A PESSOA IDOSA E SEUS RELACIONAMENTOS Psicóloga Nadja Ruth van Eyken Dalcin Neste momento iremos refletir sobre a pessoa idosa e seus relacionamentos, as dificuldades que enfrenta, e a importância de se deixar um legado para as pessoas com quem convive. Cada indivíduo é único e precisamos compreendê-lo e amá-lo da maneira que é, se desejarmos cultivar um relacionamento agradável e gratificante. Podemos encontrar dois tipos básicos de idosos:  Idoso de bem com a vida – para este idoso, a velhice é uma bênção de Deus. Ele entende que as limitações fazem parte da vida e que, com a graça de Deus, há de superar cada uma delas. Continua em atividade embora passe o “cetro” aos mais novos (e não se ressente com isso).  Idoso de mal com a vida – para este idoso, a velhice é um castigo. Bom mesmo é ser eternamente jovem. Baseado neste pensamento, vive se submetendo a inúmeros tratamentos estéticos a fim de parecer muito mais jovem. Infelizmente, não percebe o papel ridículo que faz. Observando as pessoas com quem convivo na igreja, vizinhança, ou em meu trabalho como psicóloga, percebo algumas “doenças” emocionais que afetam muito os relacionamentos e a qualidade de vida dos portadores das mesmas (sejam idosos ou mais novos). Será que você é acometido de alguma, ou várias, dessas “doenças”? 1. Passadite – O diagnóstico é feito através do que sai da boca do doente: “No meu tempo é que era bom...”; “Não se fazem mais pastores como antigamente...”; “Jovem consagrado? Só existia no meu tempo, hoje eles só querem oba-oba!”. Como consequência, o portador se sente infeliz: afinal, tudo o que era bom já passou. A solidão também se faz presente, pois ninguém gosta de conviver com uma pessoa que só olha para trás... 2. Conformite – A pessoa que sofre desta “doença” não tem mais esperança e nem projetos de vida. O exame físico revelará um eterno desânimo. Mas o que mais surpreende é ouvir o que o paciente tem a dizer: “Sonhar pra quê? Não vou realizar mesmo...”; “Me tratar pra quê? Vou morrer de qualquer jeito...”; “Estudar pra quê? Já estou velho e sei que não vou aprender mais nada”; “Se não consegui até hoje, tenho certeza de que não conseguirei mais”. É importante ressaltar que os acompanhantes de pessoas portadoras de Conformite precisam tomar cuidado, pois o desânimo é contagioso.

3. Maiorite – O portador desta doença se sente o maior e o melhor. Ninguém ao redor é tão bom quanto ele. Exige seus “direitos” como pessoa mais velha e sequer agradece quando lhe prestam algum favor. A gentileza não faz parte da vida de quem sofre deste mal. Conviver com ele é extremamente desagradável. As principais consequências da Maiorite são a solidão e a incapacidade de transmitir aos mais novos as alegrias, desafios, erros e acertos de quem tem mais experiência. 4. Vitimite – A pessoa que sofre desta terrível “doença” se sente uma eterna sofredora. Podemos diagnosticar rapidamente este mal quando ouvimos o que sai de sua boca: “Ah, coitado de mim!”; “Ninguém me ama”; “Eu não merecia isso”... Como consequência desta enfermidade, podemos observar grande infelicidade e solidão. 5. Teimosite – O portador desta “doença” praticamente não sofre, mas a família... O paciente se recusa a ser sensato e a seguir as recomendações médicas. Como consequência, observamos familiares desgastados, estressados, mal humorados, ora tristes, ora raivosos. 6. Reclamite – Esta doença é perigosa por ser altamente contagiosa! Qualquer pessoa que conviva com um doente precisa ficar com os olhos bem abertos a fim de identificar os primeiros sintomas. Em geral, eles aparecem através da fala. Alguns depoimentos: “Que calor, podia chover!”; “Que chuva, quando fará sol?”; “A programação estava péssima!”; “Essa não, macarrão de novo ???”. A consequência maior desta doença é a solidão, porque todos que puderem se manterão longe do portador desta terrível doença. 7. Pessimite – Conviver com quem sofre dessa “doença” não é nada fácil, pois o clima está sempre pesado; afinal, para o doente, nada dará certo, todos ao redor têm segundas intenções... Novamente, a solidão e a infelicidade são consequências deste grave mal. 8. Ceguite – Problema grave nos olhos da alma, infinitamente pior que catarata, glaucoma, degeneração macular ou mesmo cegueira. No início da doença, a pessoa só enxerga coisas ruins. Em uma fase mais adiantada, perderá a visão ampla e passará a enxergar apenas o próprio umbigo. Alguns portadores de Ceguite afirmaram: “Só acontecem tragédias nesta vida!”; “Estou velho e não tenho mais nada para fazer”; “Homem é tudo igual”; “Ninguém faz nada por mim”... A Ceguite causa infelicidade por impedir o portador de enxergar a vida sob outra perspectiva que não a sua, além de solidão, pois não é nada agradável conviver com quem só pensa em si mesmo e não reconhece o bem que lhe fazem.

