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FRÍSIA EM FOCO REVISTA Ano 6 - nº 26 - Edição: Julho/Agosto www.frisia.coop.br FRÍSIA COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL Uma nova geração, a mesma essência...
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FRÍSIA EM FOCO REVISTA

Ano 6 - nº 26 - Edição: Julho/Agosto www.frisia.coop.br

FRÍSIA COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL

Uma nova geração, a mesma essência.

Carta do

Presidente Renato J. C. Greidanus

Mudanças são processos significativos em todos os âmbitos da vida. Explicálas é complexo e moroso. Mas, quando tudo é feito com cooperação, de forma objetiva e tendo o suporte de 90 anos de história, passa a ser um momento único. Agora, somos Frísia, continuamos com a mesma estrutura, com as mesmas famílias de cooperados, com os mesmos colaboradores e, principalmente, com a mesma essência. Com mudanças, sempre vem inovação. Inauguramos a primeira unidade com o nome Frísia, a UPL – Unidade Produtora de Leitões, um novo conceito de granjas de gestão coletiva. Também como Frísia, apresentamos o Projeto Novas Fronteiras para os cooperados. Além de tudo isso, tivemos muitas atividades, como Dia do Cooperado, Premiação dos Produtores Destaque, entre outras. E, com tanta novidade, a melhor forma de contar é usar algo novo. Uma nova e reformulada Frísia em Foco. A partir de agora, o informativo Somos Frísia contará tudo o que acontece com nossos colaboradores e terá frequência mensal. A revista continuará bimestral, com muita informação para todos os nossos públicos de interesse. Então, podem nos chamar de Frísia Cooperativa Agroindustrial. Somos uma nova geração, com a mesma essência. Boa leitura!

VOCÊ VIU

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Com a mudança de denominação da cooperativa e inauguração da UPL, a Frísia foi destaque em rede nacional em diversos veículos de comunicação. Rádios, Tvs, Impressos e tantos outros falaram de nós! PORKWORLD Portal da Suinocultura Brasileira

www.porkworld.com.br /noticia/unidade-produtora-deleitoes-reune-tecnologias-para-o-bem-estar-animal/ SUINOCULTURA INDUSTRIAL Destaque para a mudança de Denominação Social e para Inauguração da UPL com vídeo especial na TV Gessulli.

www.suinoculturaindustrial.com.br VALOR ECONÔMICO O renomado jornal Valor Econômico esteve presente no evento de inauguração e deu destaque à Frísia – jornal impresso.

CONFIRA 03 05 10 12 14 18 22 27

Frísia em novas fronteiras Podem nos chamar Frísia Dia do cooperado UPL é inaugurada Recria Herança Holandresa: pra onde vai nossa produção Repórter por um dia Perfil: Willen de Geus

EXPEDIENTE DIRETORIA EXECUTIVA Diretor Presidente

Renato João de Castro Greidanus

Diretor Vice-Presidente Gaspar João de Geus

Diretores Conselheiros

Bernardo G. van Santen Luiz Henrique de Geus Robin Vink

Sérgio Augusto Spinardi CONSELHO FISCAL

Richard Franke Dijkstra

Raphael C. Hoogerheide Diretor Secretário

Johannes Artur van der Meer Daniel Vriesman Sobrinho Geraldo Slob

Janus Katsman

Pleun Arthur Voorsluys

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ADMINISTRAÇÃO

Pecuária

Gerente Geral -

Mauro Sérgio Souza

Antonio Carlos Campos

Walter P. Ribas

Paulo R. Marchezini

Almiro R. Bauermann

Anacleto Luis Ferri

Ronald Eikelenboom

Edmilton Aguiar Lemos

Estefano Stemmer Jr.

Administrativo

Gestão de Pessoas

Corporativo

Fábrica de Rações

Agrícola

Serviços e Logística

Lácteos

Moinho de Trigo

Comercial

Mario Dykstra REDAÇÃO

Luciano Tonon

Vivian Datola de Mello COLABORADOR Edilson Lemos

DIAGRAMAÇÃO Casa da Comunicação

FOTOS

Informações

Edilson Lemos

Tel. (42) 3231-9020 /

Lucas Los

[email protected]

Ricardo Rossi

Carambeí - PR

Vivian Dátola de Mello

CEP 84145-000

Raul Voorsluys

3231-9021

Terra Verde

Av. dos Pioneiros, 2324

JORNALISTA RESPONSÁVEL

Cx. Postal 1101

MTb 7032/PR

Tel. (42) 3231-9000 www.frisia.coop.br

MERCADO

Frísia em Novas Fronteiras

A Frísia possui uma área total de 195ha de terras

Com tantas mudanças em prol do desenvolvimento da Cooperativa, buscar por novas oportunidades é essencial para a Frísia, que está neste importante momento de sua história. O Projeto Novas Fronteiras Agrícolas propõe uma expansão da cooperativa, buscando um espaço novo, com muitas oportunidades de crescimento e investimentos e um clima diferenciado. A Frísia chegou ao Tocantins. Dentro do planejamento estratégico da Cooperativa, havia um anseio de busca de uma nova região para a expansão agrícola. E foi assim que, para dar suporte na produção, compra e fornecimento de insumos para superar as dificuldades desta comercialização, a Cooperativa se instalou na região de fronteira e apresentou o projeto para cooperados da Frísia e de outras cooperativas, para que possam analisar a possibilidade de investir em espaços de terras produtivas daquela localidade.

“A malha viária do Tocantins e a logística são muito boas. As propriedades têm áreas de médio e pequeno porte. Desta forma, desenvolvemos o projeto e convidamos mais cooperativas a participarem, pois já temos um modelo de trabalho forte de intercooperação. E para os produtores que têm interesse em expandir suas propriedades, apresentamos esta oportunidade”, explicou Renato Greidanus, presidente da Frísia Cooperativa Agroindustrial.

Com o Projeto Novas Fronteiras, além da cooperativa conquistar novos cooperados da região Centro Oeste há a oportunidade dos já cooperados expandirem suas terras. O fornecimento de insumos no tempo certo e todo o atendimento prestado pela Frísia serão os mesmos naquela localidade, dando todo o suporte administrativo, assistência técnica, campo demonstrativo, beneficiamento e armazenamento de grãos. Para isso, o entreposto da Frísia já está em fase inicial de construção.

Obras em Tocantins para o entreposto da Frísia

Cooperados puderam assistir à apresentação do Projeto

Cooperativa Frísia Centro Oeste A construção do entreposto acontece em Paraíso do Tocantins, distante 80km de Palmas, capital do Estado. A Frísia tem uma área de cerca de 195 hectares de terra, sendo: 68,16ha de reserva legal averbada, 10,82ha de preservação permanente e 115,76ha de área útil, ou seja, aproximados 70% aberto. Em 40ha desta área haverá um campo demonstrativo. Serão disponibilizados tombador e secador e quatro silos com capacidade de 6.000 toneladas cada. “A produção da região é de soja, arroz e milho que são armazenados em silos de terceiros, agricultores ou cooperativas, mas ainda há muita produção e muita demanda para novas estruturas”, explica o gerente Agrícola, Anacleto Luis Ferri. Toda logística da região poderá ser usada, como as ferrovias que seguem a Belém-PA e São Luis-MA, e o destino poderá ser para produção em empresas já instaladas no Estado. Há ainda industrias de rações com grande demanda de milho, que também pode ser comercializado diretamente. O fornecimento de agrotóxicos é suprido pela presença de grande número de fabricantes com interesse na região. O fertilizante utilizado é importado via portos no Norte e tem curso bastante similar ao da Região Sul.

