais dificuldades, observar em que medidas elas derivam de fatores estruturais e/ ou conjunturais e descortinar as formas de superá-las, criando um novo padrão de estabilidade para o setor é um desafio para todos os analistas que acompanham o comportamento dessa cadeia de produção. “O estudo é uma tentativa de colaborar para o entendimento das raízes geradoras dos problemas atuais, trazer dados e informações novas sobre o assunto, revelar nossa preocupação com a gravidade da situação e estimular um debate sobre os caminhos a seguir na consolidação do etanol como novo combustível de uso universal”, disse Bressan. Ele também apontou os problemas que o setor enfrenta e cobrou uma postura mais agressiva por parte dos produtores de etanol. Leia, a seguir, a entrevista que ele concedeu à Canavieiros. Revista Canavieiros: O que o senhor pode nos dizer sobre os objetivos do estudo “Os Fundamentos da Crise do Setor Sucroalcooleiro no Brasil”? Ângelo Bressan Filho: O setor está passando por um momento de muita dificuldade. Têm muitos grupos com problemas sérios para continuar pagando as contas e ao mesmo tempo ter fluxo de caixa. E nós temos que tentar entender o motivo dessa situação, uma Revista Canavieiros - Setembro de 2009

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Entrevista vez que o mercado está bom quando pensamos no álcool. Todos os meses, em média, se vendem 200 mil veículos flexíveis e isso é o equivalente a aproximadamente 7.000 veículos por dia. O carro sai da loja e vai direto para o posto abastecer com álcool. E a produção cresceu muito nos últimos dois ou três anos nesse Estado. Então, por que estamos passando por essa situação?

da cadeia. Como os preços estão baixos há dois anos, com a remuneração do capital, lucratividade e a rentabilidade muito baixos, ou seja, a situação já estava difícil porque tinha que arrumar dinheiro para formar o capital de giro, sem mencionar que têm muitos grupos que investiram em usinas novas, expansão e que arrumaram um monte de dívidas.

acostumado a usar a gasolina. Com o carro flex é possível optar. Temos que vender um produto novo para eles.

Revista Canavieiros: Um outro problema que podemos citar quando falamos em etanol, são as margens de comercialização... Bressan: Esse é outro problema muito relevante. A maioria dos Estados - tirando São Paulo, Paraná, Goiás e Eu analisei e encontrei um resultaRevista Canavieiros: E como se re- Bahia - cobra o ICMS do álcool ao da do que está vinculado a três fatores solve isso? gasolina, cuja alíquota é de 25%. Outra básicos. O setor tem que produzir um Bressan: Ai é o terceiro fator, tal- coisa, em várias regiões existe um conpouco para vender e um pouco para vez seja o mais importante. É que his- trole dos preços dentro do setor de coestocar na entressafra. Quanto dinhei- toricamente os nossos fabricantes de mercialização. Então, o nosso fabricanro precisamos para produzir o álcool álcool nunca correram atrás do consu- te de álcool, que no futuro vai ser chaque não vendemos? Ele também custa. midor. Na verdade, eles nem conhecem mado de empresário da energia, fica esEntão fiz essa conta. E descobri que o consumidor, e por quê? Quando era perando alguém vir comprar o álcool dele nos últimos três anos o custo pulou de no tempo do carro a álcool, uma vez e não sabe como que se formam as marR$ 2 bilhões por safra para gens de comercialização, R$ 5 bilhões. E como não como o mercado funciona Se quisermos vender álcool, temos que tem nenhum dinheiro do na ponta. É uma posição convencer o consumidor que comprar e usar este lá governo para ajudar nisso, muito passiva, subalterna, combustível é melhor do que usar a gasolina. dentro do funcionamento os produtores tiveram que arrumar dinheiro com seus da cadeia. Resultado: se pepróprios meios, ou seja, juntar dinhei- que o cidadão comprava um, ele pas- garmos algumas praças, Brasília é o caso ro para fazer álcool e estocar para ven- sava a usar álcool sem precisar fazer mais emblemático, pois lá o álcool custa der na entressafra. É claro que eles já nada para vender o álcool para ele. O 70% do preço da gasolina, independentinham estoque desse capital antes, álcool anidro que misturamos na gaso- te de quanto esteja custando na destilamas como subiu muito nos últimos lina, é uma questão de lei, que também ria. Mas isso está errado. E por que isso? anos, eles precisaram arrumar um di- não precisamos fazer nada para ven- Certamente têm grupos lá que formam nheiro novo para fazer esse estoque. der. E agora isso mudou. Se quisermos esse preço e eles não se interessam em Então, se pegarmos todas as destilari- vender álcool, temos que convencer o vender o álcool. Vender álcool ou gasoas que produzem para sobrar estoque consumidor que comprar e usar este lina para eles é a mesma coisa. Eles até (uma vez que algumas não fazem esto- combustível é melhor do que usar a preferem vender gasolina. Então, quanque), tiveram que alavancar recursos gasolina. E tem várias formas de fazer do olhamos para todos os Estados, perpara isso. Esse é um ponto: necessida- isso. Uma forma é vendendo barato. cebemos o seguinte: São Paulo, que dá de de arrumar capital de giro para for- Como já estamos apertamar estoques cada vez maiores, pois o dos, se vendermos baraestoque é proporcional ao consumo: to, vamos piorar a situase o consumo cresce, o estoque tem ção. A outra forma é terque ser maior para garantir o abasteci- mos política para conmento da região. quistar o consumidor e não temos nenhuma. TeComo os produtores, principalmen- mos que fazer propagante os menores, ficaram apertados para da, mostrar que o etanol formar esses estoques, eles procuram é um combustível melhor vender o mais rápido possível para fa- do que a gasolina, pois zer caixa. Afinal, eles têm contas para temos as vantagens ampagar. Como todo mundo quer vender bientais, vantagens de rápido, o preço fica baixo. O consumiser um combustível que dor adora pagar álcool a R$ 1,00. Mas é é nosso, que gera empreaí que estamos comprometendo o fu- go, que tem desenvolvituro porque todo mundo tem que ga- mento. Temos um monte nhar: o consumidor, a destilaria, o for- de argumentos, mas tenecedor de cana precisa participar e tem mos que utilizá-los porque ser uma coisa boa para o conjunto que o consumidor está



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Entrevista um bom benefício para álcool, o consumo do álcool hidratado em relação ao consumo total de combustíveis, é 55%. Já em Brasília é 20% porque o álcool lá é muito mais caro. O setor tem que fazer uma reviravolta nisso, tem que passar a discutir as margens e ter uma postura agressiva. Revista Canavieiros: Mas, se o etanol é um produto brasileiro, por que não é de interesse de todos os Estados apresentarem benefícios para se consumir esse produto? Bressan: Pelo menos os Estados produtores deveriam ter uma política mais favorável ao etanol. Mas não é o padrão. Alguns Estados produzem bastante e abastecem outros. Alguns produzem só o que consomem, não têm excedentes. Ou, às vezes, nem isso. No caso do Espírito Santo, é um Estado que produz bastante, mas muito menos do que precisa. Então, esses Estados também deveriam ter uma política de incentivo ao consumo, mas existe uma visão fiscalista, arrecadatória. Estão

preocupados apenas com os seus cofres na hora de arrecadar impostos e se esquecem do desenvolvimento por meio da produção de álcool. O setor tem que mudar a postura, tem de deixar de ser tão individualista, cada unidade vendendo o seu álcool como pode e tentando enganar o vizinho e passar a ser em comunhão. Criar mecanismos de vários tipos para não vender álcool abaixo do custo de produção. Minha intenção não é dar essa solução porque ela tem que nascer do próprio setor. Minha intenção é trazer dados para sair dessa letargia. Vamos deixar de ser usineiros de açúcar para ser empresários da energia. Revista Canavieiros: O que falta para o álcool se tornar uma commodity mundial? Bressan: O ponto mais importante é que o etanol não é uma commodity porque não tem muito comércio e não tem muito comércio porque não é uma commodity. Isso não é rompido porque nenhum país quer ficar dependente do

Brasil e do nosso álcool. Não há outros países que teriam disponibilidade de vender um produto assim. Isso é um caminho longo, tem que construir com arranjos, tratados de comércio e há alguns países com os quais isso poderia andar mais rápido, por exemplo, a China. Não precisamos negociar somente o álcool, podemos fazer pacote de negociação com vários produtos e o álcool entrar junto. Revista Canavieiros: E aí é que entra o governo? Até onde essas comercializações dependem do governo? Bressan: Isso depende das áreas do governo que têm condições de ter interlocução com esses países, de fazer negociação. Isso até eles têm feito. Mas, aparentemente o sucesso está sendo muito limitado. Os mercados não estão se abrindo. No caso da União Européia tem um complicador que é a questão ambiental. Vamos ter de resolver de algum modo, pois eles querem certificação. E a sensação que tenho é a de que não fizemos o suficiente.

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Ponto de Vista

Estatizações, Estatizações, eleições eleições e eo o pré-sal pré-sal *Adriano Pires

Etanol é forte diferencial competitivo do Brasil no bloco de emergentes

Nos últimos anos assistimos no Brasil a três grandes rounds da luta estatistas x privatistas. O primeiro foi no governo FHC, com o embate em torno do petróleo. Primeiro, para a aprovação da Emenda Constitucional nº 9, que alterou o artigo 177 da Constituição federal, em que era dado o monopólio à Petrobrás. Depois, quando da tramitação e posterior aprovação da Lei 9.478, em agosto de 1997. Naquele momento a vitória foi dos privatistas, que se teriam aproveitado dos ventos neoliberais que sopravam pelo mundo. Um segundo round ocorreu na primeira eleição do presidente Lula, quando o governo FHC foi acusado de ter

promovido o racionamento de energia elétrica em razão das privatizações. Apesar de o governo FHC ter privatizado apenas 15% das estatais geradoras, a tese que culpava a privatização pegou e deu a vitória aos estatistas. O terceiro round foi na segunda eleição do presidente Lula, que na época tachou o candidato de oposição de privatista e neoliberal. O presidente Lula acuou o adversário afirmando que, caso a oposição ganhasse as eleições, a Petrobrás e o Banco do Brasil seriam privatizados. O candidato da oposição em momento algum conseguiu escapar da armadilha, mostrando que o debate não era estatização x privatização, e sim um Estado eficiente assumindo posições de fiscalização e regulação contra um Estado gastador, inchado e politizado. Pela segunda vez as urnas deram a vitória à tese estatizante. A luta é sempre reiniciada às vésperas das campanhas presidenciais, e agora não poderia ser diferente. É bom lembrar que, se tudo correr bem, a produção comercial do pré-sal só se iniciará a partir de 2015. O próprio presidente da Petrobrás, em contraposição a outros membros do governo, declarou recentemente que o pré-sal não é uma vaca leiteira. Mesmo assim, o governo, de forma autoritária e nada democrática, apresentou seus projetos para que fossem apreci-

Campo de Jubarte (ES) - Presidente Lula e o presidente da Petrobras, Sergio Gabrielli, com óleo extraído extraído da da camada camada pré-sal pré-sal nas nas mãos mãos

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ados e aprovados em apenas 90 dias pelo Congresso Nacional.

Foto: Ag. Brasil - Ricardo Stuckert / PR

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s quatro projetos que visam a alterar a atual legislação do setor de petróleo e gás natural no Brasil trouxeram à tona, e desta vez com bastante força, o cansativo e ultrapassado debate estatização x privatização. Ressuscitar esse debate é o verdadeiro objetivo do governo, o pré-sal está sendo usado apenas como pretexto. E por que essa estratégia é importante? No curto prazo, o objetivo é tirar de pauta os escândalos do Senado, os problemas na Receita Federal e a gripe suína. No médio prazo, é ganhar as próximas eleições presidenciais.

