Boletim Informativo dos Cooperantes

Jan | Fev | Mar . 2016 Nº 275 Boletim Informativo dos Cooperantes Editorial MOVIMENTO COOPERATIVO FICOU MAIS POBRE! N A NÃO PERDER Antes de ing...
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Jan | Fev | Mar . 2016 Nº 275

Boletim Informativo dos Cooperantes

Editorial

MOVIMENTO COOPERATIVO FICOU MAIS POBRE!

N

A NÃO PERDER

Antes de ingressar na LACTICOOP fez parte da Comissão Liquidatária da Federação dos Grémios da Lavoura da Beira Litoral, que veio abrir caminho ao surgimento das Cooperativas Agrícolas na região.

Crise no sector leiteiro pag. #8

o passado dia 27 de Março, faleceu o Dr. José da Cruz Costa, antigo Director-Geral da LACTICOOP, vítima de doença prolongada. O nome do Dr. José Costa ficará para sempre ligado ao desenvolvimento do Movimento Cooperativo Nacional e muito particularmente ao Cooperativismo Leiteiro na região da Beira Litoral.

Posteriormente enquanto Gestor do LACTICOOP, teve um papel preponderante na consolidação do projecto da nossa União de Cooperativas, numa altura particularmente difícil, onde foi necessário investir no fomento, organização e modernização do sector leiteiro, que nos veio trazer até aos nossos dias. Foi ainda muito relevante o seu contributo para a fundação da FENALAC, CONFAGRI e mais recentemente a constituição da LACTOGAL. A LACTICOOP e suas Cooperativas Agrupadas, perderam um verdadeiro aliado, que mesmo quando deixou de estar directamente ligado ao nosso Grupo, procurou acompanhar de perto os problemas dos nossos produtores de leite, pelo que todos lhe devemos a nossa gratidão. UM ETERNO BEM HAJA E DESCANSE EM PAZ. A Direção

Árvore do Mês Lodão pag. #4

Análise dos solos pag. #10 Cientistas Alertam pag. #12 Maneio da vaca, a sua importância pag. #16 Alimentação da vaca em pré-partos pag. #18 Fertinagro Nutrientes pag. #21 Flash Noticias pag. #22

Boletim Informativo Ficha Técnica Depósito legal: 217931/04 Periodicidade: Trimestral Tiragem: 850 Exemplares

Colaboraram neste número: Abílio Pompeu Fernandes da Silva Fernando Cardoso Fernando Taveira Henrique Moreira Herminio Catarino Mário Cupido Nuno Cardoso

Redacção: Av. de Oita, 7 r/c - Apartado 92 3810-143 Aveiro - EC AVEIRO Telef. 234 377 280 Fax 234 377 281

Impressão Litoprint Zona indust. 3 Marcos Vale do Grou - Apartado34 3754-908 Aguada Cima-ÁGUEDA Telef.: 234 600 330

Execução Gráfica: Creativelab, Branding Studio Rua José Afonso 9, 3800-438 Aveiro Tlf.: 234 346 130 | [email protected]

Recepção de anúncios: Todos os textos, publicidade e imagens devem ser entregues até ao dia 15 de cada Mês. // P.

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// LACTICOOP | ARVORE DO MÊS

// LACTICOOP | ARVORE DO MÊS

Lodão A medalha de Eugénio de Andrade

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osto da Rua Banda da Amizade em Aveiro, principalmente na primavera. Não pelo nome, tão pouco por quem lá mora, mas apenas pela extraordinária chapada do elegante verde que a ladeia e que se deve a umas dezenas de interessantes árvores, para muita gente banais, que dão pelo nome de lódãos – bastardos. A integração no bairro é tranquila e muito agradável. Quase sem darmos por isso, marcam a cadência das estações do ano. Agora o verde da folhagem, forte no verão, esbate-se em tons amarelados enquanto as “ginjas” teimosamente agarradas aos ramos vão escurecendo até chegar a maturação e a cor violácea característica e logo a seguir os bandos de pardais que com elas se regalam. Tanto, como se regalam as crianças a caminho da escola ou a brincar nos jardins com a sua presença.



apresenta ligeiramente assimétrica. De forma oval/ lanceolada, acuminadas, dentadas e de 5 a 15 cm de cumprimentos e 5 de largura. Apresentam a página superior áspera e verde escuro e a inferior verde acinzentada com pilosidade sobre as nervuras. Flores: Pequenas, aparecem em simultâneo com as folhas nas suas axilas ou no terminal dos ramos ligadas por um longo pedúnculo, isoladas ou em pequenos cachos. São desprovidas de pétalas, de cor amarelada e apresentam quatro a cinco sépalas que definem o cálice.

Ninguém tem corpo mais fino, nem braços tão delicados como este lódão crescendo com vigor à minha porta. Tenho com ele desvelos de namorado, limpo-o de ervas daninhas, rego-lhe a terra ao calor de Agosto, alegro-me a cada rebento novo, cada folha recente. Cresce e cresce em esplendor, certo de ser amado. ( A um lodão da minha rua – Eugénio de Andrade)

Caule: Fuste característico, muito liso embora possa, com a idade, apresentar algum enrugamento sem descamação.

Nome vulgar: Lódão-bastardo, ginginha de rei, lodoeiro, agreira Família: Cannabaceae

Características botânicas Folhas: Caducas, simples, alternas, trinérveas na base que se // P. 4

Frutos: Pequena drupa de forma esférica com menos dum centímetro de diâmetro. Tende a manter-se na árvore depois de maduro e mesmo da queda das folhas. Inicialmente de cor

– Celtis australis - quer dizer que é do sul e que inicialmente estava no lote de árvores que os gregos não tinham identificado (Keltis). Do bastardo nada se conhece, sendo pouco provável que provenha duma relação botânica menos digna. Mas na família (Canabiaceae)há uma prima de má fama (marijuana)não obstante pouco tenha contribuído para tal juízo.O lódão é cada vez mais uma árvore ornamental. O crescimento muito lento retira-lhe qualquer interesse económico. Mas esse facto aliado a uma grande resistência à poluição, pouca exigência na qualidade dos solos e sistema radicular aprofundante, conferem-lhe boas características para ser utilizado em alamedas, arruamentos e zonas de sombra.A madeira obtida dos troncos é bastante interessante e apreciada por ser branca, leve, muito elástica e resistente. Já foi muito utilizada para o jogo-do-pau e alfaias agrícolas. Ainda se utiliza no fabrico de tonéis, remos e sticks. As raízes dos espécimes mais velhos são também utilizados para o fabrico de cachimbos e peças decorativas.

negro quando completamente madura. Cada fruto tem uma única semente e a polpa que a envolve, se bem que em pequena quantidade, é adocicada e comestível.

