COMPORTAMENTO SEMANAL DE MERCADO Informativo Assessoria Econômica
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Mesmo com volatilidade, a Selic deve cair A aversão ao risco e o fortalecimento do dólar frente à maioria das moedas permaneceu na semana do dia 11 a 18 de novembro. A expectativa futura de uma política norte-americana mais expansionista pressiona para baixo o preço dos títulos de 10 anos do Tesouro dos EUA. Como contrapartida, a estrutura a termo da taxa de juros local deslocou-se para cima. Ainda na semana, com o intuito de mitigar a volatilidade, o Banco Central promoveu intervenções no mercado de derivativos de câmbio e o Tesouro Nacional recomprou NTN-Fs com vencimento em 2021. Os dados da pesquisa de serviços (PMS), do indicador de atividade do Banco Central (IBC-Br) e da FGV (Monitor do PIB) sinalizam uma retração maior no PIB do que a esperada anteriormente pelo mercado. A despeito das piores condições do cenário externo, a expectativa favorita para próxima reunião do Copom é de redução de 0,25 p.p. da taxa básica de juros. O processo desinflacionário e os números frustrantes para a atividade favorecem a flexibilização monetária, ainda que parcimoniosa.
Expectativas IPCA
Projeções
Próximos 12 meses
7,3%
IPCA %
6,8%
Mediana-agregado
18/11/16 Há 1 semana Há 4 semanas
6,3% 5,8% 5,3%
4,94%
nov/16
set/16
out/16
ago/16
jul/16
jun/16
abr/16
mai/16
fev/16 mar/16
jan/16
dez/15
nov/15
4,8%
PIB - Mediana das projeções Variação anual 1,23%
21/10/16
1,13%
-3,37%
1,00%
-3,40%
11/11/16 2016
Fonte: Focus BC
0,36
0,39
0,40
Dez
0,60
0,60
0,60
2016
6,80
6,84
6,89
2017
4,93
4,93
5,00
Fonte: Focus BC
Fonte: Focus BC
-3,22%
Nov
2017
18/11/16
Ao contrário das estimativas de crescimento do PIB, a evolução das expectativas inflacionárias divulgadas pelo Boletim Focus permanece favorável. A mediana das projeções do IPCA para novembro reduziu-se para 0,36%, enquanto a de dezembro permaneceu estável em 0,60%. Para o fechamento de 2016, a queda foi de 0,04 p.p. para 6,80%. Já para o encerramento de 2017, a previsão ficou estável em 4,93%. Quanto à inflação esperada para os próximos 12 meses, houve uma ligeira alta (0,01 p.p.) para 4,94%. A previsão da redução do PIB para 2016 alterou-se de -3,37% para -3,40%, enquanto a de 2017 foi de 1,13% para 1,00%.
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Taxa de Juros Swap DI pré - 360
Taxa Real de Juros Ex- ante
a.a.
a.a.