Quando analisamos os quatro projetos enviados ao Congresso pelo governo, verificamos a existência de dois pontos comuns a todos: o direcionamento para uma reestatização do setor de petróleo e gás natural e a mudança de um Estado que participa da renda petroleira por meio da arrecadação de impostos para um Estado que vai obter a mesma renda pela comercialização do petróleo e do gás natural. Essa mudança acaba prejudicando Estados e municípios produtores de petróleo. O projeto que cria a Petro-Sal propõe funções de gestora dos contratos de partilha e dos contratos de comercialização de petróleo e gás natural. A primeira é atualmente exercida pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), só que em relação aos contratos de concessão. Nesse sentido, a Petro-Sal vai esvaziar a agência. A segunda faz a Petro-Sal reencarnar o antigo Institu-

Ponto de Vista to do Açúcar e do Álcool (IAA) e o Instituto Brasileiro do Café (IBC), que só deixaram heranças malditas. Por fim, a Petro-Sal vai participar dos comitês operacionais dos campos de petróleo, com poder de veto. Muitos afirmam que isso teria sido copiado da estatal norueguesa Petoro. Não é verdade. Na Noruega a estatal participa dos comitês operacionais porque a Petoro é investidora e, portanto, entra no risco do negócio. No Brasil, a Petro-Sal nada investe e apenas vai exercer ingerência política na administração dos campos. O governo brasileiro abandona o modelo de controle da produção e fiscalização do campo por uma agência reguladora e passa agora a ter essas funções exercidas por uma estatal com critérios pouco transparentes. No contexto da volta aos anos 1950, o governo propõe restituir parte do monopólio que a Petrobrás havia perdido com a Lei 9.478. A Petrobrás passaria a ser a única operadora dos campos do pré-sal que ainda não fo-

ram licitados, com uma participação mínima de 30%. O primeiro comentário é que, além da perda de eficiência, natural em empresas monopolistas, essa novidade tende a afastar investimentos das tradicionais empresas petrolíferas, que poderão não aceitar ser meras parceiras financeiras da Petrobrás. Por outro lado, o novo modelo poderá atrair empresas estatais, principalmente chinesas, que têm grande disponibilidade de capital e pouca tradição como operadoras de petróleo. O governo chinês deixaria de comprar papéis do Tesouro americano e passaria a comprar reservas de petróleo no Brasil. Ficaria estabelecida a eficiente e moderna parceria estatal com estatal. A Petrobrás monopolista também passa a ser um monopsônio, transformando-se na única compradora das indústrias fornecedoras de bens e serviços para o pré-sal. Será que uma Petrobrás monopolista e exercendo o poder de monopsônio é caminhar para a modernidade e proteger os interesses do povo brasileiro?

É provável que a oposição não consiga sair do canto do ringue. Quando vemos políticos da oposição fazendo críticas artificiais aos projetos do governo para assegurar que não serão acusados de privatistas, temos a certeza de que caíram, mais uma vez, na armadilha de não ter coragem de enfrentar o verdadeiro debate. E, nesse caso, na próxima campanha presidencial o embate será entre estatistas e estatistas. Pobre Brasil, que com a adoção do novo modelo do pré-sal poderá gerar duas maldições: a conhecida doença holandesa e, na contramão do mundo, sujar a nossa matriz energética, que sempre foi das mais limpas do mundo. *Adriano Pires é diretor do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE) e Professor da UFRJ. Fonte: Artigo publicado originalmente no jornal O Estado de S. Paulo, na edição de 10 de setembro de 2009.

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Notícias Copercana

Diretor Diretor e e gerentes gerentes da da Copercana Copercana e e Canaoeste Canaoeste fazem fazem palestras palestras na na Agrocana Agrocana Carla Rossini

As perspectivas de soja e do amendoim e a tecnologia do plantio direto foram os temas abordados

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convite da Jumil, empresa fornecedora de máquinas, serviços e tecnologias agrícolas, o diretor da Canaoeste, Luiz Carlos Tasso Júnior, e os gerente da Copercana (Unidade de Grãos), Augusto César Strini Paixão, e da Canaoeste (Departamento Técnico), Gustavo de Almeida Nogueira, proferiram palestras na manhã de 4 de setembro, no Auditório da Agrocana. As palestras fizeram parte da programação de eventos paralelos realizados durante a Fenasucro e Agrocana e reuniram produtores, estrangeiros, convidados e colaboradores para discutirem sobre mercado, plantio e equipamentos voltados ao produtor rural. Na abertura das palestras, Rubens Dias Morais, presidente da Jumil, falou sobre o governo brasileiro, suas atitudes e comparação com líderes de outros países. Durante as palestras, foram abordados os temas: perspectiva de mercado

Luis Carlos Tasso Júnior, Augusto César Strini Paixão, Gustavo Nogueira, Flávio Trezza, Rubens Dias Moraes, Fábio Chencci Correia

para soja e amendoim na safra 2009/2010 pelo gerente Augusto César Strini Paixão e o ciclo entre culturas – plantio direto na palha da cana-de-açúcar pelo gerente Gustavo de Almeida Nogueira. O diretor Tasso Júnior acompanhou as discussões e esclareceu dúvidas dos convidados. A Linha Canavieira Jumil foi apresentada por Fábio Chencci Correia.

Segundo o presidente da Jumil, “a intenção de realizar as palestras foi mostrar para os produtores as formas de conseguir mais espaço, rentabilidade, identificar oportunidades para aumento da produtividade e maneiras de sobreviver sem depender do apoio do governo”.

Copercana apoia palestra para produtores de leite Carla Rossini

Evento foi realizado em Santa Rosa de Viterbo

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ensando na diversificação das atividades, a Copercana, por meio da sua filial de Santa Rosa do Viterbo, organizou e apoiou palestra para produtores de leite realizada na propriedade do pecuarista Benedito Baruco, no dia 29 de julho. Quarenta e oito produtores da Associação de Santa Rosa de Viterbo participaram da palestra do médico veterinário Evaldo Segatto, da Intervet Shering. Segatto abordou a qualidade do leite: manejo com os animais durante a ordenha, higiene com os tetos, tratamento de mastite clínica e subclínica, entre outros assuntos. 10

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Daniela Ferreti (veterinária da Associação), Evaldo Segatto (Intervet Shering), Cid André Rachetti (presidente da associação), Mauro Ribeiro (cooperado), Gustavo Lopes (veterinário Copercana) e Mauro (gerente da loja Santa Rosa de Viterbo).

Mudança de prédio: Em breve, a loja da Copercana em Santa Rosa de Viterbo estará funcionando em novo endereço

para melhor atender aos cooperados da cidade e região: rua Dr. Mário Carneiro da Cunha, 761 - Jardim Gurilândia.

Notícias Copercana

Copercana realiza encontro técnico com fornecedores Da Redação

Evento foi realizado em parceria com a Usina Caeté;

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ifundindo novos conhecimentos voltados à evolução tecnológica do setor sucroalcooleiro, a Copercana, em parceria com a Usina Caeté, realizou no dia 26 de agosto, um encontro técnico para cerca de 100 fornecedores de cana-de-açúcar. O evento contou com a presença de gerentes, superintendentes e diretores da Copercana, Canaoeste, Usina Caeté e das empresas apoiadoras, Arysta LifeScience e Euroforte. O engenheiro agrônomo da Copercana - filial Uberaba, Flávio Guidi, abriu a reunião, apresentando os representantes da Copercana, entre eles o diretor Pedro Esrael Bighetti. Durante sua palestra, o superintendente Agroindustrial da Caeté, Leonardo Costa, ressaltou a importância da parceria proporcionando aos fornecedores conhecimento e novas tecnologias. Ele lembrou a importância da união dos fornecedores, condomínios e sindicatos para a busca de alternativas financeiras para superar a crise. Já o gerente de TI (Tecnologia da Informação) da Caeté, Gilvan Falcão, enfatizou a preocupação da empresa em disponibilizar aos usuários da rede (colaboradores e fornecedores) um ambiente seguro. Para tanto, Falcão demonstrou as medidas tomadas pela empresa por meio de treinamentos e documentos para uma melhor utilização do ambiente de rede. O diretor comercial da Caeté, Severino Cláudio, iniciou sua palestra apresentando as boas perspectivas de mercado para o setor, considerando que haverá queda na oferta mundial em decorrência da quebra da safra na Índia, segundo maior produtor, e dos baixos estoques de açúcar dos Estados Unidos (que passou de 6% para 3%). Cláudio alertou que este é o momento da virada, de buscar soluções para melhorar preços e as condições do canavial.

Organizadores e representantes das empresas apoiadoras

Com relação ao etanol, Cláudio apresentou os dados que comprovam que dos 26 milhões de litros que são produzidos no Brasil, 24 milhões de litros são destinados para o consumo interno e o restante para exportação e concluiu que, se não acontecer nenhum imprevisto, serão 18 meses de preços altos e lucrativos pela frente. “É um momento histórico, de preços históricos”, disse Cláudio.

Gustavo Nogueira, gerente do departamento técnico da Canaoeste, mostrou o histórico de evolução da mecanização nas lavouras de cana-de-açúcar. Dentre as principais dificuldades da mecanização estão o pisoteio de soqueiras, compactação do solo, aparecimento de novas pragas (como a cigarrinha), além de algumas variedades não adaptadas para o corte mecânico.

Para falar sobre as projeções do valor de ATR para esta safra, a palestra foi com o gerente de Controle Agrícola da Caeté, Santo Amauri. Segundo a previsão da Orplana, o valor do ATR poderá ultrapassar o valor de R$ 0,32. E para a safra 2010, este valor pode chegar aos R$ 0,35.

Dentre as vantagens da colheita mecanizada estão melhor conservação do solo, aumento da quantidade de matéria orgânica, diminuição da compactação, além de redução do custo com operações agrícolas e sistematização de área de colheita.

Amauri alertou sobre a necessidade das renovações das inscrições de produtores rurais, explicando que a Caeté está impedida de receber a cana de fazendas que não possuem inscrição renovada, porque não há como emitir notas fiscais.

O pesquisador, fundador e sócio da Euroforte, Flávio Pompei, apresentou o fertilizante Eurobooster, que também ajuda na fixação de nitrogênio. Mostrou a importância dos micros para o melhor desenvolvimento da planta e, consequentemente, melhor retorno financeiro. O pesquisador demonstrou resultados de experimentos em várias usinas da região bem como o ganho de tonelada que o uso do produto proporcionou, chegando a ser de 20 toneladas em cana de 5º corte.

Caio Formigari, coordenador de desenvolvimento de produtos para cana, da Arysta, empresa que desde 2004 atua no segmento da cana, falou sobre as vantagens do herbicida Dinamic. Com ênfase na seletividade para cana-de-açúcar, o produto atua somente nas plantas daninhas, além de apresentar grande eficiência para o controle de mamonas, mucuna preta, corda de viola e melão são caetano. O produto pode ser usado tanto em cana colhida manualmente quanto mecanizada, pois é um herbicida adaptado para aplicação.

