c.e.m centro em movimento

FORMAÇÃO AVANÇADA CARTOGRAFIAS DA EXPERIÊNCIA: DO CORPO À CIDADE ‘CRIAR CORPO-CRIAR CIDADE’ "Criar corpo-criar cidade" é um curso teórico-prático qu...
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FORMAÇÃO AVANÇADA CARTOGRAFIAS DA EXPERIÊNCIA: DO CORPO À CIDADE

‘CRIAR CORPO-CRIAR CIDADE’

"Criar corpo-criar cidade" é um curso teórico-prático que propõe abordar o movimento do corpo (sensação, percepção e gesto) na sua relação com a cidade (espaço-lugarhabitabilidade), analisando práticas artísticas e representações literárias no encontro com sistemas de organização política e social que advêm da formatação de determinados corpos e de determinadas cidades. Numa perspectiva teórica, pretende-se, por um lado, discutir o corpo e a cidade e o modo como se cruzam as diferentes leituras desta relação e, por outro, explorar a(s) prática(s) da reflexão teórica de co-criação corpo/rua/cidade, no espaço do c.e.m. – centro em movimento. Este curso visa uma abordagem multidisciplinar na observação do corpo e da cidade e, por isso, os formadores são provenientes de várias áreas das Humanidades, desde a antropologia à dramaturgia, passando pela literatura comparada, pela geografia ou pela escrita criativa.

Organização Centro de Estudos Comparatistas da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa c.e.m. - centro em movimento Núcleo de Estudos Urbanos do Centro de Estudos Geográficos do Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa

c.e.m centro em movimento

Destinatários O curso destina-se a estudantes e profissionais que tenham interesse em desenvolver conhecimentos na área do movimento do corpo (sensação-percepção e gesto) e das suas representações artísticas e literárias, na sua relação com a cidade (espaço-lugar-habitação). Nº Participantes O número de vagas previsto é de 20 alunos, podendo o curso funcionar com um mínimo de 5.

Inscrições ou informações: [email protected]

CALENDÁRIO POR SESSÃO E MÓDULO SESSÃO 1 Módulo I Peter Hulton | 31 Out e 1 Nov (das 10h às 13h no c.e.m – Rua dos Fanqueiros nº150-1º) ‘Staring at life: on documentation. The experience of accompanying an event’ Módulo II Margarida Agostinho | 7, 8 e 9 Nov ‘A prática do corpo escrita’ Módulo III Ana Estevens | 14, 15 e 16 Nov ‘Espaços de transição e movimento’ Módulo IV Francesca Negro | 21, 22 e 23 Nov ‘Vazio e fragmento, novos paradigmas para uma poética do ser. Textos literários, fotografia, filmes.’ Módulo V S. Neuparth, M. Agostinho, A. Estevens, M. Traquino | 28, 29 e 30 Nov ‘Corpo-(in)disciplina. Entre o estudo do movimento, a escrita, a geografia e a arte pública’

SESSÃO 2 Módulo I Patrícia Portela | 6, 7 e 8 de Fev ‘Narrativas e incidências’ Módulo II Sofia Neuparth | 13, 14 e 15 de Fev ‘Corpo-acontecimento’ Módulo III Manuela Carvalho | 20, 21 e 22 de Fev ‘O corpo como espaço performativo na literatura e cultura visual’ Módulo IV Ana Filipa Prata | 27, 28 de Fev e 1 de Mar ‘Espaço, literatura e género’ Módulo V Marta Traquino| 6, 7 e 8 de Mar ‘Para a medida da cidade’

ECTS/Duração do curso 6 ECTS (duas sessões constituídas por 5 módulos de 9 horas cada. 90 horas de contacto lectivo). 31 de Outubro a 30 de Novembro de 2013 e 6 de Fevereiro a 8 de Março de 2014 Horário Cada módulo funcionará em seminários de 3 horas, três vezes por semana, 5ªs e 6ªs : 18h-21h, Sábados: 10h – 13h Inscrição/propinas Curso completo com avaliação : 180€ Sessão de 5 módulos com avaliação: 90€ Inscrição por módulo (sem avaliação ou acreditação): 25€ Local Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa/c.e.m – centro em movimento