16%
8,5% 8,0%
15%
7,5% 14% 7,22%
7,0% 12,52%
6,5%
nov/16
set/16
out/16
jul/16
ago/16
jun/16
mai/16
abr/16
jan/16
nov/15
fev/16 mar/16
6,0%
nov/16
set/16
out/16
jul/16
ago/16
jun/16
mai/16
abr/16
jan/16
fev/16 mar/16
dez/15
nov/15
12%
dez/15
13%
Fonte: BM&FBovespa
Fonte: BM&FBovespa
Estrutura a Termo das Taxas de Juros a.a. 14,0% 13,5%
18/11/16
13,0%
11/11/16
12,5%
21/10/16
12,0% 11,5% 11,0% hoje
3
6
12
18
24
Meses
30
36
42
48
Fonte: BM&FBovespa
Na semana, o mercado futuro da taxa de juros manteve a alta volatilidade reagindo às incertezas na economia internacional. Iniciando a semana em 12,66% a.a., a taxa de juros do swap DI prefixado de 360 dias fechou com uma ligeira alta de 0,02 p.p.. Esse movimento, conjugado com a pequena redução da inflação esperada para os próximos 12 meses, produziu um leve aumento da taxa de juros real ex-ante de 7,21% para 7,22% a.a.. Quanto à estrutura a termo das taxas de juros, observou-se um novo deslocamento para cima. As taxas dos vértices de dois e três anos subiram 0,11 p.p. e 0,13 p.p., respectivamente. Com a elevação dos prêmios e de forma a reduzir a volatilidade, o Tesouro Nacional atuou recomprando NTN-Fs com vencimento em 2021. Comportamento Semanal de Mercado | Página 02
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Câmbio Volatilidade
Real/US$
4,5
16,5%
17% 15%
4,0 13%
3,5
3,38
11% 9%
Dollar Index
104 102
101,21
100 98 96 94
nov/16
out/16
set/16
ago/16
jul/16
92
jun/16
nov/16
out/16
set/16
ago/16
jul/16
jun/16
Fonte: BM&FBovespa
Fonte: Bloomberg
mai/16
7%
mai/16
nov/16
out/16
set/16
ago/16
jul/16
jun/16
mai/16
abr/16
mar/16
fev/16
jan/16
dez/15
nov/15
3,0
Em meio às incertezas externas, o dólar continuou a se valorizar na semana. O Dollar Index, que mede o comportamento da moeda norte-americana frente às outras moedas de países desenvolvidos, rompeu o patamar de 100 pontos – o que não acontecia desde o final de novembro de 2015. Ainda pesam muitas questões acerca da política econômica do novo governo nos EUA e de suas implicações no processo de normalização monetária conduzido pelo Federal Reserve. O mercado de câmbio exibe alta volatilidade que se mantém no patamar de 16,5% a.a. De modo a arrefecer as tensões, o Banco Central atuou no mercado de derivativos, ofertando 10 mil contratos de swap cambial tradicional e a renovação de outros 20 mil contratos que vencem na próxima sextafeira. Com isso, o dólar fechou a semana em R$ 3,38 com uma queda de 0,6%.
Fonte: Bloomberg
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Aversão ao Risco EMBI
T-Note 10 anos
Pontos-base
a.a.
500
2,8%
450
2,4%
400
381 350
2,34%
2,0%
1,6%
nov-16
out-16
set-16
ago-16
ago-16
jul-16
jun-16
jun-16
1,2%
mai-16
out/16
nov/16
set/16
ago/16
jul/16
jun/16
mai/16
abr/16
fev/16
mar/16
jan/16
dez/15
nov/15
300
Fonte: JP Morgan
Fonte: Federal Reserve
Petróleo
A aversão ao risco é refletida na alta de 12 pts do índice que mede o risco soberano dos países emergentes (EMBI), encerrando em 381 pts após bater o pico de 403 pts na segunda-feira. Em linha, o prêmio do CDS brasileiro saiu de 302 para 312 pts no fechamento da semana. A expectativa de uma política expansionista do novo governo dos EUA, com níveis mais elevados de inflação, segue impactando o retorno dos títulos de longo prazo, com uma alta de 0,19 p.p., encerrando em 2,34% a.a. – o maior patamar desde novembro de 2015.
Brent última cotação US$
60
55 50
46,81
45 40 35
A cotação do petróleo tipo Brent teve alta de 4,6% na semana, fechando a US$ 46,81. Contudo, no mês, acumula uma queda de 3,1%.
30
nov/16
out/16
set/16
ago/16
jul/16
jun/16
mai/16
abr/16
mar/16
fev/16
jan/16
dez/15
nov/15
25
Fonte: Bloomberg
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PMS – set/16 Evolução
Variação trimestral
Acumulado em 12 meses
Série com ajuste sazonal
6,0%
-1,1%
4,0% Prestados à família
0,0%
Informação e comunicação
1,1% -7,6% 0,0% 0,2%
-2,0% Profissionais, adm e compl. -4,0%
-5,0% Transp., auxiliares e correio
set/16
jun/16
mar/16
dez/15
set/15
jun/15
mar/15
dez/14
set/14
jun/14
-6,0%
Outros
2T16
-0,5%
Geral
2,0%
3T16
0,2% -1,5% 0,2% -1,3% -0,9% -1,8%
Fonte: IBGE
Fonte: IBGE
Variação mensal Série com ajuste sazonal
set/16 ago/16 -0,3%
Geral Prestados à família
-1,4% -0,9% -1,7% -0,6%
Informação e comunicação
0,3% 0,7%
Profissionais, adm e compl.
