2017. PROFESSOR: Lucas Rocha. Exclusivo para estudantes do Prof. Lucas Rocha

ESTUDANTE: INSTITUIÇÃO: DISCIPLINA: Redação DATA: 21/06/2017 PROFESSOR: Lucas Rocha Exclusivo para estudantes do Prof. Lucas Rocha APOSTILA DE ...
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ESTUDANTE:

INSTITUIÇÃO:

DISCIPLINA: Redação

DATA: 21/06/2017

PROFESSOR: Lucas Rocha

Exclusivo para estudantes do Prof. Lucas Rocha

APOSTILA DE RECESSO: TEMAS “JUNINOS” 2017 "O ócio sem estudos é como a morte e a sepultura do homem vivo." (Séneca)

Proposta 01 (UNICAMP) Texto 01

Abandonado, parque municipal do Passeio do Bindá “pede” socorro

O parque municipal Passeio do Bindá [...] está abandonado e funcionado como “fumódromo”, segundo afirmam moradores da área. [...] há trechos com acúmulo de lixo e esgoto entupido com água parada. Os poucos postes de iluminação que estão de pé não funcionam. [...] O local se tornou conhecido em toda a cidade por ser usado pelo criminoso conhecido como o “estuprador do Eldorado” [...]. Florêncio Mesquita. Acrítica.com, 2 nov. 2014. Leia na íntegra em: .

Texto 02 A importância das instalações de parques públicos de lazer em áreas urbanizadas: o caso de Paranaguá-PR A importância da implantação de espaços destinados ao lazer e de manutenção da qualidade ambiental nas cidades é cada vez maior, pois, em áreas urbanizadas, os problemas ambientais ganham maior amplitude. [...] O parque de lazer surge como uma proposta de conservar o ambiente e diminuir os impactos da utilização do espaço. Esses são locais (parques, bosques, jardinetes e praças) que preservados dentro do perímetro urbano são frequentados e utilizados por parcela importante da população, como áreas de lazer, que representam qualidade de vida e principalmente contribuem para o equilíbrio entre as relações da população da cidade com o seu meio ambiente. Roberto Pinto; Carlos Sauer. Revista Caminhos de Geografia. Uberlândia: Universidade Federal de Uberlândia, v. 10, n. 32, pp. 1 e 6, dez. 2009. Disponível em: .

No bairro onde você reside, existe um antigo parque público abandonado, cuja falta de iluminação e acúmulo de lixo e de mato – entre outros problemas decorrentes – incomodam a todos os que vivem ali e transitam pelo local. Após uma reunião da associação de moradores do seu bairro, você, na condição de membro dessa associação, ficou encarregado de

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redigir uma carta aberta, a ser divulgada nas redes sociais. Essa carta tem por finalidade expor os problemas advindos da atual situação, convencer as devidas autoridades municipais sobre a adoção de medidas consistentes que resolvam a questão e, ainda, propor uma solução possível para o melhor aproveitamento do referido espaço (proposta esta já discutida e acertada entre os moradores). Antes de redigir a carta, para tornar sua argumentação ainda mais consistente, pesquise alguns textos e imagens na internet, inclusive os que estão listados nesta proposta. *Atenção: Assine a carta usando apenas as iniciais do remetente.

Proposta 02 (UNICAMP) Dia Mundial da Internet Segura alerta jovens para cuidados no ambiente virtual Diversas instituições brasileiras públicas e privadas fazem hoje (10) uma programação para lembrar o Dia Mundial da Internet Segura, que ocorre nesta terça-feira. Com o tema “Vamos criar uma internet melhor juntos”, a ação é feita em mais de 100 países e tem como proposta mobilizar crianças, adolescentes, pais e educadores para criar um ambiente virtual seguro e alertar os internautas para os perigos de expor informações pessoais na rede. No Brasil, a data será marcada pela apresentação de 61 atividades como palestras, aulas, debates e exibição de filmes, com o engajamento de 40 instituições. A expectativa é reunir cerca de 42 mil pessoas em 44 cidades de todos os estados. [...] A pesquisa TIC Kids Online Brasil 2013, feita pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação, mostrou que 79% dos usuários brasileiros de internet, entre 9 anos e 17 anos, têm perfil nas redes sociais, sendo o Facebook o canal mais utilizado. Em relação às situações de risco vividas online, 38% das crianças e dos adolescentes, entre 11 anos e 17 anos, adicionaram pessoas que nunca conheceram pessoalmente à sua lista de amigos ou contatos nas redes sociais. Quando o assunto é a mediação para o uso seguro da internet, apenas 8% dos pais e responsáveis dos jovens consultados na pesquisa acreditam que seu filho tenha passado por alguma situação de incômodo ou constrangimento na rede – percentual semelhante ao verificado em 2012 (6%). Ana Cristina Campos; Graça Adjunto (Ed.). Agência Brasil, 10 fev. 2015. Disponível em: .

Seu amigo gerencia um pequeno jornal independente que vem se tornando bastante popular na região que vocês residem. Ainda limitado à versão impressa, esse amigo estuda a possibilidade de criar também um portal de notícias na internet. Interessado nas opiniões que você emite acerca dos mais variados assuntos publicados em suas matérias, ele o(a) convida a redigir um artigo de opinião sobre o uso seguro da internet, que será publicado em sua próxima edição. O principal propósito de sua participação é o de promover uma reflexão e de acender um debate, entre os leitores, sobre a questão da segurança ao utilizar a internet. Sem pressioná-lo(a) quanto ao conteúdo, seu amigo lhe pediu que escrevesse livremente o que pensa sobre o tema, desde que utilize a linguagem formal na norma-padrão da língua portuguesa e que respeite o limite de no mínimo 20 e, no máximo, 30 linhas. Para tornar sua argumentação ainda mais consistente, leve em consideração os textos lidos e outras fontes que você pesquisar.