“Estamos trabalhando neste projeto com recursos do Banco do Brasil, o que nos dá credibilidade e segurança para investir. Cremos que é uma grande oportunidade para que muitos possam prosperar e expandir suas produções”, finaliza Renato. O Projeto Novas Fronteiras Agrícolas foi apresentado para cooperados da Frísia, Agrária, Witmarsun e Castrolanda pelos diretores da Frísia Cooperativa Agroindustrial e pelo gerente Anacleto. A projeção de conclusão das obras do entreposto é para fevereiro de 2016, quando estará apta a receber safras e começar seus trabalhos de venda de produção.

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AGRICULTURA

Frísia Recebe Certificado de

SUSTENTABILIDADE A Frísia Cooperativa Agroindustrial recebeu o Certificado de Sustentabilidade Milho 2015, através da Ingredion, parceira comercial da cooperativa. Concedido pela empresa Unilever, este certificado é um reconhecimento da sustentabilidade nos processos assegurados tanto pela rastreabilidade da produção dos associados, quanto os processos da Frísia em relação a armazenagem de milho Waxy, seguindo as regras agrícolas sustentáveis adotadas pela empresa holandesa. A Unilever utiliza o amido de milho Waxy na composição de produto líder no segmento. Na ocasião, o gerente agrícola Anacleto Luis Ferri recebeu o certificado de sustentabilidade diretamente do especialista técnico da Ingedion, José Eduardo Camargo. RECONHECIMENTO O certificado de sustentabilidade destaca a cooperativa Frísia como fornecedora de milho Waxy para a Ingredion. Segundo o gerente agrícola, é de grande importância, na medida que reflete a seriedade e profissionalismo de todos os envolvidos com esta cultura. “O certificado outorgado para a Ingredion beneficia de forma direta a Frísia, pois é com base nas pesquisas de campo entre os agricultores que cultivam Milho Waxy e Milho Convencional que o certificado é concedido. Com isso, a Unilever tem a garantia que o milho fornecido pela Frísia e industrializado pela Ingredion atende a todos os padrões de sustentabilidade previstos para o fornecimento de matéria prima para a produção de alimentos pela Unilever e fica

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mais evidente que a Visão da cooperativa em Ser referência no agronegócio com sustentabilidade”, registra Anacleto. O milho Waxy é processado pela Ingredion em suas plantas industriais localizadas em Balsa Nova (PR) e Trombudo Central (SC). Sobre as empresas: Presente há 86 anos na vida dos brasileiros, a Unilever é uma companhia anglo-holandesa que produz bens de consumo em 190 países, nas categorias de cuidados pessoais, alimentos, limpeza, refreshment (bebidas de soja e sorvetes) e alimentação fora do lar. Hoje, o mercado nacional é atendido por 700 produtos de 25 marcas. Possui um Plano Sustentável que engloba o trabalho contínuo para melhorar o sabor e a qualidade nutricional de todos os seus produtos, além de prezar pelo uso de matérias-primas agrícolas obtidas de forma sustentável. Sua matriz está localizada em Chicago, tendo como sede a cidade de São Paulo. Assim como as empresas Unilever e Ingrédion, a Frísia Cooperativa Agroindustrial adota ações sustentáveis em seus negócios, com processos produtivos rastreáveis, trazendo segurança e transparência na produção, respeitando a sustentabilidade em seus três pilares: econômico, social e ambiental. Este certificado é fruto de garantias que os consumidores almejam, com gestão orientada a padrões e sistemas de verificação que atestam suas boas práticas.

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CAPA

PODEM NOS CHAMAR DE Agora somos Frísia Cooperativa Agroindustrial

Mudanças acontecem a todo momento. As pessoas mudam, as estações, a rotina, as ideias mudam. E, geralmente, mudanças nunca são fáceis. Mudar de nome tem um significado tão forte que jamais será um processo fácil, porém, é um momento de muito estudo, dedicação e relevância, respeitando o passado e visualizando um futuro promissor. Desde 2011 que o nome Frísia já passou a fazer parte da história da Cooperativa. Com a inauguração da Unidade de Benificiamento de Leite Frísia, em Ponta Grossa, o conhecimento desta, então nova marca, foi realidade para a sociedade. E agora, quatro anos depois, reinventamos nosso momento e passamos a nos chamar oficialmente Frísia Cooperativa Agroindustrial. “Em nada mudamos nossa estrutura organizacional, nossos quadros de cooperados e colaboradores, apenas a denominação social foi alterada de Batavo para Frísia”, esclarece o presidente da Cooperativa, Renato Greidanus. HISTÓRICO DA MUDANÇA O nome Batavo estava ligado diretamente aos produtos derivados de lácteos e carnes que, desde 1997, já não fazem parte da produção da Cooperativa. A dissociação com o nome Batavo era essencial para o andamento da Cooperativa. Desde 2011, com a Intercooperação, a Cooperativa Frísia voltou à industrialização de produtos, porém com novas marcas: Colônia Holandesa - para lácteos; Herança Holandesa - para a farinha de trigo e Alegra foods - para Carnes. “A nossa produção com a marca Batavo é somente de sementes e rações que fornecemos aos associados”, explica Renato. A história começa a ser reescrita com um nome

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já apresentado à comunidade, com uma força de inovação, trazendo uma imagem do moderno e do atual. “Quando falamos em Frísia na região (dos Campos Gerais – Paraná), imediatamente remetem à nossa Unidade de Benificiamento de Leite, uma das indústrias mais modernas deste ramo no Brasil”, conclui o presidente. A nova marca remete às origens holandesas de nossos fundadores, valorizando nossa história de trabalho e as diversas gerações de famílias que fizeram parte dela. Com novo visual e grande entusiasmo, e uma nova roupagem, mostramos mais uma vez a capacidade de renovação que faz de nós uma das mais antigas, tradicionais e sólidas cooperativas agroindustriais do Brasil. Para acontecer toda esta mudança de denominação, foram feitos estudos de nome e viabilidade, conhecimento e muita conversa com os mais envolvidos: diretoria, colaboradores e cooperados. Todo o estudo da marca foi apresentado durante assembleias e reuniões consultivas realizadas em diversas datas e locais para atender a maior parcela possível dos cooperados. Todo o processo foi votado e a maior parte decidiu pelo sim. A data da última votação coincidiu com o aniversário dos 90 anos da Batavo, que também foi o Dia do Cooperado: a Frísia Cooperativa Agroindustrial nasceu no dia 1º de agosto de 2015.

Renato Greidanus em momento de Coletiva de Imprensa quando anuncia a mudança de denominação

Em Assembleia Geral Extraordinária os cooperados aprovaram a mudança

Willen De Geus assina ata da Assembleia

v Somos uma cooperativa formada por décadas de história. Somos filhos de cooperados que vão passando de geração em geração o amor pela terra e pelos animais. Somos frutos do investimento em tecnologia e inovação, que traz no DNA o cooperativismo, a lealdade e a união com o próximo. Somos sócios e somos colaboradores. Somos quem escrevemos a história até agora e passaremos a desenhar um futuro que prezará pela qualidade nos produtos, pela sustentabilidade no negócio e pelo respeito ao próximo. Com a mesma essência dos nossos antepassados, agora somos a Frísia Cooperativa Agroindustrial.