-0,1% 0,3% 0,2%
Transp., auxiliares e correio
Outros
-2,5% -1,3%
Em setembro, o volume de serviços caiu 0,3% ante uma queda de 1,4% em agosto na série dessazonalizada. No mês, o resultado foi impactado pela retração de outros serviços (-2,5%) e de serviços prestados à família (-0,9%). Como fator positivo, ficam as altas de 0,7% para serviços profissionais e de 0,3% para serviços de transportes. Na análise trimestral, é possível notar a perda de intensidade no ritmo de queda do volume de serviços, encerrando o 3T16 em -0,5% contra -1,1% no 2T16 e -1,4% no 3T15. A série com a variação acumulada em 12 meses acomodou-se em queda de 5,0% pelo segundo mês seguido. Os resultados da PMS corroboram a expectativa de uma nova retração do PIB de serviços para o terceiro trimestre do ano, impactando diretamente o resultado consolidado, uma vez que o setor representa mais de 70% da atividade econômica.
Fonte: IBGE
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IBC-Br – set/16 Trimestral
Mensal
Com ajuste sazonal
Com ajuste sazonal 0,26%
0,19%
0,15%
-0,4% -0,10%
-0,11%
-0,18% -0,29% -0,43%
-0,8%
-0,48%
-1,3%
-0,69% -0,81%
-0,81%
-2,0%
set/16
ago/16
jul/16
jun/16
mai/16
abr/16
mar/16
fev/16
jan/16
dez/15
nov/15
out/15
-1,01%
set/15
-1,4%
3T15
4T15
1T16
2T16
3T16
Fonte: Bacen
Fonte: Bacen
Acumulado em 12 meses
Considerando-se a série livre de sazonalidade, o IBC-Br – índice de atividade econômica do Banco Central – fechou setembro com alta mensal de 0,15%, contra queda de 1,01% no mês anterior. Esse movimento representou apenas a terceira alta mensal nos últimos 12 meses. Dessa forma, o terceiro trimestre do ano apresentou uma queda mais intensa do que no 2T16, -0,8% ante -0,4%, respectivamente. A série com a variação acumulada em 12 meses fechou com retração de 5,2% ante uma queda de 5,6% em agosto. Apesar disso, o movimento não sinaliza uma recuperação da atividade econômica. Os dados sancionam os levantamentos da PMI, PMC e PMS, que apontaram desempenho decepcionante. Assim, a recuperação da economia pode ser mais demorada que a antecipada pelos mercados.