Nome científico: Celtis australis

Género: Celtis

verde, vai apresentando diferentes tons até ficar violáceo-

Perfil: Árvore de crescimento lento (cerca de 3 metros cada vinte anos) apresenta uma ramagem muito densa, tornandose a copa fechada e arredondada. Encontramos árvores do género Celtis da América do Norte a Timor mas o lódãobastardo de que estamos a tratar é originário da Europa Meridional. Aliás o nome botânico que Lineu lhe atribuiu

As folhas têm utilização medicinal como adstringente no tratamento da disenteria e fluxo menstrual excessivo. Na falta de folhas de amoreira os bichos-da-seda também sobrevivem com as do lódão sem sinais evidentes de qualquer anomalia. O fruto, drupa que em tudo se assemelha a uma ginja, é comestível se bem que a quantidade de polpa disponível seja fraco consolo. Banqueteia-se a passarada quando os rigores do inverno se anunciam e lhe reduzem a ementa.À mesa de reis é que não me parece! Se os reis são poucos, os lódãos são cada vez menos, mesmo podendo viver 600 anos …

Mário Cupido

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// LACTICOOP | ARVORE DO MÊS

Máximo rendimento. Demonstrado!

P 1921

Preservação da qualidade do seu Pastone ao longo do tempo

P 1535

• Garante um pH final mais baixo do Pastone. • Redução das perdas de matéria seca. • Reduz substancialmente o aquecimento do silo.

P 1570

Estabilidade Aeróbica (horas)

P 1524

11B91

P 0933

128,8

71,5

Control

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40

P 0640

Pioneer Hi-Bred Sementes de Portugal S.A.

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Campo Pequeno, 48 - 6º Esq. 1000-081 Lisboa Tel.: 217 998 030 - Fax: 217 998 050

Campo Pequeno, 48 - 6º Esq. 1000-081 Lisboa Tel.: 217 998 030 - Fax: 217 998 050 - www.portugal.pioneer.com

O logótipo da DuPont Pioneer e o símbolo do trapezóide são marcas registadas da Pioneer Hi-Bred International Inc. Des Moines Iowa USA.

®,

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// LACTICOOP | CRISE SECTOR LEITEIRO

// LACTICOOP | CRISE SECTOR LEITEIRO

Crise no sector leiteiro diagnóstico e vias de resolução

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o final do ano de 2015, face ao acentuar da crise dos mercados da carne de suíno e do leite, foi decidido pela Tutela a criação de um Gabinete de Crise visando o acompanhamento da evolução da situação e uma melhor articulação e cooperação entre os vários agentes da Produção, Indústria e Distribuição. A criação do Gabinete de Crise dos sectores do leite e da carne de suíno efetivou-se através do Despacho nº 644/2016, de 14 de janeiro de 2016, e a primeira reunião ocorreu no dia 22 de Dezembro de 2015. Na ocasião foi preparado um documento enquadrador da situação no sector leiteiro, que aqui se reproduz de forma adaptada. Cadeia de valor da Fileira Láctea nacional Dados médios de uma amostra representativa de produtores da FENALAC no período Janeiro a Dezembro 2015: - Custos de produção (com amortizações de equipamentos): 0.3499 €/litro - Preço médio recebido: 0,3053€/ litro - Diferença: 4,46 cêntimos €/litro - Prejuízo anual numa exploração média (200 toneladas) antes de subsídios – 8920 € A cadeia de valor da fileira láctea apresenta, em Portugal, um espectro muito estreito dificultando a distribuição de rendimento, nomeadamente ao nível da produção. Se analisarmos a diferença de valor entre o preço médio ao produtor e o preço da categoria mais representativa obtemos uma diferença superior ao dobro: Portugal: 0,25 cêntimos/litro França: 0, 54 cêntimos/ litro Espanha: 0.55 cêntimos/litro Tabela I - Comparação de Preços do leite ao Produtor e PVP de principais categorias de leite UHT meio gordo PVP Leite UHT meio-gordo (€/L)

Preço de leite ao produtor (€/ kg)

Marca da Distribuição

Marca reconhecida

Marca premium

Portugal

28.65

0,47

0,54

0,82

França

31.10

0,78

0,86

1,03

Espanha

30.10

0,65

0,85

0,95

Fonte: Milk Market Observatory e sites: www.continente.pt , www.carrefour.fr e www.eroski.es 21/12/2015

Apesar destes valores serem indicativos e carecerem de ajustamento em função do custo de vida e rendimento médio das famílias, trata-se de uma diferença muito significativa e que dificulta a sobrevivência dos operadores sectoriais, sendo que a Distribuição apresenta uma posição mais cómoda pois apresenta um largo espectro de produtos comercializados. Outro facto que prejudica a sustentabilidade da produção prende-se com a importação massiva de produtos lácteos, nomeadamente de leite em natureza, segmento em que Portugal é largamente excedentário. // P. 8

A título de exemplo entre Janeiro e Outubro de 2015, as importações de produtos lácteos somaram quase 403 milhões de euros, sendo que só de leite e natas foram importadas mais de 117 mil tons. Tendo sido comprovado anteriormente que os preços praticados em Portugal estão abaixo dos correspondentes nos países vizinhos, tal apenas se explica pela importação de excedentes de outros países ou pela ação deliberada da Distribuição em introduzir concorrência acrescida no mercado nacional e, consequentemente, em destruir valor. Esta realidade tem originado elevados stocks em Portugal, tanto mais que apenas em leite em pó estima-se que existam 10 mil toneladas em armazém. Acresce que tal situação tem ocorrido não obstante os principais compradores de leite terem adotados mecanismo de autocontrolo das entregas de leite, por via da contratualização da produção, mecanismo que inclusive já originou pagamentos de penalização dos operadores em incumprimento. Comércio Internacional de Lácteos - Jan a Out (acumulado) Importações (valor) 15%

leite e natas não concentrados

6%

manteiga

7% leite e natas concentrados

33%

queijos e requeijão

34% iogurte e fermentados

5%

soro de leite leite e natas ñ concentrados leite e natas concentrado iogurte e fermentados