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Franke Djkstra durante assinatura da ata da AGE

QUEM SOMOS

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CAPA A chegada dos imigrantes

LINHA DE

1911 1913

Criação da Sociedade Holandesa de Laticínios Ltda

Chegada de mais imigrantes

TEMPO

1925

Surge a marca Batavo

1928 A expansão da Cooperativa Mixta Batavo

O despertar agrícola: a chegada de imigrantes de outras etnias

1930 1941

A chegada de mais imigrantes holandeses: trazendo gado P.O. e touro: início do melhoramento genético e leiteiro

1947

Fundação ABC

A venda total da Batavia S.A para a Perdigão (BRF) com a marca Batavo para lácteos e frios (marca da holandesinha)

Surge a marca de lácteos do Negócio Leite (intercooperação): marca COLÔNIA HOLANDESA

Inauguração do Moinho de Trigo em Ponta Grossa: lançamento da nova marca de farinha de trigo HERANÇA HOLANDESA Inauguração da Unidade Industrial de Carnes em Castro (intercooperação): nova marca de cortes de suínos ALEGRA

1954 1984

Criação da Cooperativa Central de Laticínios do Paraná LTDA – CCLPL

1997

Abertura da CCLPL: entrada da Parmalat no negócio: surge a Batávia S.A

2002

A venda para a Perdigão da parte da Parmalat 2007

O regresso da Cooperativa Batavo no mercado de lácteos: indústria Frísia (lançamento desta nova marca)

2011 2012

2014 2015

2015 2015

Inauguração da Unidade de Beneficiamento de Leite em Itapetininga SP (intercooperação Negócio Leite)

Inauguração do Novo Centro Administrativo em Carambeí

2015 Inauguração das Novas Instalações em Tibagi

2015

2015 Inauguração da Unidade Produtora de Leitões (a mais moderna do País)

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Especial

anos

Aniversariante cheia de estilo A mais “idosa” cooperativa do Paraná (a segunda do Brasil) acabou de completar mais um ano e ganhou um grande presente: um novo nome. São 90 anos de muita história, muita luta e muita cooperação. Em 1925 nascia a Batavo Cooperativa Agroindustrial que, assim como seus fundadores, viria a ter um histórico de consagrações e desafios que a fizeram cada vez mais forte e competitiva. Suas superações começaram desde o início, onde tiveram que se adaptar a uma região que não conheciam, uma língua que não falavam e uma época de guerra, crises e a um solo que não era adequado aos seus plantios. A união dos sete primeiros imigrantes, que juntos, em um espirito de cooperação, passaram a prosperar com suas produções de leite, queijo e manteiga é o que se vê refletido em cada um dos descendentes que hoje conduzem os negócios de seus antepassados e têm a Cooperativa como parte integrante da árvore genealógica de suas famílias. Sua reinvenção e ascensão são observadas todos

os dias. Após a concessão da marca Batavo para produtos lácteos e carnes em 1997, a Frísia retornou à industrialização em 2011, com a unidade de beneficiamento de leite e com a aliança entre as Cooperativas Frísia, Castrolanda e Capal, formando a Intercooperação, se lançou novamente no mercado com os produtos da Colônia Holandesa (Lácteos), Herança Holandesa (trigo) e Alegra Foods (carnes). Fazer 90 anos em pleno século XXI é um desafio. Permanecer jovem, idealizar o novo e estar à frente do seu tempo é o que realizamos. No ambiente onde está inserida, competidora direta de gigantes de diversos setores, a jovem nonagenária não é vista apenas como uma empresa da região e sim como uma revolucionária. A Batavo Cooperativa Agroindustrial festejou seus 90 anos no dia 1º de agosto de 2015, apagou as velas e mudou de vida: passou a se chamar Frísia, trocou sua roupagem, se recompôs com novas ideias e manteve a mesma essência – de ser uma Cooperativa que honra sua história com a qualidade

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CAPA

Assembleia Extraordinária, Palestras Técnicas e Premiações abrilhantaram o Dia do Cooperado 2015

Cooperados estiveram reunidos na AFCB para assistirem as palestras e premiações

O Dia do Cooperado é uma data em que se comemoram a associação, união e parceria que tanto é exercida na Frísia Cooperativa Agroindustrial. Celebrado no dia 1º de agosto, a data é especial e os cooperados aproveitam para confraternizar entre si e ainda participam de palestras técnicas. Em 2015, o encontro foi ainda mais exclusivo. Pela manhã, houve a Assembleia Geral Extraordinária que marcou a troca de denominação social para Frísia. Após o almoço, os participantes assistiram às apresentações dos profissionais convidados para abrilhantar o evento e ainda houve a premiação das produtividades. Pela primeira vez na cooperativa, o Engenheiro Agrônomo, pesquisador e consultor técnico de agronegócio, Egídio Arno Konzen, palestrou sobre a integração da Lavoura e Pecuária, destacando a importância de adubação com biofertilizantes da Suinocultura para o campo, fazendo o reaproveitamento e o descarte corretamente. Para ele, a apresentação foi de grande valia, pois é de total interesse do produtor conhecer novas técnicas e realiza-las corretamente. “A importância do tema é oferecer alternativas tecnológicas com fundamentações científicas na implementação da suinocultura, que está começando agora na região. A aplicação de toda metodologia que apresentamos aqui será gradativa, à medida que o produtor absorver o uso dos biofertilizantes com o auxílio da

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equipe técnica da Frísia”, analisou o palestrante. Complementando as explicações do pesquisador, Eltje Jan Loman Filho, gerente geral e de pesquisa da Fundação ABC, também palestrou sobre a integração que pode ser realizada na lavoura e na pecuária. O gerente também é Engenheiro Agrônomo com mestrado e membro do Comitê Estratégico de Soja Brasil. O Técnico em Agropecuária, Biólogo e gestor do Departamento Ambiental da Cooperativa, Pieter Maurits van der Meer, explicou aos cooperados presentes sobre a aplicação das técnicas de uso de integração já realizadas pela Frísia. Para finalizar a tarde técnica, o presidente executivo da Agroceres, Fernando Antônio Pereira, explanou sobre as questões mercadológicas que envolvem os temas pecuária leiteira, pecuária de suínos e agricultura grãos. “Ter acesso às percepções de um executivo como o Fernando Pereira sobre os mercados de grãos e carnes, é fundamental para o estabelecimento de bases para a tomada de decisões estratégicas”, analisou o gerente de negócios Agropecuários, Mauro Sérgio Souza. Com a presença de 150 pessoas, entre associados e colaboradores da Frísia, o Dia do Cooperado encerrou com a premiação dos melhores em produtividade. Confira os produtores que foram destaques, tanto em âmbito técnico como administrativo na próxima página.

