BLOQUEIO ATRIOVENTRICULAR TOTAL (BAVT): RELATO DE CASO

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde AUTORES: Alexandre Ricardo Abdel Fattah Martini, Augusto Riedel...
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Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde AUTORES: Alexandre Ricardo Abdel Fattah Martini, Augusto Riedel Abrahão, Carolina Ando Matsuno, Lucas Deperon Toldo

BLOQUEIO ATRIOVENTRICULAR TOTAL (BAVT): RELATO DE CASO

Sorocaba/São Paulo 17/08/2012

AUTORES: Alexandre Ricardo Abdel Fattah Martini, Augusto Riedel Abrahão, Carolina Ando Matsuno, Lucas Deperon Toldo

BLOQUEIO ATRIOVENTRICULAR TOTAL (BAVT): RELATO DE CASO

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Sorocaba/São Paulo 17/08/2012

RESUMO

OBJETIVO: Descrever o de Bloqueio Atrioventricular Total (BAVT) em paciente praticante de atividades física. INTRODUÇÃO: O bloqueio atrioventricular é definido pelo atraso ou interrupção na condução do estímulo cardíaco entre os átrios e ventrículos podendo ser incompleto (1º e 2º grau) ou total (3º grau ou BAVT). No BAVT há uma assincronia entre a atividade atrial e ventricular e ocorre uma bradicardia importante. CASO: Paciente 27 anos, masculino, Policial Militar. Encaminhado por diagnóstico de bloqueio atrioventricular total (BAVT), em uma consulta de rotina. Paciente nega síncopes, tonturas, dispnéia, precordialgia ou palpitação. É praticante de exercício físico frequentes. Foi afastado das atividades policiais externas, gerando período de depressão. Nega doenças prévias pessoais e familiares. Ao exame físico, corado, acianótico e eupneico, a ausculta cardíaca é arrítmica com “bulha em canhão” e FC= 31bpm PA=120X80mmHg. Ecocardiograma: dilatação leve do ventrículo esquerdo.

Teste de Esforço: aumento na FC de 37 para 148 bpm, com regressão

progressiva na recuperação. Holter: pausa de resposta ventricular de até 7,1 segundos durante o sono. Frequência cardíaca mínima:24bpm, média: 37bpm e máxima: 94 bpm. Eletrocardiograma: dissociação atrioventricular. DISCUSSÃO: No BAVT congênito, o estímulo ventricular é alto, próximo da junção AV, com QRS estreito e graus variáveis de resposta simpática, e pode manter o paciente assintomático por anos. A etiologia e mecanismo da lesão do sistema de condução parecem estar associados à colagenoses materna e devido à transferência transplacentária de auto-anticorpos maternos. Palavras-chave: atrioventricular

Bloqueio

atrioventricular

total

(BAVT),

arritmias

cardíacas,

dissociação

Sumário

1 Introdução ............................................................................................................................................ 4 2 Caso ...................................................................................................................................................... 4 3 Discussão e Conclusões ........................................................................................................................ 5 ANEXOS ................................................................................................................................................... 6 ANEXO 1 .............................................................................................................................................. 6 ANEXO 2 .............................................................................................................................................. 7 ANEXO 3 .............................................................................................................................................. 8 ANEXO 4 .............................................................................................................................................. 9 REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................... 10

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1 Introdução O conhecimento sobre os bloqueios atrioventriculares (BAV) surgiu a partir dos estudos de Robert Adams (1827) e William Stokes (1846), e posteriormente com trabalhos mais detalhados de Wenchbach (1899). O bloqueio atrioventricular é definido pelo atraso ou interrupção na condução do estímulo cardíaco entre os átrios e ventrículos. Tal bloqueio pode ser incompleto (1º e 2º grau) ou completo (3º grau). A classificação varia conforme a relação existente entre a onda de ativação atrial (P) e as ondas de ativação ventricular (QRS), encontradas no eletrocardiograma.

2 Caso Paciente D.F., 27 anos, masculino, solteiro, natural e procedente de Sorocaba, Policial Militar. Veio encaminhado para o serviço especializado por diagnóstico de bloqueio atrioventricular total (BAVT), em uma consulta de rotina. Paciente nega síncopes, tonturas, dispnéia, precordialgia ou palpitação. É praticante de exercício físico com frequência tanto no trabalho, como no lazer. Desde então, foi afastado das atividades policiais externas, gerando período de depressão intensa. Paciente nega doenças prévias. Na família, nega DM, HAS, IAM ou morte súbita. Nega etilismo e tabagismo ou uso de drogas ilícitas. Ao exame físico, paciente corado, hidratado, acianótico e eupneico, a ausculta cardíaca é arrítmica com presença de “bulha em canhão” com FC= 31bpm e PA=120X80mmHg. Realizou Holter em 27/08/2011, e identificado uma pausa de resposta ventricular de até 7,1 segundos durante o sono. A frequência cardíaca mínima foi de 24bpm, média de 37bpm e máxima de 94 bpm. O ecocardiograma realizado em 17/08/2011 indicou dilatação leve do ventrículo esquerdo (VE). Sendo, VE=57X33mm; FE= 0,69; Ao= 33mm; AE=36mm; Septo=10mm Ao teste de esforço em 18/08/2011, foi encontrado um aumento na FC de 37 para 148 bpm, com regressão progressiva na recuperação. Foram realizados três (3) eletrocardiogramas. No primeiro (ANEXO 1, 2), em 12/09/2011, foi encontrado um ritmo de bloqueio atrioventricular se segundo grau tipo 2 (intervalo PR é constante nos batimentos conduzidos e não há encurtamento do intercalo PR após a onda P bloqueada). No caso a condução está se processando 1:1, ou seja, uma onda P conduzida e uma onda P bloqueada. A freqüência cardíaca está muito baixa, portanto é um eletrocardiograma anormal com uma bradiarritmia. No segundo (ANEXO 3), em 01/06/2012 , também ocorre bradiarritmia. Há dissociação entre os batimentos atriais e ventriculares é a característica do BAVT. Os complexos QRS mantém uma ritmicidade e tem duração normal (