ALINE BONFADA GRELLMANN

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, CONTÁBEIS, ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

ALINE BONFADA GRELLMANN

ANALISE DA RENTABILIDADE DAS EMPRESAS LISTADAS NO ÍNDICE DE SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL EM RELAÇÃO A EMPRESAS LISTADAS NA BM&FBOVESPA

IJUÍ (RS) 2017

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ALINE BONFADA GRELLMANN

ANALISE DA RENTABILIDADE DAS EMPRESAS LISTADAS NO ÍNDICE DE SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL EM RELAÇÃO A EMPRESAS LISTADAS NA BM&FBOVESPA

Trabalho de conclusão do curso apresentado no DACEC - Curso de Ciências Contábeis da UNIJUÍ, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.

Profª Orientadora: Me. ROSELAINE FILIPIN

Ijuí (RS), Julho, 2017

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Já tentou. Já falhou. Não importa. Tente novamente. Falhe de novo. Falhe melhor. (Samuel Beckett Worstward Ho, 1983)

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RESUMO

A complexidade dos negócios oriunda da globalização da economia e da conscientização da sociedade, obriga as empresas à formularem estratégias diferenciadas para o desenvolvimento social, econômico e ambiental, a fim de incrementar lucros e oportunidades de desenvolvimento. O objetivo deste trabalho foi identificar a relação existente entre os indicadores de rentabilidade das empresas listadas no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) em relação aos indicadores das empresas listadas na BM&FBovespa. A relação de dependência econômico-financeira das empresas, caracteriza esta pesquisa como descritiva, desenvolvida por meio de uma investigação bibliográfica e documental, com abordagem quantitativa no que se refere à análise dos elementos. Por meio da análise dos índices e do método da estatística descritiva, analisou-se os dados de 209 empresas, que integram as listas Índice de Sustentabilidade Empresarial do ano de 2015 e 2016, Nível 1, Nível 2 e Novo Mercado da BM&FBovespa e constatou-se que as empresas integrantes do Índice de Sustentabilidade apresentam melhores indicadores de rentabilidade em relação as empresas da BM&FBovespa, atestando as hipóteses sugeridas pela teoria e evidenciando que empresas com preocupações éticas e sustentáveis, diferenciam-se não só em termos de qualidade, nível de compromisso e transparência como também em desempenho econômico financeiro. Palavras chave: Contabilidade; Índice de Sustentabilidade Empresarial; Rentabilidade.

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

AA – Account Ability AHP – Analytic Hierarchy Process BM&FBOVESPA – Bolsa de Mercados e Futuros e Bolsa de Valores de São Paulo CISE – Conselho Deliberativo do Índice de Sustentabilidade Empresarial CV – Coeficiente de Variação CVM – Comissão de Valores Mobiliários DFC – Demonstração dos Fluxos de Caixa DJSI – Dow Jones Sustentability Indexes DLPA – Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados DMPL – Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido DP – Desvio Padrão DRE – Demonstração do Resultado do Exercício DS – Desenvolvimento Sustentável DRA – Demonstração do Resultado Abrangente DVA – Demonstração do Valor Adicionado EAESP-FGV – Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas GRI – Global Reporting Initiativegri IAS – International Accounting Standars IASB – International Accounting Standars Board IBASE – Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas IFRS – International Financial Reporting Standards ISE – Índice de Sustentabilidade Empresarial ISO – International Organisation for Standardisation ISR – Investimento Social Responsavél NBC TG – Norma Brasileira de Contabilidade Técnica Geral ONU – Organização das Nações Unidas ROA – Return On Assets (Retorno sobre Ativos) ROE – Returnon Equity (Retorno sobre Patrimônio Líquido)

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RSC – Responsabilidade Social Corporativa SA – Social Accontability

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Indicadores de Rentabilidade - Lista ISE 2015 ............................... 39 Tabela 2 - Indicadores de Rentabilidade - Lista ISE 2016 ............................... 40 Tabela 3 - Indicadores de Rentabilidade - Lista Nível 1 ................................... 42 Tabela 4 - Indicadores de Rentabilidade - Lista Nível 2 ................................... 43 Tabela 5 - Indicadores de Rentabilidade - Lista Novo Mercado ....................... 44 Tabela 6 – Estatística Descritiva ...................................................................... 47

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SUMÁRIO

1

INTRODUÇÃO .............................................................................................. 9

1.1

DEFINIÇÃO DO TEMA EM ESTUDO ......................................................... 10

1.2

PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA ............................................................... 12

1.3

OBJETIVOS ................................................................................................ 15

1.3.1 Objetivo geral ............................................................................................ 15 1.3.2 Objetivos específicos................................................................................ 15 1.4

JUSTIFICATIVA .......................................................................................... 15

2

REFERÊNCIAL TEÓRICO ......................................................................... 17

2.1

CONTABILIDADE ....................................................................................... 17

2.1.1 Balanço Patrimonial .................................................................................. 19 2.1.2 Demonstração do Resultado do Exercício.............................................. 20 2.1.3 Demonstração do Resultado Abrangente ............................................... 21 2.1.4 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido ............................ 22 2.1.5 Demonstração dos Fluxos de Caixa ........................................................ 22 2.1.6 Demonstração do Valor adicionado ........................................................ 22 2.1.7 Notas explicativas ..................................................................................... 23 2.2

CONTABILIDADE AMBIENTAL E SOCIAL ................................................. 24

2.2.1 Ativos Ambientais ..................................................................................... 26 2.2.2 Passivos Ambientais................................................................................. 26 2.2.3 Receitas Ambientais ................................................................................. 27 2.2.4 Despesas Ambientais e Custos Ambientais ........................................... 27 2.3

ÍNDICE DE SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL (ISE) .......................... 28

2.4

INDICADORES FINANCEIROS .................................................................. 30

2.5

RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA (RSC) ............................ 31

3

METODOLOGIA DO ESTUDO ................................................................... 34

3.1

CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA .............................................................. 34

3.1.1 Quanto a natureza ..................................................................................... 34 3.1.2 Quanto aos objetivos ................................................................................ 34 3.1.3 Quanto aos procedimentos ...................................................................... 34 3.1.4 Quanto a abordagem................................................................................. 35

8

3.2

UNIVERSO E AMOSTRA............................................................................ 35

3.3

COLETA DE DADOS .................................................................................. 38

4

ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ........................................... 39

4.1

ANÁLISE ESTATÍSTICA ............................................................................. 47

5

CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................ 50 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................... 52

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1 INTRODUÇÃO

A globalização da economia torna evidente que nenhuma organização consegue obter sucesso sozinha (FISCHER, 2002). O contexto social, no qual as empresas estão inseridas envolve diversos stakeholders, estes entendidos como grupos ou indivíduos com os quais a organização interage ou possui interdependência, ou seja, qualquer indivíduo ou grupo que pode afetar ou ser afetado por ações, decisões, políticas, práticas ou objetivos alcançados pela organização (TEIXEIRA; MAZZON, 2000). Os acionistas se preocupam em obter melhores resultados econômicos em menor tempo possível, porem a crescente conscientização da sociedade moderna exige um desenvolvimento econômico mais humano e social, e direciona as empresas a um novo modelo de gestão. Esse modelo tende a considerar os investimentos nos aspectos socioambientais, em contrapartida aos impactos que as mesmas causam no ambiente em que estão inseridas (BERTAGOLLI; OTT; DAMACENA 2006, MATOS et al., 2016). Para Macedo, Souza e Souza (2008), as empresas passam a ter a necessidade de se preocuparem quanto ao uso de práticas responsáveis, entretanto, a questão principal é se o investimento aplicado gera lucro para elas, ou se os benefícios gerados são somente para a sociedade. As discussões sobre a responsabilidade social corporativa não são recentes. Vários estudos, nacionais e internacionais, como por exemplo, Nossa (2002), Nelling e Webb (2009), Souza (2010) e Aggarwal (2013), já discutiram o assunto dando-lhes diversas abordagens metodológicas, fundamentando em teorias que buscam explicar, da forma mais eficiente possível, as razões e as motivações para o desenvolvimento das práticas de responsabilidade social e ambiental coorporativa. Conforme Figueiredo e Araújo (2016) os estudos realizados sobre desempenho

financeiro

de

investimentos

socialmente

responsáveis

apresentam vários resultados que, em sua maioria, indicam evidências de desempenho financeiro superior entre empresas socialmente responsáveis em relação àquelas que não adotam tais práticas. Entretanto, os resultados

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empíricos não são conclusivos e consensuais, carecendo este tema de estudos detalhados

que

investiguem

a

relação

entre

esses

dois

quesitos,

principalmente em nível de mercado brasileiro, que ainda apresentam fragilidade e inconsistências. A relação entre responsabilidade social corporativa e rentabilidade ainda é muito fragmentada e, portanto, generalizações ainda não são possíveis (ORLITZKY; SCHMIDT; RYNES, 2003). Da mesma forma, ainda existe dissenso entre os especialistas no que tange o conceito de sustentabilidade, também não há uma única maneira de mensurar a sustentabilidade empresarial (LOPEZ; GARCIA; RODRIGUES, 2007). Deste modo, o trabalho está estruturado em capítulos, onde parte-se da definição do tema de estudo, problematização e definição dos objetivos, bem como a respectiva justificativa. No capítulo 2 é apresentado, o posicionamento e as contribuições encontradas na literatura sobre Contabilidade, Contabilidade ambiental e social, Índice de sustentabilidade empresarial (ISE), Indicadores financeiros e Responsabilidade social corporativa (RSC). O capítulo 3 comtempla os procedimentos metodológicos utilizados no desenvolvimento da pesquisa, seguido do capítulo 4, onde é apresentado a análise dos dados e os resultados obtidos. Por fim no último capítulo evidencia-se as conclusões e considerações finais do presente estudo.