Proposta 03 (ESTILO CONSULTEC/STRIX - MEDICINA) INSTRUÇÕES: • Leia, com atenção, o tema proposto e elabore a sua Redação, contendo entre 25 (vinte e cinco) e 30 (trinta) linhas, mas não ultrapasse os limites da Folha de Redação. • Escreva a sua Redação no espaço reservado ao rascunho e transcreva seu texto na Folha de Redação, usando caneta de tinta azul ou preta. • Se desejar, coloque um título para a sua Redação. • Não utilize letra de forma ou de imprensa. Será anulada a Redação — redigida fora do tema proposto; — apresentada em forma de verso; — assinada fora do local apropriado ou com qualquer sinal que a identifique;

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— escrita a lápis, de forma ilegível, ou não articulada verbalmente; — redigida em folha que não seja a de Redação; — pré-fabricada, ou seja, que utilize texto padronizado, comum a vários candidatos.

Tema da Redação Sem dúvida, numerosas oportunidades e desafios estão a nossa frente, conforme navegamos pela reforma da assistência à saúde. Um contingente bem maior de pessoas contará com seguro-saúde e – espera-se – acesso à assistência à saúde. É provável que venhamos a ser desafiados no sentido de reduzir os custos da assistência à saúde e, ao mesmo tempo, preservar seu valor, qualidade e segurança. Embora esse seja nosso atual panorama, ser médico, hoje, implica muitos dos mesmos papéis e responsabilidades do passado. Os médicos, de fato, contam com uma oportunidade sem precedentes para combinar o conhecimento científico com as tradições de uma profissão antiga e honrada para servir e ajudar a humanidade. (NABEL, Elizabeth G. Sobre ser médico. Disponível em: http://www.medicinanet.com.br/conteudos/acp-medicine/. Acesso em: 6 jul. 2014. Adaptado).

Após a leitura do fragmento em destaque e de suas reflexões sobre o papel do médico na contemporaneidade, produza um texto dissertativo-argumentativo sobre os desafios atuais do profissional de medicina, que precisa combinar o importante conhecimento científico, a realidade socioeconômica em que está inserido mercadologicamente e a manutenção da responsabilidade a ele delegada no maior cuidado da vida humana, apresentando propostas viáveis para a concretização desse ideal.

Proposta 04 (ESTILO CONSULTEC/STRIX - MEDICINA) INSTRUÇÕES: • • • •

Leia, com atenção, os três temas propostos. Em seguida, ESCOLHA UM DELES e elabore sua Redação entre 25 e 30 linhas. Escreva sua Redação no espaço reservado ao rascunho. Transcreva seu texto na Folha de Redação, usando caneta de tinta azul ou preta. Não utilize letra de imprensa.

Será anulada a Redação — — — —

redigida fora do tema proposto; apresentada em forma de verso; assinada fora do campo próprio; escrita a lápis ou de forma ilegível.

O mundo presenciou, nos últimos vinte anos, uma intensa e radical transformação tecnológica que, entre outras consequências, tem proporcionado um crescimento acentuado do acesso à informação. Há mais informação disponível e ela é, cada vez mais, fácil e rapidamente acessível (Giddens, 2002). Dois exemplos podem ser dados nesse sentido: a televisão e a internet. A saúde é uma das áreas sobre a qual há, progressivamente, informação disponível para um número cada vez maior de pessoas. A televisão e a internet têm se tornado os principais veículos de difusão da informação na área da saúde. Muitos canais de televisão apresentam uma programação exclusiva sobre saúde. Na internet, são incontáveis os sites sobre temas vinculados, de alguma forma, às questões relativas à saúde-doença. Esse destaque se justifica na medida em que a saúde se tornou, nos últimos anos, uma das principais preocupações do homem, adquirindo um valor inédito na história da humanidade. Por essa razão, é cada vez maior o número de pessoas que acessam a internet e a televisão para obter alguma informação sobre sua condição de saúde ou de um parente ou amigo. (GARBIN, Helena Beatriz da Rocha et al. A internet, o paciente expert e a prática médica: uma análise bibliográfica. Disponível em: . Acesso em: 3 set. 2014. Adaptado.)

Considerando as ideias trabalhadas nesse fragmento e procurando comprovar com exemplos suas afirmações, após uma reflexão sobre o assunto de que trata, escreva uma dissertação argumentativa, mostrando que, apesar de ser importante, a informação sobre saúde e doença, veiculada, sobretudo, pela internet, deve ser sempre vista com cuidado, por ser, muitas vezes, incompleta, contraditória, incorreta ou até fraudulenta, sugerindo medidas que possam conter o usuário no sentido de automedicar-se.

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Proposta 05 (ESTILO CONSULTEC/STRIX MEDICINA) INSTRUÇÕES: • Leia, com atenção, os três temas propostos. Em seguida, ESCOLHA UM DELES e elabore sua Redação entre 25 e 30 linhas. • Escreva sua Redação no espaço reservado ao rascunho. • Transcreva seu texto na Folha de Redação, usando caneta de tinta azul ou preta. • Não utilize letra de imprensa. Será anulada a Redação — — — —

redigida fora do tema proposto; apresentada em forma de verso; assinada fora do campo próprio; escrita a lápis ou de forma ilegível.

A reformulação do papel do médico, exigência intrínseca da sociedade em desenvolvimento, é imprescindível ao processo de formação profissional, assim como o vislumbre de uma abrangência de recursos em caráter universal é a essência de uma sociedade equânime e justa. Na medida em que a garantia do acesso universal igualitário às ações e aos serviços para a promoção, proteção e recuperação da saúde é direito de cada cidadão, a sociedade, em toda a sua extensão, deve zelar para que tal direito seja assegurado da forma mais adequada possível. Impõe-se às gestões governamentais, mediante o compromisso social, a garantia da saúde através da legislação e do provimento de recursos, e convém aos meios acadêmicos o direcionamento às necessidades de uma sociedade em desenvolvimento. E, finalmente, ao médico, representante fundamental das ações em saúde, cumpre o reconhecimento, através de ações que justaponham solidariedade, responsabilidade e profissionalismo, da melhor conduta para a promoção do bem-estar físico e mental do paciente, seu objetivo primeiro e a razão de sua motivação profissional. (RAVEL (Pseudônimo do autor). O médico do século XXI: compromisso social e responsabilidade compartilhada. Disponível em: . Acesso em: 2 set. 2014. Adaptado.)