PREMIADOS 2015 Produtividade Agrícola de Soja 1º Lugar - Geraldo Slob – Ganhador da viagem técnica 2º Lugar - Henrique Degraf 3º Lugar - Gaspar João De Geus Produtividade Agrícola de Milho 1º Lugar - Renato João de Castro Greidanus 2º Lugar - Roberto Ari de Castro Greidanus 3º Lugar - Richard Franke Dijkstra Carlos Guilherme Sleutjes Vencedor da viagem técnica

Produtividade na Atividade Pecuária Suinícola 1º Lugar - Victor Augusto Aardoom 2º Lugar - Willant Van Den Boogaard 3º Lugar - Carlos Eduardo Los e premiado com a viagem técnica

Produtividade na Atividade Pecuária Leiteira 1º Lugar - Gretchen Anna Gehrmann 2º Lugar - Theo Cornelius Marius Janssen e ganhador da viagem técnica

3º Lugar - Mario Dykstra Helmuth Schmidt

também vencedor de viagem técnica

Os palestrantes posam juntos com alguns dos premiados no Dia do Cooperado

ENTENDA A PREMIAÇÃO 2015 foi o sexto ano consecutivo de premiação em produtividade e destaque em âmbitos técnicos e administrativos, com reconhecimento. Os premiados recebem um certificado e, segundo alguns critérios, uma viagem técnica inter-

nacional, conforme regras. Além dos critérios específicos de cada categoria, os itens gerais avaliados foram: participação em assembleias, reuniões das classes e eventos técnicos da cooperativa

Confira o que falam os vencedores: Geraldo Slob “Nossos antepassados fizeram milagres com o nosso solo e nunca mediram esforços para melhorar a tecnologia e usar o melhor produto. O segredo é sempre querer um resultado melhor que o ano anterior. Não basta adubar bem. Temos que investir em tecnologia, pesquisas e ser ambientalmente corretos. Sempre inovar, ser racional no uso de fertilizantes e jamais desperdiçar. Não é só pelo prêmio, é uma satisfação pessoal para mim e para toda minha equipe receber este reconhecimento” Renato Greidanus “É sempre uma honra ganhar com produtividade e saber que foi com qualidade, gestão e dedicação que alcançamos os resultados. Ser reconhecido pelo nosso trabalho é uma conquista que superamos a cada ano através de metas e resultados alcançados.” Gretchen Anna Gehrmann “Somos quatro gerações de cooperados, desde a época do meu avô até meus filhos. Trabalhar com a cooperativa é uma relação de confiança, um casamento. A gente capricha, preserva a organização, tenta não misturar as vacas, lavar todas as máquinas, evitar pontos de contaminação. Tem que ter objetivo, traçar uma meta e segui-la. Assim a gente chega lá” Victor Augusto Aardoom “Cuido dos animais da melhor forma possível, tenho mão-de-obra estruturada e com qualidade. Esta premiação é mérito dos meus colaboradores também. Nós usamos o programa de controle de resultados e também estamos aumentando mais duas engordas em Tibagi, o que podemos trabalhar com o vazio sanitário de forma tranquila e evitar contaminação. Tudo é uma questão de se ter cuidados com a criação”

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CAPA

Unidade Produtora de Leitões é inaugurada Diretoria da Frísia Cooperativa com Beto e Fernanda Richa

Com a presença de autoridades, cooperados, diretoria e colaboradores, a UPL - Unidade Produtora de Leitões Frísia foi inaugurada sob os olhares curiosos e atenção da mídia nacional. Para um público de mais de 400 pessoas, o presidente Renato Greidanus discursou sobre o investimento de R$40 milhões nesta unidade e a importância desta nova etapa para a Cooperativa que, com 90 anos, mudou de denominação social para Frísia Cooperativa Agroindustrial. Este anúncio para a comunidade e imprensa foi feito oficialmente durante a fala do presidente na inauguração. “Para nós, é uma imensa alegria inaugurar um investimento deste porte, que prezou por sustentabilidade no processo, tecnologia de ponta e é um marco histórico: é a primeira unidade que inauguramos com o nome da Frísia Cooperativa Agroindustrial”, discursa. A UPL é uma granja considerada a mais moderna do país, a primeira deste porte com sistema de gestação coletiva. Com foco no bem-estar animal e na

sustentabilidade, o local tem capacidade para alojamento de cinco mil fêmeas e produção semanal de 2.900 leitões. A tecnologia no processo de produção vai desde a inseminação dos animais até a entrega deles aos cooperados terminadores. “Trouxemos tudo o que há de mais novo e moderno no mercado para fazer desta a granja referência em sustentabilidade e produção de Leitões em sistema de gestação coletiva. Com isso, conseguiremos uma melhor produtividade, um excelente desempenho zootécnico e ainda nos ajuda a reduzir os custos de produção”, explica o gerente de negócios agropecuários, Mauro Sérgio Souza.



Esta granja passa a ser referência em sustentabailidade...



Descerramento da placa O Diretor-presidente da Frísia Cooperativa Agroindustrial, Renato Greidanus, acompanhado do Governador do Paraná, Beto Richa, da primeiradama e Secretária do Trabalho e Desenvolvimento Social, Fernanda Richa, do Superintendente Federal de Agricultura no Estado do Paraná, Gil Bueno de Magalhães, do Prefeito Municipal de Carambeí, Osmar Blum Chinato descerraram a placa que oficializou a Unidade Produtora de Leitões. Também estiveram presentes no evento Deputados Estaduais, Prefeitos, Vice-prefeitos, Vereadores e Secretários Municipais da região. Momento de descerramento da placa de inauguração da UPL

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ENTENDA A UPL Ao contrário das granjas convencionais, que mantém os animais presos em gaiolas durante toda a vida, a UPL extingue-as e mantém as porcas em baias amplas e coletivas durante todo o período de gestação – que é o período mais longo da vida delas –, projetadas dentro das atuais legislações internacionais de bemestar animal. Além disso, todos os ambientes são climatizados na temperatura ideal para os animais. Modelo em processos produtivos automatizados, a unidade é a base da cadeia de criação de suínos, pois funciona como produtora de leitões e como granja de reprodução. O leitão passa aproximadamente 63 dias na UPL. Por 21 dias, ele fica na chamada “maternidade”, com a mãe, até ser desmamado (com cerca de seis quilos) e depois para a “creche”, onde permanece até atingir 22 quilos. Em seguida, os suínos são transferidos para os cooperados Frísia, depois para a Unidade Industrial de Carnes da Intercooperação (UIC), que processa em parceria com terceiros ou produz para a marca Alegra Foods, que tem como foco o mercado interno e externo. Operando como núcleo-filial de rebanho fechado, a unidade conta com plantéis internos de avós e bisavós para autorreposição de matrizes e de material

genético. Com isso, não há necessidade de introdução de animais no sistema. A UPL adota ainda o conceito genética líquida, ou seja, apenas o sêmen selecionado de machos no topo da cadeia genética chega à UPL. A prática garante melhoramento e atualização genética em tempo real. Estes dois conceitos, juntos, possibilitam máxima segurança sanitária com o mínimo risco de entrada de enfermidades via animal.

SUSTENTÁVEL O projeto é focado na sustentabilidade, pois faz a reutilização da água em 40% do volume tratado. Essa água possui um nível de tratamento superior, que permite seu reuso no processo de limpeza de canaletas de dejetos das instalações ou mesmo em irrigação em fazendas. Também é produzido biogás, que serve para aquecer a água dos chuveiros utilizados pelos funcionários, climatizar o piso da maternidade e o ar da creche.