60.232.779

soro de leite

20.386.833

29.632.715

manteiga

23.727.481

Total

136.599.808

queijos e requeijão

132.331.869

402.911.485

Comércio Internacional de Lácteos - Jan a Out (acumulado) Importações (valor) 35%

14%

leite e natas não concentrado

queijos e requeijão

3%

manteiga

3%

soro de leite

5%

40%

leite e natas concentrados

iogurtes e fermentados leite e natas ñ concentrados leite e natas concentrado iogurte e fermentados

102.037.650

soro de leite

9.980.378

15.409.771

manteiga

7.781.237

Total

117.087.396

queijos e requeijão

39.794.925

292.091.357

Ações concretas a desenvolver Política Leiteira Comunitária Articulação com outros Estados-membro no sentido de encontrar uma plataforma significativa de consenso visando o estabelecimento de mecanismo de disciplina da oferta de leite na UE. A cessação do regime de quotas leiteiras na UE no passado mês de março e o prolongamento do embargo Russo aos produtos agroalimentares comunitários vieram criar um desajustamento estrutural entre oferta e a procura que urge corrigir através de políticas públicas a nível europeu. Por outro lado, seria decisivo estabelecer uma verdadeira base política comunitária de regulação da cadeia de valor a nível europeu, impedindo situações de concorrência desleal entre países e operadores. Aumento dos preços comunitários de intervenção pública da manteiga e do leite em pó seria também positivo para o alívio de mercado e redução conjuntural da oferta. Greening Numa matéria mais específica, importa que a Tutela agilize o mais rapidamente o regime de certificação de prática ambiental alternativa à diversificação de culturas do Greening, cuja proposta está em fase final de aprovação por parte da Comissão Europeia. Logo que tal se concretiza, importa que todo o processo de certificação esteja preparado, nomeadamente a acreditação das empresas certificadoras e o processo de controlos exigidos. Regulação da Cadeia de Valor - Continuação dos trabalhos da PARCA (ou agora os trabalhos do GCLS), nomeadamente no acompanhamento do debate em torno da criação de um Código de Boas Práticas Comerciais efetivamente complementar à regulamentação nacional e que comprometa as partes envolvidas na cadeia de Valor. O funcionamento da PARCA será também importante para a monitorização da aplicação da legislação entretanto criada, onde se destacam as PIRC (Práticas Individuais Restritivas do Comércio) e para manter o tema das relações comercias na Ordem do Dia. - No que toca especificamente ao relacionamento do sector com a Grande Distribuição, importa que a Tutela exerça uma sensibilização “musculada” sobre a Distribuição visando a compra de produtos lácteos nacionais atendendo à nossa autossuficiência neste sector. Refira-se que este procedimento tem sido utilizado em diversos países, nomeadamente em Espanha com consequências negativas significativas para as exportações nacionais. - Por outro lado, urge atualizar o estudo da Autoridade da Concorrência do ano de 2010 sobre as “Relações Comercias entre a Grande Distribuição Agroalimentar e os seus Fornecedores”, o qual se debruçou também sobre o sector lácteo. - No que respeita às compras efetuadas pelo Organismo do Estado, seria conveniente avaliar as possibilidades de abastecimento de produtos nacionais, nomeadamente lácteos, sem prejuízo de desrespeito da legislação comunitária. - Em relação à fiscalização, importa dotar a ASAE dos meios técnicos e humanos que permitam verificar a legalidade

das importações de produtos lácteos por parte dos grandes operadores da Distribuição e verificação mais frequente e rigorosa da sua atuação, nomeadamente em matéria do cumprimento do diploma das Práticas Individuais Restritivas do Comércio (PIRC). Apoio ao rendimento Prolongamento da isenção de pagamento à Segurança Social para Produtores de Leite que vigorou entre Setembro e novembro de 2015, ao abrigo da Portaria nº 328 B/2015, de 2 de Outubro. Plano de Desenvolvimento Rural (PDR 2020) Instrumento de magna importância para o apoio ao sector leiteiro nos próximos anos, tendo em conta os impactos negativos da cessação do sistema de quotas, pelo que importa que os instrumentos de apoio ao investimento visem ativamente o robustecimento das estruturas produtivas e, também, o rejuvenescimento do tecido produtivo. Nesse sentido, importa adequar os mecanismos de avaliação das candidaturas aos novos tempos, em que o aumento da produção não deverá ser o fator determinante, tanto mais que frequentemente está limitado por contrato com o comprador (cooperativo ou privado), além de que o mercado apresenta oferta excessiva de matéria-prima. - Análise da proposta do Programa de Governo que prevê a criação de um “Programa Sub-Temático para o sector do Leite, no quadro do II Pilar da PAC !!! Licenciamento das explorações pecuárias Monitorização da aplicação do Decreto-Lei n.º165/2014, de 5 de novembro, e da Portaria n.º 68/2015, de 9 de março, que operacionalizam o relativo ao regime extraordinário de regularização das explorações pecuárias. Tendo em conta que recorrem a este mecanismo unidades produtivas ainda não incluídas ao abrigo NREAP ou que ainda não detenham título definitivo, nomeadamente devido a dificuldades de compatibilização com instrumentos do território (REN, RAN, PDM), importaria realizar um balanço deste processo. Existindo a necessidade destes processos se iniciarem com um parecer da Assembleia Municipal do concelho em causa, o qual terá que ser concedido até final do corrente mês, poderá existir um número significativo de casos ainda por resolver, pelo que em função da referida avaliação seria equacionado o prolongamento de prazos para o procedimento. Promoção do consumo do leite No seguimento de campanhas de promoção do leite levadas a cabo pela FENALAC entre 2007-2009 e 2010-2013, a FENALAC entendeu por conveniente apresentar uma candidatura a fundos comunitários com fins idênticos. Com efeito, tendo em conta a nova legislação que rege esta matéria, o Reg.nº (UE)1144/2014, a FENALAC pretende obter meios financeiros suficientes para combater o feroz ataque público e comercial ao consumo do leite. No entanto, apenas em Janeiro esta matéria terá desenvolvimento com a prevista abertura do período de candidaturas pelas entidades comunitárias. Fernando Cardoso // P.