1.1 DEFINIÇÃO DO TEMA EM ESTUDO

O papel da contabilidade segundo Monteiro e Ferreira (2007), é evidenciar as informações sobre os fatos internos ou externos, que possam afetar o meio ambiente e o patrimônio das empresas. A evidenciação dessas informações está em consonância com os princípios de responsabilidade social corporativa, que preza pela ética na conduta dos interesses, a transparência no relacionamento com os stakeholders e o compromisso da empresa com o desenvolvimento sustentável. Souza, Rásia e Jacques (2010) corroboram que é necessário evidenciar as informações ambientais e sociais nos relatórios contábeis, pois elas impactam na situação econômica e financeira da empresa, bem como

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transmitem uma imagem positiva perante o mercado de capitais, clientes, fornecedores e à sociedade. As discussões que envolvem questões ambientais não são hodiernas, no entanto, foi só a partir da década de 1960 que a pauta passou a ter maior ênfase, e desde então, passou-se a realizar encontros em âmbito mundial para debater o assunto. Tais discussões culminaram na implementação de algumas normas, como a SA 8000 (Social Accontability 8000), a AA1000 (Accountability 1000) e a ISO 14000 (International Organization for Standadization 14000), que buscam

normatizar

a

prática

da

responsabilidade

social

corporativa

(FERREIRA, 2003). A alteração da Lei 6.404/76, por meio da Lei 11.638, aprovada em 28 de dezembro de 2007, introduziu importantes conceitos do direito societário, tendo sido adaptados conceitos legais bastante utilizados em economias mais desenvolvidas alinhando, também, a normatização brasileira às legislações dos Estados Unidos e de países da Europa. Foram trazidas inovações tanto para as

Demonstrações

Contábeis,

quanto

para

os

Princípios

Contábeis

estabelecidos. Visou, dentre outras coisas, melhorar a relevância, a confiabilidade e a comparabilidade das informações divulgadas (SAIKI; ANTUNES, 2010). Deste modo, a contabilidade societária é uma ferramenta que busca satisfazer os interesses dos acionistas, apresentando demonstrações e relatórios que possibilitem a análise do retorno do investimento social (geração de riqueza). Tanto os acionistas atuais, como os futuros investidores potenciais, utilizam-se da estrutura patrimonial e dos resultados que as companhias divulgam nos tradicionais meios de comunicação para tomarem decisões quanto à continuidade ou início do investimento (OLIVEIRA; MACEDO, 2009). Consequentemente, esta nova abordagem traz impactos substanciais para a profissão contábil, visto que com o advento da contabilidade societária passa-se a exigir maior capacidade de reflexão e julgamento do profissional contábil.

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1.2 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA

Usualmente, as empresas têm demonstrado seu compromisso social por meio de diversos recursos, que vão desde campanhas de marketing até a divulgação de relatórios de ações sociais e ambientais, passando pela criação de departamentos para gerir as questões socioambientais. Dos relatórios que são usados destacam-se o Balanço Social, a Demonstração do Valor Adicionado (DVA) e os relatórios ambientais (MONTEIRO; FERREIRA, 2007). Conforme esclarecem Iudícibus, Martins e Gelbcke (2007) o Balanço Social é uma demonstração que tem como finalidade tornar pública a posição da responsabilidade social das organizações. O principal objetivo desta demonstração contábil é evidenciar a divulgação de informações sobre o desempenho econômico e financeiro das companhias, bem como o retorno econômico e social em benefício da sociedade. Ela fornece dados aos usuários da informação contábil, quanto a (1) geração e distribuição de riqueza; (2) qualidade de vida nas organizações; (3) promoção humana dos funcionários; (4) postura das empresas em relação ao meio ambiente e à própria comunidade. No entanto, não há normas especificas que regulamentem a evidenciação das informações de cunho social e ambiental no Brasil, entretanto existem modelos de Balanço Social que foram sugeridos pelo Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas – IBASE, além do modelo do Global Reporting Initiativegri (GRI). Com o advento da Lei nº 11.638/2007 tornou-se obrigatória a elaboração e divulgação da Demonstração de Valor Adicionado – DVA para as empresas de capital aberto. A DVA informa o valor agregado (vendas – insumos adquiridos de terceiros – retenções) pela empresa à sociedade e como esse valor foi distribuído aos diversos agentes econômicos (acionistas, empregados, governo e financiadores), conforme destacam Consenza (2003) e Tinoco (2010). Freire e Rebouças (2001) destacam que a DVA é um importante componente contábil do balanço social, mas que as informações apresentadas são insuficientes para que a DVA seja considerada um balanço social. O Relatório de Administração constitui outra forma de evidenciação de políticas e ações ambientais. Silva, Rodrigues e Abreu (2007) informam que o

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Relatório da Administração possui grande volume de informações sobre as companhias e são utilizados por acionistas em decisões de investimento. A Comissão de Valores Mobiliários - CVM propõe, em sua Deliberação n° 488, de 03 de outubro de 2005, além das exigências já determinadas pela Lei 6.404/76, a inclusão das seguintes informações no Relatório de Administração: descrição da conjuntura econômica da organização (negócios, produtos, serviços, recursos humanos), análise de desempenho, fontes de recursos e relatórios de custos e outros fatores relacionados a questões ambientais. O artigo 82 desta Deliberação determina ainda que as Notas Explicativas das sociedades de capital aberto devem fornecer informações adicionais que não tenham sido indicadas nas demonstrações contábeis quando estas forem necessárias para uma apresentação adequada. Complementarmente, existe uma ampla literatura que busca verificar os impactos dos investimentos que as empresas fazem para a sociedade. Por exemplo, Figueiredo e Araújo (2016), analisaram os indicadores financeiros referentes aos anos de 2011 a 2013, com o objetivo de avaliar se as empresas que constavam no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) apresentam um desempenho financeiro estatisticamente superior a empresas listadas entre as 500 maiores em receita líquida da revista Melhores e Maiores. Utilizaram o Método Multicritério Analytic Hierarchy Process - AHP para distribuir os pesos aos indicadores e o Borda para realizar o Ranking das empresas e concluíram que em relação ao ranking obtido, as empresas do ISE têm desempenho contábil-financeiro estatisticamente superior, em torno de 5% em todos os anos, em relação as demais. Nossa et al. (2009) estudou a relação entre a responsabilidade social e ambiental com o desempenho financeiro, com empresas selecionadas a partir do ranking da Revista Exame de 2007 com ações negociadas na BMF&Bovespa. Extraíram, para composição da amostra, as empresas com informações disponíveis publicadas no Balanço Social no período de 1999 a 2006. Os resultados apontaram que a performance financeira contábil analisada está sujeita à influência de indicadores sociais internos e externos das empresas. No entanto, verificou-se que não houve relação do ROA

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(Retorno sobre o Ativo) e ROE (Retorno sobre o Patrimônio Líquido), com o indicador ambiental das empresas analisadas. Por sua vez, Rufino e Machado (2017) estudaram a relação de dependência entre a divulgação voluntária social e ambiental e as características rentabilidade, leverage, propriedade acionária e tamanho das empresas de capital aberto listadas na BM&FBovespa, nos períodos de 2010 a 2012. A amostra foi composta pelas 79 empresas com mais ações negociadas em 2012 e que divulgaram ao menos um relatório de sustentabilidade/relatório anual. Os resultados indicaram que a rentabilidade (ROE), a concentração acionária, medido pela participação acionária do principal acionista de empresa, apresentam relação de dependência e correspondência com o índice de divulgação voluntária social. A variável leverage, que mede o nível de endividamentos das empresas, se mostrou independente ao nível de divulgação social e ambiental. A hipótese subjacente é que as empresas que adotam práticas de responsabilidade social que pertencem ao ISE apresentam desempenho financeiro superior àquelas do mesmo setor que não investem nessa área. Conforme Aggarwal (2013) estas empresas apresentam-se mais preparadas para enfrentar os riscos econômicos, sociais e ambientais, tornando-se um atrativo para investidores, e se revelando como os tipos de empresas mais prováveis de gerar valor para o acionista no longo prazo. Sendo assim, elas não só são importantes para a disseminação de um pensamento ecológico integro e ético, como também para investidores que desejam maior lucratividade. Nesse contexto a questão problema é: Qual a relação dos indicadores de rentabilidade das empresas listadas no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) versus empresas listadas na BM&FBovespa?

15

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo geral O objetivo principal deste estudo é analisar a relação existente entre os indicadores

de

rentabilidade

das

Sustentabilidade

Empresarial

(ISE)

empresas versus

listadas

no

empresas

Índice

de

listadas

na

BM&FBovespa.

1.3.2 Objetivos específicos  Revisar a literatura;  Calcular o Retorno sobre os Ativos (ROA) e o Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE) das empresas listadas;  Evidenciar a relação entre desempenho econômico e financeiro das empresas que adotam práticas de responsabilidade social e aquelas que não adotam, utilizando a análise através do ISE.

1.4 JUSTIFICATIVA

Com a instauração do processo de globalização, as informações se propagam à uma velocidade impressionante, de todas as partes e para qualquer lugar do mundo. A conduta das empresas e o modo de se efetivar os negócios

estão

em

processo

de

transformação,

tendo

em

vista

a

conscientização da sociedade perante as questões sociais, tais como: preservação do meio ambiente, melhoria do bem-estar dos funcionários e contribuições para a comunidade e sociedade (MACEDO; SOUZA; SOUZA, 2008). Conforme

Marcondes

e

Barcaji

(2010)

os

investidores

com

preocupações éticas obtêm por meio do Índice de Sustentabilidade Corporativa (ISE) informações relevantes para avaliar as empresas comprometidas com a sustentabilidade empresarial e diferenciá-las em termos de qualidade, nível de

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compromisso, transparência e desempenho, dentre outros fatores importantes para esse tipo de investidor. Concomitantemente, a pesquisa insere a aluna na iniciação de pesquisa cientifica e conforme descreve Rummel (1977) proporciona a estudante a oportunidade de explorar um tópico, numa extensão maior do que poderia ser abrangida no curso comum de instrução além de revelar ao instrutor a proficiência de um estudante. Ainda, corrobora com o objetivo da universidade que é formar indivíduos capazes de buscar conhecimentos e de saber utilizálos, sendo indiscutível a sua relevância para o avanço da área de conhecimento.

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2 REFERÊNCIAL TEÓRICO

2.1 CONTABILIDADE

Uma das ciências mais antigas do mundo, a contabilidade, tem como finalidade quantificar a riqueza humana, ou seja, o patrimônio. Seus primórdios encontram-se enraizados na pré-história, quando o homem primitivo, ao inventariar o número de instrumentos de caça e pesca disponíveis, ao contar seus rebanhos e suas ânforas de bebidas, já a praticava de forma rudimentar (IUDICIBUS, 2000). A invenção da escrita e a representação dos números pode ser considerado um importante marco, tanto para a evolução das civilizações como também da ciência contábil. Logo, é possível localizar os primeiros exemplos completos de contabilidade, já no primeiro milênio antes de Cristo, entre a civilização sumério-babilônica, contudo, a sua evolução foi relativamente lenta até que ocorresse o surgimento da moeda, que representa um instrumento de avaliação da situação patrimonial à medida que as atividades foram desenvolvendo-se em dimensão e em complexidade (IUDICIBUS, 2000). Potencializada como surgimento do capitalismo, seu uso e eficácia vem aumentando com o passar dos séculos, acompanhando a evolução da economia e criando novas técnicas de identificação, mensuração e evidenciação dos eventos econômicos e financeiros os quais causam mutações patrimoniais (IUDICIBUS; 2000). Segundo Ferreira (2003), a contabilidade começou por ser apenas uma técnica de registro de ocorrências das organizações econômicas, conseguindose assim ultrapassar a limitada capacidade de memória dos homens. Iudicibus (2000), destaca que o grau de desenvolvimento das teorias e suas práticas está diretamente associado, na maioria das vezes, ao grau de desenvolvimento comercial, social e institucional das nações. Entretanto, embora a contabilidade seja instrumento eficaz de gestão em qualquer regime (econômico, de mercado ou centralizado), é nas economias de mercado que ela atinge o seu ponto mais alto.