Peter Hulton (Arts Documentation Unit / University of Exeter) É director da Unidade de Documentação de Actividades Artísticas e Investigador Honorário da Universidade de Exeter, no Reino Unido. Dirigiu o Departamento de Teatro e Dança da Escola Superior de Artes de Dartington durante vários anos e leccionou em Universidades da Índia e da Coreia. Dirigiu um workshop sobre "Teatro e Comunidades” organizado pelo Council of Europe. Fundou e foi editor da "Theatre Papers”. Tem artigos publicados em diversas revistas científicas internacionais, nomeadamente na “Drama Review”, "New Theatre Quarterly”, "Theatre Papers”, "Educational Analysis” e "Performance Research" . No âmbito dos seus estudos realizou uma investigação em Multimédia, em Nova lorque. Recebeu formação em Hatha Yoga no Instituto Iyengar, na Índia e em Xintoismo no – Ishikiri- Jinja, em Osaka. As suas peças/adaptações foram representadas pelas seguintes companhias: "Freehold Theatre Cornpany", "Medium Fair Theatre Company", "Bristol Old Vic Theatre", "Foco Novo" e "BBC2". É um dos directores do Festival Internacional de Workshops, em Londres, sendo também director consultivo do “Performance Research Journal”, no Reino Unido.

PETER HULTON ‘STARING AT LIFE: ON DOCUMENTATION THE EXPERIENCE OF ACCOMPANYING AN EVENT’

SESSÃO 1 – Módulo I Dias 31 Outubro, 1 e 2 de Novembro PETER HULTON ‘Staring at life: : on documentation. The experience of accompanying an event’ Este módulo parte da discussão em torno do conceito de ‘documentação,’ cuja origem etimológica é dupla. A palavra documentação deriva de docere (lat.), que significa ‘guiar’ ou ‘ensinar’, de onde surge também a palavra ‘doutor’. Há, contudo, uma outra origem possível para este termo e que se apresenta como mais interessante: decere (lat.), da qual deriva a palavra ‘decente’. Na sociedade inglesa, diz-se de uma pessoa que é um ‘tipo decente,’ i.e., alguém que é aceite pelos outros indivíduos da sua classe. Se seguirmos a palavra decere até à sua raiz sânscrita, veremos que é possível descobrir que ela se refere a uma ‘oferta’ e que esta implica ser aceite pelos deuses. Tendo em conta esta pista importante, a nossa reflexão orientar-se-á segundo a ideia de que a documentação pode relacionar-se com o que se oferece. É talvez por isso que nunca podemos saber ao certo o que estará à nossa espera em cada nova situação que se apresenta, o que quer dizer que precisamos de ouvir com atenção tudo o que estiver disponível - tal será provavelmente bastante diferente daquilo que imaginamos a priori. Isto significa, consequentemente, que teremos de estar preparados para responder a todas as circunstâncias que se possam apresentar. A ‘documentação’ relaciona-se assim com a AIPP, uma sigla sonora, mas que significa: A - alinhado com a situação, ouvir o que está à disposição; I individualmente, cada documentação terá a sua própria forma, exigirá ela mesma o meio em que irá ocorrer; P performativamente, qualquer documentação terá a marca do seu documentador e mostrará como ele vê e pensa as coisas conforme elas acontecem; P - projectivamente, na medida em que ao documentar se considera sempre o interlocutor e também no modo em que se efectiva o encontro com essa documentação.

Peter Hulton tem dedicado várias décadas da sua vida a produzir registos nas artes performativas que disponibiliza no seu site: www.arts-archives.org

Margarida Agostinho (c.e.m) Integra a equipa do c.e.m desde 2002, onde é gestora artística e investigadora em corpo e escrita. Tem-se dedicado à escrita enquanto lugar onde se fazem escolhas e se pulsa junto com o mundo. Desde há vários anos que se interessa pelo conhecimento e pela importância que o corpo tem nesse acto, o que a levou à área de estudos da Psicopedagogia Perceptiva e, principalmente, a fazer trabalho regular no c.e.m (em corpo e escrita). Desde 1999 tem acompanhando encontros e laboratórios de escrita, bem como aulas regulares de corpo/movimento. Em 2003 integrou a Zona Z (zona de criação artística do c.e.m) e desde então tem tido uma participação activa na criação e experimentação feita nesta estrutura, tanto em colectivo como individualmente. Ocupa-se de questões que implicam a relação entre o corpo, a escrita e o espaço, interrogando o acto de escrever na rua em espaços públicos e questionando formas de pensar e de enraizar pensamento.