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Análise dos solos como forma de racionalizar custos

U

ma análise ao solo é a etapa mais importante para a avaliação da sua fertilidade. Nesta, podemos encontrar, mesmo que a análise seja sumaria, varias indicações importantes, uma delas é o PH, é sobre ele que mais uma vez vos vou falar. Numa recomendação de adubação ressalta quase sempre a aplicação de correctivos e de fertilizantes, normalmente ternários. Esta é definida a partir da interpretação dos resultados da análise química realizada na amostra. No nosso país a maioria dos solos são ácidos ou tendem para a acidez o que torna quase como imperioso a aplicação de correctivos calcários, técnica designada por calagem. A importância desta técnica é conhecida e mencionada em diversas publicações, todavia quero aqui realçar como grande contrapartida, a subida do pH do solo, o fornecimento de cálcio e magnésio às plantas, aumento do aproveitamento de nutrientes, ( azoto, fósforo, potássio, enxofre e molibdénio), bem como a melhoria da capacidade de troca de catiões, aumento da actividade microbiana do solo e a aceleração do processo de nitrificação da matéria orgânica do solo. Todos esses benefícios conjugados, resultam num aumento da produtividade das culturas e fertilidade dos solos. O calcário e o calcário dolomítico é um recurso abundante no nosso país, nomeadamente na zona centro, onde nos encontramos. Temos os calcários de Ançã, Cantanhede, Condeixa e Porto de Mós com reservas infindáveis e por isso incentivado o seu consumo não nos traz grandes custos de transporte. Muitas vezes, a não utilização da calagem pelos produtores deve-se á falta de informação baseada na análise de solo e na dificuldade que existe no seu espalhamento. Apesar da calagem ser uma técnica barata ainda é comum a negligência quanto ao seu uso, principalmente pela dificuldade em espalhar o calcário, como já referi, com os equipamentos // P. 10

é a época ideal pois, a humidade é essencial para as reacções com o solo. O correctivo terá pouco efeito sobre o pH se o solo estiver seco.

habituais á distribuição de fertilizantes. No que se refere à definição das doses e às formas de aplicação. Não é invulgar depararmo-nos com preparação do solo que recebeu adubação sem uma prévia correcção da acidez, ou seja, sem a aplicação de correctivo calcário. Da mesma forma, é comum a utilização de pequenas quantidades, normalmente de granulados, dado o seu preço de aquisição. Para se obter uma aplicação correta de calcário é necessário realizar uma boa amostragem do solo. De seguida, o envio da amostra, ou das amostras, para um laboratório. Na posse dos resultados, calcula-se a dose de correctivo a ser aplicado. Apenas quero referir que ultrapassando a aplicação de doses acima das recomendáveis, ( 2 ton/ha ) provocamos dispersão da argila do solo, migrando em profundidade, o que leva a uma erosão superficial do solo e é esta a que tem em solução a maior parte dos nutrientes. Uma elevada adição de calcário provoca a mineralização rápida da matéria orgânica, diminuindo o seu teor comprometendo normalmente a produção. Quando há necessidade de aplicação de doses elevadas, sugere-se a aplicação faseada de forma a não prejudicar a capacidade de troca dos nutrientes e facilitar a incorporação do correctivo ao solo, melhorando sua distribuição. A distribuição do correctivo calcário deve atingir toda a superfície a ser cultivada e os restantes 20cm superficiais do solo. A época de aplicação dos correctivos é muito variável, no entanto há épocas do ano em que esta prática é facilitada. Refiro-me ao Inverno, depois de um corte das forrageiras, por exemplo. Ou numa eliminação de infestantes com uma grade de discos ou numa cultura alternativa. Esta época é a ideal para uma incorporação profunda ou uma forma de lixiviação que leve o correctivo em profundidade. A época de aplicação deve ser cerca de três meses antes da cultura objectivo.

Em culturas perenes, como por exemplo as pastagens a correcção deve ser feita antes da sementeira. Uma vez estabelecida a cultura, o correctivo calcário poderá ser aplicado a lanço, em cobertura. O correctivo calcário aplicado em superfície reage lentamente e de eficácia completamente diferente de quando misturado com o solo. A aplicação do correctivo calcário deve ser uniforme em toda a extensão do terreno, de modo a haver um grande contacto entre as partículas do solo. Deve ser incorporado o mais profundo possível e antes da sementeira. Este factor de localização, determina a eficiência do correctivo. É essencial que a incorporação seja feita de modo a permitir o máximo contacto com a camada arável.

A época de aplicação está ai mãos á obra. Os serviços técnicos da Lacticoop para facilitar a todo o processo, envia as analises colhidas dos produtores agrícolas para laboratório, recomenda doses de aplicação e põe á disposição correctivos a preços competitivos com o objectivo único de “fertilizações equilibradas e correctas das suas culturas”.

Os correctivos mais comuns são apenas ligeiramente solúveis em água, assim sendo, é imprescindível a incorporação para que a reacção do calcário se realize. Como já referido o Inverno

Fernando Taveira

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Contacto: 964 220 193

(Luis Miranda)

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// LACTICOOP | ARVORE DO MÊS

O Senhor Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural Dr. Luis Capoulas Santos presidiu à Sessão de Abertura do Seminário Consumo de Leite e Lacticínios

O Director Geral de Saúde Dr. Francisco George presidiu à Sessão de Encerramento do Seminário.