A partir das ideias veiculadas no fragmento em destaque e de uma reflexão sobre o papel do médico na sociedade atual, escreva um texto dissertativo-argumentativo a respeito de necessidade de uma formação acadêmica do futuro profissional de saúde voltada também para a parte humanística, mostrando os benefícios advindos dessa medida.

Proposta 06 (ESTILO CONSULTEC/STRIX MEDICINA) Texto 01 Entendemos que nós, seres humanos, não nascemos nem éticos e nem competentes para as nossas funções sociais, pois tanto uma como outra serão incorporadas no processo de humanização por meio da elaboração do pacto edípico. Entendemos, também, que exercer a eticidade seja a possibilidade de pensar a ética e a moral. Esse pensamento não deve conter apenas os conflitos entre a emoção e a razão, mas também permitir que o indivíduo se relacione com os mundos interno e externo. Lidar com tais conflitos causa-nos um mal-estar, que é inerente à inserção na cultura e ao desenvolvimento humano. (COHEN, Cláudio; GOBBETTI, Gisele. Bioética da vida cotidiana. Disponível em: Acesso em: 20 out. 2015.)

Texto 02 A bioética é um dos campos mais emergentes e dinâmicos da reflexão filosófica atual. Apesar de pouco mais de três décadas de existência, a rapidez de sua expansão e de seu amadurecimento fez com que assumisse uma influência direta, progressiva e irreversível na Medicina e no Direito. A sociedade globalizada e pluralista, o grande desenvolvimento da medicina, a morte instrumentalizada nos hospitais e a influência dos aspectos econômicos e legais nas decisões médicas foram os grandes responsáveis para que isso ocorresse. Como consequência, a aplicação dos conceitos bioéticos na prática clínica criou um novo e emergente campo do conhecimento, a Bioética Clínica. Trata-se de uma expansão da Bioética Aplicada, que visa estabelecer uma aliança entre o conhecimento científico médico e o humanístico, com um campo de atuação bastante amplo. Estuda desde os problemas inerentes ao início e ao final da vida, a reprodução humana, os dilemas individuais dos profissionais de saúde frente a situações polêmicas, as pesquisas em seres humanos, até as complexas decisões de saúde pública enfrentadas em conjunto com legisladores e cidadãos. (URBAN, Cícero de Andrade. A bioética e a prática médica. Disponível em: < http://www.jvascbr.com.br/03-0203/simposio/03-02-03-275.pdf >.Acesso em: 10 de outubro de 2015.)

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Levando-se em consideração a leitura dos textos de apoio e a abordagem feita a respeito da Bioética, escreva uma dissertação argumentativa, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, sobre a importância desse estudo sistemático das dimensões morais das ciências da vida e da saúde para a prática médica, que deve estar vinculada ao progresso científico, mas também ao compromisso social, político e humanitário.

Proposta 07 (ESTILO VUNESP) Texto 01 Pela primeira vez em mais de 150 anos, brasileiros foram mortos por terem sido condenados à pena capital. A execução de Marco Archer, em janeiro, e a de Rodrigo Gularte, em abril, ambas na Indonésia, foram as primeiras de brasileiros no exterior. Já no Brasil, a última execução de um homem livre condenado à morte pela Justiça Civil aconteceu em 1861. A pena de morte foi abolida no Brasil com a proclamação da República, em 1889. Desde então, ela vigorou como exceção em alguns momentos da história do país, como na ditadura militar, e atualmente é prevista apenas em situações de guerra. (“País executou último homem livre em 1861”. www.folha.uol.com.br, 03.05.2015. Adaptado.)

Texto 02 A ideia da pena de morte foi reintroduzida nos debates públicos no final dos anos 80 – durante o processo de redemocratização – quando o medo do crime, o crime violento e a violência policial começaram a aumentar. A pena de morte é frequentemente proposta como punição para os chamados crimes hediondos: latrocínio (roubo seguido de morte), estupro seguido de morte, sequestro seguido de morte e crimes envolvendo crueldade. Um dos argumentos mais frequentes a favor da pena capital é que ela refletiria o “sentimento popular”. Esse argumento é substanciado com citações de pesquisas de opinião pública indicando que cerca de 70% da população é a favor da pena de morte1. Alguns políticos argumentam que, no contexto de proliferação da violência e do fracasso do sistema judiciário, apenas uma medida extrema como a pena de morte poderia ser uma solução. Eles pensam na pena de morte mais em termos de vingança do que em termos da lei ou de eficiência para reduzir a criminalidade. Eles não dizem que a pena capital iria resolver o problema da violência em geral, e apenas uma minoria argumenta que ela impediria outros de cometer crimes semelhantes. No entanto, insistem que, como as pessoas que cometem crimes violentos são dominadas pelo mal e irredimíveis, executá-las significa evitar que cometam futuros crimes e, para citar sua própria retórica, “salvar vidas inocentes”. (Teresa Caldeira. Cidade de muros, 2000. Adaptado.)

1 Esta era a porcentagem dos brasileiros que apoiavam a pena de morte no final da década de 1990, época da publicação do livro. Pesquisas recentes indicam que 43% dos brasileiros ainda apoiam a adoção da pena capital.