Módulo II – Sessão 1 Margarida Agostinho ‘A prática do corpo escrita’ 7, 8, 9 de Novembro

SESSÃO 1 – Módulo II Dias 7, 8 e 9 de Novembro

MARGARIDA AGOSTINHO ‘A prática do corpo escrita’ Este módulo irá abordar a escrita e o acto de escrever como modo de integração do conhecimento enquanto decorre a experiência de observação. Apela assim ao fortalecimento das capacidades de percepção em mobilidade, permitindo uma continuidade no acto de conhecer durante todo o processo de observação – percepção – reflexão – retorno à observação. Trata-se, portanto, de um modo de conhecer que não segmenta as partes do acontecimento que se quer compreender, não enquadrando nem fixando com essa acção quer a experiência, quer o próprio observador. Para isso iremos treinar o gesto da escrita enquanto prática corporal, escrever pelo próprio acto de escrever, presenciando o desenrolar da configuração da escrita com papel e caneta na concretização de texto, que não tem como primeira intenção a transmissão de um conteúdo, mas é antes uma escrita-acção e não uma escrita-reacção meramente descritiva. Iremos abordar o lugar do corpo, no sentido de corpo – matéria de existência, a partir do qual se geram diferentes configurações de escrita que potenciam integrações de conhecimento distintas. Iremos também abordar algumas considerações teóricas, relacionando-as com estas práticas de corpo-escrita: o conceito de ‘individuação’ de Peter Pál Pelbart; o ‘espaço liso’ e o ‘espaço estriado’ de Deleuze e Guattari, e a ‘arqueologia do sentir’ de Mario Perniola .

Ana Estevens (NETURB-CEG) É actuamente estudante de doutoramento em Geografia Humana. A sua investigação centra-se na complexidade das relações sociais que se estabelecem na cidade contemporânea, abordando mais especificamente o conceito de conflito. Neste estudo utiliza metodologias etnográficas numa abordagem qualitativa, em que privilegia a prática de estar na rua e as experiências sensoriais que daí advêm. Esta investigação é feita de um modo comparativo entre dois bairros: a Mouraria, em Lisboa, e o Raval, em Barcelona. Ao longo deste percurso, tem feito investigação no Centro de Estudos Geográficos e leccionado na unidade curricular de Geografia Cultural e Social no Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa. Nos últimos dois anos, tem-se dedicado a reflectir sobre o modo de produzir cidade na contemporaneidade, o que a aproximou do trabalho desenvolvido no c.e.m. – centro em movimento e a levou a desenvolver/partilhar ideias de investigação/documentação/criação.

Módulo III – Sessão 1 Ana Estevens ‘Espaços de Transição e Movimento’ 14, 15 e 16 de Novembro

SESSÃO 1 – Módulo III Dias 14, 15 e 16 de Novembro ANA ESTEVENS ‘Espaços de transição e movimento’

Neste módulo pretende-se, no quadro do debate crítico, discutir a relação entre as transformações das cidades contemporâneas e os diferentes movimentos migratórios. Associado a este debate, tem-se também como objectivo identificar as principais dinâmicas de transformação social nas quais se identificam fenómenos de desigualdade (económica, social, política ou cultural), processos de exclusão e segregação, tal como os efeitos visíveis e invisíveis destas trajectórias. Pontos a abordar: habitar a cidade; as migrações – de um lugar a outro ou a permanência no mesmo lugar?; outros olhares sobre o espaço urbano. .

Francesca Negro (CEC-FLUL) É doutorada em Literatura Comparada e investigadora de pós-doutoramento em Literatura Comparada com o projecto: ”A pele doméstica: o espaço da intimidade na literatura contemporânea”. Participa no projecto Off-off Lisbon e interessa-se pelos Estudos Comparados Inter-Artes ligados ao tema do espaço e da cidade. Tem desenvolvido a sua pesquisa sobretudo no âmbito do cruzamento entre a literatura e as artes figurativas e do espaço e as ciências cognitivas. Colabora com o Instituto de Urbanismo de Paris e é membro do Centro de Estudos Comparatistas.