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Sendo assim, a contabilidade é um sistema de informações que tem como objetivo auxiliar no gerenciamento das entidades para que estas possam garantir sua continuidade. Iudícibus e Marion (2000) destacam que o seu objetivo é fornecer informações estruturadas de natureza econômica, financeira e, subsidiariamente, física, de produtividade e social, aos usuários internos e externos à entidade. De acordo com Gomes (2010), a contabilidade tem como objetivo medir os fatos econômicos que afetam uma entidade para fornecer informação relevante, fidedigna, oportuna, compreensível, objetiva e integra. Por sua vez, Ferreira (2003) define contabilidade como a ciência do equilíbrio patrimonial, pois ela preocupa-se com todos os acontecimentos que possam influenciar no patrimônio e por isso os identifica, seleciona, analisa e promove medidas, processos de avaliação e comunicação de dados facilitando a tomada de decisões. Sob a ótica contábil, usuários são as pessoas físicas, jurídicas, órgãos governamentais e demais entidades, que utilizam a Contabilidade para obter informações, se interessam pela situação da empresa e buscam nos instrumentos contábeis suas respostas. Iudícibus (2000, p. 21) apresenta um Quadro esquemático com os usuários da informação contábil: Quadro 1 - Usuário da informação contábil Usuário da Informação Contábil

Meta que Desejaria Maximizar ou Tipo de Informação mais Importante

Acionista Minoritário

fluxo regular de dividendos.

Acionista Majoritário ou com grande participação

fluxo de dividendos, valor de mercado da ação, lucro por ação.

Acionista Preferencial

fluxo de dividendos mínimos ou fixos.

Emprestadores em Geral

geração de fluxos de caixa futuros suficientes para receber de volta o principal mais os juros, com segurança.

Entidades Governamentais

valor adicionado, produtividade, lucro tributável.

Empregados em geral, como assalariados

fluxo de caixa futuro capaz de assegurar bons aumentos ou manutenção de salários, com segurança; liquidez.

Média e Alta Administração

retorno sobre o ativo, retorno sobre o patrimônio líquido; situação de liquidez e endividamento confortáveis.

Fonte: Iudicibus (2000, p. 21)

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Nota-se que cada usuário tem um foco, que se concretiza em uma informação específica, disponibilizada em uma ou mais demonstrações divulgadas. E percebe-se uma evolução constante das demonstrações em prol da transparência e qualidade das informações para os diversos grupos da sociedade. A NBC TG 26 (R4) de 22 de dezembro de 2016, institui que o conjunto

completo

de

demonstrações

contábeis compreende:

balanço

patrimonial; demonstração do resultado do exercício; demonstração do resultado

abrangente;

demonstração

das

mutações

do

patrimônio;

demonstração dos fluxos de caixa; demonstração do valor adicionado e notas explicativas.

2.1.1 Balanço Patrimonial

O Balanço Patrimonial é a representação quantitativa e sintética dos elementos que compõem o patrimônio de uma entidade numa determinada data, revelando sua posição financeira e patrimonial estática (BASSO, 2011). O balanço patrimonial é constituído pelo Ativo, pelo Passivo e pelo Patrimônio Líquido. O ativo compreende as aplicações de recursos representados pelos bens e direitos da entidade. O passivo, os recursos oriundos de terceiros representados pelas obrigações da entidade, decorrentes de sua atividade e de financiamentos obtidos. Por sua vez, o patrimônio líquido é composto dos recursos próprios, cujo valor é representado pela diferença entre o valor do ativo e o valor do passivo (BASSO, 2011; IUDICIBUS, 2000). O artigo 178 da Lei nº 6.404/76, alterado pela Lei 11.941/09, dispõem quanto a classificação das contas no balanço patrimonial: Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia. § 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos: I – ativo circulante; e II – ativo não circulante, composto por ativo realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível. § 2º No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos: I – passivo circulante;

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II – passivo não circulante; e III – patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados. § 3º Os saldos devedores e credores que a companhia não tiver direito de compensar serão classificados separadamente.

Iudícibus (1998) afirma que a grande importância do balanço reside na visão que ele proporciona das aplicações de recursos feitas pela empresa (Ativo) e quantos desses recursos são devidos a terceiros (Passivo). Isso evidencia o nível de endividamento, a liquidez da empresa, a proporção do capital próprio (Patrimônio Líquido) e dá outras análises. A comparação de dois balanços consecutivos permite a fácil visualização da movimentação da estrutura patrimonial e financeira ocorrida no período. 2.1.2 Demonstração do Resultado do Exercício A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é o relatório contábil que sintetiza as operações que deram origem ao resultado de um determinado período. O artigo 187 da Lei nº 11.941/09 fornece o conceito e a forma de apresentação dos elementos que a constituem: Art. 187. A demonstração do resultado do exercício discriminará: I - a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos; II - a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto; III - as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais; IV – o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas; V - o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o imposto; VI – as participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se caracterizem como despesa; VII - o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social. § 1º Na determinação do resultado do exercício serão computados: a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da sua realização em moeda; e b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas receitas e rendimentos.

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Deste modo, o objetivo da DRE é demonstrar a formação do resultado final do exercício (lucro ou prejuízo), e está estruturada de forma a evidenciar as diversas fases do resultado, iniciando com o valor da receita operacional bruta apurada nas operações de vendas e de prestação de serviços da entidade, passando pela dedução dos encargos tributários, devoluções e abatimentos a ela relativos, bem como dos seus respectivos custos e por fim apurando-se o lucro operacional (BASSO 2011).

2.1.3 Demonstração do Resultado Abrangente A NBC TG 26 (R4) de 22 de dezembro de 2016 define que resultado abrangente “é a mutação que ocorre no patrimônio líquido durante um período que resulta de transações e outros eventos que não derivados de transações com os sócios na sua qualidade de proprietários”. A NBC TG 26, aprovada pelo Conselho Federal de Contabilidade estabelece que o lucro abrangente seja calculado a partir do lucro líquido apurado na DRE, assim a demonstração do resultado abrangente deve, no mínimo, incluir as seguintes rubricas (1) Resultado líquido do período; (2) Cada item dos outros resultados abrangentes classificados conforme sua natureza; (3) Parcela dos outros resultados abrangentes de empresas investidas reconhecida por meio do método de equivalência patrimonial; e (4) Resultado abrangente do período. Segundo o pronunciamento do Comitê de Pronunciamentos Contábeis a apresentação do resultado abrangente deve ser feita separada da DRE. No entanto, considerando que no Brasil, a Demonstração das mutações do patrimônio líquido (DMPL) é obrigatória para as companhias abertas, existe ainda, a possibilidade de a apresentação da demonstração do resultado abrangente aparecer como parte da DMPL. A norma ainda explicita "A demonstração do resultado abrangente pode ser apresentada em quadro demonstrativo próprio ou dentro das mutações do patrimônio líquido".

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2.1.4 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido

A entidade pode optar pela apresentação da DMLP em substituição à DLPA (Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados), considerando que esta é mais abrangente e inclui informações de todas as contas que integram o patrimônio líquido da entidade, inclusive aquelas da DLPA, conforme mencionado no artigo 186, parágrafo 2º, da Lei das S/A. Conforme Basso (2011) a DMPL tem como objetivo evidenciar as mudanças, em natureza e valor, ocorridas no patrimônio líquido da entidade, num determinado período de tempo, geralmente ao final do exercício social.

2.1.5 Demonstração dos Fluxos de Caixa

O inciso IV, do artigo 176, da Lei 6.404/76, após a vigência da lei 11.638/07, passou a ter a seguinte redação: “demonstração dos fluxos de caixa”, ou seja, a anterior exigência da publicação das origens e aplicações de recursos passou a ser substituída pela Demonstração dos Fluxos de Caixa. O parágrafo 6º deste artigo, que foi introduzido por meio da Lei 11.638/07, expressa: “A companhia fechada com patrimônio líquido, na data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais), não será obrigada à elaboração e publicação da demonstração dos fluxos de caixa”. O artigo 188 da Lei 6.404/76, alterado pela lei 11.638/07: Art. 188. As demonstrações referidas nos incisos IV e V do caput do art. 176 desta Lei indicarão, no mínimo: I – demonstração dos fluxos de caixa – as alterações ocorridas, durante o exercício, no saldo de caixa e equivalentes de caixa, segregando-se essas alterações em, no mínimo, 3 (três) fluxos; a) das operações; b) dos financiamentos; e c) dos investimentos.

2.1.6 Demonstração do Valor adicionado O inciso V do artigo 176, da Lei 6.404/76, alterado pela Lei 11.638/07, assim se expressa: “V – se companhia aberta, demonstração do valor adicionado”. Já o inciso II do Artigo 188 dessa mesma lei diz:

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II – demonstração do valor adicionado – o valor da riqueza gerada pela companhia, a sua distribuição entre os elementos que contribuíram para a geração dessa riqueza, tais como empregados, financiadores, acionistas, governo e outros, bem como a parcela da riqueza não distribuída.

Deste modo, entende-se que a DVA pretende informar aos usuários da informação contábil o quanto de valor que a entidade adicionou aos insumos adquiridos no período, e tal qual maneira de distribuição aos elementos.

2.1.7 Notas explicativas

A legislação e as normas técnicas estabelecem as informações mínimas que devem constar nas notas explicativas, conforme consta no artigo 176, parágrafo 5º da Lei 6.404/76, alterado pela Lei nº 11.941 de 2009 o objetivo das notas explicativas é apresentar informações acerca da preparação das demonstrações financeiras e das práticas contábeis especificas, divulgar as informações exigidas pelas normas brasileiras que não constem na demonstração financeira e fornecer informações adicionais consideradas necessárias para uma apresentação adequada. O artigo 176, inciso IV da Lei 6.404/76 dispõe sobre as informações que devem ser indicadas através das notas explicativas: IV – indicar: a) os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, especialmente estoques, dos cálculos de depreciação, amortização e exaustão, de constituição de provisões para encargos ou riscos, e dos ajustes para atender a perdas prováveis na realização de elementos do ativo; b) os investimentos em outras sociedades, quando relevantes c) o aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas avaliações (art. 182, § 3o); d) os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias prestadas a terceiros e outras responsabilidades eventuais ou contingentes; e) a taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações a longo prazo; f) o número, espécies e classes das ações do capital social; g) as opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício; h) os ajustes de exercícios anteriores (art. 186, § 1o); e i) os eventos subsequentes à data de encerramento do exercício que tenham, ou possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação financeira e os resultados futuros da companhia.

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Os estudos de Basso (2011) contribuem auferindo que as notas explicativas são parte integrante das demonstrações contábeis e incluem informações de natureza patrimonial, econômica, financeira, legal, física e social, bem como os critérios utilizados na elaboração das demonstrações contábeis e eventos subsequentes ao balanço.