Cientistas Alertam para o Risco de Substituir o Leite de Vaca por Bebidas Alternativas

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Observatório dos Mercados Agrícolas e Importações Agro-Alimentares tem como uma das suas funções, “estar atento”, isto é observar no seu âmbito de acção, o que se passa ao nível da sociedade e agir, promovendo o debate de forma isenta e independente. Nessa sequência promoveu na passada Quarta-feira, dia 13 de Janeiro, o Seminário sobre o Consumo de Leite e lacticínios, o que pode estar mudar, factos, mitos e enganos. Dado o interesse, actualidade e importância do tema e dos especialistas envolvidos, decidiu o Observatório tornar públicas as principais conclusões deste seminário, que contou com mais de 200 participantes, oriundos de diversas áreas de formação, desde a medicina, passando pela nutrição, até à produção e ao consumo. O sector do leite está a atravessar uma crise muito grave, que poderá está relacionada sobretudo com a cessação do regime de quotas leiteiras na União Europeia em Março de 2015 e o prolongamento do embargo russo aos produtos agro-alimentares comunitários, que provocaram um desajustamento estrutural entre a oferta e a procura, que urge corrigir através de políticas

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Regista-se que os portugueses têm como prioridade também os produtos adequados a um estilo de vida saudável (41%), produtos com ingredientes naturais (31%) e produtos que cuidem do ambiente (26%) e também se constata que há uma crescente preocupação com a saúde. Verifica-se que todas as áreas de negócio recuperam excepto os lacticínios que desceram em 3% assiste-se que em lacticínios e produtos de pequeno almoço é o leite que mais perde (-12%), incidindo sobre o leite normal. Por outro lado, verifica-se que a redução do consumo em leite é maior nos lares mais jovens e de classe média e média-baixa.

públicas a nível comunitário e nacional. Por outro lado, verifica-se em Portugal uma situação paradoxal. Apesar de sermos excedentários na produção de leite em natureza, verificou-se que entre Janeiro e Outubro de 2015, Portugal importou 403 milhões de euros de produtos lácteos, sendo o défice da balança comercial do leite e lácteos de -181,84 milhões de euros. Em Portugal, a cadeia de valor dos lácteos caracteriza-se também pelos baixos preços praticados ao consumidor, em consequência dos rendimentos disponíveis das famílias, mas também de práticas comerciais que frequentemente desvalorizam o leite e os produtos lácteos e os colocam na categoria de meras comodidades, ignorando todo o trabalho envolvido na produção. Tal resulta numa cadeia de valor muito curta em termos nominais, facto que dificulta a remuneração adequada da matéria-prima junto dos produtores de leite. Num país com uma taxa de desemprego muito elevado, que se cifrava em 11,9% no 3º trimestre de 2015, a diminuição do consumo de leite é preocupante, pois contribui para aumentar essa taxa de desemprego. Está também a registar-se uma certa tendência para preferir as marcas de fabricantes em detrimento das marcas de distribuição.

Sobre o Mito: O Leite Faz Mal? É ou não verdadeiro? Rico em nutrientes indispensáveis, como proteínas, cálcio, fósforo, zinco, vitamina A, B2, B12 e D. Deve consumir-se diariamente 2 a 3 porções de lacticínios (leite, iogurtes e queijo), o que muitas pessoas não respeitam. Durante o crescimento, a gravidez e após os 60 anos a dose deve ser reforçada.

da tiroide, sobretudo nas mulheres depois da menopausa, cujas conclusões foram: “Não somos favoráveis ao consumo de isoflavonas pelas portuguesas de etnia caucasiana, face aos dados de avaliação de risco disponíveis. O mesmo é referido nas recomendações dos organismos regulamentares da Europa como a European Food Safety Authority (EFSA) e referenciado nos Estados Unidos da América, pelo Departamento de Saúde, para a mesma população. No que concerne à recomendação da toma de suplementos alimentares em doentes com história de cancro da mamã, ovário ou útero, isso é ainda mais relevante dado o facto de não haver prova de segurança nesta mesma população e as diferentes genéticas face às Asiáticas serem importantes para o impacto deste consumo. O risco da ligação das isoflavonas aos receptores alfa dos estrogénios, tanto na mama como no endométrio, pode induzir estimulação celular o que não está devidamente avaliado na população europeia, predominantemente caucasiana, e pode conduzir a efeitos secundários graves.

A indústria tem aumentado a oferta de produtos sem lactose e outros, adequados às exigências e necessidades dos consumidores. Há cada vez mais marcas e maior variedade de produtos, mas o preço também é mais elevado: comprá-los pode significar pagar o dobro face aos tradicionais. O leite tem naturalmente presente na sua composição cálcio, vitamina A, D, B12, B2, e minerais. Ao invés das bebidas vegetais que só tem estes nutrientes se lhes forem adicionados.

Segundo a Organização Mundial de Saúde qualquer produto natural que se destine ao tratamento e/ou prevenção de qualquer situação relativa à saúde deve apresentar prova de eficácia e segurança para a população a que se destina. Neste caso, as isoflavonas existentes na soja, ou em algum dos outros produtos referidos, não pertencem à Medicina Tradicional Portuguesa nem ao plano alimentar normal, pelo que devem ter uma avaliação de segurança relativamente ao impacto a curto, médio e longo prazo. Os resultados são escassos e muitas vezes controversos o que não assegura o consumo continuado sem risco. Por outro lado, os potenciais efeitos secundários são suficientemente perigosos em relação a um benefício que ainda não foi provado.

Sobre o consumo da soja, tem sido estudado o efeito das isoflavonas cuja soja contem a maior quantidade, e a avaliação de risco em tumores hormono-dependentes e sobre a actividade

O leite é um alimento completo para o bebé. No entanto também se pode dizer que preenche grande parte das necessidades do adulto. // P. 13

Algumas vozes que falam contra o leite dizem que, nos outros animais, nenhum mamífero adulto recorre ao leite como alimento. Esse é um raciocínio simplista. A verdade é que nenhum dos outros mamíferos (salvo os animais domésticos) foi capaz de, através de melhores condições sanitárias e de combate às infecções através dos antibióticos,

com pouca ou quase nenhuma gordura, faz do leite e dos iogurtes alimentos com muito valor nutritivo, mas baixos em calorias. Por outro lado dão saciedade e não provocam fome de ressaca uma hora a hora e meia depois, como acontece com os alimentos que sendo ricos em açúcar resultam num pico glicémico alto.

aumentar a esperança de vida como o fez o ser humano. Em Portugal, há um século, a esperança de vida era metade da actual. Com esse panorama, o problema da osteoporose da segunda metade da vida actual, quase não existia. Morria-se antes de tuberculose, pneumonias, “febres intestinais”. E a verdade é que, sobretudo nos centros urbanos, o leite era um bem escasso, que se reservava para as crianças, se e quando possível.

Intolerância ao leite?