Módulo IV – Sessão 1 Francesca Negro ‘Vazio e fragmento, novos paradigmas para uma poética do ser’ 21, 22, 23 de Novembro

SESSÃO 1 – Módulo IV Dias 21, 22 E 23 de Novembro FRANCESCA NEGRO Vazio e fragmento, novos pradigmas para uma poética do ser. Textos literários, fotografia, filmes Este módulo pretende analisar a relação corpo – espaço – situação a partir da consideração da consciência do corpo como nova etapa da evolução cognitiva do homem. O homem e o desenvolvimento da sua imagem, e o homem e a análise da própria maneira de se relacionar com o corpo são assuntos específicos de criação bastante recente. Podemos dizer que a maneira de falar do corpo e o seu papel no âmbito artístico mudaram a partir da segunda metade do século passado. Porquê? Como? Quais os elementos que podem ter influenciado este processo? Mas, sobretudo, de que forma este processo é representado na literatura e nas outras formas artísticas? O corpo reflexo, representado, reconstruído, o corpo manifesto e o corpo metamórfico, o corpo e o seu desconforto em relação ao ambiente: este e vários outros exemplos de declinação do objecto-sujeito-corpo serão abordados durante o curso, passando pelas obras de Pierpaolo Pasolini, Tiziano Scarpa, Annie Ernaux, J.G Ballard, António Lobo Antunes, José Saramago, Lars Von Trier, Spencer Tunick e outros. .

SESSÃO 1 - Módulo V Dias 28, 29 e 30 de Novembro de 2013

SOFIA NEUPARTH, MARGARIDA AGOSTINHO, ANA ESTEVENS E MARTA TRAQUINO ‘Corpo-(in)disciplina. Entre o estudo do movimento, a escrita, a geografia e a arte pública’

Este módulo pretende discutir e reflectir sobre o processo de criação-documentação e organiza-se em torno dos seguintes tópicos: A criação artística a partir dos estudos do corpo e do movimento (criatividade versus criação; a articulação engenhosa de matérias conhecidas e o caminho no desconhecido; o caminho labiríntico da criação artística; a relação entre investigação e criação artísticas; a comunicação ou a espessura da membrana; os mecanismos de ruptura e afinação do corpo enquanto comunica). As práticas de documentação (introdução à experiência de ‘ecoador-ressoador’ e de ‘enquanto’; a criação de atmosferas; o corpo que cria mundo e o mundo que cria corpo; introdução à experiência de temporalidade: o tempo devorador - o tempo simultâneo; introdução à experiência de lado-a-lado).

Patrícia Portela (Escritora e dramaturga) Nasceu em 1974. Tem o bacharelato em Realização Plástica do Espectáculo da ESTC (Lisboa) e fez o MA of Arts in Scenography na Faculty of Theatre the Utrecht e na Central St. Martins College of Art. Frequentou a European Film College, na Dinamarca. Desde 1994 que se dedica à performance, à instalação, ao cinema e à literatura. Como figurinista ou cenógrafa trabalhou com vários grupos independentes dos quais destaca o “Teatro da garagem”, o “Projecto teatral” ou o “Teatro meridional” e com vários realizadores de cinema como Miguel Gomes ou Luís Alavrães. Foi uma das fundadoras do grupo “O Resto” em 1996 e da Associação Cultural Prado em 2003. Lecciona com regularidade no Fórum Dança desde 2008.

Módulo I - Sessão 2 Patrícia Portela ‘Narrativas e incidências’ 6, 7 e 8 de Fevereiro

SESSÃO 2 – Módulo I Dias 6, 7 e 8 de Fevereiro

PATRÍCIA PORTELA ‘Narrativas e incidências’

Este módulo abordará diferentes modelos e processos dramatúrgicos que tenham como ponto de partida não só a palavra, mas também o som, a imagem e o jogo. Através de exercícios de escrita e de improvisação procuraremos, de uma forma prática, mas também reflexiva, estudar diferentes processos, bem como a sua relevância no panorama actual. Como ponto de partida, utilizaremos partituras performativas préexistentes (como a theatre piece, de John Cage), assim como diferentes modelos de guiões e peças teatrais do século XIX e XX. .