10% 8% 6% 4% 2% 0% -2% -4%
-5,2%
-6%
set/16
mar/16
set/15
mar/15
set/14
mar/14
set/13
mar/13
set/12
mar/12
set/11
mar/11
set/10
-8%
Fonte: Bacen
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Monitor do PIB PIB Oferta
PIB Demanda
Variação trimestral
Variação trimestral
1,6%
-0,4% -0,8%
-1,1%
-1,4% -2,8%
set/15
dez/15
mar/16
Agropecuária
jun/16
Indústria
set/16
Serviços
PIB Acumulado em 12 meses
8% 6% 4% 2% 0% -2% -4,2%
-4%
set/16
mar/16
set/15
mar/15
set/14
mar/14
set/13
mar/13
set/12
mar/12
set/11
-6%
mar/11
2T16 3T16 FBKF Exportação
Fonte: FGV
Fonte: FGV
Fonte: FGV
-5,0%
3T15 4T15 1T16 Famílias Governo
O Monitor do PIB*, elaborado pela FGV, aponta uma queda mais intensa do produto interno no 3T16 em relação ao trimestre anterior (-1,0% ante -0,5%). Pela ótica da oferta, verifica-se deterioração para os agregados da indústria e dos serviços. Já a agropecuária encerrou com uma queda menos pronunciada (-1,4% ante -1,9%). Considerando-se a ótica da demanda, a formação bruta de capital fixo (FBKF) apresentou forte retração de 5,0%. Já as exportações, que vinham apresentando contribuição positiva, voltaram a se reduzir (-2,8%) após dois trimestres de crescimento. Por outro lado, o consumo do governo teve uma alta de 1,6%. Na série para o PIB acumulado em 12 meses, este encerrou o 3T16 com contração de 4,2% ante 4,5% no fechamento do 2T16. Os dados sugerem que a retomada do crescimento será lenta e gradual. * O monitor do PIB FGV tem como base a mesma metodologia das contas nacionais do IBGE e busca fornecer um indicador mensal do PIB antecedente. Comportamento Semanal de Mercado | Página 07
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ICEI Abertura
ICEI 60
70
55
60
55,8
51,7
50
50
45
43,8
40
40
30
35
Condições atuais
nov/16
jan/16
jun/16
ago/15
mar/15
out/14
mai/14
dez/13
jul/13
set/12
fev/13
nov/16
jun/16
jan/16
ago/15
mar/15
out/14
mai/14
dez/13
jul/13
fev/13
set/12
abr/12
30
abr/12
20
Expectativas Futuras
Fonte: FGV
Fonte: FGV
Abertura Por porte de empresa
60 53,5 51,0 48,7
50
40
fev/12 mai/12 ago/12 nov/12 fev/13 mai/13 ago/13 nov/13 fev/14 mai/14 ago/14 nov/14 fev/15 mai/15 ago/15 nov/15 fev/16 mai/16 ago/16 nov/16
30
Após acumular altas de abril até setembro, o índice de confiança do empresário industrial apresentou a segunda queda consecutiva em novembro (-3,0% na série livre de sazonalidade), o que pode ser um sinal da reversão da trajetória. Por causa do melhor comportamento das expectativas futuras em relação às condições atuais, o indicador permanece acima da linha de 50 pts que define um cenário de confiança. No ano, a média da diferença entre as duas ficou em 13,9 pts – o maior valor desde 2009. Por último, a abertura do indicador por porte de empresas aponta um cenário melhor para as médias e grandes corporações, com as pequenas se encontrando abaixo dos 50 pts.
Pequenas
Médias
Grandes
Fonte: FGV
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Demanda por Crédito Serasa IDC - Consumidor
IDC - Empresas
Acumulado em 12 meses
Acumulado em 12 meses
8%
8%
6%
6%
4%
4% 2%
2% 0,0%
0%
0%
-1,4%
-2%
-2%
set-16
jun-16
mar-16
dez-15
set-15
jun-15
mar-15
dez-14
set-14
mar-14
set-16
jun-16
mar-16
dez-15
set-15
jun-15
mar-15
dez-14
-8%
set-14
-6%
jun-14
-6%
mar-14
-4%
jun-14
-4%
Fonte: Serasa
Fonte: Serasa
IDC Empresas - Por porte Acumulado em 12 meses
20% 15% 10% 5% -0,7%
0% -5%
-12,3%
-10% -15%
-15,1%
-20%
Em setembro, os indicadores de demanda de crédito da Serasa para empresas e para consumidores apresentaram quedas na margem de -7,9% e -3,6%, respectivamente. Entretanto, as séries acumuladas em 12 meses apontam para uma recuperação. Saindo do campo negativo na demanda dos consumidores, enquanto que para empresas apresenta uma clara tendência de recuperação desde o segundo trimestre do ano. Na abertura por porte das empresas, a série acumulada em 12 meses indica contrações maiores para as médias e grandes empresas, de -15,1% e -12,3%, respectivamente.
MPE
Médias
set-16
jun-16
mar-16
dez-15
set-15
jun-15
mar-15
dez-14
set-14
jun-14
mar-14
-25%
Grandes
Fonte: Serasa
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