O leite contém duas substâncias muito importantes para a vida – as proteínas, o cálcio e as vitaminas para que seja correctamente absorvido. Tudo de uma forma natural. As proteínas fazem parte da estrutura do nosso corpo, são o cimento, os tijolos. As proteínas de origem animal, como é o caso das do leite, são completas em aminoácidos essenciais, ou seja aqueles que o nosso corpo não consegue sintetizar por si próprio e tem que ir buscar à alimentação. Em relação ao cálcio é o alimento mais rico. Claro que há outros alimentos que contêm cálcio, como a couve galega mas temos que comer 100 gr de couve galega cosida e bem escorrida para obtermos a mesma quantidade de cálcio ou um pouco menos do que com 1 copo de leite. E é complicado andarmos a comer couve galega três vezes por dia, ao passo que é fácil ingerir lacticínios três vezes por dia. O leite tem ainda fósforo, magnésio e potássio. É importante notar que em relação a estas substâncias – proteínas, cálcio, fósforo e magnésio – o conteúdo é o mesmo no leite gordo, meio-gordo ou magro. Estes só diferem na percentagem de gordura. Esta possibilidade de ingerir leite meio gordo ou magro, mantendo as suas qualidades nutricionais faz do leite e do iogurte alimentos excelentes para um regime de emagrecimento, pois são alimentos com pouca densidade calórica e ideais para os lanches ou snacks intercalares. O facto de terem hidratos de carbono em pequena quantidade e poderem ser produzidos

Coloca-se também o problema da moda da “intolerância” ao leite que passou a ser epidemia… Ora só tem intolerância ao leite quem não tiver uma enzima, que é a lactase, para desdobrar a lactose, o açúcar do leite. Na origem dos povos que foram migrando na Europa e no mundo houve os que se dedicaram ao pastoreio, enquanto outros ainda viviam da caça, da pesca e da colheita de frutos e sementes. Os povos do pastoreio foram sendo selecionados como bons aproveitadores de leite e portanto portadores da lactase. Entre os outros essa selecção não se deu nem foi necessária. E os povos foram-se misturando … Por isso alguns seres humanos ainda não têm lactase suficiente e por isso têm intolerância à lactose. É fácil saber se há intolerância porque há um teste que se realiza, idêntico ao da tolerância à glicose para ver se uma pessoa é diabética. E assim se tiram dúvidas, e modas… E para quem tem mesmo intolerância à lactose, pode recorrer aos iogurtes, porque nesses a lactose transforma-se em ácido láctico e deixa de estar presente. O que não podemos é deixar substituir o leite por líquidos a imitar leite. A bem da nossa saúde. A produção do nosso leite e derivados nacionais deve ser incentivada. E devemos estar atentos em relação ao Tratado Transatlântico (TTIP). Vêm aí produtos dos EUA que irão abafar a nossa pequena economia.

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Maneio da Vaca, A Sua Importância … O maneio da vaca pode influenciar diretamente na produção de leite, qualidade do leite, composição do leite, causar claudicação eficiência da ordenha e o bemestar geral do animal. Os operários da exploração interagem diretamente com as vacas pelo menos duas vezes ao dia, quando as vacas são deslocadas para dentro e fora da sala. Porém, mesmo sabendo-se da frequência e do efeito da interação diária na produtividade da vaca , muitas vezes se negligencia o maneio adequado da vaca.

Para vermos o valor do maneio adequado da vaca....vamos falar de dinheiro e de sensibilidade!

De acordo com o artigo da publicação Progressive Dairyman escrito pelo Especialista de Extensão Rural em Produção de Leite Dr. Mireille Chahine, da Universidade de Idaho, EUA, o Maneio das Vacas de forma incorreta têm um aumento de 70 por cento do leite residual (o leite que é deixado no úbere após a ordenha), o que significa uma redução na produção total de leite. Além disto, o leite residual e o leite extraído no final da ordenha geralmente contêm quatro vezes mais gordura que o leite extraído no início da ordenha. Desta forma, o aumento do volume de leite residual consequentemente reduzirá o percentual de gordura no leite, além de diminuir a sua produção.

•Geralmente fica 10 a 15 por cento de leite retido no úbere numa situação normal, sem stress. Isto significa que uma vaca que produza 30 litros de leite por dia , ficam cerca de 3 litros de leite residual no seu úbere.

O Maneio das Vacas com agressividade, faz com que estas defequem com uma frequência seis vezes maior, o que tem um Impacto negativo na limpeza do úbere e na

qualidade do leite. As vacas stressadas ficam mais agitadas, podendo refletir numa queda significativa na produtividade da ordenha (pode demorar o dobro do tempo para as vacas entrarem na sala) e num aumento dos tempos de ordenha, expondo mais as vacas e os operários ao risco de ferimentos. Além disto, o Dr. Jan Shearer, um especialista em patas de bovinos, acredita que, quando as vacas são conduzidas apressadamente até ao parque de espera, o numero de animais com claudicação aumenta o Maneio adequado da vaca, dentro e fora da sala de ordenha, é essencial para se atingir os objetivos de desempenho na ordenha. E, assim como os procedimentos de ordenha apropriados, as técnicas de maneio da vaca devem estar presentes no programa de toda a Exploração Leiteira.

O maneio da vaca pode influenciar diretamente na produção de leite, qualidade do leite, composição do leite, causar claudicação eficiência da ordenha e o bem-estar geral do animal. Os operários da exploração interagem diretamente com as vacas pelo menos duas vezes ao dia, quando as vacas são deslocadas para dentro e fora da sala. Porém, mesmo sabendo-se da frequência e do efeito da interação diária na produtividade da vaca , muitas vezes se negligencia o maneio adequado da vaca. Pub.

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•Sabemos que há um aumento de 70 por cento do leite residual, quando as vacas são tratadas de forma inadequada.

• Se este número aumentar em 70 por cento (ou até 5,5 litros), a vaca vai produzir 2,5 litros de leite a menos todos os dia. • Para uma lactação de 305 dias/ano, isto resulta numa perda aproximada de 760 litros/ ano/vaca. Para um efetivo de 200 vacas em produção, seria uma perda de cerca de 40 000 euros/ano (dependendo do preço do leite). • Mesmo que somente 20 por cento do maneio das vacas tenha sido de forma incorreta e tenham desenvolvido medo de humanos , os números são de qualquer forma assustadores. Para um efetivo de 200 vacas em produção, seria uma perda de cerca de 8 000 euros/ano (dependendo do preço do leite). • E, estes cálculos nem sequer levam em consideração o tempo perdido na sala de ordenha, a diminuição do teor de gordura no leite, e/ou o aumento dos gastos com os tratamentos das caludicações.