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Sofia Neuparth (c.e.m) Tem um percurso singular no seio da Arte Contemporânea em Portugal. Deu forma a um espaço próprio de investigação artística que sustenta as suas práticas nos estudos do corpo e do movimento. É o entendimento que tem do corpo como acontecimento que determina todo a sua acção, quer a nível do trabalho de formação que desenvolve há 34 anos, quer em relação à estrutura profissional que co-criou e dirige – o c.e.m , do festival que programa – Pedras d´Água , da intervenção política que realiza e das criações que apresenta. O seu percurso tem sido acompanhado por artistas e teóricos como Steve Paxton, Bragança de Miranda, Peter Pal Pelbart, Christine Greiner ou Helena Katz que muito têm contribuído para a divulgação e inscrição dessa singularidade e da sua pertinência na contemporaneidade. Na sequência do exercício de dançar, trabalha também com a teoria, dedicando-se à ligação entre o trabalho de corpo e o estudo da biologia e da filosofia. Emergiram daí criações como “mmm-um poema físico”(2005), “práticas para ver o invisível e guardar segredo”(2010), “ 1 ou 2 contentamentos comedidos”(2011) ou “pátio” (2012).

Módulo II – Sessão 2 Sofia Neuparth ‘Corpo acontecimento’ 13, 14 e 15 de Fevereiro

SESSÃO 2 - Módulo II Dias 13, 14 e 15 de Fevereiro

SOFIA NEUPARTH ‘Corpo-acontecimento’ Este módulo centrar-se-á na discussão dos seguintes tópicos: 1.

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A ideia de corpo versus a experiência de corpo: o "fazer" do corpo e o mapeamento do percurso da ideia e da representação de corpo no Ocidente, desde a revolução industrial até hoje, bem como as suas repercussões na criação de um corpo específico. O corpo e a presença: a experiência das práticas de movimento e a relação com algumas raízes do pensamento filosófico (Espinoza, Artaud, Hijikata, Tanaka Min, Deleuze-Guattari, Kuniichi Uno, Peter Pál Pelbart, Simondon, Agamben). Os movimentos que criam corpo: análise dos exercícios específicos de algumas das movimentações que sucedem nas primeiras 4 semanas de desenvolvimento embrionário. O problema da criação de espaço numa concepção de corpo que está em ‘lugar nenhum’: estudo prático-teórico da relação entre a percepção-sensação de corpo e a modulação de atmosferas na criação de espaços.

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Manuela Carvalho (CEC-FLUL) Doutorada em Estudos Literários pela Universidade de Birmingham (Reino Unido), é Investigadora Auxiliar no Centro de Estudos Comparatistas (CEC) da Universidade de Lisboa desde 2008, onde desenvolve trabalho de investigação e docência na área da tradução teatral e estudos inter-artes e intermedia. Foi coordenadora científica do projecto TETRA (Teatro e Tradução): para uma história da tradução teatral em Portugal, 1800-2010, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia entre 2008 e 2011 (http://tetra.fl.ul.pt/tetra/pt/). Entre as suas publicações mais recentes destaca-se o volume Depois do Labirinto: Teatro e Tradução (co-organizado com Daniela Di Pasquale) (2012), que reúne resultados e estudos encetados no âmbito do TETRA.

Módulo III – Sessão 2 Manuela Carvalho ‘O corpo como espaço performativo na literatura e cultura visual’ 20, 21, 22 de Fevereiro

SESSÃO 2 - Módulo III Dias 20, 21 e 22 de Fevereiro

MANUELA CARVALHO ‘O corpo como espaço performativo na literatura e cultura visual’ .

Propõe-se analisar o corpo como objecto cultural e espaço performativo que contempla códigos sociais, práticas políticas e artísticas e desafia estereótipos, encenado tanto em textos literários, como no cinema e artes performativas, como ainda no quotidiano das ruas. Pretende-se conjugar a ideia de espaço socialmente construído com o conceito de corpo moldável nas artes e na ciência. Esta temática será abordada através do estudo comparativo de textos literários (excertos), filmes e várias práticas performativas, nomeadamente, A Dama Pé-de-Cabra, de Alexandre Herculano, O Físico Prodigioso, de Jorge de Sena, Titus Andronicus, de William Shakespeare, o filme The Pillow Book de Peter Greenaway e o trabalho artístico de Adrian Piper e Orlan.