2.2 CONTABILIDADE AMBIENTAL E SOCIAL

A Contabilidade Social e Ambiental surgiu da necessidade de se identificar, mensurar, controlar e divulgar o resultado da gestão ambiental nas empresas (SILVA, 2004). Tão logo, que o assunto passou a ser estudado no Brasil a partir da década de 1990, quando Ribeiro (1992 e 1998) e Ferreira (1998) divulgaram trabalhos acadêmicos sobre o tema. (CONCEIÇÃO, 2014). Por sua vez, Melo e Vieira (2003) identificaram que os investimentos em preservação ambiental melhoram a imagem da empresa perante a sociedade. Considerando, que os demonstrativos contábeis são os instrumentos de prestação de contas e de comunicação das empresas para com a sociedade, a contabilidade social e ambiental apresenta-se, nesse contexto, como um dos instrumentos de cumprir o papel de trazer a transparência às atividades de impacto socioambiental das organizações e de melhorar a sua imagem perante a sociedade. Nessas entidades, a mutação da riqueza ocorre através da interligação com o ambiente externo, recebendo influências provenientes do mundo exterior, e também, influenciando-o diretamente. Como assegura Sá (1998) há uma responsabilidade inequívoca entre a empresa e a sociedade, onde buscase a verdade, ou seja, os impactos que a circulação de riquezas causa na relação entre a empresa e a sociedade – causa e efeito. Desde a realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento – Eco92, as empresas têm dado maior atenção as questões ambientais. Com a implementação dos padrões de qualidade internacionalmente definidos por meio das normas ISO 14000, houve um aumento da preocupação destas em realizar evidenciações ambientais, uma

25

vez que, a organização que possui a certificação demonstra estar preocupada com o meio ambiente, o que melhora sua imagem perante a sociedade. A contabilidade social e ambiental, segundo Souza (2006), facilita o processo de decisões ambientais da empresa selecionando indicadores e analisando dados, avaliando essas informações com relação aos critérios de atuação ambiental, comunicando e revisando a otimização da gestão ambiental. Na visão de Barbieri (1998) o crescimento da consciência ambiental modifica os padrões de consumo, constituindo-se como uma das mais importantes armas em prol do meio ambiente. Quando a empresa busca capturar oportunidades através da crescente demanda de consumidores responsáveis através de ações legitimas e verdadeiras, essas ações tendem a reforçar ainda mais a consciência ecológica, criando um círculo virtuoso, na qual a ação mercadológica torna-se um instrumento de educação ambiental. O modelo mais usado pelas entidades para atingir este objetivo é a implantação de uma gestão ambiental, isto é, método pelo qual elas controlam o impacto de suas atividades produtivas sobre o meio ambiente. Contudo, não há um conceito unânime para este termo, todavia, organizações internacionais propõem como conceito, o entendimento de que gestão ambiental é o conjunto de decisões exercidas sob os princípios de qualidade ambiental e ecológica preestabelecidos, com a finalidade de atingir e preservar um equilíbrio dinâmico entre objetivos, meios e atividades no âmbito da organização (ANDRADE, TACHIZAWA, CARVALHO, 2000). Martins e Luca (1994) avaliam que a contabilidade deve divulgar informações que vão desde os investimentos realizados, seja em nível de aquisição de bens permanentes de proteção aos dados ecológicos, de despesas de manutenção ou correção de efeitos ambientais do exercício em curso, de obrigações contraídas em prol do meio ambiente, e até medidas físicas, quantitativas e qualitativas, que são empreendidas para a recuperação e preservação. Dentre os processos de contabilização a valorização do meio ambiente é um dos mais dificultosos. Muitas vezes não se tem o valor monetário exato, por se tratar de bens ou serviços que não tem preço ou são de difícil mensuração. Bergamini Júnior (1999) enumera outros fatores que dificultam o processo de

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implementação da contabilidade ambiental, tais como, dificuldade em calcular um passivo ambiental efetivo; problema em determinar a existência de uma obrigação no futuro por conta de custos passados; falta de clareza no tratamento destinados aos ativos de vida longa; e reduzida transparência com relação aos danos provocados pela empresa em seus ativos próprios.

2.2.1 Ativos Ambientais

Ativos ambientais sob esse contexto, podem ser definidos como bens e direitos sob o controle da empresa que tenham capacidade de gerar benefícios econômicos futuros com finalidade de uso à preservação, proteção e recuperação ambiental. A principal característica do ativo ambiental é a sua capacidade de prestar serviços futuros à entidade que os têm, individualmente ou conjuntamente com outros ativos e fatores de produção, capazes de transformarem-se, direta ou indiretamente, em fluxos líquidos de entrada de caixa (IUDÍCIBUS, 1998).

2.2.2 Passivos Ambientais

O passivo é toda agressão que se praticou ou se pratica contra o meio ambiente e consiste no valor de investimentos necessários para reabilitá-lo, além das multas e indenizações em potencial (IBRACON, 1996). O autor ainda salienta que o passivo pode ser definido como o provável sacrifício de benefícios econômicos decorrentes de obrigações presentes de transferir ativos ou prestar serviços no futuro, como resultado de uma transação ou evento passado. O IASB (2000), através do IAS 37, se pronuncia da seguinte forma com relação a provisão dos passivos: a) uma empresa tem obrigação presente como resultado de um evento passado; b) é provável que uma saída de recursos sobre a forma de benefícios econômicos será exigida para liquidar a obrigação; e c) uma estimativa comprovável pode ser feita sobre o montante da obrigação.

27

2.2.3 Receitas Ambientais

De acordo com Iudícibus (1998), a receita é a expressão monetária, validada pelo mercado, do agregado de bens e serviços da entidade, em sentido amplo (em determinado período de tempo), e que provoca um acréscimo concomitante no ativo e no patrimônio líquido. Tinoco e Kraemer (2004), estabelecem que as receitas ambientais representam os acréscimos econômicos da organização decorrentes de atividades que tenham como consequência a redução dos impactos ambientais, a exemplo da venda de produtos reciclados ou a redução de consumo de água, bem como o ganho de mercado que a empresa passa a auferir quando a opinião pública reconhece as suas atitudes de preservação do meio ambiente.

2.2.4 Despesas Ambientais e Custos Ambientais Hendriksen e Van Breda (1999, p. 232) referem-se às despesas como “o uso ou consumo de bens e serviços para o processo de obtenção de receitas”. Despesas ambientais, segundo Tinoco e Kraemer (2004, p. 174), podem ser representadas como todo o compromisso financeiro presente ou no futuro decorrente da compra de insumos ou bens ambientais que demandam pagamentos presentes ou futuros. Na visão de Ribeiro (2005) as despesas ambientais decorrentes de compras de insumos produtivos, ou que estejam diretamente relacionados à produção ou a venda dos produtos, são classificadas como custos ambientais. As demais despesas ambientais não relacionadas à obtenção de insumos produtivos e não relacionadas diretamente ao processo de produção ou venda de produtos, classificam-se como despesas operacionais ou não operacionais na Demonstração do Resultado do Exercício, sendo as não operacionais àquelas que não estejam relacionadas a atividade principal da entidade, a exemplo de multas, sanções ou compensações de impactos ambientais perante terceiros.

28

2.3 ÍNDICE DE SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL (ISE)

O conceito de desenvolvimento sustentável emergiu em abril de 1987, apresentado pela Comissão Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento (criada em 1983) na Assembleia Geral das Nações Unidas. O principal produto desta comissão foi o relatório Our common future (“Nosso futuro comum”) também conhecido como Relatório de Brundtland, onde desenvolvimento sustentável

é

definido

como

“o

desenvolvimento

que

preenche

as

necessidades do presente, sem comprometer a habilidade das gerações futuras de preencherem suas próprias necessidades”. No documento ainda são detalhados os desafios e os esforços comuns, incluindo a administração de áreas comuns; paz, segurança, desenvolvimento e o meio ambiente, propostas de mudança institucional e legal (AMARAL, 2013). No

conceito

de

desenvolvimento

sustentável

cabem

diversos

significados, pois é tratado como sinônimo de sociedade racional, de industrias limpas, de crescimento econômico, ou seja, catalisa diversos temas que expressam os anseios e aspirações da sociedade contemporânea, podendo ser desdobrado nos diversos compartimentos sociais que compõem o mundo globalizado que abrange, a satisfação das necessidades do presente, o atendimento das necessidades dos pobres e a manutenção da capacidade das gerações futuras (AMARAL, 2013). Neste sentido, o conceito mais amplo de desenvolvimento sustentável que norteia o ambiente empresarial é empregado como forma de ampliar a responsabilidade das empresas ao abster-se da integração de questões sociais, ambientais e econômicas, constituindo o tripé da sustentabilidade, conhecido como triple bottonline. Acentua-se também que a administração do capital econômico (liquidez) passa a considerar o capital natural (recursos renováveis e não renováveis) e social (capital humano – indivíduos parceiros e capital social – stakeholders), conforme figura 1 (YOUNG; TILLEY, 2006).

29

Figura 1 - As Três Dimensões do Desenvolvimento Sustentável - DS

Fonte: Baseado em Kraemer (2003).

Aggarwal (2013) aponta que sustentabilidade é um tema que gera muitos debates no ambiente corporativo, pois um Investimento Socialmente Responsável (ISR) é considerado um atrativo para os investidores e pode influenciar o desempenho financeiro da empresa. A partir da demanda de tais tipos de investimentos a BM&FBOVESPA lança em 01 de dezembro de 2005 o índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), que é o quarto índice de ações voltado para a sustentabilidade no mundo. Os índices que antecedem são o Dow Jones Sustainability Indexes (DJSI), criado em Nova York no ano de 1999, FSE4Good, criado em Londres no ano de 2001, e o JSE, de Jonesburgo, lançado no ano de 2003 (MARCONDES; BACARJI, 2010). O ISE da BM&FBOVESPA é constituído por uma carteira anual de empresas que, de acordo com suas ações de sustentabilidade desenvolvidas, preenchem um questionário composto por questões que abrangem aspectos ambientais, sociais e econômicos de forma conjunta. Esse questionário (desempenho

quantitativo)

é

elaborado

e

avaliado

pela

Escola

de

Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas (EAESP-FGV). A documentação compõe a avaliação qualitativa da empresa. Todo esse

30

processo ocorre sob a supervisão do Conselho Deliberativo do ISE (CISE), formado por organizações governamentais, organizações não governamentais, associações relacionadas, entre outras. Em 2005 o ISE possuía 28 empresas em sua carteira, no ano de 2014 passou para 40 empresas cadastradas, visto que esse número foi sendo estabelecido com o passar dos anos, e a partir da procura das empresas (BMF&BOVESPA, 2017).

2.4 INDICADORES FINANCEIROS

Assaf Neto (2012) considera que a análise das demonstrações contábeis constitui-se num dos mais importantes estudos da administração financeira, pois visa avaliar o desempenho econômico-financeiro de uma empresa em determinado período passado, para diagnosticar, em consequência, sua posição atual e produzir resultados que sirvam de base para a previsão de tendência futuras. O mesmo autor ainda discorre que apesar da existência de alguns critérios sofisticados, o uso de índices constitui-se a técnica mais comumente empregada nos estudos dessa natureza. Os dados básicos para a análise do desempenho econômico financeiro são extraídos dos diversos valores constantes nas demonstrações financeiras. A partir dessas informações, complementadas com os índices agregados de mercado, aplica-se os critérios de análise, a fim de obter-se conclusões sobre o desempenho retrospectivo, presente ou futuro da entidade. Esses indicadores básicos de análise, em geral estão classificados em cinco grupos: liquidez, atividade, endividamento, rentabilidade e análise de ações. Os referidos índices são utilizados de acordo com a necessidade do analista, pois cada um tem uma finalidade específica, e o seu conjunto torna‐se mais útil para visualizar o cenário geral da empresa. Dentre os indicadores utilizados, os de rentabilidade se destacam na demonstração do uso dos ativos e análise dos lucros da empresa. Tais indicadores também são utilizados para entender o desempenho e o resultado (positivo/negativo) da empresa (GITMAN, 2004), uma vez que por meio dos dados é possível traçar novos direcionamentos e estratégias financeiras.