No final do encontro, o diretor da Copercana, Lelo Bighetti, parabenizou a iniciativa da Usina em promover um evento de alto nível e ressaltou a satisfação da parceria entre as duas instituições. “Eventos assim devem ser realizados com frequência, pois esclarecem dúvidas e integra produtores, cooperativa, empresas e usina”, disse Lelo. Revista Canavieiros - Setembro de 2009

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Notícias Copercana

Produtores participam de treinamento em Terra Roxa Da redação

Focos foram a tecnologia de aplicação de produtos fitossanitários e uso correto de equipamentos de proteção individual

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o dia 10 de setembro foi realizado na Fazenda Santa Rita, em Terra Roxa, Treinamento sobre Tecnologia de Aplicação de Produtos Fitossanitários e Uso Correto de Equipamentos de Proteção Individual para a capacitação da mão-de-obra. O treinamento teve como principal foco a utilização correta dos equipamentos de proteção individual, manuseio dos produtos fitossanitários, como também a correta utilização dos equipamentos de aplicação. Estima-se que cerca de 70% dos produtos pulverizados nas lavouras podem ser perdidos por má aplicação. Esse projeto visou alertar e principalmente corrigir práticas que os produtores julgavam corretas. O treinamento foi patrocinado pela Arysta e realizado pela equipe do IAC (Instituto Agronômico), que frisou muito bem os riscos da exposição a produtos fitossanitários e também fatores que podem fazer da sua pulverização apenas mais um custo ou um investimento com o retorno desejado.

Ao final do treinamento, os produtores se disseram satisfeitos com o conteúdo e com a aten-

ção da Copercana e Canaoeste em promover eventos com esta qualidade.

Consecana

Notícias Canaoeste CIRCULAR Nº 08/09 DATA: 31 de agosto de 2009

Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Est ado de São Paulo

A

seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de emissão da Nota de Entrada de cana entregue durante o mês de AGOSTO de 2009. O preço médio do kg de ATR para o mês de AGOSTO, referente à Safra 2009/2010, é de R$ 0,2913. O preço de faturamento do açúcar no mercado interno e externo e os preços do etanol anidro e hidratado, destinados aos mercados interno e externo, levantados pela ESALQ/CEPEA, nos meses de abril a agosto e os acumulados até AGOSTO, são apresentados a seguir:

Os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI) incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercado externo (ABME e AVHP) e do etanol anidro e hidratado, carburante (EAC e EHC), destinados à industria (EAI e EHI) e ao mercado externo (EAE e EHE), são líquidos (PVU/PVD). Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/kg, por produto, obtidos nos meses de abril a agosto e os acumulados até AGOSTO, calculados com base nas informações contidas na Circular 01/09, são os seguintes:

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Notícias Canaoeste

Canaoeste promove encontro de produtores de cana Cristiane Barão

Evento reuniu cerca de 300 fornecedores e fez parte da programação da Fenasucro/Agrocana

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erca de 300 produtores de cana participaram do encontro promovido pela Canaoeste na quinta-feira, 3 de setembro, dentro da programação da Fenasucro & Agrocana. De acordo com o presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan, objetivo do encontro foi “discutir questões que afetam diretamente e de forma importante o produtor de cana, como as linhas de crédito disponíveis para a produção, o alcance e as consequências da legislação ambiental, a contribuição do setor sucroenergético para o desenvolvimento sustentável e as alterações que o Congresso Nacional discute na legislação que rege a atividade”. “A economia e o setor já dão sinais de recuperação e, dessa forma, o produtor de cana precisa estar preparado, organizado e bem informado para se posicionar e fortalecer sua atividade”, disse Ortolan. Para o presidente da Agrocana e da Copercana, Antonio Eduardo Tonielo, informação é fundamental para o produtor e a Agrocana trouxe muitas novidades. “Até 2014, teremos de zerar o corte manual e, para isso, precisamos estar preparados tanto na lavoura como na indústria”, ressaltou. O presidente da Orplana (Organização dos Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil), Ismael Perina Júnior, ressaltou que a produção tem sido prejudicada pela discussão ideológica de temas, cuja abordagem deveria ser eminentemente técnica. Ele 14

Revista Canavieiros - Setembro de 2009

A mesa foi composta por Juliano Bor toloti (advogado da Canaoeste), José Carlos Vaz (diretor de Agronegócios do Banco do Brasil), Antônio Eduardo Tonielo (presidente da Copercana), Manoel Or tolan (presidente da Canaoeste), Augusto Balieiro (diretor da Multiplus Eventos) e Ismael Perina Júnior (presidente da Orplana)

citou como exemplo a provável alteração nos índices de produtividade, critério utilizado para desapropriação de área para a reforma agrária. “A classe produtiva não está tendo a oportunidade de se posicionar”, alertou. Palestras - O primeiro palestrante foi o diretor de Agronegócios do Banco do Brasil, José Carlos Vaz, que abordou as oportunidades de crédito para o produtor. Diretor de Agronegócios do Para ele, a participa- Banco do Brasil, ção no evento foi José Carlos Vaz muito importante. “O objetivo foi dar conhecimento das tendências de mercado, auxiliando

o produtor, empresários e cooperativas nas tomadas de decisão quanto ao futuro do segmento agrícola. Além de ressaltar a importância de investir em ações estruturais para o fortalecimento dos negócios e preparação para os ciclos da atividade produtiva, historicamente intercalados por momentos de crise e euforia”, disse.

Notícias Canaoeste Advogado da Canaoeste Juliano Bortoloti

Em seguida, o advogado da Canaoeste, Juliano Bortoloti, apresentou os reflexos e consequências da atual legislação ambiental. Bortoloti apresentou dados da Embrapa Monitoramento por Satélite que mostram que as legislações ambientais restringem o uso das terras em, pelo menos, 67% do país. Segundo ele, a legislação que rege a atividade no campo está descolada da realidade da produção brasileira. O deputado federal Duarte Nogueira abordou o projeto de Código Florestal, já em discussão na Câmara Federal. A proposta visa modificar e alterar 16 mil normas ambientais em vigor e substituir os mais de 130 projetos em discussão no Congresso. De acordo com ele, a bancada ligada ao agronegócio está definindo alguns pontos considerados cruciais para a questão ambiental: daqui para frente, desmatamento zero, apreciação científica para extensão das APPs associadas ao relevo; uso do Zoneamento Econômico Ecológico e compensação da Reserva Legal em outras bacias hidrográficas.

Mais de 300 produtores lotaram o auditório da Agrocana

Ele ressaltou também que, em relação à atualização dos índices de produtividade, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, esteve com a Frente Parlamentar da Agropecuária na semana passada e garantiu que não irá assinar a portaria com os novos índices. “É Ricardo Viegas, mais um assunto inconveniente. A área diretor do de assentamentos no Brasil chega a Departamento de 80 milhões de hectares, mais do que a Desenvolvimento Sustentável da área plantada com grãos”, disse. A importância do setor sucroenergético para o desenvolvimento sustentável foi o tema da palestra de Ricardo Viegas, diretor do Departamento de Desenvolvimento Sustentável da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e gerente do projeto Etanol Verde. O objetivo do projeto é desenvolver tratativas com o setor para o crescimento sustentável. Entre as ações estão o Protocolo Agroambiental, que antecipou os prazos para a eliminação da queima da cana.

Secretaria de Estado do Meio Ambiente e gerente do projeto Etanol Verde

Diretora executiva do CIB, Alda Lerayer, lançou o Guia da Cana-de-Açúcar

No final do encontro, a diretora executiva do CIB - ConseDeputado federal Duarte Nogueira lho de Informações sobre Biotecnologia, Alda Lerayer, lançou o Guia da Cana-de-Açúcar, uma publicação que aborda a origem histórica do cultivo da cana-de-açúcar, qual a sua utilização atualmente e os mais recentes progressos cientifico na área. Revista Canavieiros - Setembro de 2009

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Feiras e Eventos

Fenasucro e Agrocana movimentam R$ 2,2 bilhões Carla Rodrigues

Evento reuniu cerca de 300 fornecedores e fez parte da programação da Fenasucro/Agrocana

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Fenasucro e a Agrocana, realizadas de 1 a 4 de setembro, atingiram o volume de negócios estimados de R$ 2,2 bilhões. Os 420 expositores, por reconhecerem a projeção que as feiras dão ao que é exposto, aproveitaram para fazer importantes lançamentos de máquinas e produtos para a indústria do açúcar, etanol e energia.

Estande da Copercana, Canaoeste, Cocred, Revista Canavieiros e Sindicato Rural na Agrocana 2009

“Tivemos lançamentos nacionais e mundiais de grandes fabricantes de máquinas e equipamentos agrícolas. A repercussão foi satisfatória e muitos produtos foram vendidos”, afirma o diretor de marketing da Multiplus, Augusto Balieiro. O número de visitantes foi 28.563 pessoas que vieram de 24 países e de mais 25 Estados do Brasil. Representantes da África do Sul, Alemanha, Argentina, Bolívia, Colômbia, Coréia do Sul, Costa Rica, Cuba, El Salvador, Equador, Estados Unidos, França, Holanda, Índia, Inglaterra, Itália, México, Paraguai, Peru, Portugal, República do Congo, Uruguai, Venezuela e Zimbábue formaram o grupo de visitantes estrangeiros. Como parte da programação, a Canaoeste reuniu cerca de 300 produtores de cana para discutir crédito rural e legislação ambiental (leia mais nas páginas 14 e 15) e a Orplana (Organização dos Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil) realizou a oitava reunião do conselho deliberativo da entidade, com a presença do presidente da entidade, Ismael Perina Junior. A próxima edição da Fenasucro e Agrocana será realizada de 31 de agosto a 3 de setembro de 2010. 16

Revista Canavieiros - Setembro de 2009

Autoridades realizaram a abertura oficial da Fenasucro & Agrocana 2009

Após a abertura, autoridades visitaram o estande do Sistema Copercana

Clientes e cooperados prestigiaram o estande da Copercana

Uma comitiva de prefeitos da região de Sertãozinho visitou o estande da Copercana

Novas Tecnologias

Santal e Case lançam colhedoras na Agrocana Carla Rodrigues

Fabricantes aproveitam feira para apresentar equipamentos

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urante a Fenasucro & Agrocana, realizadas em Sertãozinho de 01 a 04 de setembro, a Santal e a Case IH lançaram suas colhedoras de cana. A Santal apresentou sua Tandem S II. Seu diferencial em relação à colhedora anterior Tandem está no motor, cabine, economia de combustível e redução de manutenção. O motor Scania DI 12 é exclusivo desta máquina e oferece ao produtor o consumo ideal e torque com rotação de trabalho de 1800rpm. Além disso, sua cabine é totalmente segura e proporciona um maior conforto ao trabalhador. Também é a única máquina do mercado projetada para atender colheitas em todos os espaçamentos existentes (1,0m, 1,1m, 1,4m, e 1,5m). Outra característica é o sistema Tandem de tração (6 x 4), que proporciona maior estabilidade na colheita e a capacidade de copiar o solo e os pneus de alta flutuação garantem baixa compactação na área e baixos danos nas soqueiras – 50% menor que o sistema de pneu convencional. O sistema Tandem permite ao equipamento um deslocamento de até 26 km/h, inclusive em asfalto, e tráfego em rampa de até 30% de inclinação, locomoções estas realizadas sem a necessidade de caminhão prancha. Outra vantagem é seu custo de manutenção, chega a ser até 97% menor do que esteira no sistema rodante. A colhedora ainda oferece um serviço específico: o kit mudas, para a colheita de mudas. Para isso basta fazer uma simples substituição e todos os pontos de contato entre máquina e cana serão protegidos, diminuindo o atrito e valorizando ainda mais a produtividade. A Case IH também apresentou seus lançamentos: as colhedoras de cana

A4000 e A8000. A colhedora de cana A4000 foi desenvolvida especialmente para aqueles produtores que trabalham em áreas para espaçamento reduzido (a partir de 1,0m) e viabiliza a colheita mecanizada em pequenos e médios canaviais. Esta nova máquina também pode ser usada em plantio com espaçamentos convencionais e tem capacidade para colher uma linha por vez sem pisotear as soqueiras, proporcionando uma melhor produção.