Agroceres Para homenagear a Frísia Cooperativa Agroindustrial e parabenizar pela inauguração da UPL, a Agroceres, parceira de negócios da cooperativa, presenteou a diretoria com uma réplica de uma fêmea reprodutora em Bronze com a seguinte mensagem: “Visões de realização, inovação e empreendedorismo: assim é a Frísia, guiada pelo fortalecimento e evolução do cooperativismo, do agronegócio e do produtor rural”. Representantes da Agroceres se reúnem com diretoria da Frísia para entrega de homenagem

Tectron Outra homenagem foi realizada pela Tectron, que entregou uma placa ao presidente da Cooperativa em meio ao evento de inauguração. No chapa, um reconhecimento pela inovação, vanguarda e qualidade que faz da Frísia uma referência no Brasil. Nova parceria da Frísia, Tectron, parabenizou a inauguração da UPL com placa entregue ao presidente por seus representantes

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PECUÁRIA/RECRIA

Pecuarista optou pela Unidade de Recria e alavancou a produção de leite

Fabiano tem 19 novilhas em recria Uma parceria que compensa

UMA PARCERIA QUE COMPENSA A situação enfrentada pelo produtor Fabiano Mayer, que há quase 20 anos trabalha com leite na Chácara Mayer, distrito de Guaragi, em Ponta Grossa, era problemática, como a de muitos outros. Tinha problema de mão-de-obra, que era pouca. Podia contar apenas consigo mesmo, já que trabalha sozinho. Com pouca área, precisava de espaço para crescer e queria animais bem criados para melhorar a qualidade do plantel. Foi assim que Fabiano também encontrou na Unidade de Recria a parceria ideal para alavancar a atividade leiteira. Hoje já alcança uma produção de 650 litros/dia com 65 animais no rebanho, dos quais 19 são novilhas em

recria e 32 vacas em ordenha. Segundo Fabiano, a experiência de recria valeu a pena porque os animais são criados por técnicos, liberando sua atenção para a produção de leite. Diz que as prenhezes foram bem conduzidas, de forma a obter animais de qualidade e mais produtivos. Para ele, o sistema funciona bem e o custo é razoável. Ele se considera satisfeito, pretende continuar contando com a Unidade de Recria e ainda quer mais. Pretende melhorar um pouco suas estruturas de abrigo e alimentação para os animais, partindo para um confinamento, e atingir a uma produção de 800 a 1.000 litros/dia no médio prazo.

A cooperativa dispõe de lugar para novilhas de cooperados. Para ser aceite, o produtor precisa ser cooperado e ter exames sanitários negativos dos animais nos últimos 3 anos. Interessados podem contatar o seu técnico ou diretamente com Jeroen (42-8403-7280, [email protected]). Tire suas dúvidas e agende uma visita.

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GERAL

LIDERANÇAS PASSAM POR TREINAMENTOS

Líderes da Unidade de Beneficiamento de Leite com instrutor, gestor e representantes do RH

O desafio de Liderar Pessoas no mercado atual

A Palestra “O Desafio de liderar pessoas no mercado atual” foi o encontro da equipe do RH - com os profissionais que exercem cargos de liderança dos mais diversos níveis hierárquicos nas unidades de negócios da Cooperativa. O evento foi estruturado para que os participantes tivessem acesso aos conteúdos, temas e ferramentas mais relevantes para uma boa gestão de pessoas. As palestras foram realizadas nos municípios de Ponta Grossa (Moinho de Trigo e Unidade de Beneficiamento de Leite), Tibagi e Carambeí, com mais de 100 líderes que contemplaram uma avaliação conjunta dos principais indicadores da área de gestão de pessoas das diversas unidades de negócios, tendo como propósito o desafio de melhorá-los através de uma atuação sistêmica do líder imediato da equipe. Além dos indicadores de Gestão apresentados, nas áreas de Segurança no Trabalho e de Recursos Humanos, pelo engenheiro de segurança Alex Santos e pelo gerente de pessoas Walter Ribas, os encontros contaram com a participação do Instrutor do

Sescoop/Pr, Jefersom Machado, que abordou os principais aspectos do modelo ideal de perfil comportamental da Liderança para manter a sua equipe motivada e engajada para cumprir metas e gerar resultados, uma oportunidade única de networking e compartilhamento das práticas de liderança entre os convidados. “Os líderes tiveram a oportunidade de aprender que é preciso conhecer as pessoas primeiro, pois só assim serão capazes de começar a liderá-las e que saber ouvir é a melhor maneira de aprender”, contou o gerente de pessoas, Walter, concluindo que a principal fonte da liderança está na capacidade de entender as pessoas. “Os participantes tiveram a oportunidade de entender o seu papel como líder e levantar as percepções e hipóteses sobre os caminhos a serem trilhados nos próximos anos para garantir o crescimento sustentável da Frísia. Uma das mais importantes competências de um líder é o seu poder de comunicação”, conclui.

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AMBIENTAL E FLORESTAL

Embalagens de Agrotóxicos: destino correto Destinar corretamente embalagens de agrotóxicos é uma forma de trabalhar prezando pela sustentabilidade, com respeito ao meio ambiente. Agrotóxicos são essenciais para a cultura agrícola, pois contribuem no controle de doenças e, por consequência, aumentam a produtividade e seu uso é feito com grande frequência pela maior parte dos agricultores. Como os agrotóxicos visam alterar a composição da flora e da fauna, a fim de preserva-las de ações danosas de seres nocivos, seu uso tem que ser cons-

ciente, de forma controlada e com orientações devidas de fornecedores ou técnicos responsáveis. Mesmo com os cuidados tomados, a destinação da embalagem do agrotóxico é assunto a ser discutido. “De nada adianta usar corretamente o produto se a embalagem é descartada de forma errada, deixando-a jogada em qualquer lugar ou mesmo perto de áreas que podem ser contaminadas, como rios ou às margens de rodovias”, explica o biólogo e Coordenador Ambiental da Frísia, Pieter van der Meer.

O QUE SÃO EMBALAGENS LAVÁVEIS

A Frísia orienta seus cooperados a realizar a destinação correta das embalagens usadas. Confira as indicações: 1. Realize a separação correta das embalagens e lave-as, conforme orientação da ASSOCAMPOS (abaixo). 2. Armazene, temporariamente, as embalagens vazias na propriedade. Nos Campos Gerais, a ASSOCAMPOS (Associação dos Revendedores de Insumos Agropecuários dos Campos Gerais) realiza a coleta diretamente na propriedade de pequenos produtores (até 100 embalagens) - Caso seu volume seja maior ou sua não tenha essa coleta, transporte as embalagens aos pontos mais próximos, que você pode conferir no site da ASSOCAMPOS. 3. Mantenha em seu poder os comprovantes de entrega das embalagens e a nota fiscal de compra do produto. O material recolhido será encaminhado para reciclagem ou incineração. A destinação final do produto é coordenada pelo Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (Inpev), que representa os fabricantes de agrotóxicos.

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São embalagens que podem ser lavadas, geralmente feitas de plástico duro ou lata, contém produtos que devem ser diluídos em água antes de serem pulverizados na lavoura. As embalagens laváveis não devem ser enviadas tampadas e dentro de caixas, e sim enviadas em big bags, separadas por suas respectivas litragens, ou, organizadas em “fiadas”. Apenas as embalagens de 20L não necessitam ser colocadas em big bags. As tampas devem ser enviadas em sacos/caixas separados das embalagens.

COMO FAZER A TRÍPLICE LAVAGEM 1. Esvazie completamente o conteúdo da embalagem no tanque do pulverizador; 2. Adicione água limpa à embalagem até ¼ do seu volume; 3. Tampe bem a embalagem e agite-a por 30 segundos; 4. Despeje a água de lavagem no tanque do pulverizador; 5. Faça esta operação 3 vezes.