Texto 03 É importante examinar alguns dados de outros países sobre a pena de morte, um grande mito da discussão sobre controle da criminalidade no Brasil, frequentemente apresentado, de forma irresponsável, como panaceia1 para os nossos problemas criminais: • Nos Estados Unidos, país que desde 1976 reintroduziu a pena de morte para crimes letais, a taxa de homicídios por cem mil habitantes é duas a quatro vezes superior à registrada em países da Europa Ocidental, que não adotam essa pena; • Os estados norteamericanos sem pena de morte têm taxas de homicídios mais baixas que os estados onde é aplicadaa punição capital; • O Canadá registrou uma taxa de 3,09 homicídios por cem mil habitantes em 1975, um ano antes da abolição da pena de morte naquele país. Em 1993 a mesma taxa foi de 2,19, ou seja, 27% menor que em 1975. Só quem acredita em soluções mágicas e demagógicas pode enxergar na punição capital um instrumento na luta contra a criminalidade e a violência. (Julita Lemgruber. “Controle da criminalidade: mitos e fatos”. www.observatoriodeseguranca.org. Adaptado.) 1 panaceia: remédio contra todos os males.

Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva uma dissertação, empregando a normapadrão da língua portuguesa, sobre o tema: A adoção da pena de morte pode contribuir para a redução do número de crimes hediondos no Brasil?

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Proposta 08 (ESTILO VUNESP) Texto 01 O Senado aprovou nesta quartafeira (16.04.2014) projeto que veda a doação de empresas ou pessoas jurídicas para campanhas eleitorais, que atualmente são os maiores doadores de políticos e partidos. (Gabriela Guerreiro. “Senado acaba com doação de empresas em campanhas eleitorais”. www.folha.uol.com.br, 16.04.2014. Adaptado.)

Texto 02 O sistema político brasileiro tem sido submetido a permanente interferência do poder econômico. Na democracia, deve prevalecer a igualdade. O voto de cada cidadão deve ter valor igual. O sistema político em que não há igualdade é aristocrático, não democrático. No passado, apenas a elite econômica podia participar da política, elegendo seus representantes. O chamado “voto censitário” excluía da vida pública amplos setores da sociedade. O processo de democratização levou à abolição do voto censitário, mas ainda não foi capaz de evitar que, por meio de mecanismos formais e informais de influência, a política seja capturada pelo poder econômico. O financiamento privado de campanhas eleitorais é o principal instrumento formal para que isso ocorra. No sistema brasileiro atual, tanto empresas quanto pessoas físicas podem fazer doações. Evidentemente, os maiores doadores podem interferir de modo muito mais incisivo no processo de tomada das decisões públicas do que o cidadão comum. Grandes empresas podem fazer com que sua agenda de interesses prevaleça no parlamento. O parlamentar que obteve esse tipo de financiamento tende a se converter em um verdadeiro representante de seus interesses junto ao Legislativo e, muitas vezes, ao próprio Executivo. Isto é inevitável no atual sistema, que, com o financiamento privado de campanhas, legitima a conversão do poder econômico em poder político e, por essa via, em direito vigente, de observância obrigatória para todos. As doações por pessoas jurídicas são totalmente incompatíveis com o princípio democrático. Os cidadãos, não as empresas, são titulares de direitos políticos. Apenas eles, por conseguinte, deveriam poder participar do processo político. (Sérgio Fisher. “O financiamento democrático das campanhas eleitorais”. www.tre-rj.gov.br. Adaptado.)

Texto 03 As relações do poder econômico com a área política despertam um conflito de valores que tracionam em sentidos opostos. Se é certo afirmar que o poder econômico pode interferir negativamente no sistema democrático, favorecendo a corrupção eleitoral e outras formas de abuso, também é certo que não se pode imaginar um sistema democrático de qualidade sem partidos políticos fortes e atuantes, especialmente em campanhas eleitorais, o que, evidentemente, pressupõe a disponibilidade de recursos financeiros expressivos. E, sob esse ângulo, os recursos financeiros contribuem positivamente para a existência do que se poderia chamar de democracia sustentável. Como lembra Daniel Zovatto, “embora a democracia não tenha preço, ela tem um custo de funcionamento que é preciso pagar”. Eis aí, pois, o grande paradoxo: o dinheiro pode fazer muito mal à democracia, mas ele, na devida medida, é indispensável ao exercício e à manutenção de um regime democrático. É ilusão imaginar que, declarando a inconstitucionalidade da norma que autoriza doações por pessoas jurídicas, se caminhará para a eliminação da indevida interferência do poder econômico nos pleitos eleitorais. (Teori Zavascki. “Voto-Vista (Supremo Tribunal Federal)”. www.stf.jus.br. Adaptado.)

Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva uma dissertação, empregando a normapadrão da língua portuguesa, sobre o tema: O financiamento de campanhas eleitorais por empresas deve ser proibido?

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Proposta 09 (ESTILO FUVEST / ITA) Com base nos textos apresentados, escreva uma dissertação em que se discutam algumas de suas ideias, de modo a deixar claro um posicionamento sobre o tema: É necessário impor mudanças nas tradições carnavalescas brasileiras? Leia a coletânea disposta a seguir. Texto 01 [...] O dicionário informal define: careta é aquele que sempre segue os padrões antigos, que não se arrisca a coisas novas, é fora da moda e antiquado. “É não conseguir lidar com o novo ou com o diferente e se fechar, não se permitir”, diz o psicólogo Diego Bragante, especialista em psicoterapia cognitivo-comportamental. Em outros tempos, ser careta era ser tradicional, ter uma postura retrógrada e até apoiar regimes ditatoriais. Uma linha de pensadores modernos suporta a ideia de que, embora haja um clamor por direitos e liberdade, ao contrário de caminhar na direção de uma cultura libertária, uma parcela da sociedade está mais controladora e opressora. “A caretice prega que exista uma atitude determinada para cada situação. Os caretas fazem patrulha, criticam e julgam o que é diferente, independentemente de suas crenças. Todos se colocam na radicalidade e não percebem que, quanto mais a gente se organizar dessa forma, mais polarizados estaremos. Se fôssemos livres, não brigaríamos”, afirma a filósofa Viviane. [...] Julia Reina. “Estamos vivendo a geração dos caretas?”. Glamurama. Revista J.P, 21 abr. 2016. Disponível em: .