O gerente de Marketing da América Latina da Case IH, Ari Kempenich, fez apresentação da nova colhedora de cana A4000

Já a colhedora de cana A8000 é utilizada para uma produção maior, com espaçamentos de 1,40m entre uma linha e outra. Suas principais novidades são: motor - o comprador pode escolher entre duas opções: Scania DC9 ou Case IH, novo sistema de arrefecimento, nova cabine eletrônica, novo picador e a atual tecnologia de agricultura de precisão Case IH. Doação – A Case IH doou um trator Magnum 305 para a Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) em forma de patrocínio para o Programa de Requalificação de Trabalhadores em Operações Manuais de Cana-de-Açúcar. Este trator é o maior do Brasil e recebe o nome Magnum 305 devido a sua potência (número de cavalos). O valor estimado varia de 300 mil a 350 mil reais. Quem o arrematou foi a Usina São Martinho durante um leilão virtual.

Presidente da Santal, Arnaldo Ribeiro Pinto fez o lançamento da Tandem SII a nova colhedora de cana da Santal

A Case IH doou um trator Magnum 305 para a Unica em forma de patrocínio para o Programa de Requalificação de Trabalhadores em Operações Manuais de Cana-de-Açúcar. Revista Canavieiros - Setembro de 2009

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Notícias Cocred Balancete Mensal Cooperativa de Crédito dos Plantadores de Cana de Sertãozinho BALANCETE - JULHO/2009 Valores em Reais

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Revista Canavieiros - Setembro de 2009

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Reportagem de Capa

Raio X dos Canaviais: Censo rev Ridesa - UFSCar e UFV Adaptação Oswaldo Alonso Assessor Técnico CANAOESTE

Levantamento realizado pelo Programa de Melhoramento Genético da Cana-de-Açúcar das Universidades Federais de São Carlos e Viçosa (PMGCA-UFSCar e UFV), integrantes da RIDESA,considerou dados de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul

A

s variedades de cana-de-açúcar são consideradas uma das colunas mestres da produção de matéria-prima e do crescimento sustentável do setor sucroenergético. Em assim sendo, o melhoramento genético é, significativamente, a área que contribui para este avanço. Nestas últimas três décadas foi marcante a contribuição desta tecnologia, pois permitiu, pelo emprego de variedades geneticamente melhoradas, obter acréscimos de mais de 30% em produtividade agrícola e marcante evolução da qualidade da matéria-prima. Atualmente, o Brasil conta com quatro programas de melhoramento genético da cana-de-açúcar, disponibilizando as atuais e futuras variedades para cultivo e possibilitando os melhores manejos varietais aos produtores de cana, açúcar, etanol e energia, quais sejam: a Canavialis, variedades CV para breve, o Centro de Tecnologia Canavieira (variedades CTC, sucessor da Copersucar - variedades SP), o Instituto Agronômico de Campinas (variedades IAC) e Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroalcooleiro- RIDESA (variedades RB). O manejo varietal, quando inadequadamente aplicado, pode comprometer produtividade, segurança fitossanitária e provocar sérios prejuízos. É desaconselhável concentrar elevado percentual de cultivo em uma ou poucas variedades. Exemplos recentes de concentração de áreas sobre uma só variedade e prejuízos de grande monta foram observados com a NA 56-79 e SP71-6163, respectivamente, dizimadas pelo carvão e o amarelinho, e na variedade australiana Q124 pela ferrugem laranja. Para avaliar a participação de vari20

Revista Canavieiros - Setembro de 2009

edades, os programas de melhoramento genético de cana-de-açúcar utilizam-se, anualmente, de Censos Varietais que possibilitam acompanhamentos da (in)evolução, mostrar tendências de crescimento de determinadas variedades e recomendações seguras de seus cultivos. Com esta finalidade, o Programa de Melhoramento Genético da Cana-deAçúcar das Universidades Federais de São Carlos e Viçosa (PMGCA-UFSCar e UFV), integrantes da RIDESA, realizaram em 2008 o Censo Varietal das áreas de formação (expansão e reforma) e de colheita de cana-de-açúcar junto às unidades industriais e associações de classe conveniadas. Assinam o estudo os pesquisadores Roberto G. Chapola, Antonio R. Fernandes Júnior, João R.B.F Rosa, Antonio Bassinello, Marcos A.S. Vieira e Herman P. Hoffmann, do PMGCUfscar, e Márcio Henrique Pereira

Barbosa e Luís Cláudio Inácio da Silveira, do PMGC-UFV. Os dados coletados foram reunidos por Estado ou região. Para este censo, colaboraram 147 unidades, sendo 16 do estado de Minas Gerais, 19 do Mato Grosso do Sul, 8 do Mato Grosso e 104 do Estado de São Paulo, totalizando cerca de 3,8 milhões de hectares, obtendo-se a significativa representatividade de 76,7%, uma vez que a área cultivada com cana-de-açúcar nestes quatro Estados foi de 4,95 milhões de hectares (Conab, abril 2009). A Tabela 1 apresenta as variedades mais utilizadas (até 2%), nestes quatro Estados, nas áreas de plantio (renovação e expansão) que, em comparação à área total (Tabela 2), mostrou crescimento de cultivo das RB867515 e SP81-3250, redução de plantios das variedades RB72454, RB835486 e SP79-1011 (estas duas, menos tolerantes à ferrugem) e marcando a participação da RB925211.

Reportagem de Capa

vela variedades mais cultivadas Tabela 1:- CENSO VARIETAL 2008 RIDESA Áreas e percentuais de plantios nos Estados de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e São Paulo

RB867515, embora já próximo do limite da segurança fitossanitária. Nota-se na Tabela 3, a citação de plantio da CTC9 e que houve retração de plantios das variedades SP81-3250, RB72454, SP80-1816 e SP79-1011. As Tabelas 3 e 4, mostram ainda as expressivas áreas de plantio e de cultivo da RB835486, comparativamente aos demais Estados, provavelmente em função da menor ocorrência de ferrugem. Por este censo e na área de cultivo, a participação das variedades RBs no Estado de Minas Gerais foi de 56%.

Cana-Universidade Federal de São Carlos, por áreas de plantio e total de cultivo, estão apresentados nas Tabelas 5 e 6, . A Tabela 5 mostra acréscimos em plantios das variedades RB867515, SP81-3250, SP89-1115 e RB925211. Em contrapartida, notam-se as sensíveis reduções de plantio das RB72454 e RB835486 (ferrugem). Tabela 5:- CENSO VARIETAL 2008 pela UFSCar -Universidade Federal de São Carlos - Áreas percentuais de plantio no Estado de São Paulo

No Estado de São Paulo, o Censo Varietal efetuado pelo PMGC-UFSCarPrograma de Melhoramento Genético da A Tabela 2 mostra as variedades mais plantadas em área total de cultivo (também, até 2%), que ocuparam juntas 75,3% da área censeada e somente a RB867515 se aproximou dos 20%, refletindo a adequação à segurança fitossanitária. Ainda, com relação à distribuição das variedades, as “RBs” alcançaram 57% da área total de cultivo.

Tabela 3:- CENSO VARIETAL 2008 - UFV Universidade Federal de Viçosa - Áreas percentuais de plantio no Estado de Minas Gerais

Tabela 2:- CENSO VARIETAL 2008 RIDESA Áreas totais** e percentuais nos Estados de Minas Gerias, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e São Paulo

Tabela 6:- CENSO VARIETAL 2008 UFSCar Universidade Federal de São Carlos - Áreas totais** e percentuais, no Estado de São Paulo

Tabela 4:- CENSO VARIETAL 2008 - UFV Universidade Federal de Viçosa - Áreas totais** e percentuais no Estado de Minas Gerais

Os resultados do Censo Varietal para o Estado de Minas Gerais, efetuado pelo PMGC-UFV-Universidade Federal de Viçosa, constam das Tabelas 3 e 4. Nestas tabelas são apresentadas as variedades mais utilizadas no plantio e colheita durante o ano de 2008, mostrando o contínuo e expressivo acréscimo da

Pelo Censo Varietal paulista, resumido na Tabela 6, notam-se, também, marcantes utilizações das RB867515 e SP813250, que já ocupam 30% da área total de cultivo no Estado de São Paulo. Se bem que 76,4% da área total são ocupadas com 11 (áreas de cultivo até 2%) das principais variedades, mostrando o cuidado fitossanitário aplicado à cultura canavieira. Revista Canavieiros - Setembro de 2009

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Reportagem de Capa

Canavialis lança as primeiras variedades de cana Carla Rossini

Com as CV Pégaso e CV Centauro, a empresa se tornou a primeira da iniciativa privada do Brasil a apresentar produtos para a indústria canavieira

C

om o nome inspirado na influência dos astros na agricultura, duas variedades de cana-deaçúcar foram lançadas pela Canavialis: CV Pégaso e CV Centauro. O evento de lançamento reuniu jornalistas na sede da empresa, em Campinas, no dia 17 de setembro. Segundo Ivo Fouto, líder da Canavialis, CV Pégaso e CV Centauro são as primeiras variedades desenvolvidas pela iniciativa privada e vão ampliar os benefícios oferecidos às usinas e aumentar a oferta de adaptabilidade de plantas em diversas regiões do país. “A cana tem alto nível de sensibilidade a regionalização, às condições climáticas e de solo. Se levarmos em consideração que o Brasil está expandindo a fronteira agrícola canavieira para regiões onde a cana não era cultivada antes, como Minas Gerais e Centro-Oeste, o mercado vai precisar cada vez mais de variedades com alta performance e adaptáveis nestas áreas ainda não totalmente exploradas”, explicou Fouto. A expectativa é que as variedades comecem a ser comercializadas a partir de 2012. Até lá, elas serão plantadas como teste em cerca de 70 usinas. Fouto explicou que o lançamento de variedades da Canavialis possui um plano diferente dos demais existente no mercado, pois é específico para clientes da empresa e foi baseado no manejo varietal e ambiente de produção de cada propriedade. Quando questionado sobre as variedades da Canavialis para fornecedores independentes de cana-de-açúcar, Fouto respondeu que a forma mais adequada desses produtores terem acesso aos produtos é por meio de usinas e associações de classe. “Penso que 22

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apenas um fornecedor contratar os serviços da Canavialis é inviável. Mas, por meio de grupos, associações e usinas é possível”, disse Fouto. Canavialis - A Canavialis foi criada em março de 2003, fruto de uma parceria entre a Votorantim Novos Negócios e um grupo de cientistas com mais de 30 anos de experiência no desenvolvimento de variedades de cana-de-açúcar. Biofábrica da Canavialis: regeneração e multiplicação Em novembro de 2008, a Canavialis foi adquirida pela Monsan- variedades através da hibridação e da engenharia genética. A Canavialis tem to juntamente com a Alellyx. contratos com 46 usinas, cuja a área de A empresa se dedica a soluções produção soma 1,1 milhão de hectares genéticas aplicadas à cultura de cana e de cana-de-açúcar, ou aproximadamenatua no desenvolvimento das novas te 15% do mercado.