31

Deste modo opta-se por utilizar, como forma de avaliação do desempenho organizacional, os indicadores financeiros ROE (Retorno sobre o Patrimônio Líquido) e a ROA (Retorno sobre Ativos), pois ambos medem a lucratividade da empresa frente aos investimentos realizados e são mais utilizados para tal mensuração (RAZA et al., 2012). Segundo Peres e Famá (2003), os avanços da tecnologia da informação e a globalização estão acirrando a competição entre as empresas. Dessa forma, a avaliação de desempenho empresarial há muito tempo tem sido considerada como imprescindível para que as organizações se mantenham competitivas, pois com o aumento da concorrência as empresas obrigam-se a reduzir suas margens de lucro e a fundamentar suas decisões (WERNKE; LEMBECK, 2004). O quadro 2 relaciona as fórmulas dos indicadores mencionados. Quadro 2- Indicadores de Rentabilidade

Indicadores de Rentabilidade

Avaliar os resultados auferidos por uma determinada empresa em relação a determinados parâmetros

Retorno sobre o Ativo (ROA) Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE) Fonte: Elaborado pela autora. Baseado em Iudícibus (2000).

O Retorno sobre o Ativo revela quanto a empresa obtém de lucro sobre o investimento total. O Retorno sobre o patrimônio líquido indica a rentabilidade auferida pelo capital próprio da empresa. Quanto maiores os índices, melhor (ASSAF NETO, 2015; MATARAZZO, 2003).

2.5 RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA (RSC)

O crescimento e as mudanças ocorridas no cenário econômico e social, o surgimento de novas técnicas de trabalho, a maior preocupação com o ambiente de produção e a forma de utilização dos recursos naturais, foram o ponto de partida para o despertar do que seria a Responsabilidade Social, de

32

acordo com Silva, Silva e Falk (2013, p. 125), “este termo surgiu em um manifesto manuscrito por 120 industriais ingleses”. A Responsabilidade Social Corporativa (RSC), resume-se na decisão da empresa participar de forma mais direta das ações comunitárias da região da qual faz parte e no esforço de diminuir os impactos de possíveis danos ambientais que venham a ocorrer devido ao tipo de atividade que desempenha (TENÓRIO, 2006). Milani Filho (2008) contribui e acrescenta que as práticas de Responsabilidade Social mantêm relação com os conceitos de sustentabilidade e governança corporativa. Sustentabilidade no sentido de cuidar e preservar aquilo que servirá para as gerações futuras, nos âmbitos econômico, social e ambiental e governança corporativa no sentido da relação entre stakeholders. Desta forma, a RSC envolve ações que dizem respeito a toda sociedade em que a organização está inserida, as quais segundo o autor também se inserem no contexto estratégico, de rentabilidade e valor de mercado da organização. De acordo com Alshammari (2015), as empresas que investem em RSC estão em posição mais vantajosa por apresentarem melhores resultados em RSC quando comparadas as outras empresas concorrentes, o que pode resultar, por exemplo, em menores barreiras para acesso ao crédito, além de possíveis taxas de juros menores. Isso ocorre pelo fato de que ações de RSC podem

conquistar

maior

apoio

de

seus

stakeholders

(consumidores,

fornecedores, governos, organizações não governamentais, investidores), portanto criar impacto positivo no negócio (NELLING; WEBB, 2009). Dessa forma, espera-se que empresas com práticas compatíveis com os preceitos de RSC consigam maiores investimentos no mercado, além de outros benefícios concedidos por meio da preferência dos atores externos por empresas socialmente justas (ALSHAMMARI, 2015). Neelng e Webb (2009) abordam a relação entre RSC e rentabilidade como um círculo virtuoso, onde as ações socialmente corretas contribuem para um melhor desempenho financeiro, com maiores resultados financeiros, essas empresas possuem maior capacidade de investimento em ações de responsabilidade social corporativa. No modelo teórico desenvolvido por Mackey, Mackey e Barney (2007) há uma relação positiva entre investimento

33

em atividades socialmente responsáveis e valor da empresa, visto que alguns investidores possuem interesses que vão além da maximização de seus valores investidos, preferindo por empresas que possuem ações de RSC, mesmo que seus resultados financeiros fiquem aquém das demais.

34

3 METODOLOGIA DO ESTUDO

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA 3.1.1 Quanto a natureza A presente pesquisa objetivou gerar conhecimentos para aplicação prática, dirigidos à solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais. Segundo Gil (2008) o interesse na utilização, na aplicação e nas

consequências

práticas

dos

conhecimentos

são

as

principais

características da pesquisa aplicada. A sua apreensão está voltada para a aplicação imediata em uma realidade circunstancial, e não tanto para o desenvolvimento de uma teoria com valor universal. De maneira geral esse é o tipo de pesquisa em que mais se dedicam os pesquisadores sociais.

3.1.2 Quanto aos objetivos

A constatação da relação entre os investimentos socioambientais e o desempenho econômico-financeiro das empresas listadas no Índice de sustentabilidade empresarial (ISE), caracteriza esta pesquisa como descritiva, desenvolvida por meio de uma investigação bibliográfica e documental, com abordagem quantitativa no que se refere à análise dos dados. Para Gil (2008), a pesquisa descritiva expõe as características da população a ser estudada, podendo estabelecer correlações entre variáveis, bem como definir a sua natureza. Além disso, Andrade (2002) destaca que este tipo de estudo visa observar, analisar e classificar os fatos de modo a interpretar os fenômenos investigados.

3.1.3 Quanto aos procedimentos

Levando em consideração o desenvolvimento, a pesquisa caracterizase como bibliográfica e documental, pois busca conhecer e analisar dados do passado sobre determinado assunto, tema ou problema (CERVO; SILVA;

35

BERVIAN, 2007). Ponderando-se que os dados foram obtidos a partir de fontes secundárias, ou seja, nos sites das empresas que integram as listas do ISE e da Bolsa de Valores de São Paulo e através da plataforma Economática®. 3.1.4 Quanto a abordagem

Quanto a abordagem a pesquisa é de cunho quantitativo pois envolve coleta, classificação, sumarização, organização, análise e interpretação de dados, que posteriormente são trabalhados através da aplicação de métodos e técnicas da Estatística (MARTINS; THEÓPHILO, 2009). Este tipo de estudo permite alegações para o desenvolvimento de seus conhecimentos, raciocínio de causa e efeito, redução de variáveis específicas, hipóteses e questões, além do uso da mensuração, observação e testes das teorias (CRESWELL, 2007). O primeiro diagnóstico converge da análise dos índices. Siche et al. (2007) define índice como um valor numérico que representa a correta interpretação da realidade de um sistema simples ou complexo (natural, econômico ou social), que utiliza em seu cálculo bases científicas e métodos adequados. O índice pode servir como um instrumento de tomada de decisão e previsão, e é considerado um nível superior da junção de um jogo de indicadores ou variáveis. A segunda análise refere-se a estatística descritiva, com base na média, mediana, mínimo, máximo, desvio padrão (DP) e o coeficiente de variação (CV). Fávero et al. (2009) explica que a estatística descritiva é um método que permite ao pesquisador uma melhor compreensão dos dados por meio de tabelas, gráficos e medidas-resumo, identificando tendências, variabilidade e valores atípicos.

3.2 UNIVERSO E AMOSTRA

O universo da pesquisa compreende as empresas listadas no site da BM&FBovespa e tem por objetivo analisar a relação de dependência entre os indicadores

de

rentabilidade

das

empresas

listadas

no

Índice

de

sustentabilidade Empresarial (ISE) da BM&FBovespa da carteira de período

36

base 2015 e 2016, em comparação com as empresas listadas no Nível 1, Nível 2 e Novo Mercado da Bolsa de Valores. De acordo com Milani Filho (2008) todas as empresas componentes do Índice de Sustentabilidade Empresarial declaram que promovem ações relacionadas à Responsabilidade Social, assim, utiliza-se esse parâmetro como forma de classificar as empresas como socialmente responsáveis. A opção pelo ISE se justifica por ser o quarto índice de ações desenvolvido, voltado para a sustentabilidade no mundo, bem como por avaliar e evidenciar o desempenho de empresas que se utilizam dos princípios de gestão sustentável (MARCONDES; BACARJI, 2010). O processo de amostragem é não probabilístico, pois parte-se de um universo naturalmente restrito, já que as empresas foram escolhidas a partir das que constavam na listagem do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), lista Nível 1, Nível 2 e Novo Mercado da BM&FBOVESPA. Isso traz algumas limitações de inferência, mas não invalida os resultados da pesquisa, visto que tem-se um universo representativo de empresas com boas práticas de responsabilidade social e representativo dos mercados. Ao total analisou-se os dados de 209 empresas, que estão segregadas em listas de acordo com o grau de confiabilidade que representam. A quantificação de cada lista é demonstrada no quadro 3. Quadro 3 - Distribuição da Amostra Lista

Nº de empresas

ISE 2015

37

ISE 2016

34

Nível 1

16

Nível 2

16

Novo Mercado TOTAL: Fonte: Dados da pesquisa.

106 209

Foram descartadas da amostra as empresas listadas que não divulgaram algum dos indicadores utilizados na análise deste trabalho. O quadro 4, elenca as empresas que compõem estudo de acordo com a lista que integram.

37

Quadro 4 - Empresas analisadas ISE 2015 AES Tiete E B2W Digital Bradesco Brasil BRF SA CCR SA Cemig Cielo Coelce Copel CPFL Renovav Duratex Ecorodovias Eletrobras Eletropaulo Embraer Energias BR Even Fibria Fleury Gerdau Gerdau Met Itausa ItauUnibanco JSL Klabin S/A Light S/A Lojas Americ Lojas Renner Natura Sabesp Santander BR Sul America Telef Brasil Tim Part S/A Vale Weg

ISE 2016 AES Tiete E B2W Digital Bradesco Brasil BRF SA CCR SA Cemig Cesp Cielo Copel CPFL Energia Duratex Ecorodovias Eletrobras Eletropaulo Embraer Energias BR Engie Brasil Even Fibria Fleury Itausa ItauUnibanco Klabin S/A Light S/A Lojas Americ Lojas Renner Natura Oi Santander BR Sul America Telef Brasil Tim Part S/A Weg

Fonte: Dados da pesquisa.