EFICIÊNCIA NA PRODUÇÃO DE EUCALIPTO A cultura do Eucalipto vem se destacando dentro de propriedades rurais de todos os portes, como uma diversidade de renda e aproveitamento de áreas de baixa utilização. Porém, para se conseguir uma boa eficiência na produção, o local de plantio do Eucalipto precisa de certos cuidados. Os povoamentos florestais de Eucalipto estão muito abaixo do potencial produtivo. Levando em consideração que o ciclo do eucalipto é de aproximados 7 anos e que, na maioria dos casos eles são destinados em áreas secundárias, é preciso ter uma maior eficiência na produção da cultura. A produtividade média fica em torno dos 40m³ por hectare por ano (ha/ano), com os tratos silviculturais adequados para o Eucalipto, pode-se ganhar cerca de 10m³/ha/ano. A aplicação de calcário é o primeiro passo para adequar o solo para o plantio, que tem a ação de neutralizar o pH, corrigir a acidez e ainda é fonte de cálcio e magnésio. Também é necessária aplicação dos macronutrientes Nitrogênio, Fósforo e Potássio e dos micronutrientes Boro, Zinco e Manganês. “Para se atingir a capacidade produtiva do Eucalip-

to é importante lembrar que não se pode usar uma receita de bolo pronto, pois cada variedade genética tem sua exigência nutricional específica que precisa ser conhecida”, explica o Engenheiro Florestal, Francis Dalton Gomes Bavoso. “Antes de aplicar um adubo, o produtor precisa saber com qual variedade está trabalhando e suas necessidades”. Com toda a evolução das espécies e do setor florestal, vem aumentando o número de pesquisas na área, com respostas no crescimento do eucalipto e suas exigências. O aumento da produtividade de Eucaliptos em grande escala nunca foi tão estratégico para grandes ou pequenos produtores, considerando a escassez de terras disponíveis para compra e o alto custo para aquisição, usar adequadamente o terreno já existente para este plantio pode ser uma alternativa que renderá lucratividade e ainda contribui para a conservação do solo. Produtores que têm interesse em usar suas terras secundárias para o plantio de Eucalipto ou melhorar sua produção, podem entrar em contato com o setor Florestal da Frísia.

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INDÚSTRIA

HERANÇA HOLANDESA PARA ONDE VAI NOSSA PRODUÇÃO

Você já sabe que produzimos farinha de trigo com a marca Herança Holandesa no moinho de trigo em Ponta Grossa e que esta produção faz parte da Interccoperação entre as cooperativas Frísia, Castrolanda e Capal. Há um ano, o moinho inaugurou e já registrou recordes de produção, saímos diversas vezes na mídia local e fomos personagens de entrevistas que levaram o tema do “trigo”, como o plantio e outras demandas. Mas, por que não encontramos a farinha de trigo Herança Holandesa nas gôndolas dos supermercados? “Nossa produção é voltada para atender o mercado Industrial nas áreas de massa, panificação e biscoitos e na primeira fase do projeto do Moinho não foi considerada a produção de farinhas domésticas. Industrializamos aqui e enviamos para uso em produção de diversos alimentos, em todo o Brasil”, explica Cleonir Vitório Ongaratto, coordenador comercial do Moinho. A lista de clientes da Herança Holandesa já conta com mais de 30 nomes e, com as programações de produção crescendo mensalmente, este número está destinado a aumentar. “A cada mês, atingimos os números de produção e vendas e em alguns momentos superamos as metas que projetamos, o que significa que estamos crescendo, nosso nome começa a ganhar ainda mais destaque neste mercado e, com tudo isso, vamos conquistando mais clientes”, fala o coordenador. Em contrapartida à crise nacional, o Moinho de Trigo continua com sua produção sendo superada a

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cada dia. “Com a qualidade do trigo da safra passada, conseguimos uma boa procura por produtos que levam nosso nome, o que nos dá certo ânimo, considerando a atual situação econômica do país”, explica Estefano Stemmer, gerente de negócios do Moinho. Bimbo, Arysta, Ninfa, Certo Sabor, Selmi, Santa Anália, Wickbold, Denck, Itamaraty, El Shadai, Jasmine são alguns dos compradores da farinha Herança Holandesa. Além destes, há negociações em andamento com a Nestlé, Bauducco, Pepsico e Mondelez. As farinhas produzidas são as mais diversas, podendo atendar a um roll de clientes ainda maior. “Você não encontra a Herança Holandesa embalada nos mercados, mas ela é usada na produção de pães, bolachas, bolinhos prontos, massas, como lasanhas e macarrão. Nestes produtos, de algumas marcas, certamente você consumirá nossa farinha de trigo”, resume Estefano. “Futuramente podemos pensar em atender a um mercado varejista e colocar nas gondolas a Herança Holandesa”. A farinha de trigo produzida é Especial para Massas Secas, Massas Frescas, Panificação, Biscoitos Fermentados, Biscoitos Doces e Comuns.

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SÓ ELAS

Batalha de Anos

Construção do pontilhão sobre o Arroio do São Miguel virou realidade

Página do diário do pai de Jussara

Situação do pontilhão antes da reforma

Jussara Salgado Bittencourt não mede esforços para alcançar seus objetivos. Foi com muita determinação que ela, membro do grupo de mulheres da 1ª turma do Projeto de Desenvolvimento de Liderança Feminina da Frísia, idealizou a continuidade de um trabalho que começou há anos e concluiu com todo o mérito de mulher batalhadora que é. Seu projeto focou na reforma de um pontilhão que está localizado entre Ponta Grossa e Castro, sobre o Arroio do São Miguel. A via é usada diariamente por moradores, produtores rurais e madeireiros, para recebimento de insumos e escoamento de safras. A localidade é produtora de milho, soja, trigo e feijão, a pecuária leiteira, avicultura e silvicultura também são intensas na região. Ao juntar documentos para começar o projeto de reforma do pontilhão, Jussara encontrou solicitações datadas há mais de 50 anos. “Meu pai já havia começado a trabalhar nos pedidos de reforma desta ponte. A adequação desta via é necessária há muito tempo. Encontrei no diário dele, no ano de 1958, os primeiros pedidos para ajuste do pontilhão”, contou, orgulhosa de concluir uma obra que sua própria família idealizou. Para começar a reforma, ela começou a procurar pela comunidade, pedindo ajuda a produtores rurais e para os moradores do local. “Todos têm a mesma necessidade: um acesso seguro e o direito de ir e vir para suas casas e propriedades”, explica. Também solicitou ajuda de órgãos públicos, através das Prefeituras de Castro e Ponta Grossa, pelo motivo da localidade estar entre estes municípios. Após a busca por apoio e muitas respostas negativas, em 2014, Jussara passou a fazer parte do Programa Desenvolvimento de Liderança Feminina Frísia e a ter aulas e orientações de como liderar, trabalhar com gestão e equipes. E foi neste momento que ela percebeu a oportunidade de desenvolver um projeto e voltar a lutar pelos recursos que precisava e que sim, era possível. E iniciou este projeto usando a página do diário do seu pai, de 18 de janeiro de 1958.