Ivo Fouto, líder da Canavialis: “Penso que por meio de grupos, associações e usinas é possível o fornecedor contratar os nossos serviços” Estágios da regeneração, multiplicação e cultivo da nova variedade

Mauro Violante, técnico da Canavialis apresentou as características das duas novas variedades: CV Centauro e CV Pégaso

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Destaque

Ceise BR tem nova diretoria Carla Rossini

Empresários e autoridades locais participaram da cerimônia de posse, realizada no dia 1º

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nova diretoria do Ceise Br (Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroalcooleiro e Energético), para o triênio 2009/ 2012 foi empossada no dia 1º de setembro. A cerimônia de posse foi realizada em sua sede e contou com a participação de empresários e autoridades de Sertãozinho. Após fazer uma explanação sobre as atividades da entidade em seu comando, o ex-presidente, Mário Clóvis Garrefa, passou a presidência para Adézio José Marques, que discursou em agradecimento à chapa que o apoiou e foi decisiva para sua eleição. Em nome do prefeito municipal de Sertãozinho, Nério Costa, que não pode estar presente, falou o secretário da Indústria e Comércio, Marcelo Pelegrini, que parabenizou o trabalho realizado pela antiga diretoria e deu as boas vindas à nova equipe que vai comandar a entidade. “Desejo muito sucesso à nova gestão, que está chegando com fôlego novo para administrar essa entidade que é muito representativa e serve de parâmetro para nossas indústrias”, disse Pelegrini. O empresário Antonio Eduardo Tonielo Filho, que é primeiro vicepresidente da chapa eleita, também discursou em agradecimento à confiança depositada pelos empresários. “Sou um apaixonado pela indústria e conheço todos os seus mecanismos. Por isso, tenho condições de contribuir muito para que essa entidade cresça e se fortaleça”, disse Tonielo Filho. No final da cerimônia, Adézio anunciou que o novo presidente da Fenasucro será o empresário Vagner Stefanoni. 24

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NOVA DIRETORIA CEISE BR Triênio 2009/2012: PRESIDENTE - Adézio José Marques PRIMEIRO VICE-PRESIDENTE Antônio Toniello Filho SEGUNDO VICE-PRESIDENTE - Vagner Stefanoni TERCEIRO VICE-PRESIDENTE - João Luis Sverzut QUARTO VICE-PRESIDENTE - Osvaldo Mazer QUINTO VICE-PRESIDENTE - Almir Lazarini SEXTO VICE-PRESIDENTE - Paulo Gallo PRIMEIRO DIRETOR FINANCEIRO - Maria Conceição Ferreira Turini SEGUNDO DIRETOR FINANCEIRO - Waldemar Manfrin Júnior PRIMEIRO SECRETÁRIO - Aparecido Luiz SEGUNDO SECRETÁRIO - Gilson José Rodrigues

CONSELHO FISCAL – TITULAR André Ricardo Valochi Devanir Bortolot Maria Lúcia Daniel Jorge

CONSELHO FISCAL – SUPLENTE Alexandre Benelli Filho João Celso Bononi José Rubens Fernandes Lopes

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Informações Setoriais

CHUVAS DE AGOSTO e e Prognósticos Prognósticos Climáticos Climáticos No quadro abaixo, são apresentadas as chuvas do mês de AGOSTO de 2009.

Engº Agrônomo Oswaldo Alonso Assessor Técnico Canaoeste

A média das observações de chuvas durante o mês de AGOSTO (98mm) "ficou" muito acima da média das normais climáticas (24mm). Entretanto, nota-se pelos informes que, em Batatais, Barretos, Franca, Morro Agudo e Terra Roxa (faixa leste da região de abrangência da CANAOESTE), as chuvas foram significativamente inferiores aos demais locais. Mapa 1:- Água Disponível no Solo entre 13 a 16 de AGOSTO de 2009.

O Mapa 1, ao lado, mostra que o índice de Água Disponível no Solo, no período de 13 a 16 de AGOSTO, apresentava-se como baixo a crítico em quase toda área sucroenergética Centro-Norte e parte do Sudoeste do Estado. O oposto foi observado na faixa Centro-Sul do Estado.

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Revista Revista Canavieiros Canavieiros -- Setembro Setembro de de 2009 2009

ÁGUA, ÁGUA, usar usar s s

Protejam Protejam e e preservem preservem as as n n

Informações Setoriais Mapa 2:- Água Disponível no Solo, ao final de AGOSTO de 2008.

Para subsidiar planejamentos de atividades futuras, a CANAOESTE resume o prognóstico climático de consenso entre INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) e INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) para o período de setembro a novembro. · Prevê-se que a temperatura média na região Centro-Oeste ficará acima da normalidade climática e próxima das respectivas médias históricas nas regiões Sudeste e Sul (Estado do Paraná); · Quanto às chuvas, o Mapa 4 abaixo ilustra os prognósticos de consenso INMET-INPE para estes três meses; · Como referência, as médias históricas das chuvas, pelo Centro Apta-IAC, para Ribeirão Preto e municípios vizinhos são de 20mm em agosto, pouco mais de 50mm em setembro e 125mm em outubro.

Mapa 3:- Água Disponível no Solo, ao final de AGOSTO de 2009.

Mapa 4: - Prognóstico de chuvas de consenso entre INMET–INPE para os meses de setembro a novembro

Dentro da Média Histórica Acima da norma climatológica Próximo acima da norma climatológica

Os Mapas 2 e 3, acima, mostram que em toda área canavieira do Estado de São Paulo, o índice de Água Disponível no Solo ao final de AGOSTO de 2008, encontrava-se muito mais crítico que em AGOSTO de 2009, pouco diferindo do Mapa 1 (até meados de AGOSTO de 2009), e de modo semelhante ao que ocorreu durante o mês de JULHO, explicando entre os principais efeitos destas chuvas, a menor qualidade tecnológica das canas processadas durante o período JULHO/ AGOSTO.

sem sem abusar abusar !!

As previsões elaboradas pela SOMAR Meteorologia mostram que, para a região de abrangência CANAOESTE, as chuvas de setembro (já e) certamente “ficarão” acima da média histórica. Em outubro e novembro, as chuvas deverão ficar dentro da normalidade. Como já se verifica e prevê que, doravante, a umidade do solo se mantenha entre média a alta, a CANAOESTE recomenda atentar a pisoteios durante as operações de colheita (carregamento) e transporte da cana que poderão afetar e comprometer produtividades futuras. Persistindo dúvidas, consultem os Técnicos CANAOESTE mais próximos.

nascentes nascentes e e cursos cursos d’água. d’água.

Revista Canavieiros - Setembro de 2009 Revista Canavieiros - Setembro de 2009

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Artigo Técnico

Avaliação Avaliação comparativa comparativa de de cultivares cultivares de de cana-de-açúcar cana-de-açúcar quanto quanto aos aos valores valores de de TCH, TCH, TPH TPH e e ATR ATR durante durante a a safra safra 2008/2009 2008/2009 Hélio Francisco da Silva Neto*; Luiz Carlos Tasso Júnior**; Marcos Omir Marques***; Gustavo de Almeida Nogueira****

Introdução TPH (tonelada pol por hectare), o ATR (açúcares totais recuperáveis) e TCH (tonelada cana por hectare) constituem-se em eficientes parâmetros de se analisar o desempenho de cultivares de cana-deaçúcar. Diversos programas de melhoramento genético da cana-de-açúcar, existentes no país, utilizam-se destas ferramentas no processo de seleção de novos exemplares de cana.

A

Estes parâmetros são influenciados pelo tipo de solo, clima, umidade, entre outros fatores. Por isso, a importância de se conhecer e quantificar estas variáveis, permitindo ao agricultor uma melhor alocação e escolha dos cultivares de cana-de-açúcar a serem plantados. O ciclo de maturação de cada cultivar também interfere nos valores de TPH e ATR durante a safra. Daí a importância de se efetuar o corte da cana no momento de maior teor de sacarose na matéria-prima, pois o mesmo será utilizado para efeito de cálculo no valor da tonelada de cana-de-açúcar. Com o intuito de se analisar o desempenho, durante a safra, seis cultiTabela 1: Número de Análises realizadas e suas respectivas datas, ao longo da safra.

NÚ análise

Época (meses após o plantio)

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 28

13 meses 13 meses e meio 14 meses 14 meses e meio 15 meses 15 meses e meio 16 meses 17 meses e meio 17 meses e meio 18 meses 19 meses

Revista Canavieiros - Setembro de 2009

vares de cana-de-açúcar (IAC 94-2101, RB 72454, RB 867515, CTC 2, CTC 6 e CTC 8), instalou-se um experimento na Unesp/Jaboticabal. O plantio foi realizado no mês de março/2007, o solo da área foi classificado como Latossolo Vermelho eutroferrico (LVef) textura muito argilosa A moderado. A tabela 1 ilustra as épocas em que foram realizadas as análises no decorrer da safra. Metodologia Para a análise estatística adotou-se o delineamento inteiramente casualizado, em parcelas subdivididas, com seis tratamentos principais (cultivares), 11 tratamentos secundários (épocas analisadas) e três repetições. As parcelas experimentais eram compostas de cinco linhas de cana com 12 metros de comprimento, espaçadas de 1,5 m, totalizando 90 m², sendo consideradas como área útil as três linhas centrais, descartando-se um metro nas extremidades de cada linha, totalizando 45 m². Em cada unidade experimental foram coletados três feixes de cana, cada um contendo 10 colmos industrializáveis, retirados em sequência na linha, que foram despontados, despalhados, pesados e encaminhados ao Laboratório de Tecnologia do Açúcar e Álcool da FCAV/UNESP, para posterior análise. No laboratório, foram determinados os valores de fibra, pol e AR, utilizados no cálculo de TPH e ATR. Em cada época avaliada, procedeuse à contagem do número de colmos nas três linhas centrais de parcela e, com o valor do peso dos feixes de cana, estimou-se a produtividade de cana, que foi também utilizada no cálculo de TPH e ATR. Para o cálculo da estimativa da produtividade final, no momento da colheita foram pesados os colmos de cada parcela.

Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância, seguindo-se a aplicação do teste de Tukey (P < 0,05), para comparação das médias. Resultados Na média de toda época de análise, os melhores resultados foram observados para o cultivar CTC 6 seguido dos cultivares RB87515 e CTC 8. Estes cultivares apresentaram elevados valores de TPH e ATR. Os menores valores foram obtidos pelos cultivares IAC942101 e RB72454. Os melhores resultados foram obtidos nas épocas finais da safra, a partir de 17 meses após o plantio. Este fato é Tabela 2: Valores médios-1 de TPH e ATR para os cultivares analisados ao longo da safra.

Tratamentos

TPH

ATR (t ha-1)

Cultivares (C) 16,18 a 13,86 d 15,64 ab 14,46 bcd 14,13 cd 15,23 abc 10,30** 1,34 Época (E) 13 meses 11,10 ef 13 meses e meio 9,84 f 14 meses 14,60 de 14 meses e meio 13,13 d 15 meses 12,91 d 15 meses e meio 15,53 c 16 meses 17,38 b 17 meses 19,76 a 17 meses e meio 18,72 ab 18 meses 17,37 b 19 meses 15,73 c Teste F 91,56** DMS (5 %) 1,56 F para interação CxE 5,13** CV (%) parcelas 10,93 CV (%) subparcelas 9,58 CTC 6 IAC94-2101 RB867515 CTC 2 RB72454 CTC 8 Teste F DMS (5 %)

-1

15,91 a 13,42 c 15,31 ab 14,21 bc 13,79 c 14,84 abc 9,52** 1,45 11,25 d 9,53 e 12,53 d 12,51 d 12,58 d 15,12 c 16,87 b 19,41 a 17,93 b 17,39 b 15,23 c 106,80** 1,40 6,15** 12,07 8,79

Números seguidos pela mesma letra não diferem significamente entre si a 5% de probabilidade pelo Teste de Tukey.