NÍVEL 1 Alpargatas Banco Pan Banrisul Bradespar Cedro Ceee-D Ceee-Gt Eucatex Ferbasa Fras-Le P.Acucar-Cbd Parana Randon Part Suzano Papel Tran Paulist Usiminas

NÍVEL 2 Abc Brasil Alupar Celesc Energisa Forja Taurus Gol Indusval Marcopolo Multiplan Pine Renova Sanepar Saraiva Livr Sul America Taesa Viavarejo

NOVO MERCADO Aliansce M.Diasbranco Alliar Magaz Luiza Anima Marfrig Arezzo Co Metal Leve BBSeguridade Metalfrio Biosev Mills BmfBovespa Minerva BR Brokers MMX Miner BR Insurance Movida BR Malls Par MRV BR Pharma Multiplus BR Propert Odontoprev Brasilagro OGX Petroleo Ccx Carvao Ourofino S/A Cia Hering Paranapanema Contax PDG Realt Copasa Petrorio Cosan Pomifrutas Cosan Log Porto Seguro CPFL Energia Portobello Cr2 Positivo Tec Csu Cardsyst Profarma Cvc Brasil Prumo Cyre Com-Ccp Qgep Part Cyrela Realt Qualicorp Direcional RaiaDrogasil Eneva Rodobensimob Engie Brasil Rossi Resid Equatorial Rumo S.A. Estacio Part Santos Brp Eternit Sao Carlos Eztec Sao Martinho Fer Heringer Ser Educa Gafisa Sierrabrasil Generalshopp SLC Agricola Grendene Smiles Helbor Somos Educa Hypermarcas Springs Ideiasnet Tarpon Inv Iguatemi Technos Imc S/A Tecnisa Inds Romi Tegma Iochp-Maxion Terra Santa JBS Time For Fun JHSF Part Totvs Kroton Trisul Le Lis Blanc Triunfo Part Linx Tupy Localiza Ultrapar Log-In Unicasa Lojas Marisa Valid Lopes Brasil Viver Lupatech Wiz S.A

38

As empresas elencadas no quadro 4 foram selecionadas de acordo com a divulgação do site da BM&FBovespa, formando assim, as empresas objeto desse estudo.

3.3 COLETA DE DADOS Para cumprir o objetivo de analisar a relação entre a rentabilidade nas empresas integrantes do ISE em comparação com as empresas da Bolsa de Valores, utilizou-se a abordagem descritiva e quantitativa em que foi testada a hipótese construída com base na teoria, de que as empresas listadas no ISE possuem melhores resultados de ROA e ROE em relação as empresas que não estão listadas. Para testar, foram segregados, inicialmente, dois grupos: as empresas socialmente responsáveis e as representativas de mercado. Para o caso das Empresas Socialmente Responsáveis, partiu-se da listagem daquelas que fazem parte do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) publicado pela Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA) na carteira de 2017, cujo período base compreende o ano de 2016 e na carteira de 2016, cujo o ano base é 2015. Para o caso das representativas de mercado optou-se por analisar as empresas classificadas pela BM&FBovespa nas listas Nível 1, Nível 2 e Novo Mercado, de acordo com o grau de confiabilidade que estas representam perante a sociedade de capitais. Foram descartadas as empresas listadas que não divulgaram algum dos indicadores utilizados na análise deste trabalho, deste modo, a mostra abrange um rol de 209 empresas sendo que destas 37 compõem a lista do ISE 2015; 34 a lista do ISE 2016; 16 a lista Nível 1; 16 a lista Nível 2 e 106 a lista Novo Mercado As variáveis de controle foram obtidas através da plataforma Economática®. Foram coletados os valores de patrimônio líquido, total do ativo, lucro ou prejuízo líquido e receita dos anos de 2015 e 2016 de todas as empresas.

39

4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Após a seleção dos dados de cada empresa da amostra, utilizou-se da apropriação dos valores de patrimônio líquido, total do ativo, lucro ou prejuízo líquido e receita, extraídos do Economática®. As informações exportadas para o Excel e tabuladas, o que possibilitou na sequência, proferir o cálculo dos indicadores de ROA e ROE dos anos de 2015 e 2016 de todos os casos. A tabela 1 apresenta os indicadores das empresas que compõem a lista ISE 2015. Tabela 1 - Indicadores de Rentabilidade - Lista ISE 2015 ISE 2015 Empresa

ROA 2015

AES Tiete E

0,0849

B2W Digital

-0,0421

Bradesco

0,0169

Brasil

0,0103

BRF SA

0,0770

CCR SA

0,0403

Cemig

0,0604

Cielo

0,1171

Coelce

0,0788

Copel

0,0412

CPFL Renovav

-0,0046

Duratex

0,0204

Ecorodovias

0,0139

ROE 2016

2015

2016

0,0875

0,1950

0,2272

-0,0474

-0,1546

-0,1579

0,0128

0,1933

0,1502

0,0057

0,1836

0,0921

-0,0087

0,2302

-0,0315

0,0698

0,2312

0,4390

0,0080

0,1901

0,0259

0,1311

0,5385

0,4333

0,0798

0,1811

0,1699

0,0315

0,0837

0,0645

-0,0122

-0,0130

-0,0351

0,0025

0,0405

0,0052

-0,1461

0,0689

-1,9294 0,0775

Eletrobras

-0,0965

0,0201

-0,3431

Eletropaulo

0,0076

0,0015

0,0356

0,0078

Embraer

0,0053

0,0154

0,0165

0,0467

Energias BR

0,0688

0,0346

0,2178

0,0886

Even

0,0197

0,0004

0,0469

0,0009

Fibria

0,0116

0,0480

0,0268

0,1203

Fleury

0,0335

0,0761

0,0648

0,1490

Gerdau

-0,0649

-0,0529

-0,1436

-0,1203

Gerdau Met

-0,0332

-0,0252

-0,1936

-0,1605

0,1617

0,1391

0,1977

0,1720

0,0172

0,0152

0,2194

0,1872

Itausa ItauUnibanco Continua em...

40

... continuação. JSL Klabin S/A

0,0053

-0,0207

0,0459

-0,3008

-0,0477

0,0847

-0,2341

0,3496 -0,0933

Light S/A

0,0025

-0,0218

0,0103

Lojas Americ

0,0122

0,0102

0,1436

0,1063

Lojas Renner

0,0987

0,0965

0,2505

0,2371

Natura

0,0547

0,0352

0,4994

0,2978

Sabesp

0,0159

0,0802

0,0391

0,1911

Santander BR

0,0103

0,0079

0,1277

0,0958

Sul America

0,0366

0,0319

0,1664

0,1383

Telef Brasil

0,0336

0,0400

0,0499

0,0590

Tim Part S/A

0,0585

0,0217

0,1223

0,0437

Vale

-0,1279

0,0413

-0,3371

0,1046

Weg

0,0811

0,0827

0,1917

0,1874

Fonte: Elaborado pela autora.

Em relação aos indicadores da tabela 1 destacam-se as empresas Eletrobras, Klabin S.A e Vale por apresentarem resultados oscilantes, pois não obtiveram retorno sobre o ativo (ROA) e retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) em 2015, mas apresentaram melhoras, obtendo resultados positivos no ano de 2016. Por sua vez, as empresas Ecorodovias, JSL e Light S.A apresentaram em ambos os anos retorno sobre ativo (ROA), contudo não obtiveram retorno sobre o patrimônio líquido (ROE). Com exceção das empresas B2W Digital, CPFL Renovav, Gerdau e Gerdau Met que culminaram em prejuízos nos dois anos da análise, todas as demais denotaram em resultados de ROA e ROE positivos em 2015 e 2016, o que se sugere como um bom desempenho apresentado conforme tabela 1. Tabela 2 - Indicadores de Rentabilidade - Lista ISE 2016 ISE 2016 Empresa

ROA 2015

ROE 2016

2015

2016

AES Tiete E

0,0849

0,0875

0,1950

0,2272

B2W Digital

-0,0421

-0,0474

-0,1546

-0,1579

0,0169

0,0128

0,1933

0,1502

0,0103

0,0057

0,1836

0,0921

Bradesco Brasil Continua em...

41

.... continuação. BRF SA

0,0770

CCR SA

0,0403

Cemig

0,0604

Cesp

-0,0051

Cielo

0,1171

Copel

0,0412

CPFL Energia

0,0213

Duratex

0,0204

Ecorodovias

0,0139

Eletrobras

-0,0965

Eletropaulo

0,0076

Embraer

0,0053

Energias BR

0,0688

Engie Brasil

0,0981

Even

0,0197

Fibria

0,0116

Fleury

0,0335

Itausa

0,1617

ItauUnibanco

0,0172

Klabin S/A

-0,0477

Light S/A

0,0025

Lojas Americ

0,0122

Lojas Renner

0,0987

Natura

0,0547

Oi

-0,0509

Santander BR

0,0103

Sul America

0,0366

Telef Brasil

0,0336

Tim Part S/A

0,0585

Weg

0,0811

-0,0087

0,2302

-0,0315

0,0698

0,2312

0,4390

0,0080

0,1901

0,0259

0,0267

-0,0084

0,0426

0,1311

0,5385

0,4333

0,0315

0,0837

0,0645

0,0214

0,1127

0,1130

0,0025

0,0405

0,0052

-0,1461

0,0689

-1,9294

0,0201

-0,3431

0,0775

0,0015

0,0356

0,0078

0,0154

0,0165

0,0467

0,0346

0,2178

0,0886

0,1073

0,2260

0,2340

0,0004

0,0469

0,0009

0,0480

0,0268

0,1203

0,0761

0,0648

0,1490

0,1391

0,1977

0,1720

0,0152

0,2194

0,1872

0,0847

-0,2341

0,3496

-0,0218

0,0103

-0,0933

0,0102

0,1436

0,1063

0,0965

0,2505

0,2371

0,0352

0,4994

0,2978

-0,0845

-0,3734

-0,5953

0,0079

0,1277

0,0958

0,0319

0,1664

0,1383

0,0400

0,0499

0,0590

0,0217

0,1223

0,0437

0,0827

0,1917

0,1874

Fonte: Elaborado pela autora.