Pontilhão finalizado

Ela planejou e foi atrás. Conseguiu saibro e cascalho com moradores distantes e que também faziam uso da via. As participações do departamento de obras dos municípios foram fundamentais na execução completa. A compra de 20 manilhas de 1,50m foi iniciativa particular dela. “Temos que fazer parcerias para conseguir realizar projetos assim. Só reclamar não resolve”, diz ela. Conseguiu apoio de mão de obra da comunidade, veículos, maquinários e terra das prefeituras. E, após um ano, a construção foi concluída: foram instaladas as manilhas com base em concreto ao lado do curso de água do arroio São Miguel e, com o trabalho de nivelamento e de drenagem adequado, resistiu às chuvas e melhorou o escoamento e o tráfego local.

“Ver este trabalho concluído é mais que um orgulho, é ver a concretização de uma obra que começou com meu pai. É um sonho realizado”, Jussara, que apresentou o projeto à diretoria da Frísia Cooperativa Agroindustrial no momento de conclusão do curso PDLF, em julho. Em valores, a obra total custou mais de R$200.000,00 (duzentos mil reais), somados mão de obra, material que é extraído da natureza (como saibro e cascalho) e logística.

Jussara é cooperada da Frísia Cooperativa Agroindustrial há 17 anos na produção de leite e grãos.

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REPÓRTER POR UM DIA

Qualidade, automação e eficiência Fábio em frente à Unidade de Beneficiamento de Leite

Ana Cláudia recebeu Fábio durante a visita

Todo o processo produtivo foi explicado a Fábio

Colaboradores viram repórteres, conhecem outras unidades e contam o que viram e aprenderam Logo que cheguei, fui muito bem recebido pela Ana, que se dispôs a mostrar todo o processo da Unidade de Leite. Com touca e jaleco, começamos nosso tour. Na área externa, pude observar como os caminhões chegam e já passam por uma criteriosa análise. O leite pode vir dos terceiros, para produção de leite UHT ou leite condensado. Com produção diária de 1 milhão de litros, temos parceria com grandes marcas. Ainda na recepção, se os leites são dos nossos cooperados, o destino é a produção da nossa marca, Colônia Holandesa ou expedição de leite pré-beneficiado ou concentrado. Logo após as primeiras análises, o leite entra no processamento, seja para qual tipo for, passando por todas as etapas até, em pouquíssimo tempo, sair no envase direto dentro da embalagem. De tempo em tempo, amostras são recolhidas para novas análises, em todos os momentos da produção. O que mais me chamou a atenção foi o rigoroso controle, que vai desde a recepção do leite até a expedição final. São várias as análises que garantem a qualidade do leite processado. A fábrica, toda automatizada, garante a eficiência da produção e os laboratórios têm toda estrutura para análises de todas as etapas do processamento do leite. Ainda na expedição, um moderno robô monta paletes com os produtos finais. Para mim, a maior experiência foi conhecer esta unidade, que me mostrou ainda mais a grandeza da Frísia, que gera empregos para a região, mantem a alta qualidade dos seus produtos e prospecta oportunidade de crescimento profissional para todos nós.

Fábio Alvetti Pereira, tecnólogo em Gestão de Processos, trabalha no Moinho de Trigo como líder de Expedição. Tem 31 anos, é casado e tem uma filha que está com 3 anos. Na Indústria de Leite, foi recepcionado por Ana Cláudia Waclawik, engenheira de alimentos e coordenadora de laboratório há três anos na Frísia.

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ENTREVISTA

Janus apresenta a Res. Campeã na Expofrísia

AS VACAS COMO OPÇÃO DE VIDA Há oito anos, quando decidiu se fixar em Carambeí para assumir a chácara do pai que se aposentava, Janus Katsman não deixou para trás apenas a capital paranaense, mas também um cobiçado trabalho em Tecnologia da Informação (TI). Na verdade, Janus nunca tivera muita intimidade com as vacas. Cresceu e se formou estudando em Curitiba. Assim que começou a ser vencido o desafio de aprender a “conversar” com os animais e a dominar as rotinas da atividade leiteira. Agora, já à vontade tocando a produção de leite, Janus se revela um dedicado seguidor da raça Jersey, que cuida com zelo dos 22 hectares de área útil da Chácara Bem-Te-Vi, em Carambeí. Para Janus, a vaca na propriedade precisa de três coisas: comida, conforto e constância. O conforto trata-se do investimento inicial na atividade, a alimentação é o controle feito com auxílio de nutricionista e a constância está relacionada ao trabalho diário, à rotina, que inclui a observação do comportamento dos animais e do uso de instrumentos como o controle leiteiro, para monitorar as respostas dos animais. Na Chácara Bem-Te-Vi, os animais permanecem em média quatro lactações na propriedade, mas pode-se encontrar vacas com quase 10 partos em plena produção. A lactação média para 305 dias fica em torno de 7.100 kg, com produção média de 23 litros/ vaca/dia. O volume médio de produção está em redor de 1.400 litros/dia (duas ordenhas), com pequena variação entre inverno e verão. O próprio criador e mais um funcionário dão conta da ordenha, trato, manejo e outras demandas da chácara.

Os predicados do Jersey Janus considera que o Jersey, como toda raça, tem seus desafios próprios. Apresenta as vantagens de

se tratar de um animal dócil, fácil de lidar. É rústico e por isso sofre menos problemas sanitários. Leve, o animal Jersey caminha fácil, se adapta bem ao pastejo e a áreas quebradas. Mas a principal vantagem, no entendimento do produtor, é a questão reprodutiva. Ele consegue trabalhar com intervalo de partos de 380 dias, na média. O animal emprenha fácil, com parto fácil, demonstra cio fácil, sem grandes desafios reprodutivos como em raças maiores. No que se refere à produção de sólidos, sempre mencionada quando o assunto é Jersey, o criador lembra que, apesar dos componentes serem mais altos, os custos também se tornam maiores porque as médias de produção são mais baixas. Então ele considera que, independente de raça, o retorno por litro de leite não muda muito. Katsman vê a raça em crescimento ao nível mundial, por vários fatores. Um deles é o comportamento da indústria que, cada vez mais, paga pela gordura, pela proteína e não apenas pelo volume. Ele diz que vê justiça porque o custo para produzir um litro de leite Jersey é mais alto e a média de produção é mais baixa. Em função disso, acredita, cada vez mais pessoas começam a se interessar pela raça. Por outro lado, ao nível mundial, a raça avançou muito no que se refere à produção de leite. Nos EUA, por exemplo, a média nacional de produção do Jersey é de 28 litros/vaca/dia. E há fazendas que trabalham com 32 litros/vaca/dia, com mais de 2.000 vacas confinadas. Para Janus, hoje a vaca Jersey já não é mais apenas um animal bonitinho, mas um animal que realmente produz. Essa eficiência já começa a ficar interessante. Prova disso é que a raça já caminha para 20% do rebanho americano. Portanto, economicamente, a raça é muito mais interessante do que era há 20 anos atrás, seja por avanços genéticos, seja por política de pagamento da indústria.

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COMO POSSO AJUDAR?