Texto 02 Querem proibir que “O teu cabelo não nega”, grande marchinha de 1932, seja tocada no Carnaval deste ano. Acham ofensiva a estrofe “O teu cabelo não nega, mulata/Porque és mulata na cor/Mas como a cor não pega, mulata/Mulata, eu quero o teu amor”. Mas o que dizer da genial estrofe seguinte? “Quem te inventou, meu pancadão/Teve uma consagração/A Lua, te invejando, fez careta/Porque, mulata, tu não és deste planeta”. Não é uma apaixonada declaração? Os velhos Carnavais viviam dessa glorificação dos tipos nacionais: “Linda morena, morena/Morena que me faz penar/A Lua cheia que tanto brilha/Não brilha tanto quanto o teu olhar” (1932); “Lourinha, lourinha/Dos olhos claros de cristal/Desta vez, em vez da moreninha/Serás rainha do meu Carnaval” (1933); “Salve a mulata/Cor do café, a nossa grande produção” (1939). Há décadas o país canta com amor essas marchinhas e nunca se viu uma morena, loura ou mulata se ofender. [...] Ruy Castro. “O Carnaval dos ofendidos”. Folha de S.Paulo. 3 fev. 2017. Disponível em: .

Texto 03 Surgiu no pré-Carnaval deste ano uma discussão, motivada pelas tendências do politicamente correto, a respeito de algumas marchinhas de Carnaval compostas nas décadas de 1930 a 1960. Fica a pergunta: quem tem razão nesse debate? Os que tocam e cantam a plenos pulmões nos folguedos de momo ou aqueles que acham as marchinhas preconceituosas? [...] Na nossa visão, as letras dessas músicas não representam nenhuma forma de incentivo ao preconceito contra quem quer que seja. Muito pelo contrário. Quando foram compostas, tinham o cunho de elogiar, de engrandecer os personagens retratados em seus versos. Vejam o caso do “O teu cabelo não nega”. Foi criada com o objetivo de homenagear a beleza da mulher mulata. Nunca vi alguma mulher se sentir ofendida por essa música. [...] Há uma outra observação importante a ser feita - o linguajar era outro na época em que todas essas músicas hoje criticadas foram lançadas. É muito equivocado julgar essa produção musical por padrões morais de hoje. [...] Pedro Ernesto Araújo Marinho. “Carnaval deve ser politicamente correto? NÃO”. Tendências/Debates. Folha de S.Paulo, 25 fev. 2017. Disponível em: .

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Proposta 10 (ESTILO FUVEST / ITA) INSTRUÇÕES PARA REDAÇÃO A charge reproduzida abaixo circulou pela rede Internet. Com base nas ideias sugeridas pela charge, redija uma dissertação em prosa, na folha e ala destinada, argumentando em favor de um ponto de vista sobre o tema. A redação deve ser feita com caneta azul ou preta. Na avaliação de sua redação, serão considerados: a) clareza e consistência dos argumentos em defesa de um ponto de vista sobre o assunto; b) coesão e coerência do texto; e c) domínio do português padrão. Atenção: A Banca Examinadora aceitará qualquer posicionamento ideológico do candidato.

CHAPATTE. Disponível em: http://www.undergoogle.com/blog/2006/geral/quadrinhos-sentido-pra-vida.html>

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Proposta 11 (ESTILO ENEM)

Com base na leitura dos textos motivadores a seguir e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua portuguesa sobre o tema: Disciplina na escola: ações para estreitar as relações entre pais, alunos, professores e sociedade. Apresente uma proposta de intervenção social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defender o seu ponto de vista. Texto 01 Diretora diz que não vai “recuar” após vídeo de alunos destruindo escola Depredação de cadeiras e portas ocorreu em protesto à rigidez da servidora. Imagens feitas pelos próprios estudantes mostram quebradeira. [...] Maria do Socorro assumiu a direção da escola pela segunda vez com a missão de impor disciplina. Ela diz que segue três premissas para conseguir o objetivo. “Primeiro é respeito aos professores. Segundo é seguir os horários da escola; e terceiro, civilidade, como dar bom dia, pedir desculpas”, enumera. [...] G1 com informações do Fantástico, 3 maio 2015. Leia na íntegra em:

Texto 02

Lino de Macedo: “Disciplina é um conteúdo como qualquer outro”

Para o psicólogo especializado em Piaget, o comportamento dos alunos em sala de aula é algo que precisa ser ensinado e varia de acordo com a atividade [...] disciplina na escola não é questão de boa conduta nem de formação trazida de casa. “Disciplina se aprende e é do interesse de todo mundo, porque facilita a relação da gente com as coisas.” O que o professor pode fazer para que a turma se comporte como deve? O exemplo é um dos caminhos. “Fala-se muito que as crianças de hoje não têm limites. Mas nós, adultos, também não temos.” [...] Márcio Ferrari. Revista Nova Escola, ago. 2005. Disponível em: .