Do rol de 36 empresas que compõem a lista ISE 2016, das quais os respectivos indicadores de rentabilidade constam expressos na tabela 2, apenas duas empresas não obtiveram retorno sobre o ativo (ROA) e sobre o patrimônio líquido (ROE), sendo elas a B2WDigital e a Oi. As empresas BRF e Light S.A obtiveram ROA e ROE positivos no ano de 2015, mas no ano seguinte não ocasionaram em retornos, enquanto que as empresas Cesp, Eletrobras e Klabin S.A apresentaram situação inversa, pois

42

não tiveram retorno de ativo e patrimônio líquido no ano de 2015, mas sucederam em melhora no ano de 2016, ocasionando em indicadores favoráveis. Todas as demais empresas desta lista apresentaram ROA e ROE favorável nos dois anos, indicando um nível elevado de rentabilidade para as empresas do ISE 2016 e representando um excelente desempenho. Tabela 3 - Indicadores de Rentabilidade - Lista Nível 1 Nível 1 Empresa

ROA 2015

Alpargatas

0,0724

Banco Pan

0,0003

Banrisul

0,0127

ROE 2016

2015

2016

0,0956

0,1480

0,1830

-0,0086

0,0022

-0,0695 0,1024

0,0096

0,1368

Bradespar

-0,2672

0,0612

-0,3272

0,0796

Cedro

-0,1590

-0,2661

-0,4676

-2,3826

Ceee-D

-0,1551

-0,1523

1,0634

0,4265

Ceee-Gt

0,0280

0,2210

0,0573

0,4234

Eucatex

0,0052

0,0167

0,0090

0,0280

Ferbasa

0,1054

0,0420

0,1298

0,0515

Fras-Le

0,0537

0,0535

0,1207

0,0833

P.Acucar-Cbd

0,0056

-0,0107

0,0256

-0,0489

Parana

0,0244

0,0232

0,1027

0,1107 -0,0476

Randon Part

-0,0048

-0,0138

-0,0193

Suzano Papel

-0,0327

0,0576

-0,1007

0,1668

0,0687

0,3274

0,0945

0,4875

-0,1166

-0,0255

-0,2413

-0,0495

Tran Paulist Usiminas Fonte: Elaborado pela autora.

A tabela 3 relaciona os indicadores de rentabilidade das empresas que compõem a lista Nível 1, onde de um rol de 16 empresas, três delas obtiveram indicadores de retorno sobre ativo e patrimônio líquido negativos, ou seja, em torno de 20% das empresas não tiveram retorno. Destas, destaca-se a empresa Cedro, que no ano 2016 apresentou um ROE negativo de 2,3826, o que implica em uma perda sobre o patrimônio líquido superior a 200%. A empresa Ceee-D destoou das demais por ser a única que obteve somente retorno sobre o patrimônio líquido. As outras empresas apresentaram retorno, tanto para ROA, quanto para ROE nos dois períodos.

43

Tabela 4 - Indicadores de Rentabilidade - Lista Nível 2 Nível 2

ROA

Empresa

2015

ROE 2016

2015

2016

Abc Brasil

0,0153

0,0158

0,1478

0,1405

Alupar

0,0209

0,0304

0,0514

0,1072

Celesc

0,0164

-0,0011

0,0587

-0,0047

Energisa

0,0176

0,0077

0,0979

0,0420

-0,1154

2,5235

0,5993 -0,2328

Forja Taurus

-0,1484

Gol

-0,4302

0,1011

0,9812

Indusval

-0,0466

-0,0244

-0,2888

-0,2033

Marcopolo

0,0173

0,0442

0,0467

0,1195

Multiplan

0,0516

0,0392

0,0865

0,0701

Pine

0,0046

-0,0018

0,0353

-0,0125

Renova

0,0196

-0,1867

0,0450

-0,5632

Sanepar

0,0532

0,0663

0,1049

0,1304

Saraiva Livr

0,0535

-0,0373

0,1787

-0,1013

Sul America

0,0366

0,0319

0,1657

0,1383

Taesa

0,1026

0,1025

0,2078

0,2001

Viavarejo

0,0009

-0,0054

0,0033

-0,0338

Fonte: Elaborado pela autora.

Dos indicadores apresentados na tabela 4, referente a listagem Nível 2, pode-se perceber que apenas a empresa Indusval não obteve nenhum retorno nos períodos analisados. Ademais, sete das 16 empresas que contemplam esta listagem não obtiveram retorno para algum dos indicadores analisados. A empresa Forja Taurus mostra-se singular, pois apesar de não ter apresentado ROA, obteve no ano de 2015 um ROE de 2,5235, ou seja, um retorno sobre o patrimônio liquido superior a 200%, já no ano de 2016 o ROE foi de 0,5993, em torno de 60%. As outras empresas do Nível 2 fecharam com retorno positivo. Percebese uma variação maior entre o menor e o maior indicador das empresas do Nível 1 e Nível 2, quando comparadas com as empresas do Índice de Sustentabilidade

Empresarial.

A

tabela

5

mostra

rentabilidade das empresas da lista Novo Mercado.

os

indicadores

de

44

Tabela 5 - Indicadores de Rentabilidade - Lista Novo Mercado Novo Mercado ROA Empresa Aliansce Alliar Anima Arezzo Co BBSeguridade Biosev BmfBovespa BR Brokers BR Insurance BR Malls Par BR Pharma BR Propert Brasilagro Ccx Carvao Cia Hering Contax Copasa Cosan Cosan Log CPFL Energia Cr2 Csu Cardsyst Cvc Brasil Cyre Com-Ccp Cyrela Realt Direcional Eneva Engie Brasil Equatorial Estacio Part Eternit Eztec Fer Heringer Gafisa Generalshopp Grendene Helbor Hypermarcas Ideiasnet Iguatemi Imc S/A Continua em...

2015 0,0321 -0,0083 0,0546 0,1401 0,3660 -0,0316 0,0837 -0,1822 -0,2253 0,0002 -0,2805 -0,0840 0,0502 -0,0279 0,1909 -0,0865 -0,0011 0,0219 -0,0014 0,0213 -0,1277 0,0506 0,0601 0,0048 0,0352 0,0318 0,0168 0,0981 0,0642 0,1112 0,0315 0,1349 -0,1008 0,0110 -0,1706 0,1810 0,0135 0,0354 -0,6121 0,0378 -0,0444

2016 -0,0036 0,0068 0,0150 0,1280 0,3200 -0,0309 0,0464 -0,3162 -0,2490 0,0088 -0,4350 0,0031 0,0020 -8,2562 0,1304 -0,0345 0,0397 0,0380 -0,0090 0,0214 -0,2054 0,0985 0,0534 -0,0044 0,0127 -0,0029 -0,0103 0,1073 0,0501 0,0889 -0,0447 0,0655 0,0151 -0,2233 0,0556 0,1950 -0,0193 0,1023 1,1042 0,0309 -0,0508

ROE 2015 0,0725 -0,0174 0,1000 0,1937 0,5550 4,9035 0,1201 -0,2144 -0,2848 0,0005 -1,2024 -0,1659 0,0591 -0,0484 0,2395 -1,3286 -0,0021 0,0754 -0,0270 0,1127 -0,1571 0,1111 0,3007 0,0194 0,0761 0,0751 0,0398 0,2260 0,2324 0,1808 0,0588 0,1643 -1,3656 0,0241 -0,7074 0,2107 0,0499 0,0697 1,7433 0,0727 -0,0830

2016 -0,0074 0,0126 0,0328 0,1734 0,4842 0,6194 0,0759 -0,4614 -0,2815 0,0183 -2,0843 0,0061 0,0025 10,3415 0,1649 -5,7627 0,0731 0,1156 -0,1342 0,1130 -0,2506 0,1805 0,2836 -0,0181 0,0252 -0,0074 -0,0241 0,2340 0,1770 0,1512 -0,0820 0,0814 0,1493 -0,6034 0,1884 0,2171 -0,0739 0,1333 -9,7442 0,0591 -0,0742

45

... continuação. Inds Romi Iochp-Maxion JBS JHSF Part Kroton Le Lis Blanc Linx Localiza Log-In Lojas Marisa Lopes Brasil Lupatech M.Diasbranco Magaz Luiza Marfrig Metal Leve Metalfrio Mills Minerva MMX Miner Movida MRV Multiplus Odontoprev OGX Petroleo Ourofino S/A Paranapanema PDG Realt Petrorio Pomifrutas Porto Seguro Portobello Positivo Tec Profarma Prumo Qgep Part Qualicorp RaiaDrogasil Rodobensimob Rossi Resid Rumo S.A. Santos Brp Sao Carlos Sao Martinho Continua em...

0,0051 0,0062 0,0379 0,0165 0,0839 -0,0054 0,0641 0,0657 -0,1611 -0,0126 -0,9815 -0,0923 0,1184 -0,0117 -0,0280 0,0811 -0,0911 -0,0597 -0,0963 0,2367 0,0256 0,0481 0,2673 0,1848 -9,7181 0,0998 0,0254 -0,2523 0,0938 -0,2824 0,0432 0,0389 -0,0416 -0,0093 -0,0283 0,0273 0,0661 0,0724 0,0040 -0,1061 -0,0778 -0,0090 0,0533 0,0176

-0,0366 0,0031 0,0037 -0,0534 0,1059 -0,0194 0,0462 0,0552 0,0507 -0,0333 -0,1092 0,0115 0,1381 0,0140 -0,0335 0,0105 0,0135 -0,0658 0,0218 2,2177 0,0142 0,0452 0,2934 0,1590 -15,8389 -0,0067 -0,1053 -1,1412 0,2232 -0,1981 0,0361 0,0017 0,0048 -0,0181 -0,0337 0,0429 0,1127 0,0791 -0,0480 -0,1068 -0,0462 -0,0105 0,0249 0,0213

0,0093 0,0229 0,1655 0,0410 0,1121 -0,0099 0,0959 0,2073 -3,8841 -0,0320 -1,7425 -0,8052 0,1625 -0,0991 -0,9110 0,1558 -2,9351 -0,1016 2,0848 -0,1307 0,0844 0,1147 1,8397 0,3391 0,6328 0,1820 0,3913 -1,4292 0,1208 -15,0421 0,1551 0,2271 -0,1386 -0,0317 -0,0723 0,0348 0,1141 0,1292 0,0082 -0,4552 -0,5771 -0,0129 0,1295 0,0504

-0,0662 0,0121 0,0158 -0,1150 0,1346 -0,0367 0,0594 0,1863 0,4955 -0,0870 -0,2487 0,1652 0,1810 0,1222 -0,7492 0,0200 0,1788 -0,0996 0,3743 -0,8722 0,0550 0,1075 2,0063 0,3114 0,4249 -0,0138 -1,4520 1,5740 0,2897 0,4407 0,1308 0,0089 0,0158 -0,0645 -0,0834 0,0550 0,1961 0,1539 -0,1031 -0,7198 -0,1967 -0,0143 0,0576 0,0544

46

... continuação. Ser Educa Sierrabrasil SLC Agricola Smiles Somos Educa Springs Tarpon Inv Technos Tecnisa Tegma Terra Santa Time For Fun Totvs Trisul Triunfo Part Tupy Ultrapar Unicasa Valid Viver Wiz S.A Fonte: Elaborado pela autora.