Sistema de Gestão Integrada Como o próprio nome sugere, o Sistema de Gestão Integrada – SGI objetiva integrar os processos, mapear e definir as sistemáticas de melhoria das áreas. O mapeamento dos processos inicia pelo desenho das áreas e o levantamento das informações como o objetivo das áreas, clientes, fornecedores, atividades e suas respectivas entradas e saídas, indicadores, documentos, requisitos e apoio. “Este levantamento auxilia os gestores a olhar panoramicamente e enxergar através de discussões com as partes interessadas de que maneira o desenho pode ser modificado a fim de otimizar as operações e beneficiando toda a cooperativa”, explica Sandro de Brito, gerente de Controladoria, área da qual o SGI faz parte. Após mapear os processos e entender os pontos que precisam de melhorias, é o momento de colocar os planos de ações em prática: verificar a conformidade da legislação aplicável em cada processo, avaliar os riscos e criar planos novos para o alcance dos resultados legais. Com a necessidade dos controles de indicadores entendidas no mapeamento, os resultados começam a

ser mensurados, fornecendo evidências das performances dos processos, sendo mais uma ferramenta de análises para a liderança. “A avaliação dos perigos e danos e dos aspectos e impactos inerentes às atividades nos dá subsídios para que possam ser tomadas medidas de controle para mitigar, controlar e eliminar os riscos de nossas atividades”, ressalta o gerente. O passo seguinte dos trabalhos do SGI é a documentação e padronização de todo o aprendizado adquirido através dos procedimentos, instruções de trabalho, etc. Posteriormente, todos os documentos são repassados aos colaboradores em forma de treinamentos, que passarão a executar suas atividades baseados nestes conhecimentos, trazendo ganhos significativos, como redução de desperdícios, garantia de qualidade dos produtos e serviços. Toda cooperativa está envolvida com as atividades de mapeamento, nesta fase inicial. Além de todas as atividades, o SGI é responsável pelas certificações que a Cooperativa conquista, que são cada vez mais exigidas pelos clientes e consumidores.

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TRADIÇÃO LÁCTEA “Bûter, brea, en griene tsiis; wa’t dat net sizze kin, is gjin oprjochte Fries“. “Manteiga, pão e queijo verde: se não consegue dizer isso, você não é um verdadeiro frísio“.

Essa frase do famoso herói frísio Pier Gerlofs Donia (1480-1520), usada por ele para distinguir quem entre os seus prisioneiros era frísio, alemão ou neerlandês, representa muito bem uma cultura láctea presente ao longo da história da Holanda. O leite, além de ser uma fonte de cálcio, proteína e gordura, é também um ingrediente base em muitos pratos da culinária holandesa. Usado tanto na produção da manteiga, como na do queijo e do pão, ele se tornou um alimento importante na cultura dos Países Baixos. No período medieval, o leite misturado ao mel, era a bebida mais apreciada pelas mulheres holandesas, mais tarde, na Era de Ouro da Holanda, no século XVI, com a expansão marítima e da rota do comércio de especiarias no Oriente, o leite passou a ser consumido com o incremento de sabores inusitados como cravo, canela e cardamomo, posteriormente ganhou um novo elemento, com a chegada da exó-

tica bebida turca que se popularizava na Europa, o café, misturado com leite, era motivo de deboche dos franceses, que preferiam a iguaria em seu estado puro. Já no séc. XVII, o leite era produzido no campo para que em seguida fosse encaminhado para a cidade. No entanto, é importante ressaltar que nessa época não havia nenhum controle de qualidade que regulamentasse a produção camponesa desse gênero alimentício, mas mesmo assim, a qualidade da manteiga holandesa (especialmente das produzidas nas cidades de Delft e de Leiden) era famosa no mercado internacional. Na mesma época, os neerlandeses foram apelidados ironicamente de “comedores de queijo” pelos alemães, pelo fato de produzirem e consumirem queijo em grandes quantidades. Entretanto, nem mesmo o consumo nacional era capaz de absorver toda a produção desse alimento. Por causa disso, a nação lucrou muito com a exportação do seu queijo para os países vizinhos, o que além de influenciar na sua economia, também contribuiu para o aperfeiçoamento das técnicas queijeiras. Texto: Lucas Kugler – Graduando em História Bacharelado pela UEPG e estagiário do Núcleo de História e Patrimônio do Parque Histórico de Carambeí.

Melktijd, Jacob van Strij, 1800 – 1815 (Reprodução Rijksmuseum)

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PERFIL

WILLEN DE GEUS VIDA DE COOPERAÇÃO

Quem o conhece, sabe o quanto de carisma e simpatia ele deixa por onde passa. Com passos calmos e cuidadosos, o sr. Willen de Geus passa pela matriz da Frísia Cooperativa Agroindustrial para tomar seu café pelo menos uma vez por semana. E é desta forma que ele acompanha os acontecimentos da Frísia, sempre conectado com as novidades e mostrando claramente que é um membro ativo da família dos cooperados pioneiros. O que o difere dos outros cooperados é o fato de estar prestes a completar 90 anos de idade e ser parte de toda esta história de cooperativismo desde o dia em que nasceu, 26 de setembro de 1925, mesmo ano de criação da cooperativa. Filho de Leendert de Geus, principal líder da associação naquela época, Willen cresceu ouvindo às reuniões que aconteciam na sala de sua casa entre os fundadores da cooperativa. Willen foi o oitavo filho, entre os 15 irmãos que teve. O seu Venem, como é conhecido, casou com Hiltje Dijkstra de Geus aos 24 anos e vive uma união de amor e companheirismo até hoje. Sempre que pode, comenta todo orgulhoso: “Hoje a Batavo é Frísia. A minha mulher é da Frísia (região da Holanda)!”. Juntos tiveram nove filhos e mais de 30 netos e bisnetos. Esportista, até os 60 anos praticava vôlei e futebol. Hoje, participa das reuniões de Igreja, eventos sociais e faz parte de um coral, sempre acompanhado da esposa. Willen é cooperado desde 1950, sendo o que tem mais tempo de associação em todo o Paraná, e leva a história da Cooperativa em sua mente de forma bem viva, tanto que por muitas vezes foi o persona-

gem de reportagens de jornais, revistas e Tvs para contar a história da Frísia. Pecuarista de leite e mais tarde agricultor, foi presidente da Cooperativa por 21 anos, entre 1965 e 1986, foi vice-presidente por mais quatro e conselheiro por outros cinco anos. Ainda presidiu a Cooperativa Central de Laticínios do Paraná – CCLP de 1973 a 1985. Durante o tempo em que foi presidente, inaugurou empreendimentos e incentivou atividades agrícolas, leiteiras, suinícolas e avícolas e contribuiu com o desenvolvimento da comunidade, com a abertura do posto de combustíveis, um supermercado, ginásio de esportes e ainda concedeu um terreno para a Companhia de Telecomunicações do Paraná (Telepar) para a construção de uma central telefônica. Ainda disponibilizou espaço para os bancos Banestado, Bamerindus e do Brasil instalarem postos de serviço. Mesmo depois de não fazer mais parte da diretoria, o ex-presidente não deixa de participar das assembleias e eventos da Frísia e conta com satisfação: “Em toda minha vida, só deixei de participar de UMA assembleia dos cooperados”. Seu Venem, personagem conhecido de toda Carambeí, lembra com carinho de todas as histórias e todos os momentos difíceis pelos quais a cooperativa passou e superou. O nome Batavo ficará para sempre em sua memória e na ponta da sua língua: “Não nos chamamos mais Batavo, agora somos Frísia. Que bom! Minha esposa veio de lá”. Willen de Geus nasceu, escreveu e vive sua história junto com a Cooperativa, com a mesma essência!

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