Artigo Técnico explicado pelo ciclo de maturação dos cultivares analisados, que são classificados como de maturação tardia. Na figura 1 é apresentado o comportamento de cada cultivar ao longo da safra. Nela podemos visualizar a melhor época para se efetuar o corte de cada cultivar, segundo o seu valor de TPH. O cultivar CTC 6 foi o primeiro a entrar em processo de maturação, obtendo seu maior acúmulo aos 17 meses e meio após o plantio. O cultivar RB867515 apresentou altos valores de TPH durante um curto período, sendo os maiores valores encontrados próximos aos 17 meses. No entanto, TASSO JÚNIOR (2007) apresentou resultados crescentes em TPH para o cultivar RB867515 ao longo de toda a safra. O cultivar IAC94-2101 obteve os resultados menos satisfatórios, apresentando baixo valor de TPH sendo encontrado aos 16 meses os maiores valores. Entretanto estes foram baixos quando comparados aos demais cultivares. Na figura 2 são apresentados os valores de ATR ao longo da safra para sua respectiva cultivar. Para o ATR observou-se comportamento semelhante ao TPH, sendo o cultivar CTC 6 o de melhor desempenho. Destaca-se ainda o comportamento do cultivar RB72454 que apresentou crescimento progressivo decorrer da safra, atingindo elevados valores ao final de safra, momento recomendado para sua colheita. Na tabela 3 são apresentados os valores de TCH obtidos pelos cultivares ao final de safra. O CTC 6 destaca-se novamente como um cultivar produtivo. No entanto, desta vez, os cultivares RB72454 e CTC 8 foram superiores ao demais. O cultivar RB867515 apresentou valores intermediários. TASSO JÚNIOR (2007), estudando o comportamento agrotecnológico de cultivares de canade-açúcar em cana planta para a região centro-norte do Estado de São Paulo, obteve, para o cultivar RB867515, as maiores produtividades e para a cultivar RB72454 apresentou resultados inferiores a todas as cultivares testadas, inversamente proporcional ao resultado obtido nesta área experimental. Os cultivares IAC94-2101 e CTC 2 apresentaram baixa produção de colmos. Conclusão O cultivar CTC 6 obteve o melhor desempenho, apresentando elevados valores de TPH, ATR e TCH. O cultivar

Figura 1: Comportamento dos cultivares ao longo da safra para TPH.

Figura 2: Comportamento dos cultivares ao longo da safra para ATR

RB867515 se destacou pela sua elevada produção de TPH e ATR em um período curto durante a safra. O cultivar RB72454 apresentou progressivo aumento nos valores de TPH e ATR, além de uma boa produtividade de cana, sendo recomendado o seu corte em períodos próximos ao final de safra. Os cultivares CTC 2 e IAC94-2101 apresentaram os resultados menos satisfatórios com baixa produtividade de colmos, TPH e ATR, quando comparado aos demais cultivares.

gião centro-norte do Estado de São Paulo - Tese Doutorado Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, 167f.,Jaboticabal,2007. Tabela 3: Valores médios-1 de TCH obtidos, ao final de safra, pelos cultivares analisados.

Cultivares Tardia CTC8 CTC 6 RB72454 RB867515 IAC94-2101 CTC 2 Teste F Média Geral Desvio Padrão DMS (5%) CV (%)

Agradecimento À CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) pela bolsa de estudo concedida ao primeiro e segundo autores. Bibliografia Citada TASSO JÚNIOR, L. C.; Caracterização agrotecnológica de cultivares de cana-de-açúcar (saccharum spp) na re-

TCH (t.ha-1) 130,72 ab 140,00 a 132,60 a 114,69 bc 105,57 c 105,68 c 16,70** 121,54 3,63 17,25 5,17

-1

Números seguidos pela mesma letra não diferem significamente entre si a 5% de probabilidade, pelo Teste de Tukey.

* Engenheiro Agrônomo, mestrando em Produção Vegetal UNESP/Jaboticabal SP. ** Engenheiro Agrônomo, Pós-Doutorando em Produção Vegetal UNESP/Jaboticabal SP. *** Engenheiro Agrônomo, Professor Adjunto em tecnologia do Açúcar e Álcool UNESP/ Jaboticabal SP. **** Engenheiro Agrônomo, Gerente do Departamento Técnico – CANAOESTE, Sertãozinho SP. Revista Canavieiros - Setembro de 2009

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Artigo Técnico

Alternativas Alternativas para para o o motor motor diesel diesel a a álcool álcool Jair Rosas da Silva, Centro de Engenharia, IAC Luiz Arnaldo Farina Nitsch, Sigma Consultoria Luis Antonio Ferreira Bellini, Bellmec Consultoria

E

m reunião técnica ordinária promovida pelo GMEC (Grupo de Mecanização da Lavoura Canavieiera), por meio de seu presidente, Engenheiro Mecânico Luis Antonio Ferreira Bellini, foram apresentadas e discutidas as alternativas viáveis de construção de motores diesel acionados a álcool. O GMEC é uma associação sem fins lucrativos e apolítica, que reúne empresas e técnicos da área de motomecanização do setor sucroalcooleiro. A reunião contou com a participação de 54 engenheiros e técnicos, integrantes do Grupo de Mecanização, oriundos de usinas e destilarias de vários Estados da Federação, além de universidade e instituto de pesquisa. Foi realizada em maio passado no Centro de Treinamento da Usina Santelisa Vale, situada em Sertãozinho, Estado de São Paulo, integrante de um grupo constituído por cinco unidades sucroenergéticas. A apresentação do tema foi efetuada pelo Engenheiro Mecânico Luiz Arnaldo Farina Nitsch, de empresa Sigma Consultoria, seguido de amplo debate sobre as diversas alternativas de construção, adaptação de componentes e funcionamento de motores do ciclo diesel propulsionados por alcoóis. A ideia dos veículos e máquinas com motores diesel acionadas a álcool surgiu em 1982, na Usina Quatá, do Grupo Zillo Lorenzetti. Existem hoje basicamente dois sistemas de motores modificados do ciclo diesel para queimar etanol, ambos em períodos de testes preliminares para seleção, aceitação pelos usuários e homologação de Oficinas e Retíficas especializadas, pois muito provavelmente nenhuma montadora irá fabricar em série tais motores em cur30

Revista Canavieiros - Setembro de 2009

to prazo, devido principalmente à pouca demanda do mercado. Realmente, somente o setor sucroalcooleiro tem trabalhado nessa direção e, ainda assim, parcialmente. Há um total de quinze motores MWM de média potência sendo testados, com resultados animadores. O GMEC tem acionado mecanismos no sentido de liderar uma posição de incentivo a tornar realidade a adoção dessa política. Inclusive, talvez em função disso, já existe caminhão-trator de Rodotrem, com motor diesel acionado a etanol em testes na Usina Santelisa Vale, um dos protótipos em estudo, que foi apresentado durante o transcorrer da reunião na usina, pelos engenheiros Otávio Henrique Tufi e Ariano Pereira Dias. Resumindo, há quatro protótipos em observação: um na área agrícola da Açúcar Guarani, com participação do Eng Sidnei João Bortolozzo, outro na Santelisa Vale e dois na Usina Japungú, na Paraíba, sob responsabilidade do Eng Expedito. Sobre a adoção dessa política ocorrem algumas indagações, a saber: a) Por que queimar o álcool ? Existe uma expectativa antiga de

que a usina deve utilizar o combustível que produz, o que representa um posicionamento estratégico. Além de influenciar os custos de produção, considerado um dos mais baixos do mundo, há uma motivação ecológica, no sentido de que o óleo diesel é um combustível derivado do petróleo que promove poluição ambiental, principalmente nas regiões metropolitanas e o álcool, por seu turno, muito menos, o que contribuiria para despoluir o planeta. Também ocorre uma necessidade mercadológica, em função da gangorra observada no preço do etanol, embora tenha havido equilíbrio na oferta nos últimos três anos. b) Quanto à equivalência calórica: Hoje no Brasil ocorre equivalência calórica, nos preços atuais, que é favorável ao álcool em 20%. Senão, vejamos: Combustível: óleo diesel = 8.465 kcal/litro/R$ 1,86 = 4.551 Kcal /litro/R$ etanol = 4.855 kcal/litro/R$ 0,86 = 5.645 Kcal /litro/R$ Nessa metodologia de transformação, só há dois ciclos possíveis: Otto e diesel. O ciclo Otto é o que tradicionalmente utiliza etanol como combustível. As principais características diferenciais entre os motores de quatro tempo dos ciclos Otto e diesel são

RESULTADOS DOS TESTES PRELIMINARES: Combustível Consumo (l/h) Custo (R$) / h Diferença a favor (%) Em motor Diesel MWM em motobomba, a 1.200 rpm: Óleo Diesel 8 14,88 Etanol 13 11,18 62 Em motor Diesel MWM em motobomba: Óleo Diesel 7,3 13,57 Etanol 14,1 12,13 7 Carregadora de bags, no salão de açúcar (A. Guarani) Óleo Diesel 7,0 13,02 Etanol 10,7 9,20 53 Motor MWM 229/4 de carregadora de cana Óleo Diesel 7,8 14,51 Etanol 12,5 10,75 60

Artigo Técnico as seguintes: a) taxa de compressão: A taxa de compressão é uma relação volumétrica que envolve o cilindro e a câmara de compressão dos motores. É dada pela fórmula: TC = V + V’ / V onde: V = volume do cilindro; V’ = volume da câmara de compressão. Quanto maior a taxa de compressão, onde ocorre a combustão, melhor a resposta. No ciclo Otto a taxa de compressão vai de 8:1 a 14:1. Assim, os motores do ciclo Otto têm limitação quanto a esse parâmetro mecânico. Os motores diesel tem taxa de compressão de 14:1 a 28:1, em que há limites, também. A atual tecnologia de injeção eletrônica sinaliza a possibilidade de chegar a valores próximos à diferença energética entre os dois combustíveis, diesel e etanol, que é de 57,4%, teoricamente, para uma mesma eficiência térmica. O motor transformado da máquina carregadora de bags do salão de açúcar da Usina Guarani tem mais de 6.000 horas de uso e capacidade para levantar bags de uma tonelada, em marcha lenta (baixa rotação). A carregadora de cana mencionada no quadro acima opera com o mesmo protótipo de motor. Algumas usinas estão apoiando esse projeto, que consiste em algumas adaptações e modificações em motores do ciclo diesel para operar com características do ciclo Otto. Os parceiros atuais do Engenheiro Luiz Arnaldo Nitsch (consultoria Sigma) nesse projeto são: Usinas Santelisa Vale, Guarani, Japungú (PB) e as empresas Retífica Reunidas e Pandoo Eletrônica. Por enquanto, para utilização do etanol em motores do ciclo diesel, de modo direto, sem modificações internas, a única possibilidade é

o emprego do álcool aditivado, que confere ao etanol propriedades cetânicas, o que proporciona combustão espontânea sob alta pressão, tal como ocorre no óleo diesel. O cetano é um hidrocarboneto parafínico usado como padrão na avaliação de propriedades de ignição do óleo diesel. Esse aditivo ignitor entra no etanol na proporção de 4,5% em volume e ainda tem adição de antioxidante e lubrificante. A empresa multinacional Scania lançou na Europa o caminhão P-270, com potência de