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Ana Filipa Prata (CEC-FLUL) É investigadora no Centro de Estudos Comparatistas e doutorada em Literatura Comparada pela Universidade de Lisboa, com a seguinte tese: “Práticas narrativas da cidade: crónicas urbanas de Carlos Drummond de Andrade, Maria Judite de Carvalho e Jacques Réda” (2011). Encontra-se actualmente a desenvolver um projecto de pós-doutoramento sobre os lugares de espera e de trânsito no imaginário contemporâneo, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia. Publicou recentemente “Des corps urbains sans lieu ni bornes: Maria Judite de Carvalho et Annie Ernaux”. Maria Graciete Besse, Adelaide Cristóvão & José Manuel Esteves (org.), Maria Judite de Carvalho: Une Écriture en Liberté Surveillée, Paris, L’Harmattan, 2012.

Módulo IV – Sessão 2 Ana Filipa Prata ‘Espaço, literatura e género’ Dias 27, 28 de Fevereiro e 1 de Março

SESSÃO 2 - Módulo IV Dias 27, 28 de Fevereiro e 01 de Março

ANA FILIPA PRATA ‘Espaço, literatura e género’ Este módulo tem como objectivo problematizar o conceito de gendered space através da análise de obras literárias e cinematográficas privilegiando uma discussão acerca das práticas de apropriação do espaço social, cultural e geográfico. Serão estudadas obras de Virginia Woolf, Maria Velho da Costa, Annie Ernaux e Maria Judite de Carvalho. .

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Marta Traquino (FBAUL) É artista e investigadora. Licenciada em Artes Plásticas - Pintura (FBAUL, 1995), mestre em Comunicação, Cultura e Tecnologias da Informação (ISCTE, Dept. Sociologia, 2007) e doutora em Belas-Artes / Arte Pública (FBAUL, 2012) com a tese teórico-prática intitulada "Ser na Cidade — urbanidade e prática artística, percepções e acções". Do seu trabalho artístico destacam-se as instalações “Travessia de Fronteira - Parte II” (2007), “Entre” (2005), “Dentro do Ar” (2004), e as propostas para acção “Livre Acesso” (2012), “Para um estado de encontro” (2011) e “Que cor tem agora o céu?” (2010). A sua investigação centra-se em práticas artísticas de abordagem ao Espaço e ao Lugar na Cidade. É membro do grupo de investigação, internacional e independente, On Walls e participa em conferências nacionais e internacionais para o pensamento crítico sobre a Cidade actual. Destas se destacam: “Relocating Borders” (COST/EastBordNet, Humboldt Univ., Berlim, 2013), “Remaking Borders” (COST/EastBordNet, Monastero dei Benedettini, Catania, 2011) e “Framing the City” (CRESC, Manchester Univ., 2011). Em Abril de 2010, o seu livro “A Construção do Lugar pela Arte Contemporânea” foi editado pela Húmus. Desde 1995, tem leccionado cursos e workshops no domínio prático e teórico da Arte Contemporânea em diversas escolas e outras instituições. Em 2013 inicia o seu projecto de investigação teórico-prática em pósdoutoramento designado "Para a prática reflexiva de uma ‘arte conversável’ no domínio público".

Módulo V – Sessão 2 Marta Traquino ‘Para a medida da cidade’ Dias 6, 7, 8 de Março

SESSÃO 2 – Módulo V Dias 6, 7 e 8 de Março

MARTA TRAQUINO ‘Para a medida da cidade’ Partindo da afirmação de Jonas Mekas, “Abracei a cidade e a cidade abraçou-me,” reflectir-se-á sobre as seguintes questões: Como pode uma cidade abraçar uma pessoa? O que leva alguém a sentir-se abraçado por uma cidade? Nas sessões deste módulo discutiremos as possibilidades de resposta a estas perguntas. Tomaremos como coordenadas as questões provocadas por alguns casos da actual prática artística que trabalha com Espaço e Lugar na cidade (europeia), na atenção à qualidade da percepção do indivíduo face ao que o rodeia, relacionando circunstâncias e materialidades que a condicionam, em contraponto com outras que a podem catalisar e levar ao exercício e à prática da subjectividade. Esta deverá ser entendida como uma travessia entre interior e exterior, através dos limites do corpo, um processo que, como tal, necessita de um tempo próprio ao indivíduo. É neste sentido que nos servirá de mote a frase acima citada, enquanto enunciação metafórica que remete para a importância da antecipação de um movimento deliberado do corpo, direccionado à realidade envolvente. Quer seja um movimento corpóreo, ou no plano das ideias, trata-se de experienciar a aproximação através da medida própria, segundo uma direcção que se toma, pois no movimento do abraço vai-se ao encontro do que se quer tornar próximo. .

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