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Vale a Pena Fazer o Maneio Adequado da Vaca!

Fonte: Progressive Dairyman, July 2006, Dr. Mireille Chahine, Extension Dairy Specialist, University of Idaho.

Qual o Efeito do Maneio Inadequado da Vaca no Processo de Ordenha? Uma Só Palavra: Ordenhar uma vaca é o processo de Tirar o leite que ela deseja fornecer; é basicamente um processo fisiológico. Por este motivo, quanto mais entender-mos a vaca, e com o maneio de forma adequada, mais êxito (ou leite) se obterá durante o processo de ordenha. As vacas precisam estar num ambiente calmo e tranquilo para maximizar a descida do leite. De fato, o processo de ordenha para as vacas inicia realmente quando chegam às instalações, quando são trazidas para a sala de ordenha. Se está tudo bem, as vacas permanecem calmas no parque de espera, entram com disposição na sala de ordenha, recebem os procedimentos préordenha e a estimulação manual adequados, que fazem com que o leite desça rápida e confortavelmente, da forma mais eficiente possível. Este ambiente externo ideal permite que a fisiologia interna da vaca funcione de forma perfeita. Os sons da sala e os procedimentos de pré-ordenha enviam sinais ao cérebro da vaca para libertar ocitocina, a hormorna da descida do leite. A hormona ocitocina desloca-se do cérebro ao úbere, enviando um sinal às células produtoras de leite para se contraírem, expelindo o leite.

Adrenalina

Contudo, o processo de descida do leite pode ser significantemente afetado se o maneio davaca for agressivo. Quando a vaca está stressada, uma segunda hormona, que se chama adrenalina, é libertada na corrente sanguínea da vaca. A adrenalina contrai os vasos sanguíneos e bloqueia a hormona da descida do leite, ocitocina, reduzindo ou impedindo o fluxo de leite por 20 - 30 minutos. O stress pode ser provocado por fatores óbvios, como gritos, espancamento e barulhos altos. Porém, as vacas podem também se sentir stressadas quando alguma coisa diferente acontece ou há uma mudança no ambiente ou nos procedimentos normais (lembre-se de que as vacas são criaturas de hábito, que gostam de rotina). Além disto, as vacas podem ficar stressadas simplesmente por estarem com medo do processo de ordenha ou por reconhecerem um ordenhador agressivo, relembrando um incidente negativo do passado. É muito importante evitar o comportamento agressivo com vacas, mas é especialmente importante que se faça isto no momento da ordenha. As pessoas têm uma grande influência no stress das vacas, e é realmente verdade que ordenhadores e operários calmos deixam as vacas calmas e alegres. E, vacas calmas e alegres dão mais lucro

Efeitos na Descida do Leite

Maneio Adequado da Vaca = Boa Descida do Leite A estimulação do úbere envia sinais ao cérebro para libertar ocitocina. A ocitocina viaja ao úbere para sinalizar a descida do leite.

Maneio Inadequado da Vaca = Má Descida do Leite Se as vacas ficam stressadas, elas liberam uma hormona que se chama adrenalina. A adrenalina bloqueia o efeito da ocitocina e a descida do leite é interrompida. // P. 17

Alimentação da vaca em pré-partos

A

evolução genética da vaca leiteira tem evoluído aceleradamente no sentido da obtenção de animais produtores de enormes quantidades de leite. Hoje em dia, ao contrário do que acontecia há meia dúzia de anos atrás, é facílimo encontrar novilhas com picos de 40 litros ou mais. Contudo, parece também ser verdade, que os problemas metabólicos no peri-parto aumentaram. Não há dúvida que os problemas ocorridos após o parto (hipocalcémia, retenção da placenta, metrite, cetose, depressão do apetite, etc), são fatores determinantes da produtividade, estado sanitário e obviamente da rentabilidade. Uma das principais áreas de preocupação nas vacas em transição para o parto é a nutrição e em particular, a energia. Os animais veem de um período em que as necessidades energéticas são baixas (vaca seca), passando bruscamente no parto, para uma situação em que a demanda energética para a produção de leite é elevada. A título de exemplo, a necessidade em energia de uma vaca que esteja a produzir 25 litros de leite 48 horas após o parto é cerca do dobro da necessidade que tinha dois dias antes do parto. Sem dúvida uma enorme alteração em apenas quatro dias. Sabe-se que o défice em energia e proteína contribuem para a supressão do sistema imunitário. Por esta razão é imperioso minimizar o défice energético a seguir ao parto. A principal fonte de energia da vaca provém dos ácidos gordos voláteis (AGV) produzidos pela fermentação ruminal dos carbohidratos e absorvidos pelas papilas ruminais. Por seu lado, os AGV contribuem para o desenvolvimento das papilas

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permitindo assim uma maior superfície de absorção, logo, uma maior disponibilidade de energia para o animal. Uma dieta baixa em carbohidratos como é o caso da alimentação das vacas secas, produz poucos AGV ocasionando uma redução no tamanho das papilas. Por outro lado, a fermentação só ocorre em perfeitas condições se houver no rúmen a quantidade necessária de microorganismos. Entre os microorganismos a maior população é constituída por bactérias que se classificam principalmente em celulolíticas (digerem a celulose) e as amilolíticas (digerem o amido). A quantidade e tipo de microorganismos no meio ruminal depende da dieta a que o animal está sujeito. Obviamente numa alimentação rica em fibra e baixa em amido (caso da das vacas secas), encontramos no rúmen uma dominância das bactérias celulolíticas em detrimento das amilolíticas. Duas alterações metabólicas ocorrem na vaca a seguir ao parto, relativas à necessidade energética: O fígado começa a produzir grande quantidade de glucose para suprimir as necessidades do leite em lactose. As vacas têm pouca capacidade de absorver a glucose diretamente do trato digestivo, pelo que a maior parte tem de ser sintetizada no fígado. A vaca começa a mobilizar a gordura corporal de reserva (NEFA) para satisfazer a necessidade em energia. Esta gordura vai diretamente para o fígado onde é metabolizada em glucose. Se a quantidade de gordura que chega ao fígado for superior à capacidade de metabolização, esta começa a acumular-se nas células hepáticas provocando o fígado gordo ou é eliminada como corpos cetónicos, causando cetose. Quanto maior for o défice energético do animal após o parto, maior a mobilização de gordura e maior sobrecarga para o fígado.