0,0871 0,0198 0,0231 0,2221 -0,1656 0,0086 0,2608 0,0284 0,0640 0,0109 -0,0674 0,0250 0,0734 0,0199 0,0124 0,0383 0,0717 0,0489 0,0617 -0,1996 0,5375

0,1142 0,0193 0,0055 0,2845 -0,0204 -0,0028 0,1153 -0,0026 -0,1435 0,0167 -0,0704 0,0494 0,0625 0,0030 -0,0641 -0,0380 0,0646 -0,1038 0,0425 -0,3527 0,7290

0,2127 0,0402 0,0556 0,7581 -0,6582 0,0210 0,3080 0,0476 0,1416 0,0272 -0,1580 0,0778 0,1580 0,0375 0,0504 0,0914 0,1892 0,0660 0,1249 1,4122 0,8761

0,2425 0,0389 0,0122 0,8630 -0,0851 -0,0073 0,1311 -0,0042 -0,3160 0,0369 -0,1515 0,0932 0,1250 0,0051 -0,3266 -0,0904 0,1831 -0,1393 0,0900 0,6814 1,2526

A tabela 5, permite perceber nas empresas da lista Novo Mercado uma variação muito grande entre os indicadores, o que significa que algumas empresas apresentaram perdas consideráveis, enquanto outras tiveram retorno elevado. Quanto aos índices de ROA destaca-se a empresa OGX Petroleo que, dentre o rol das 106 empresas desta lista, apresentou no ano de 2016 o menor retorno, representado pelo índice negativo de (15,8389), ou seja, uma perda em torno de 1.580%, e a empresa MMX Miner que apresentou o maior retorno sobre ativo, o índice de 2,2177, o que equivale a um ganho superior a 200% no ano de 2016. Diante dos valores de ROE, destacam-se as empresas Pomifrutas que apresentou no ano de 2015 a maior perda, ou seja, o índice negativo de (15,0421) evidenciando assim, um prejuízo sobre o patrimônio líquido em torno de 1.500%, e a empresa Ccx Carvão que obteve no ano de 2016 o maior retorno sobre o patrimônio líquido representado pelo índice de 10,3415, ou seja, mais de 1.000%. De modo geral, das 106 empresas do Novo Mercado, 50 culminaram em ROA e ROE positivo nos dois anos, 38 empresas apresentaram perda em ao

47

menos um dos indicadores analisados no período e 18 empresas não obtiveram ROA e ROE no ano de 2015 e 2016. Todavia, é possível constatar que as empresas do ISE apresentaram dados mais concisos e menos dispersos, revelando um melhor desempenho. As empresas do Nível 1 e Nível 2 também apresentaram bons indicadores, no entanto, nota-se um aumento na variação dos índices, implicando em uma redução do grau de confiabilidade dos resultados. As empresas do Novo Mercado apresentaram um elevado nível de dispersão entre os indicadores, não se revelando tão eficientes em termos de rentabilidade quando comparadas com as empresas optantes por ações de sustentabilidade empresarial.

4.1 ANÁLISE ESTATÍSTICA

A segunda análise refere-se a estatística descritiva, com base na média, mediana, mínimo, máximo, desvio padrão (DP) e o coeficiente de variação (CV). A tabela 6 apresenta a estatística descritiva dos indicadores de rentabilidade, ROE e ROA, do ano de 2015 e 2016 para cada setor listado. Tabela 6 – Estatística Descritiva

2015

Indicador Ano Listagem

2016

ROA

Média

2015

DP

Variância CV

0,01719

-0,12795

0,16174

0,05624

0,00316

ISE 2016

0,03157

0,02085

-0,09651

0,16174

0,05086

0,00259

1,61131

Nível 1

-0,02243

0,00541

-0,26719

0,10541

0,10097

0,01019

-4,50096

Nível 2

-0,01344

0,01741

-0,43024

0,10262

0,12345

0,01524

-9,18177

Novo Mercado

-0,08684

0,02164

-9,71814

0,53750

0,95858

0,91887

-11,03793

ISE 2015

0,02639

0,02009

-0,14608

0,13912

0,05406

0,00292

2,04835

ISE 2016

0,02815

0,02151

-0,14608

0,13912

0,05650

0,00319

2,00735

Nível 1

0,02691

0,01992

-0,26607

0,32736

0,13195

0,01741

4,90319

Nível 2

0,00419

0,01178

-0,18665

0,10250

0,07337

0,00538

17,51033

2,36670

-0,19436

0,00965

-15,83892

2,21769

1,75741

3,08848

-9,04186

ISE 2015

0,08620

0,08373

-0,34310

0,53851

0,18704

0,03498

2,16972

ISE 2016

0,10493

0,12499

-0,37341

0,53851

0,18708

0,03500

1,78280

Nível 1

0,04586

0,04146

-0,46765

1,06338

0,32528

0,10581

7,09240

Nível 2

0,27784

0,09221 -0,2888419

2,52349

0,65028

0,42287

2,34047

-0,11734 0,03889

0,06257 0,36674

-15,04209 -1,92938

4,90346 0,43898

1,69625 0,36674

2,87727 0,13450

-14,45576 9,42907

Novo Mercado ISE 2015 2016

Máximo

0,02376

Novo Mercado

ROE

Mediana Mínimo

ISE 2015

ISE 2016

0,04072

0,09395

-1,92938

0,43898

0,39146

0,15324

9,61270

Nível 1

-0,02847

0,08140

-2,38265

0,48746

0,65195

0,42503

-22,89548

Nível 2

0,02474

0,05606

0,05606

0,59934

0,24524

0,06014

9,91282

Novo Mercado

0,00041

0,03787

-9,74417

10,34146

1,56229

2,44075

3785,74345

Fonte: Elaborado pela autora.

48

Nota-se que considerando a média apresentada na tabela 6 o Retorno Operacional sobre o Ativo (ROA) foi maior para as empresas listadas no ISE, do que para as representativas de mercado nos dois períodos da análise. No ano de 2015 as empresas representativas de mercado não apresentaram média positiva de retorno sobre o ativo, já no ano de 2016 houve notável variação nos indicadores obtidos, que implicam por parte das empresas do Nível 1 em uma considerável melhora, passando da média negativa de (0,2243) para a média de 0,02691 e equiparando as empresas listadas no ISE, uma melhora na média dos indicadores das empresas do Nível 2 que variaram da média negativa de (0,1344) para a média de 0,00419, mas ainda inferior as empresas do ISE e uma piora na média dos retornos das empresas do Novo Mercado que passaram da média negativa de (0,08684) para a média negativa de (0,19436). O desvio padrão, entendido como a média das distâncias das observações em relação à média geral da variável é menor para as empresas listadas no ISE, ficando em torno de 0,05 enquanto que o desvio padrão das empresas representativas de mercado ficou em torno de 0,1, o que consequentemente, implica em inferir que a variância das médias de ROA dos anos de 2015 e 2016 são menores nas empresas que possuem boas práticas de sustentabilidade representando uma maior certeza quanto aos valores de amplitude. Com relação ao coeficiente de variação (CV) que representa a homogeneidade dos dados em relação à média da ROA e, portanto, pode ser entendido como uma medida de risco relativo, percebe-se que apesar da variação ser menor para as empresas do Índice de Sustentabilidade, o conjunto da amostra não pode ser considerado homogêneo. Ademais verifica-se que o coeficiente de variação vai aumentando gradativamente na proporção em que as empresas se distanciam dos níveis de governança corporativa. Ao analisarmos o Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE) percebemos que da mesma forma, as empresas integrantes da lista ISE apresentam uma média mais elevada, com exceção do ano de 2015 em que a média das empresas da lista Nível 2 foi superior as demais representando um ROE om índice de 0,27784. Em suma, o desvio padrão é menor nas empresas

49

listadas no Índice de Sustentabilidade Empresarial, bem como a variância da amostra. Diante do CV do ROE nos anos de 2015 e 2016, constata-se que as empresas do ISE apresentam a menor dispersão, quando comparadas com as empresas das demais listas.

Destaca-se o alto coeficiente de variação

apresentado no grupo Novo Mercado sendo de 3.785,74, este pode ser compreendido pelo fato de algumas empresas desta classificação terem obtido no período um elevado lucro enquanto outras apresentaram grandes prejuízos. Portanto, os resultados levam a conclusão de que há diferenças entre a rentabilidade das empresas listadas no ISE em relação as representativas de mercado da BM&FBovespa, os resultados são estatisticamente significantes, confirmando a hipótese fundamentada na base teórica e corroborando com as constatações encontradas nos estudos dos autores Mackey, Mackey e Barney (2007), Figueiredo e Araujo (2016) e Souza, Brighenti e Hein (2016) de que as empresas listadas no ISE possuem melhores resultados de ROA e ROE em relação as empresas que não estão listadas.

50

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A contabilidade permite que as empresas atendam a demanda da sociedade, expressando em termos de valor as importâncias cedidas em prol dos benefícios socioambientais. Cada vez mais os stakeholders tornam-se agentes mais interessados nas questões ambientais uma vez que são atraídos a investir em empresas amigas do ambiente e, portanto, esta captação de investidores depende das informações disponibilizadas nas contas anuais das empresas. O estudo teve como objetivo investigar a relação existente entre os indicadores

de

rentabilidade

das

empresas

listadas

no

Índice

de

Sustentabilidade Empresarial (ISE) da carteira de 2016 e 2017, cujo os períodos base compreendem os anos de 2015 e 2016 em relação aos indicadores das empresas das listas Nível 1, Nível 2 e Novo Mercado da BM&FBovespa e constatar que, empresas com preocupações éticas e sustentáveis diferenciam-se não só em termos de qualidade, nível de compromisso e transparência, como também em desempenho econômicofinanceiro. Para tanto, por meio da análise dos índices e do método da estatística descritiva analisou-se os dados de 209 empresas e constatou-se que, as empresas do ISE apresentam um maior número de índices positivos e que os indicadores são menos dispersos. Com base na média do período analisado as empresas que adotam práticas de sustentabilidade apresentaram maior retorno sobre o ativo, bem como melhores indicadores de retorno sobre o patrimônio líquido. Em unanimidade, as empresas integrantes do ISE apresentaram indicadores com menor desvio padrão e menor coeficiente de variação nos dois períodos da análise, o que significa dizer que há menos dispersão entre os resultados obtidos nas empresas do ISE em relação as empresas representativas de mercado. A relevância prática dos resultados apresentados relaciona-se com o argumento de que os investimentos em ações de responsabilidade social corporativa beneficiam as empresas no que tange aos aspectos de imagem.

51

Além disso, constata-se que as empresas realizam tais investimentos visando atender as exigências de seus stakeholders, e também, como forma de buscar obter vantagem competitiva em longo prazo. De forma global, nota-se que os investimentos em atitudes voltadas a ações de responsabilidade social corporativa de fato impulsionam um maior destaque para a empresa perante aos investidores, clientes, fornecedores e sociedade, e como consequência levam ao aumento da rentabilidade financeira da empresa. Convém destacar que a limitação do presente estudo está relacionada ao curto período de análise, mas que, no entanto, não invalida os resultados apresentados. Para pesquisas posteriores sugere-se aumentar o período de abrangência da análise, de forma que seja possível a comparação em escala de tempo e obtenham-se informações melhores e mais robustas. Indica-se como uma hipótese interessante de pesquisa, averiguar se empresas que investem em ações de responsabilidade social corporativa externas possuem desempenho financeiro superior em relação àquelas que investem somente em ações internas. Por fim, espera-se que esse estudo contribua para aumentar o nível de conhecimentos sobre o tema, e que estimule a reflexão sobre os diversos aspectos a serem considerados para que se atinja o desenvolvimento sustentável e sobre o papel da contabilidade nesse processo.

52

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