9. Linguarudite – Doença perigosa: o portador atenta mais para a vida do outro do que para a sua própria. Sua vida é vazia, pois o tempo que teria para fazer coisas interessantes, aprender coisas novas ou ter relacionamentos gratificantes é gasto em observações, audições, invenções e “falações” que em nada edificam. Esta doença seria mais compreensível em crianças, adolescentes e jovens, pelo muito tempo que presumem viver, mas têm sido observados inúmeros casos de idosos linguarudos que, muito provavelmente, deveriam aproveitar sabiamente o tempo de vida que lhes resta. 10. Rancorite – Esta é uma das “doenças” mais graves que existem porque o agravamento dela pode até levar ao câncer. Qualquer pessoa pode identifica-la apenas olhando o comportamento do doente. Em geral os portadores deste mal têm a cara fechada, são ranzinzas, criticam tudo e todos e são mais amargos do que jiló! Também apresentam um linguajar comum ao de outros portadores: “Não consigo ‘engolir’ o que aquela pessoa fez comigo!”; “Isso está me comendo por dentro”; “Pra mim fulano já morreu!”; “Não consigo falar sobre isso sem chorar”; “Estou com muita raiva de fulano”... Mas também pode aparecer o sintoma da indiferença. Em geral, quem padece de Rancorite sofre emocional, física e espiritualmente, mas se recusa a tomar o remédio... 11. Linguarudite – Doença perigosa: o portador atenta mais para a vida do outro do que para a sua própria. Sua vida é vazia, pois o tempo que teria para fazer coisas interessantes, aprender coisas novas ou ter relacionamentos gratificantes é gasto em observações, audições, invenções e “falações” que em nada edificam. Esta doença seria mais compreensível em crianças, adolescentes e jovens, pelo muito tempo que presumem viver, mas têm sido observados inúmeros casos de idosos linguarudos que, muito provavelmente, deveriam aproveitar sabiamente o tempo de vida que lhes resta. 12. Rancorite – Esta é uma das “doenças” mais graves que existem porque o agravamento dela pode até levar ao câncer. Qualquer pessoa pode identifica-la apenas olhando o comportamento do doente. Em geral os portadores deste mal têm a cara fechada, são ranzinzas, criticam tudo e todos e são mais amargos do que jiló! Também apresentam um linguajar comum ao de outros portadores: “Não consigo ‘engolir’ o que aquela pessoa fez comigo!”; “Isso está me comendo por dentro”; “Pra mim fulano já morreu!”; “Não consigo falar sobre isso sem chorar”; “Estou com muita raiva de fulano”... Mas também pode aparecer o sintoma da indiferença. Em geral, quem padece de Rancorite sofre emocional, física e espiritualmente, mas se recusa a tomar o remédio... Diante destas graves “doenças”, como podemos preveni-las e combate-las?

DOENÇA

ATITUDE

REFERÊNCIA BÍBLICA

PASSADITE

Curta suas boas recordações, mas lembre-se que existem inúmeras coisas hoje que são muito melhores do que “no seu tempo”. Tente fazer uma lista delas.

Eclesiastes 7.10

CONFORMITE

Não permita que a “Síndrome da Gabriela” faça parte da sua vida. Faça uma lista das coisas que você sonhou realizar um dia, coloque-a diante do Senhor e trabalhe para realiza-la.

MAIORITE

Como bem orienta Salomão, “não confies em teu próprio entendimento” e “não sejas sábio a teus próprios olhos” Provérbios 3.5 e 7

Salmo 37.4 e 5 Romanos 12.1,2 Mateus 23.12 Colossenses 3.12 e 13 2 Timóteo 2.24 Tiago 3.13 Isaías 49.15 e 16 Jeremias 31.3

VITIMITE

Memorize textos da Bíblia que ressaltem o amor de Deus por você.