O enfoque na energia Como se viu anteriormente, o défice em energia pode ser agravado por diverso fatores, entre eles: - Potencial genético do animal. Quanto maior a produção de leite, maior a necessidade energética. - Baixa ingestão após o parto. Normal em todos os animais, mas agravado se o rúmen não estiver preparado e houver sobrecarga hepática. - Baixa capacidade de fermentação ruminal, pela quantidade e tipo de bactérias presentes e capacidade de absorção dos AGV pelo tamanho das papilas ruminais (pouca energia absorvida). - Problemas metabólicos no peri-parto

- Proporcionar uma transição suave de um regime celulose/ carbohidratos (vaca seca) para um regime carbohidratos/ celulose (vaca em produção). - A adaptação e desenvolvimento das bactérias ruminais ao regime alimentar de produção. De notar que as bactérias necessitam aproximadamente de 2 a 3 semanas para se desenvolverem. - Provocar o crescimento das papilas do rúmen, para melhor absorção dos AGV, ou seja, mais energia disponível. Abilio Pompeu

- Vacas com condição corporal excessiva ao parto A implementação de um programa alimentar para os animais em pré-parto nas últimas 3 semanas de gestação, contribui para melhores arranques de lactação, picos mais rápidos e elevados, menor ocorrência de cetose, com benefícios evidentes na fertilidade ao permitir:

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FERTINAGRO NUTRIENTES – Grupo TERVALIS A solubilização do Fósforo nos nossos Solos é fundamental para o crescimento vegetal A maioria dos nossos solos tem reservas minerais que as nossas culturas não são capazes de aproveitar, já que estes estão em formas não assimiláveis por parte das plantas. Na FERTINAGRO levamos anos investigando através do nosso departamento de I+D+i para conseguir que esses nutrientes sejam aproveitados, uma dessas formas é através da incorporação de microorganismos, sendo evidente que estes devem ser incorporados de uma forma tal que a sua conservação e multiplicação seja o mais eficiente possível, por isso, estão sendo desenvolvidos produtos ORGÂNICOS para que o efeito da matéria orgânica como melhorante de solos seja um transmissor destes microorganismos. Na natureza existem grandes quantidades de microorganismos com capacidade de solubilizar Fósforos inorgânicos que se encontram no próprio solo em forma de Fosfatos de Cálcio, Ferro ou Alumínio. A forma mais eficiente que têm os microorganismos de levar a cabo esta solubilização é mediante a produção de ácidos orgânicos, como cítricos, acéticos ou glucónicos. Dos três, o ácido glucónico é o mais utilizado pelos microorganismos posto que é o mais potente e possui, para além disso uma grande capacidade como quelatante de metais como o Ferro. A Fertinagro Nutrientes tem desenvolvido técnicas de Genética Molecular que nos permitem quantificar a presença deste tipo de microorganismos nas nossas matérias-primas (estrumes). Mediante ensaios de PCR Quantitativa a Tempo Real buscamos a quantidade de microorganismos (dentro de uma matéria primaestrume) que possua a informação necessária no seu ADN para produzir a enzima que sintetiza o ácido glucónico. Esses serão os microorganismos capazes de solubilizar o Fósforo. Quantos mais microorganismos tenham a informação que lhes permita produzir ácido glucónico, mais alto será o potencial de solubilização de fósforo da matéria que estamos estudando. A Fertinagro desenvolveu, através desta nova técnica de seguimento, novos processos de produção de Matéria Orgânica, mediante a optimização do processo de Fermentação em Estado Sólido, tendo-se conseguido aumentar o potencial de solubilização de Fósforo. Num processo paralelo, a Fertinagro conseguiu incorporar directamente nas suas matérias primas microorganismos solubilizadores de fósforo aumentando ainda mais esse potencial. Toni Pérez, responsável de produtos orgânicos [email protected]

Artigo adaptado por: Henrique César Moreira, Director Zona Norte/Centro da Fertinagro Portugal

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Flash Inspecção Obrigatória de Equipamentos de Aplicação de Produtos Fitofarmacêuticos. Ao abrigo do Decreto-Lei n.º 86/2010, que entrou em vigor a 15 de julho de 2010,é obrigatória a inspecção de equipamentos de aplicação de produtos fitofarmacêuticos. O referido Decreto-Lei estabelece prazos e periodicidade para os equipamentos: 1.A partir de 26 de novembro de 2016 só podem ser utilizados equipamentos de aplicação de produtos fitofarmacêuticos que tenham sido aprovados em inspecção; 2. Até 31 de dezembro de 2019 os equipamentos de aplicação de produtos fitofarmacêuticos devem ser inspeccionados e aprovados de 5 em 5 anos; 3.A partir de 1 de janeiro de 2020 os equipamentos de aplicação de produtos fitofarmacêuticos devem ser inspeccionados e aprovados de 3 em 3 anos; 4. Os equipamentos novos de aplicação de produtos fitofarmacêuticos, adquiridos a partir de 16 de outubro de 2010, devem ser sujeitos à primeira inspeção e aprovação, no prazo de 5 ou 3 anos, após a data de aquisição, em conformidade com o disposto nos números 2 e 3.

Recomendação da Assembleia da República Relativa à Defesa de Medidas Comunitárias adicionais para a Bovinicultura de Leite Divulga-se Resolução da Assembleia da República n.º 21/2016, que recomenda ao Governo a defesa de medidas comunitárias adicionais para a bovinicultura de leite: A Assembleia da República resolve, nos termos do disposto do n.º 5 do artigo 166.º da Constituição,recomendar ao Governo que inste a União Europeia a: 1 - Adequar instrumentos de intervenção de modo a compensar efetivamente a perda de rendimento dos produtores de leite, designadamente através do reforço da intervenção pública,enquanto mecanismo de regulação da oferta, com o aumento do preço de intervenção do leite em pó desnatado durante um período limitado de tempo. 2 - Estabelecer medidas adicionais de prevenção e de crise em função dos desequilíbrios de mercado.

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