270 cv, a álcool, com esse combustível aditivado. As alterações básicas internas a serem efetuadas na transformação do motor do ciclo diesel visando o seu funcionamento com características de ciclo Otto, são: a) escavações nas cabeças dos êmbolos para conseguir redução na taxa de compressão, de 12:1 até 10,5:1; b) usinagem dos orifícios dos bicos injetores para a fixação da vela de ignição convencional. Para isso, o motor tem que ser parcialmente desmontado. O problema central é que o motor diesel não está preparado para trabalhar em alta rotação, em razão de que os seus componentes serem todos pesados. Entretanto, consegue-se a mesma rotação e a mesma relação potência/torque do motor diesel. O Engenheiro Marcos Eduardo Dias da Usina Santa Isabel, de Novo Horizonte, SP, destaca o desempenho do motor carbu-

rado empregado em motobomba, já com mais de 5.600 horas de uso. O sistema de Ottolização também está sendo testado nas usinas Açúcar Guarani e Japungú, na Paraíba, em motobombas acionadas por motores originais MWM. O protótipo da Usina Guarani funciona com injeção eletrônica e é um motor silencioso. Ocorrem vários outros exemplos de motor injetado com emprego desse sistema. Uma possível e provável alternativa é o sistema misto Otto-diesel. O motor trabalha admitindo ar+etanol. Esta mistura é aspirada ou turbinada para o motor e comprimida nos cilindros sob a taxa de compressão diesel. Trata-se de um motor diesel eletrônico, com modificação no coletor de admissão. Os injetores são controlados eletronicamente, através de duas CPU´s distintas. Não é um caso de flexfuel automático, como nos automóveis brasileiros, embora trabalhe com dois combustíveis. A injeção de etanol pode ser desabilitada a qualquer momento e o motor volta a queimar somente óleo diesel. Isto é feito por meio de comando do operador, mas é necessário esvaziar o tanque de etanol. Assim, como já ocorreu no passado com o sistema PID da Valmet (hoje Valtra), a injeção de óleo diesel serve somente para “acender” a carga de etanol+ar. Com o uso dessa alternativa, pode-se trabalhar até com 93% de etanol. Interessante esse protótipo, por causa dos preços praticados. A empresa Bosch do Brasil, já domina totalmente esta tecnologia; só faltam clientes para adquiri-la. Conclusão: A transformaçao de motores diesel para trabalhar com etanol tem viabilidade técnica. Os sistemas trazem benefícios na eficiência térmica, na menor poluição por NOx, fumaça e ruído. Revista Canavieiros - Setembro de 2009

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Meio Ambiente

Preservação Preservação de de matas matas ciliares ciliares pelo pelo setor setor sucroenergético sucroenergético paulista paulista chega chega a a 260 260 mil mil hectares hectares Fonte: UNICA

Indústria da cana está ampliando sua posição como contribuidora para a preservação de matas ciliares

À

s vésperas do Dia da Árvore, observado na segundafeira (21/09/09), dados divulgados pela Secretarias do Meio Ambiente e da Agricultura e Agropecuária de São Paulo confirmaram que a indústria da cana-de-açúcar está mantendo e até ampliando sua posição como principal contribuidora para a preservação de matas ciliares do Estado. No total, 260 mil hectares em Áreas de Preservação Permanente (APP) já estão comprometidos pelo setor. O índice, que equivale a mais de 43 mil quilômetros de rios, riachos e córregos protegidos, faz parte das metas estabelecidas no Protocolo Agroambiental do Setor Sucroenergético, firmado com o governo do Estado. Assinado em junho de 2007, o documento estabelece uma série de medidas ambientais na indústria da cana. A eliminação da queima da palha até 2014 em áreas mecanizáveis, e até 2017 em áreas hoje consideradas não-mecanizáveis, é um dos pontos mais fortes Protocolo. Segundo o consultor para Responsabilidade Ambiental Corporativa da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Daniel Lobo, desde que foi criado, o Protocolo Agroambiental já obteve 80% de adesão voluntária das usinas produtoras de açúcar, etanol e bioeletricidade do Estado. “O documento, de adesão voluntária, surgiu por conta da expansão da atividade canavieira em São Paulo nos últimos anos, e da importância desta região como força motriz para a produção de cana no País,” explica. São Paulo é considerado o maior pólo de produção de cana e de seus respectivos produtos derivados no mundo. Ações envolvendo preservação ambiental promovidas pelo segmen32

Revista Canavieiros - Setembro de 2009

to canavieiro têm sido cada vez mais comuns, e as maiores em comparação com outros setores da economia brasileira. Dados da UNICA mostram que na safra 2008/09, as empresas do setor investiram R$ 2,8 milhões no plantio de 1 milhão e 600 mil mudas de árvores, a maioria de viveiros próprios. Também foram doadas outras 120 mil mudas a diversas prefeituras. Para os próximos anos serão aplicados mais R$ 5,6 milhões na manutenção de áreas reflorestadas em 2008 e 2009. CONSCIENTIZAÇÃO Para incentivar o consumidor brasileiro a adotar ações favoráveis ao meio ambiente, entre elas o uso do etanol, a UNICA idealizou o site www.etanolverde.com.br. A página foi criada na metade de 2008, como apoio a campanha publicitária “Etanol: uma atitude inteligente”, lançada pela entidade. O site inclui todos os elementos da campanha, entre eles o comercial veiculado na televisáo, anúncios

para veículos impressos, spots de rádio e uma cartilha detalhando os benefícios econômicos, sociais e ambientais do etanol brasileiro.O site também disponibiliza duas ferramentas interativas: o “Carbonômetro” e a “Calculadora CO2”. O Carbonômetro mostra o número de árvores que teriam de ser plantadas para obter a mesma redução de emissões de CO2 que o Brasil já conseguiu por conta do uso do etanol em carros flex desde 2003. Ao optar por etanol em seus veículos flex, os consumidores brasileiros já contribuiram para reduzir as emissões de CO2 em mais de 48,4 milhões de toneladas. Já a Calculadora CO2 permite que cada motorista faça uma medição da quantidade de gases de efeito estufa que seu veículo emite. O dispositivo indica o resultado após o motorista informar o modelo de seu carro, o combustível utilizado para abastecê-lo e o volume de etanol ou gasolina utilizado ou as distâncias percorridas em quilômetros, durante um mês.

Assuntos Legais

Queima de Cana –

Procedimentos a serem adotados em caso de incêndio de origem desconhecida

E

stimados produtores de canade-açúcar, inobstante as autorizações de queima de palha obtidas junto à Secretaria do Meio Ambiente, estamos presenciando mais uma vez uma avalanche de autuações administrativas sendo aplicadas em desfavor dos produtores, decorrentes de incêndios descontrolados, originados por terceiras e desautorizadas pessoas. Nesse caso, por precaução, deve o produtor de cana-de-açúcar buscar produzir o maior número possível de provas negativas, ou seja, aquelas capazes de demonstrar que o produtor rural não teve intenção de utilizar-se do fogo na lavoura atingida pelo incêndio. Provas essas que servirão em prováveis defesas administrativas e judiciais.

Juliano Bortoloti - Advogado Departamento Jurídico Canaoeste

beiro), onde conste que o produtor assim solicitou para apagar um incêndio de origem desconhecida ocorrido em seu canavial;

» Fazer análise da cana queimada

» Tirar fotos dos aceiros existentes na propriedade, bem como do não plantio em áreas proibidas de serem exploradas (abaixo das linhas de transmissão de energia elétrica, por exemplo), demonstrando com isso obediência à legislação pertinente;

para poder constatar que o rendimento industrial, medido em quilos de ATR, não está no ponto ideal, ou seja, a cana queimada não estava no seu nível de maturação máximo para ser colhida, não sendo justificável, portanto, o uso do fogo como auxiliar da colheita;

» Caso possua autorização, informar ao agente autuador, caso esse apareça, que não estava programada a queima, tanto que sequer efetuou as comunicações aos confrontantes e à Secretaria do Meio Ambiente;

» Pedir declaração da unidade industrial e ou prestadora de serviços que enviou o caminhão tanque (bom-

» Caso não possua autorização, informar ao agente autuante que não possuía interesse em utilizar-se do fogo

Mais uma vez, venho enumerar alguns exemplos de prova negativa:

em sua lavoura, tanto que sequer buscou referida autorização;

» Demonstrar, por meio de fotos, testemunhas e laudo pericial, que a área queimada estava preparada para o corte mecânico, não justificando, portanto, o seu interesse em utilizar-se do fogo, assim como a correta área atingida pelo fogo. Portanto, estes são alguns exemplos de provas negativas que o produtor rural deverá produzir em caso de incêndio acidental ou criminoso em sua propriedade, devendo, ainda, caso receba a visita de um Policial Ambiental ou agente da CETESB, informar esses fatos para que sejam apostos no respectivo Boletim de Ocorrências ou Auto de Infração, além de procurar orientação jurídica adequada, onde o Departamento Jurídico da Canaoeste estará à inteira disposição do associado para defendê-lo nestes casos.

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Repercutiu

“Todos os fabricantes já trabalham para desenvolver novas tecnologias, como o motor a etanol para colhedoras e tratores, com o uso do etanol 85%”. Daniel Campos - Case IH

O XI Fórum Internacional Fenasucro & Agrocana realizado na manhã do dia 31 de agosto no Clube de Campo Vale do Sol, em Sertãozinho, reuniu autoridades do segmento sucroenergético em plenárias sobre Mercado, Tecnologia e Perspectivas para o setor. “O Brasil pode alcançar muito mais. O setor sucroalcooleiro tem que mostrar capacidade de superar com criatividade. Minha visão é otimista e consciente.” Marcos Jank – Presidente da UNICA 34

Revista Canavieiros Canavieiros -- Setembro Setembro de de 2009 2009 Revista

“O setor vive um cenário bom para o açúcar, em que a oferta está menor do que a demanda. Porém, o nosso etanol ainda tem preços que não remuneram adequadamente o produtor. Isso reflete diretamente na renda dos fornecedores de cana, das indústrias, dos trabalhadores, enfim, de toda a cadeia produtiva canavieira”. Antonio Eduardo Tonielo, presidente da Copercana, Cocred e Agrocana

“Temos que avançar nas medidas de estruturação dos mercados de etanol e de biodiesel, inclusive quanto aos financiamentos, aspectos tributários e de comercialização.” Alexandre Betinardi Strapasson - Diretor do Departamento de Cana-de-Açúcar e Agroenergia do MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Fonte: Assessoria de Imprensa Fotos: Rafael Mermejo

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Biblioteca

Cultura

Cultivando a Língua Portuguesa

“GENERAL ÁLVARO TAVARES CARMO” Guia Ilustrado de Pragas e Insetos Benéficos de Cana-de-açúcar

Esta coluna tem a intenção de maneira didática, esclarecer algumas dúvidas a respeito do português

Alexandre de Sene Pinto Paulo Sérgio Machado Botelho Heraldo Negri de Oliveira

"A vitória que vale a pena é a que aumenta sua dignidade e reafirma valores profundos." AD 1) Há oferta de "VÔOS" on-line, disse Pedro. ...mas ninguém irá aproveitar a oferta destes "vôos"...