Texto 03 Yves de La Taille, psicólogo especializado em desenvolvimento moral, fala sobre como, apesar da crise por que passam, sobretudo na família e na escola, a moral e a ética continuam a ser pontos fundamentais na educação e no desenvolvimento das crianças. [...] Alguns estudiosos definem como uma característica da pós-modernidade a crise nos valores morais e éticos por que passam as civilizações, principalmente as ocidentais. Outros falam até em ausência total da moral nas relações entre as pessoas nos dias de hoje. A que você credita essa crise? É possível vivermos sem moral e ética? A situação parece-me de certa forma paradoxal. De um lado, pelo menos no mundo ocidental, verificamos

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um avanço da democracia e do respeito aos direitos humanos. Logo, desse ponto de vista, saudosismo é perigoso. Mas, de outro lado, tem-se a impressão de que as relações interpessoais estão mais violentas, instrumentais, pautadas num individualismo primário, num hedonismo também primário, numa busca desesperada de emoções fortes, mesmo que provenham da desgraça alheia. Assim, penso que, neste clima pós-moderno, há avanços e crise. É como se as dimensões política e jurídica estivessem cada vez melhores, e a dimensão interpessoal, cada vez pior. Agora, como não podemos viver sem respostas morais e éticas, urge nos debruçarmos sobre esses temas. De modo geral, penso que as pessoas estão em crise ética (que vida vale a pena viver?), e essa crise tem reflexos nos comportamentos morais. A imoralidade não deixa de ser tradução de falta de projetos, de desespero existencial ou de mediocridade dos sentidos dados à vida. [...] Yves de La Taile. “A imposição moral e ética”. Portal Educacional. Entrevista concedida ao Portal Educacional. Disponível em: .

Proposta 12 (ESTILO ENEM) Com base na leitura dos textos motivadores a seguir e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, escreva um texto dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua portuguesa sobre o tema: O envelhecimento da população brasileira: o país está preparado para essa realidade? Apresente uma proposta de conscientização social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defender o seu ponto de vista. Texto 01 Esperança de vida ao nascer para ambos os sexos deve chegar a 80,0 anos em 2041 A projeção indica que a esperança de vida ao nascer, que em 2013 chegou a 71,3 anos para homens e 78,5 anos para mulheres, em 2060, deve atingir 78,0 e 84,4 anos, respectivamente, o que representa um ganho de 6,7 anos médios de vida para os homens e 5,9 anos para as mulheres. Para ambos os sexos, a esperança de vida ao nascer do brasileiro chegará aos 80,0 anos de idade em 2041. “População brasileira deve chegar ao máximo (228,4 milhões) em 2042”. IBGE, 29 ago. 2013. Disponível em: .

Número de idosos dobrou nos últimos 20 anos no Brasil, aponta IBGE Texto 02 A tendência de envelhecimento da população brasileira cristalizou-se mais uma vez na nova pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Os idosos – pessoas com mais de 60 anos – somam 23,5 milhões dos brasileiros, mais que o dobro do registrado em 1991, quando a faixa etária contabilizava 10,7 milhões de pessoas. Na comparação entre 2009 (última pesquisa divulgada) e 2011, o grupo aumentou 7,6%, ou seja, mais 1,8 milhão de pessoas. Há dois anos, eram 21,7 milhões de pessoas. Ao mesmo tempo, o número de crianças de até quatro anos no país caiu de 16,3 milhões, em 2000, para 13,3 milhões, em 2011. Secretária de Direitos Humanos; Presidência da República. “Envelhecimento no Brasil”. SDH. Disponível em: .

Texto 03 Brasil não está preparado para o envelhecimento da população O Brasil deverá chegar a 2050 com cerca de 15 milhões de idosos, dos quais 13,5 milhões com mais de 80 anos. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2025, o país será o sexto do mundo com o maior número de idosos. Apesar da criação de políticas voltadas para essa camada da população, como o Estatuto do Idoso, instituído em 2003, a velocidade do envelhecimento tem superado a implementação de ações para oferecer melhores condições de vida à terceira idade. “O processo é muito rápido, e as políticas públicas não têm acompanhado isso. Viver em uma sociedade com muito mais idosos do que crianças requer um planejamento intenso”, diz o médico geriatra Luiz Roberto Ramos, da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Com o envelhecimento populacional, o Brasil terá redução do número de jovens na força produtiva ativa, assinalou Ramos. “Vai aumentar o número de pessoas que terão dependência social dessa produção. Isso tem de ser planejado. O país está correndo contra o tempo.” Hoje, segundo a OMS, o Brasil tem 21 milhões de pessoas com mais de 65 anos. O envelhecimento da população tem reflexo direto no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Somente as doenças crônicas não transmissíveis, que afetam principalmente idosos, provocam impacto anual de 1% no PIB, segundo estimativa da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). De acordo com a Comissão para Estudo do Envelhecimento Mundial, anualmente são gastos cerca de R$ 60 bilhões com doenças das típicas da terceira idade no Brasil. De acordo com Ramos, os problemas decorrentes da terceira idade começam a aparecer com mais intensidade depois dos 70 anos. Até lá, em torno de 80% das pessoas não têm nenhuma atividade de vida diária comprometida pela velhice. No entanto, a partir dos 80 anos, a grande maioria passa a conviver com enfermidades. Bruno Bocchini; João Carlos Rodrigues (Ed.). Agência Brasil, 01 out. 2011. Disponível em: .

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Proposta 13 (ESTILO ENEM) Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, escreva um texto dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua portuguesa sobre o tema: Os caminhos da felicidade: egoísmo ou bem comum. Apresente uma proposta de intervenção social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defender o seu ponto de vista. Texto 01 Felicidade na história Segundo estudiosos, alguns ideais ou valores foram ganhando importância ao longo da história nas sociedades ocidentais e são, hoje, considerados elementos fundamentais da felicidade individual e coletiva: amor ao próximo – com o surgimento do Cristianismo, o amor, que havia sido em parte relegado a um segundo plano pelos gregos, ganhou condição de mandamento: amar a Deus sobre to- das as coisas e amar ao próximo como a si mesmo. Disseminou-se então, progressivamente, a noção de igualdade entre todos os seres humanos. Com mais amor e menos egoísmo, as pessoas deveriam se sentir mais felizes; [...] bem comum – a ideia de felicidade como bem comum já existia. A felicidade não pode ser apenas minha; tem de ser de todos. Esse ideal passou a ser amplamente defendido a partir do século XVIII. Tanto assim que se tornou um dos princípios fundamentais do mundo ocidental contemporâneo, junto com a liberdade. [...] COTRIM, Gilberto. Fundamentos de filosofia. São Paulo: Saraiva, 2010, p. 26-7. (Adapt.).