João 3.16 Romanos 5.8 Efésios 2.4 e 5 1 João 3.1

TEIMOSITE

CEGUITE

Você é o principal responsável, diante de Deus, por cuidar do seu corpo. Lembre-se que ele é o templo do Espírito Santo. Peça a Deus para tirar as escamas dos seus olhos para que você veja o ministério que Ele tem para você desenvolver

Salmo 24.1 1 Coríntios 6.19 e 20 Efésios 6.4 Salmo 71.18 Salmo 92.12-15 Isaías 49.18a Salmo 19.14; 34.13;

LINGUARUDITE

A Bíblia diz que “a boca fala do que o coração está cheio” (Mateus 12.34). Se você puser lixo em seu coração, será isso que sairá da sua boca!

Provérbios 18.21 Efésios 4.29 Filipenses 4.8 Tiago 3.2 a 12; 4.11

RANCORITE

Ore pelas pessoas que ofenderam você e libere perdão sempre que necessário.

PESSIMITE

Peça ao Senhor para lhe fazer enxergar sob uma nova perspectiva. Coloque sua fé em ação.

Mateus 5.44 Mateus 6.14 e 15 Salmo 37.5 Lamentações 3.21 Filipenses 4.6 e 7

Conte as suas bênçãos! Faça uma lista com:  10 pessoas que são importantes para você;  10 coisas que tornam a sua vida melhor; RECLAMITE

 10 coisas que você consegue fazer;

Romanos 8.28 e 29 1 Tessalonicenses 5.18

 10 coisas que fazem você sorrir;  10 lugares que você gosta de ir. Se conseguir anotar, ao final você terá listado 50 motivos de gratidão a Deus!!!

Aproveitando que estamos falando em contar as bênçãos, vamos cantar este belo hino, com uma letra um pouco diferente? Note que o autor convida a contar as bênçãos – ao invés dos males – aquele que puder, souber, ou quiser contar. Conta sem Fim (Melodia do Hino 329 CC) (Letra por autor desconhecido, encontrada na Bíblia de minha avó Ruth Mathews) “Se as dificuldades invencíveis são, revoltado julgas que até Deus é vão? Considera os fatos e verás, talvez, que são benefícios o que Deus te fez. Conta as bênçãos quem puder contar, que Deus nunca cessa de mandar. Faça a conta, toda de uma vez, ficarás surpreso com o que Deus já fez! Tens, é certo, males, mágoas e pesar, sofrimento que não podes suportar? Reconhece as bênçãos, ficarás em paz, confortado e alegre os dias viverás. Conte as bênçãos quem souber contar. Saiba que Deus nunca vai tardar. Cada bênção vem na sua vez, para que se veja que foi Deus quem fez!

E se não tiveres ouro e outros bens, lembra que tesouro prometido tens. Nenhum bem da terra te concederá paz completa como a que Jesus te dá. Conte as bênçãos quem quiser contar. Não acaba a conta de contar! Chegam bênçãos, tantas de uma vez, não tem fim a conta do que Deus já fez! Quando vier a luta, implacável, má, continua crente, Deus contigo está. Pelo Seu poder e graça divinal Te dará domínio sobre todo o mal Conte os males quem assim quiser, conto as bênçãos para agradecer. Nem que sofra, vindo a minha vez, verei benefícios no que Deus me fez! Deus envia bênçãos sem olhar a quem – para maus e justos Deus promove o bem. Descem sobre todos bênçãos do Senhor, é perfeito o Seu maravilhoso amor! Conte as bênçãos quem quiser contar, só faz conta quem não sabe amar. Nós podemos sempre confiar: Deus não conta para nos abençoar!”

NADJA RUTH VAN EIKEN DALCIN - Membro da Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro desde 2005 e coordenadora do Centro de Valorização da Terceira Idade (CVTI) desde 2006. Coordenou trabalho com idosos na Igreja Batista Missionária do Maracanã no período de 1998 a 2004. Psicóloga clínica, atua em consultório desde 1995, concedendo apoio emocional ao idoso, ao familiar e ao cuidador. Especialização em Gerontologia pela UNATI/UERJ tendo como tema do trabalho final "A influência do animal doméstico na qualidade de vida da pessoa idosa". Curso de Terapia Assistida por Animais pela OBIHACC (SP). Dá apoio emocional a pessoas que vivenciam doença ou perda do animal de estimação. Coordenadora de workshops de saúde emocional e palestrante nas áreas de Psicologia e Gerontologia desde 2001. Bacharelanda em Teologia (Ministério Pastoral) pelo Seminário Teológico Betel. Casada com Dr. Bruno Dalcin, médico neurologista, homeopata e acupunturista.

Nadja Ruth van Eyken Dalcin – Psicóloga – CRP 05/20922 - Clínica Emocional do Idoso, Familiar e Cuidador - Contato para Consultas, Palestras e Workshops: [email protected] / Tel (21) 99258-4533 (WhatsApp)