Renata Carone Sborgia*

Prezado amigo leitor depois do Novo Acordo Ortográfico: não há mais acento nas terminações em oo(s) e eem(s). Antes: vôo, perdôo,lêem, crêem... Depois: voo, perdoo, creem.. 2) Maria escreveu, para todos da empresa, no seu texto assim a expressão: "lingüistica". Maria precisará retificar a palavra. Explicação fácil da regra: todas as proparoxítonas(sílaba tônica-forte- está na antepenúltima sílaba) são acentuadas.E agora SEM o trema. Forma correta: linguística( lin - guís- ti -ca) 3) As pessoas ainda "crêem" na melhora da política brasileira. ...cada um com a sua crença...mas desde que o Português esteja escrito corretamente, segundo o Novo Acordo Ortográfico. Depois: alguns verbos como o verbo crer, na 3ª. pessoa do plural, não possuem mais acento. Forma correta: creem Oxalá que possamos crer!!! PARAVOCÊ PENSAR: “A essência da vida é saber aceitar e compreender o que a vida nos proporciona, pois somos responsáveis pela colheita do que plantamos. Viva bem, viva a paz, seja ponderado com você mesmo, pois somente assim saberás colher o fruto da sabedoria. Autor desconhecido

“A felicidade não é uma estação aonde chegamos, mas uma maneira de viajar. ” Margareth Lee Rimbeuk * Advogada e Prof.ª de Português e Inglês Mestra—USP/RP, Especialista em Língua Portuguesa, Consultora de Português, MBA em Direito e Gestão Educacional, escreveu a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras) com Miriam M. Grisolia

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Revista Canavieiros - Setembro de 2009

O

s autores Alexandre de Sene Pinto, Paulo Sérgio Machado Botelho e Heraldo Negri de Oliveira atuantes pesquisadores e consultores do setor sucroalcooleiro elaboraram este livro para atender de forma prática todas as necessidades dos profissionais e estudantes que lidam com o cultivo da cana-de-açúcar na identificação das pragas e de seus inimigos naturais na cultura da cana-de-açúcar, e para trazer informações sobre aspectos bioecológicos desses organismos. No total, este volume conta aproximadamente com 250 ilustrações diferentes fases de desenvolvimento das pragas que atingem os canaviais assim como dos danos que causam, e de seus inimigos naturais (predadores, parasitóides e entomopatógenos), ajudando o leitor a minimizar suas dúvidas sobre os possíveis problemas encontrados em suas plantações de uma maneira prática e facilitada. -160 Páginas - Ano: 2009 Os interessados em conhecer as sugestões de leitura da Revista Canavieiros podem procurar a Biblioteca da Canaoeste, na Rua Augusto Zanini, nº1461 em Sertãozinho, ou pelo telefone (16)3946-3300 - Ramal 2016

Agende-se Outubro

de 2009

1º LEILÃO VIRTUALANGUS TROPICALVPJ Empresa Promotora: VPJ Pecuária Tipo de Evento: Leilão / Remate Início do Evento: 08/10/2009 Fim do Evento: 08/10/2009 Estado: TV Cidade: Canal Terra Viva Localização do Evento: Canal Terra Viva Informações com: VPJ Pecuária Site: www.vpjpecuaria.com.br Telefone: 19 3867-7007 E-mail: [email protected] EXPO RIO PRETO 2009 Empresa Promotora: Sindicato Rural e Prefeitura Municipal de São José do Rio Preto Tipo de Evento: Exposição / Feira Início do Evento: 08/10/2009 Fim do Evento: 18/10/2009 Estado: SP Cidade: São José do Rio Preto Localização do Evento: Recinto de Exposições Alberto Bertelli Lucatto Informações com: Secretaria de Agricultura e Abastecimento Telefone: (17) 32320016 E-mail: [email protected] IX CONFERÊNCIAINTERNACIONAL DATAGRO Data: 19 e 20 de Outubro de 2009 Local: Hotel Hyatt - São Paulo, Brasil www.conferencia.datagro.com.br AGRIPLAST 2009 - ENCONTRO NACIONAL DE APLICAÇÃO DO PLÁSTICO NAAGRICULTURA Empresa Promotora: Faculdade de Engenharia Agrícola da Unicamp, CAT, Embrapa, Agrológica e COBAPLA Tipo de Evento: Encontro / Simpósio Início do Evento: 22/10/2009 Fim do Evento: 23/10/2009 Estado: SP Cidade: Campinas Localização do Evento: Anfiteatro da Cati - AV. Brasil, 2340 Informações com: COBAPLA Site: www.plasticultura.org.br/agriplast2009.htm Telefone: (19) 3521-1079 E-mail: [email protected] XXVICBA-CONGRESSOBRASILEIRODEAGRONOMIA Empresa Promotora: CONFAEAB e SARGS Tipo de Evento: Congresso Início do Evento: 20/10/2009

Fim do Evento: 23/10/2009 Estado: RS Cidade: Gramado Localização do Evento: Serrano Resort Convenções & SPA - Av. das Hortênsias, 1480 Informações com: Office Marketing Site: www.cba2009.com Telefone: 51 2108.3111 E-mail: [email protected] WORKSHOPAGROENERGIA: MATÉRIAS PRIMAS Empresa Promotora: APTA - AEAARP - Sindicato Rural Ribeirão Preto Tipo de Evento: Reunião / Fórum / Workshop Início do Evento: 21/10/2009 Fim do Evento: 22/10/2009 Estado: SP Cidade: Ribeirão Preto Localização do Evento: Auditório da canavicultura Informações com: Jose Roberto Scarpellini Site: www.infobibos.com/agroenergia Telefone: 16 2102-1700 E-mail: [email protected] ECOCANGE 2009 INTERNACIONAL CONFERENCE BIOFUELS ENVIRONMENT FOOD HUNGER Empresa Promotora: Ecochange Tipo de Evento: Conferência / Palestra Início do Evento: 21/10/2009 Fim do Evento: 23/10/2009 Estado: SP Cidade: Ribeirão Preto Localização do Evento: Centro Oswaldo Cruz de Convenções das Faculdades COC Informações com: Oxford Assessoria em Eventos Site: www.ecochange.com.br Telefone: 55 16 39671003 E-mail: [email protected] MERCADO FUTURO: OPERE COM SUCESSO COMMODITIESAGRÍCOLAS E FINANCEIRAS Empresa Promotora: XP Investimentos Tipo de Evento: Curso / Treinamento Início do Evento: 23/10/2009 Fim do Evento: 24/10/2009 Estado: RJ Cidade: Rio de Janeiro Localização do Evento: Rio de Janeiro Informações com: XP Educação Site: www.xpe.com.br Telefone: 0800 723 3700 E-mail: [email protected] Revista Canavieiros Canavieiros -- Setembro Setembro de de 2009 2009 Revista

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VENDE-SE - Trator M.F 680-HD, ano 2006, cabinado, com quite de freio e boca de lobo. Somente transferência de financiamento. Tratar com Geraldo pelo telefone : (16) 32020233 ou 91412267 VENDE-SE - Fazenda com 300 hectares, terra de cultura, pastos todos novos, casa nova, curral novo, uma das melhores da região. Fica localizada no Triângulo Mineiro, no município de Prata - MG. - Ideal para pecuária, lavoura e reflorestamento. Toda limpa, com curva de nível. - Valor: R$ 5.700,00 o hectare. Boas condições de pagamento. -Pago comissão de 5%. Tratar com Ozires pelos telefones: (34) 32149703 ou (34) 99747500. VENDE-SE - Plantadeira TATU/Marchesan, plantio direto (6/7), modelo PST plus, ano 2004 - seminova. Valor: R$22.000,00 pouco uso e bem conservada. Tratar com Jorge pelo telefone (17) 9783-4342. VENDEM-SE - 10 alqueires na beira da Anhanguera, região de Araras-SP, para loteamentos industriais. Busca-se parceiro para investimento(CRECI 84540-F); - 4,5 alqueires com 200 metros de Rio Jaguari. Características: 0 a 1,5 metros de profundidade é barro para cerâmica, 1,5 metros até 4,5 metros é areia e após os 4,5 metros é barro refratário, localizado na região de São João da Boa Vista-SP. Valor: R$ 700.000,00 (CRECI 84540-F); - 152 alqueires na região de ArarasSP. 71 alqueires de cana própria, área de laranja sem contrato com 45.000 mil pés de laranja. 24 alqueires em plantio anual de culturas anuais com 1 pivô central de 10 alqueires. Valor: R$ 38

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12.000.000,00 (CRECI 84540-F); - Fonte de água mineral com vazão de 50.000 litros/hora de água mineral. A documentação da área está quase pronta, área de 46.500 m2, 20 km da Rodovia Dutra, 50 km do centro do Rio de Janeiro (ótima localização), beira do asfalto. Valor: R$ 5.000.000,00 (CRECI 84540-F); - 72 alqueires, sendo 30 alqueires plantados em soja, 28 alqueires plantados em cana própria, casa de empregado, galpão, rancho e confinamento todo cimentado, topografia plano, rio nos fundos, R$ 4.200.000,00 (CRECI 84540-F). Tratar com José Paulo Prado - (CRECI 84540-F) pelos telefones: (19)35415318 ou (19) 9154-8674 Email: [email protected] VENDEM-SE - Carregadeira Case 821B, ano 1999, máquina com 1600 horas trabalhadas, diferencial da W36, transmissão Clark 32.000 (revisado e com garantia), motor, bicos, turbina e bomba na garantia, troca de marchas mecânica. Valor: R$ 180.000,00; - Carregadeira de madeira, 360º acoplado em CBT 2105, máquina em bom estado. Valor: R$ 35.000,00; - Valmet 118/4, ano 84. Valor: R$ 26.000,00; - Valtra 785/4, ano 2005. Valor: R$ 38.000,00; - MF 680HD, ano 2008, com 340 horas. Entrada + transferência de Financiamento Banco Massey. Tratar com José Paulo Prado pelos telefones: (19)3541-5318 ou (19)9154-8674. VENDEM-SE Volvo EDC toco ano 97 filé,camihão todo revisado, motor cambio e cabine filé. Volvo NL 340 no toco, caminhão com motor 360 novo, cambio novo, cabine filé, bom de pneus.

Tratar com Jr Gazoti, pelo telefone:(18) 9749 5042 ou pelo email: [email protected]. VENDE-SE Fábrica de Açucar Mascavo; Valor de R$ 160.000,00 ( Desmontar) Falar com Carlos (16) 3947.8590 - (16) 9295.5691 Aceito Proposta Sertãozinho/ SP. O motivo da venda da fábrica é que o proprietário da mesma não possui cana própria, dependia do fornecimento de terceiros, que nem sempre podia atendê-lo devido aos compromissos dos fornecedores com as usinas da região. A fábrica rodou um ano (uma safra) os equipamentos são considerados novos. Vale dizer que a fábrica produz 2000 kg. de açúcar por dia. (um caminhão de cana) Trabalhando 5 dias por semana, durante 10 meses, a fábrica fatura bruto, aproximadamente R$ 1.600.000,00. A empresa está vendendo somente os equipamentos que deverão ser retirados e instalados em outro local, pois a mesma encontra-se instalada dentro da cidade e o local ideal para instalação é na zona rural. Atenciosamente, Carlos Roberto Costa Tratar com Carlos, pelo telefone:(16) 9295 5691 ou pelo email: [email protected]. VENDE-SE Ônibus rural com geladeira, toldo, assoalho de alumínio, gavetas para ferramentas, bancos de fibra, motor novo, 51 lugares, carroceria marcopolo, ano 1989. Tratar com José Celio Lopes, pelo telefone:(17) 9719 6252 ou pelo email: [email protected]. COMPRA-SE - Alambique de cobre de 1000 litros ou mais que esteja em boas condições. Tratar com José Paulo Prado pelos telefones: (19) 3541-5318 ou (19) 9154-8674

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