Texto 02 [...] O narcisismo tem um componente trágico que não pode ser esquecido – a maldição de Aminia: a incapacidade de amar outra pessoa. Procurando descobrir a sua própria imagem nos outros, estão condenados à insatisfação perpétua. [...] Na mitologia grega, Narciso era um jovem bonito e vaidoso que rejeitou os avanços das ninfas Eco e Aminia. Aminia, ferida no seu orgulho, amaldiçoou-o, desejando que nunca possuísse o objeto do seu amor. Um dia, Narciso curvou-se para beber água de uma fonte. Vendo a sua própria face refletida na água, enamorou-se dela e sentiu-se tão atraído que se vendo, procurou abraçar a sua própria imagem e afogou-se. Naquele lugar, segundo a lenda, brotou uma nova flor-narciso. Foi Freud que acrescentou o termo narcisismo ao vocabulário da psicologia para designar amor à própria imagem. [...] SILVA, Tania Andrade Moraes e. “O consumidor ‘Narciso’ e o prazer do consumo: uma narrativa pós-moderna.” RevistaUniABC – Humanas. São Paulo, v. 2, n. 2, 2011, p. 93-4. Disponível em: . (Adapt.).

Texto 03 A busca da felicidade, segundo Schopenhauer Tudo na vida proclama que a felicidade terrena está destinada a ser frustrada, ou reconhecida como uma ilusão. A felicidade comparativa é geralmente apenas aparente, ou então, como a longevidade, uma exceção. A sua própria possibilidade deveria ser abandonada, como um mero chamariz. A felicidade repousa sempre no futuro, ou em todo caso no passado, e o presente pode ser comparado a uma pequena nuvem negra conduzida pelo vento sobre a planície ensolarada: atrás e na frente dela tudo é brilhante, apenas abaixo de si sempre há só sombra. É difícil conceber como que alguém pode ser persuadido de que o homem exista para ser feliz. Pelo contrário, estas decepções e desilusões contínuas, como a natureza geral da vida, apresentam-se como que destinadas e calculadas para despertar a nossa convicção de que a vida é uma empresa que não cobre os seus custos; e que a nossa vontade deveria virar as costas para ela. SCHOPENHAUER, Arthur. O mundo como vontade e representação. Apud: GERMER, Guilherme Marconi. “A busca da felicidade: Nosso erro, ilusão e existência fundamentais, segundo Schopenhauer”. Voluntas: estudos sobre Schopenhauer. Rio de Janeiro, v. 2, n. 2, 2º semestre de 2011, p. 119. Disponível em: .

Texto 04 O mal-estar na civilização O que pedem os homens da vida e o que desejam nela realizar? A resposta mal pode provocar dúvidas. Esforçam-se para obter felicidade; querem ser felizes e assim permanecer. Essa empresa apresenta dois aspectos: uma meta positiva e uma meta negativa. Por um lado, visa a uma ausência de sofrimento e de desprazer; por outro, à experiência de intensos sentimentos de prazer. Em seu sentido mais restrito, a palavra “felicidade” só se relaciona a esses últimos. Em conformidade a essa dicotomia de objetivos, a atividade do homem se desenvolve em duas direções, segundo busque realizar – de modo geral ou mesmo exclusivamente – um ou outro desses objetivos. FREUD, Sigmund. O mal-estar na civilização. Rio de Janeiro: Imago, v. XXI, 1969, p. 94-5. (Obras Completas.). (Adapt.).

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Proposta 14 (ESTILO ENEM)

Por meio das urnas, elegemos, de forma legítima, nossos representantes. O poder delegado a eles, a quem chamamos de “pessoas públicas”, emana do cidadão e visa possibilitar a governabilidade de um país. Na verdade, os políticos deveriam assumir uma postura de servidores públicos, representando os anseios de seus eleitores. No entanto, aparentemente, esse não é o cenário em que vivemos. Os candidatos eleitos por nós têm cumprido seu papel ou, ao menos, lembrado de sua missão? Suas ações são fundamentadas em interesses pessoais ou voltadas às necessidades da população? Ao indicar parentes ou conhecidos para outras funções importantes, baseiam-se em meritocracia ou simples troca de favores? Com base na leitura dos textos motivadores a seguir e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua portuguesa sobre o tema O papel das pessoas públicas na sociedade atual. Apresente uma proposta de conscientização social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defender o seu ponto de vista. TEXTO 01 A questão do descumprimento da função pública é objeto de discussão há muito tempo. Leia, a seguir, um excerto do Sermão do bom ladrão, de Pe. Vieira, em que o autor se propõe a avaliar a forma como são preenchidos os cargos de Estado. Observe como existe muita semelhança com a dinâmica do poder na política contemporânea:

[...] A porta por onde legitimamente se entra ao ofício, é só o merecimento. E todo o que não entra pela porta, não só diz Cristo que é ladrão, senão ladrão e ladrão: Fur est latro. E porque é duas vezes ladrão? Uma vez porque furta o ofício, e outra vez pelo que há de furtar com ele. O que entra pela porta poderá vir a ser ladrão, mas os que não entram por ela já o são. Uns entram pelo parentesco, outros pela amizade, outros pela valia, outros pelo suborno, e todos pela negociação. E quem negocia não há mister outra prova; já se sabe que não vai a perder. Agora será ladrão oculto, mas depois ladrão descoberto, que essa é, como diz S. Jerônimo, a diferença de fur a latro. [...] Padre Antônio Vieira. “Sermão do bom ladrão”. Alfredo Bosi (Org.). Essencial: Padre Antônio Vieira. São Paulo: Penguin Classics Companhia das Letras, 2011.

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TEXTO 02 É uma santa coisa a democracia – não a democracia que faz viver os espertos, a democracia do papel e da palavra, mas a democracia praticada honestamente, regularmente, sinceramente. Quando ela deixa de ser sentimento para ser simplesmente forma, quando deixa de ser ideia para ser simplesmente feitio, nunca será democracia – será espertocracia, que é sempre o governo de todos os feitios e de todas as formas. Machado de Assis. “Ao acaso”. Crônicas de Machado de Assis –Obras Completas, v. IV. Disponível em: .

TEXTO 03 Quem foi malsucedido em suas atividades empresariais poderia dar um bom homem público, pela comprovada incapacidade de fazer compromissos com sua consciência e com sua honestidade, causas de seu insucesso privado, mas condições altamente positivas para os cargos de homem público. Ilie Gilbert. O líder. 3 ed. São Paulo: Ibrasa,1985. p. 73.

TEXTO 04 O homem público tem sua ação limitada por regras, tal qual o homem privado. O homem público “representa” o Estado e sua ação é autointeressada, mas dadas as limitações que lhe são impostas, o poder constitucional garantiria a existência de controle de forma a não comprometer, para fins privados, o bem público. [...] Contudo este mercado falha no desempenho de suas funções: ele é ineficiente. [...] Na verdade, a função dos políticos é escolher pelos outros, ou, em outras palavras, eles são escolhidos para escolher. [...] No entanto, as escolhas públicas são intrinsicamente imperfeitas. Isso ocorre por duas razões básicas. Em primeiro lugar, mesmo considerando agentes públicos absolutamente altruístas, [...] eles não possuem a capacidade cognitiva e computacional para identificar, a cada instante do tempo, as demandas dos cidadãos. Em segundo lugar, os políticos defendem seus próprios interesses privados, como qualquer agente econômico ordinário, e representam interesses de grupos organizados dentro da sociedade. [...] Marcos Fernandes Gonçalves da Silva. Ética e economia: impactos na política, no direito e nas organizações. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. p. 130.

Proposta 15 (ESTILO ENEM) A partir da leitura dos textos motivadores a seguir e com base em seus conhecimentos e reflexões, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “A privatização e as parcerias entre os setores público e privado no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para a defesa do seu ponto de vista. TEXTO 01 A privatização é boa ou ruim? [...] A penúria dos estados é resultado direto das políticas de austeridade adotadas pelos governos federal e estaduais, na contramão do mundo avançado e mesmo de outros países emergentes. O efeito é a queda vertical da atividade econômica e a redução da arrecadação de impostos, fonte da receita para obras de interesse público na saúde, educação, saneamento e outras áreas vitais ao funcionamento do país. A diminuição do recolhimento de impostos explica, portanto, mas não justifica o frenesi privatizante. [...] A onda anterior de liquidação de ativos públicos, comandada por Fernando Henrique Cardoso, não trouxe resultados positivos e duradouros, ao contrário do prometido. Um exemplo é esclarecedor. A privatização do período considerada a mais bem sucedida pelos tucanos, aquela do setor de telecomunicações, entrega hoje um dos serviços piores e mais caros do mundo, segundo indicadores internacionais e reputados especialistas do país. As teles são campeãs em falhas e medalhistas nos rankings das reclamações dos serviços de proteção ao consumidor. [...] Privatizações são ofertas de bens públicos ao mercado mundial, e quem oferecer mais leva. Na competição entre candidatos à compra, prevalecem quase sempre os investidores estrangeiros, por terem maior poder financeiro. Privatizações significam quase sempre desnacionalizações. [...] Carlos Drummond. Carta Capital. Economia. 8 fev. 2017. Disponível em:.

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TEXTO 02

CNI apresenta caminhos e oportunidades para a privatização da infraestrutura no Brasil.

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O gerente executivo de infraestrutura da CNI, Wagner Cardoso, observa que o setor público não tem mais como financiar os maiores empreendimentos sem a participação e o envolvimento do setor privado. Segundo ele, os recursos voltados para infraestrutura vêm sendo comprimidos por conta da rigidez orçamentária, fragilidade das empresas e crise fiscal. [...] Apesar da necessidade crescente do aumento da presença privada na infraestrutura, é imprescindível que o setor público continue a aportar recursos no setor, principalmente por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). [...] Agência de Notícias CNI (Confederação Nacional da Indústria). Portal da Indústria, 2 maio 2017. Disponível em: .

TEXTO 03 Prefeitura de São Paulo inicia processo de concessão de 14 parques municipais A prefeitura de São Paulo anunciou hoje (9) a concessão para a iniciativa privada de 14 parques municipais, entre eles o Ibirapuera e o Aclimação. O edital de Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) será publicado amanhã (10) no Diário Oficial do município. O governo municipal afirmou que não haverá cobrança de ingressos para entrada nos parques. Nesse primeiro momento, com o PMI, a gestão municipal poderá receber estudos sobre investimentos e contrapartidas dos interessados. Uma comissão vai avaliar todos os projetos recebidos para chegar a um modelo de concessão. Depois disso, será lançada uma consulta pública e, na sequência, a licitação para a concessão dos grupamentos de parques. “Nós queremos ouvir o mercado e estabelecer três premissas básicas para os interessados na concessão dos parques: jamais cobrar ingresso, assumir todas as despesas dos equipamentos e fazer investimentos”, disse o secretário municipal de Desestatização e Parcerias, Wilson Poit. A prefeitura alega que, com a concessão, deve haver uma desoneração de cerca de 40% do orçamento destinado aos parques. Os critérios para os interessados nas concessões incluem a garantia de entrada gratuita para os usuários e a desoneração da prefeitura em relação ao custeio e a novos investimentos. Por outro lado, as concessionárias poderão cobrar estacionamento, ter ganhos com restaurantes e lanchonetes, aluguel de bicicleta, entre outros. [...] Camila Boehm; Fábio Massalli (Ed.). Agência Brasil. São Paulo, 9 maio 2017. Disponível em: .

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